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Fitch melhora perspectiva do BCP e CGD mas mantém "rating" no "lixo"

Entre os cinco bancos analisados pela Fitch, apenas o "rating" do Santander Totta e do Montepio Geral foi revisto em alta. As notações do BCP e CGD permanecem três níveis abaixo de "lixo".

Miguel Baltazar/Negócios
21 de Dezembro de 2017 às 16:37
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A melhoria de dois níveis que a Fitch aplicou ao "rating" na dívida portuguesa não foi suficiente para a agência melhorar a notação financeira dos dois maiores bancos portugueses, que permanecem assim no nível de "lixo".

 

De acordo com as notas publicadas esta quinta-feira, 21 de Dezembro, a Fitch melhorou a perspectiva ("outlook") do "rating" do BCP de "estável" para "positivo, tendo tomado a mesma decisão para o "rating" da Caixa Geral de Depósitos.


O "rating" daqueles que são os dois maiores bancos portugueses permanece assim em BB-, o que corresponde ao terceiro nível de "lixo".

 

A 15 de Dezembro a Fitch elevou o rating da República Portuguesa em dois níveis, para BBB, uma notação financeira que se encontra já quatro níveis acima do "rating" do maior banco privado português e do banco do estado que foi recapitalizado este ano.

 

Norma geral, quando elevam o "rating" de um soberano, as agências aplicam uma decisão da mesma magnitude às emitentes desses países. Ainda hoje a Fitch elevou o "rating" da cidade do Porto em BBB, igualando o de Portugal.

 

Quanto aos restantes bancos portugueses, a Fitch melhorou o "rating" da Caixa Económica Montepio Geral, para B+, o que corresponde ao quarto nível de lixo e apenas um grau abaixo do BCP e da CGD.

 

O "rating" do BPI foi reafirmado em BBB-, um nível acima de "lixo", enquanto o "rating" do Santander Totta subiu um nível para BBB+ (três níveis acima de "lixo").

Fraca qualidade dos activos pressiona BCP

Na nota dedicada ao BCP, a Fitch justifica a notação do banco liderado por Nuno Amado com a "fraca" qualidade dos activos, embora note que estão a "melhorar", o que coloca pressão sobre a rentabilidade operacional e a geração interna de capital.

Os indicadores que medem a qualidade dos activos permanecem fracos, reflectindo o ‘stock’ considerável de activos problemáticos, embora o banco tenha efectuado bons progressos na sua redução", refere a nota. Apesar do aumento de capital de 1,33 mil milhões de euros efectuado no arranque do ano, a Fitch considera que o BCP permanece vulnerável a choques adicionais na qualidade dos activos.

 

"Fraca rentabilidade" da CGD preocupa

No que diz respeito ao banco do Estado, as preocupações da Fitch são muito semelhantes às apontadas para o BCP. "A qualidade dos activos da CGD permanece fraca quando comparada internacionalmente, tendo sofrido com a recessão que afectou Portugal entre 2011 e 2014", refere a agência de notação.

O "rating" três níveis abaixo de "lixo" reflecte também a "fraca rentabilidade". Ainda assim, a melhoria na perspectiva deve-se ao facto de a agência esperar que a gestão liderada por Paulo Macedo vai executar o plano de reestruturação, que originará "melhorias na rentabilidade nos próximos 18 a 24 meses".


Reforço dos rácios de capital beneficia BPI

O "rating" do BPI permanece no grau de investimento, com a Fitch a destacar o reforço dos rácios de capital e os progressos efectuados na implementação do plano de reestruturação para baixar custos.

A agência destaca igualmente a "qualidade dos activos mais forte" do que os pares domésticos, embora a geração de resultados seja ainda "modesta".  

Reforço de capital justifica melhoria no Montepio

A subida no "rating" da Caixa Económica Montepio Geral reflecte as medidas tomadas pelo banco para "restaurar os seus rácios de capital e acelerar a implementação do seu plano estratégico". Ainda assim, a agência assinala que a notação atribuída reflecte "os baixos ‘buffers’ de capital", a "qualidade reduzida das métricas da qualidade dos activos", bem como a "fraca rentabilidade operacional".


Santander Totta um nível acima de Portugal

A subida do "rating" do Santander em nível deve-se ao "upgrade" efectuado à notação financeira da República Portuguesa. Assim, o banco controlado pelo espanhol Santander continua ter uma classificação acima da de Portugal.

(notícia actualizada às 17:40 com mais informação)

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