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Fitch deverá manter "rating" de Portugal

Em setembro do ano passado, a Fitch subiu a classificação de Portugal de 'BBB+' para 'A-' e manteve a perspetiva estável. Uma notação que deverá manter, de acordo com os analistas consultados pela Lusa, que consideram que a agência deverá querer "esperar para ver".

A Fitch será a primeira agência a avaliar o “rating” português após a apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2022 pelo Governo.
Justin Lane/EPA
21 de Março de 2024 às 18:50
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A Fitch deverá manter a avaliação à dívida soberana portuguesa inalterada, depois de o país ter alcançado o patamar 'A' em todas as agências de notação financeira, segundo os analistas consultados pela Lusa.

Menos de um mês depois de a Standard & Poor's ter subido o 'rating' de Portugal de 'BBB+' para 'A-', com perspetiva positiva, é a vez da Fitch se pronunciar na sexta-feira, pela primeira vez este ano, sobre a dívida da República, de acordo com o calendário da agência.

Em setembro do ano passado, a Fitch subiu o'rating' de Portugal de 'BBB+' para 'A-' e manteve a perspetiva estável. Uma notação que deverá manter, de acordo com os analistas consultados pela Lusa, que consideram que a agência deverá querer "esperar para ver".

"Em condições normais, haveria condições para melhorar a perspetiva de "estável" para "positiva" tendo em conta que, desde a última apreciação feita pela Fitch, houve melhorias ao nível das contas públicas, nomeadamente no rácio dívida/Produto Interno Bruto (PIB) e também uma evolução positiva nos indicadores de mercado", assinala o presidente da IMF -- Informação de Mercados Financeiros, Filipe Garcia.

Segundo o analista, no entanto, a agência será mais cuidadosa, dado o contexto político: "tendo em conta que estamos em período de formação de novo Governo, a Fitch poderá querer "esperar para ver" para concluir acerca da estabilidade política e existência ou não de um retificativo", aponta.

Ainda assim, Filipe Garcia sublinha que considerando que a Aliança Democrática (coligação pré-eleitoral entre PSD, CDS-PP e PPM)mais a Iniciativa Liberal e o PS "estão genericamente de acordo quanto aos objetivos do trajeto das contas públicas" não há "obstáculos a que a Fitch possa subir a perspetiva, mas dependerá do peso que derem ao fator político".

Por seu lado, o diretor de investimentos do Banco Carregosa, Filipe Silva, destaca a entrada "numa fase do ciclo económico em que as elevadas taxas de juro começam a pesar, algo que era esperado e que deverá legar a um abrandamento económico".

"Torna-se importante para Portugal continuar a reduzir o seu nível de endividamento, para poder enfrentar de uma forma robusta, qualquer ciclo económico mais adverso que venha a surgir", considera.

Segundo o analista, ao longo deste ano "as agências não terão de ser necessariamente cautelosas" sobre a dívida soberana portuguesa: "Irão acompanhar a evolução da economia mundial, o ciclo atual de taxas de juro, bem como o desenvolvimento da economia nacional e respetiva adaptação a momentos mais adversos que surjam no futuro", aponta.

Já Filipe Garcia não espera alterações de fundo ao longo de 2024, sendo "de esperar que o 'rating' se mantenha nos níveis atuais nos próximos meses, sendo necessário aferir como será a execução orçamental, se os pressupostos do orçamento, nomeadamente em termos de PIB e inflação se irão concretizar".

A Moody's, que atribui ao 'rating' de Portugal 'A3', com perspetiva estável, será a próxima agência a pronunciar-se, encerrando o ciclo de avaliações do primeiro semestre em 17 de maio.

Entre as outras principais agências, a DBRS avalia a dívida portuguesa em 'A', com perspetiva estável.

O 'rating' é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito.

Os calendários das agências de 'rating' são, no entanto, meramente indicativos, podendo estas optar por não se pronunciarem nas datas previstas ou avançarem com uma avaliação não calendarizada.
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