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DBRS mantém rating de Portugal no sétimo nível mais elevado
A agência de notação financeira manteve, nesta sexta-feira, o "rating" da dívida soberana portuguesa em A (low), bem como a perspetiva estável.
A DBRS, agência de notação financeira canadiana que no passado mês de agosto elevou o "rating" da dívida soberana portuguesa de B (high) para A (low) – o sétimo nível mais elevado – e que reviu a perspetiva para a evolução da qualidade do crédito, de ‘positiva’ para estável’, manteve nesta sexta-feira a classificação e o "outlook" da República.
"A confirmação do rating e da tendência reflete a perspetiva da DBRS de que os riscos externos ao desempenho económico são equilibrados pela melhoria contínua das métricas para as finanças públicas", sublinha o relatório da agência.
E prossegue: "Depois de uma severa contração do PIB em 2020, o crescimento retomou de forma robusta em 2021 e no primeiro semestre de 2022".
No entanto, o cenário mudou entre julho e dezembro. "O choque de preços exacerbado pela invasão da Ucrânia por parte da Rússia e a correspondente subida dos juros diretores levou o crescimento a desacelerar fortemente na segunda metade de 2022", diz a agência, que, ainda assim, espera que o crescimento este ano seja positivo – se bem que "ligeiramente abaixo da tendência".
A DBRS aponta também um percurso elogioso: "apesar dos choques económicos recorrentes, o défice orçamental voltou a diminuir em 2022 e mantém-se abaixo da média da Zona Euro".
Além disso, sublinha, "o crescimento positivo e a rápida retoma das contas públicas permitiram que o rácio da dívida pública face ao PIB regressasse à sua trajetória de forte retrocesso". A agência refere ainda que espera que esse rácio caia para cerca de 100% em meados da presente década.
A agência canadiana recorda ainda que o rating é sustentado igualmente pelo facto de Portugal ser membro da Zona Euro e pertencer à estrutura de governação económica da União Europeia, "o que ajuda a promover políticas macroeconómicas credíveis e sustentáveis". "No entanto, há vulnerabilidades importantes, nomeadamente o alto endividamento público e o potencial relativamente baixo de crescimento económico". Estes problemas, adverte, poderão tornar-se mais desafiantes de gerir se as consequências adversas da crise perdurarem".
A DBRS diz também que o rating de Portugal poderá ser alvo de um "upgrade" se as autoridades portuguesas conseguirem reforçar a resiliência e o potencial de crescimento económico do país, ou se alcançarem uma significativa redução adicional do rácio da dívida pública. No sentido contrário, a notação poderá baixar se o compromisso político para com políticas macroeconómicas sustentáveis perder força, resultando numa perspetiva substancialmente pior para as finanças públicas.
(notícia atualizada pela última vez às 22:19)