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DBRS avalia dívida da Região Autónoma da Madeira no segundo nível de "lixo"

Além da notação de Portugal e de várias empresas portuguesas, a agência de notação financeira DBRS passou a avaliar também a Madeira. E iniciou a cobertura desta região com uma classificação na categoria de investimento especulativo.

15 de Junho de 2018 às 21:22
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A agência de rating canadiana Dominion Bond Rating Service (DBRS) acrescentou a Região Autónoma da Madeira ao seu calendário das notações soberanas e sub-soberanas, sendo que a primeira avaliação foi já hoje.

 

A DBRS atribui à dívida de longo prazo da região a nota ‘BB’, que é o segundo nível da categoria de investimento especulativo, o chamado "lixo".

 

A Madeira, que vai vai estar sujeita a duas avaliações este ano pela DBRS, ficou assim três níveis abaixo da classificação da dívida soberana de longo prazo de Portugal. No passado dia 20 de Abril, recorde-se, a DBRS subiu a classificação da dívida soberana portuguesa em um nível, para o penúltimo nível do grau de investimento de qualidade, de ‘BBB’ (baixo) para ‘BBB’.


Quando à perspectiva para a evolução da qualidade da dívida da região da Madeira, a DBRS considera-a "estável".

Esta classificação de 'BB' atribuída à dívida emitida pela Região Autónoma da Madeira tem vários factores em consideração, sublinha a DBRS no seu relatório divulgado esta noite.

 

São eles o desempenho financeiro estabilizador e a lenta redução da dívida, sustentados pela melhoria dos indicadores económicos; a supervisão financeira e apoio ao governo regional por parte da República de Portugal; e o melhor controlo da Madeira sobre a sua dívida indirecta e sobre o passivo comercial nos últimos anos, através de uma recentralização dessa dívida no seu próprio balanço, destaca a agência.

 

A DBRS salienta que a notação de ‘BB’ se deve aos actuais níveis bastante elevados da dívida directa e indirecta da região da Madeira. "Isto apesar da expectativa da DBRS de que os indicadores da dívida deverão continuar a melhorar no médio prazo, se bem que a um ritmo lento", acrescenta.

 

"A localização geográfica da região, enquanto arquipélago no Oceano Atlântico, e a ainda grande exposição do seu governo às empresas regionais" são os desafios-chave identificados pela DBRS no que diz respeito perfil de crédito da Madeira.

A agência realça que entre os factores que podem levar a uma subida do rating da Madeira estão um 'upgrade' na própria notação de Portugal, uma substancial redução do endividamento da região autónoma, uma melhoria dos seus indicadores económicos e um fortalecimento adicional da relação entre o arquipélago e o governo central.

Já entre os factores que poderão determinar uma descida desta classificação sub-soberana está um corte do rating de Portugal, a incapacidade de a Madeira estabilizar o seu desempenho financeiro e os indicadores da dívida no médio prazo, quaisquer indicações de que uma debilitação do apoio financeiro e da supervisão por parte do governo central, bem como uma inversão na tendência de redução da dívida indirecta e garantida da região.

A segunda avaliação está agendada para 19 de Outubro.

Sublinhe-se que a DBRS utiliza os termos ‘alto’ (high) e ‘baixo’ (low) nas suas notações, associados a letras. Esses termos correspondem aos sinais de ‘+’ e ‘-’ atribuídos pelas três maiores agências de rating (Moody’s, S&P e Fitch) e pela grande maioria das restantes agências.


(notícia actualizada às 21:46)

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