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Construtora brasileira Odebrecht volta a falhar pagamento de juros de obrigações

Pela segunda vez este ano, a empresa utilizará o período de carência de 30 dias para pagar juros da emissão de 518,6 milhões de dólares em títulos com vencimento em 2025.

Reuters
26 de Outubro de 2018 às 08:15
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A Odebrecht Engenharia e Construção (OEC) volta a enfrentar uma situação difícil, após deixar de realizar um pagamento de juros de 11 milhões de dólares que o mercado de dívida corporativa considerava estar coberto.

 

Pela segunda vez este ano, a empresa utilizará o período de carência de 30 dias para pagar juros da emissão de 518,6 milhões de dólares em títulos com vencimento em 2025. "Durante o período de carência, a OEC vai analisar soluções para a sua posição financeira de curto e longo prazos no desafiador mercado de Engenharia e Construção", disse a companhia num comunicado.

 

Os títulos de dívida da Odebrecht caíram nos últimos dois meses, com os investidores mais pessimistas com as perspectivas do conglomerado que está no centro da operação Lava Jato. Ainda assim, perder o pagamento do juro desta quinta-feira não estava no radar porque esperava-se que o montante - cerca de 11 milhões de dólares - estaria coberto pelos 2,6 mil milhões de reais da linha de crédito com os bancos que a empresa conseguiu em Maio para honrar um pagamento de juros de 500 milhões de reais que havia perdido no mês anterior.

 

"Este último anúncio foi, na minha opinião, particularmente preocupante por causa da linguagem, que foi vaga sobre as suas opções de pagamento após o período de carência", disse Rafael Elias, o chefe de pesquisa de crédito da América Latina na Exotix. "Acho que eles estão a chegar muito perto do fim da linha."

 

A causa mais recente de preocupação é a liderança de Jair Bolsonaro (PSL) nas pesquisas para a disputa presidencial e a sua campanha contra a corrupção. Os laços históricos da Odebrecht com o Partido dos Trabalhadores, que se opõe a Bolsonaro e critica a Lava Jato, leva analistas a especularem que um eventual governo do capitão da reserva será menos propenso a abrir caminho para os negócios da construtora.

 

O não pagamento do juro desta semana não era esperado, dado o montante diminuto, disse Roger Horn, estratego de mercados emergentes da SMBC Nikko Securities America em Nova Iorque. "Está muito longe dos 5 mil milhões de dólares que a empresa tinha em caixa no início do escândalo da Lava Jato há quatro anos."

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