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BCE compra mais dívida portuguesa, de mais longo prazo
Mario Draghi voltou a atingir a meta do programa de compra de dívida, superando a fasquia dos 60 mil milhões de euros em Setembro. Tinha falhado no objectivo em Agosto.
O Banco Central Europeu (BCE) voltou a superar a meta de compras de dívida. Depois de falhar o objectivo em Agosto, ficou acima dos 60 mil milhões no mês passado, fruto do elevado investimento feito em títulos soberanos. Mario Draghi comprou mais de mil milhões em obrigações portuguesas, com um prazo cada vez mais longo. Portugal é o país do qual o BCE tem títulos com o prazo mais dilatado.
A autoridade monetária da Zona Euro gastou 60.565 milhões de euros em Setembro, no âmbito dos vários programas de compras em vigor, de acordo com os dados revelados pelo BCE esta segunda-feira, 5 de Outubro. Superou os 60 mil milhões, batendo a meta que não alcançou no Verão quando a baixa liquidez fez com as compras se ficassem por apenas 51.632 milhões.
Para este total contribuiu, essencialmente, o programa de compra de activos do sector público (PSPP), no qual gastou 49.184 milhões, ainda que as compras de "covered bonds", que totalizaram 9.453 milhões, e a aquisição de instrumentos de dívida titularizados (1.928 milhões) também tenham aumentado em Setembro.
É dos grandes países que o BCE mais compra dívida soberana, em valor. O BCE comprou 11.851 milhões em obrigações alemãs, 9.485 milhões em títulos franceses e 8.234 milhões em dívida italiana. De obrigações portuguesas comprou um total de 1.148 milhões, mais 18,8% do que em Agosto, passando a deter um total de 7.770 milhões em obrigações do Tesouro.
Este maior investimento na dívida nacional foi feito, essencialmente, em títulos de mais longo prazo, tendo em conta a evolução da maturidade média das obrigações portuguesas que o BCE tem em carteira. Essa maturidade passou de 10,77 para 10,86 anos, entre Agosto e Setembro, mantendo-se Portugal como o país de que Mario Draghi tem títulos com um prazo mais longo. A seguir vem Malta: 9,99 anos.