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BCE compra menos de metade da meta para dívida portuguesa pelo terceiro mês

O BCE comprou 663 milhões de euros em dívida portuguesa em Março, uma recuperação ligeira face a Fevereiro. Mas o valor continua a ser de menos de metade da meta implícita pela chave de capital.

Reuters
04 de Abril de 2017 às 15:01
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Pelo terceiro mês consecutivo, as compras de dívida portuguesa por parte do BCE ficaram abaixo de 700 milhões de euros. Em Março, o valor das compras foi de 663 milhões de euros, mais sete milhões de euros que em Fevereiro. No entanto, o montante absorvido pelo Eurosistema voltou a ficar a menos de metade da meta implícita pela participação de Portugal na chave de capital do BCE.

De acordo com essa meta implícita, as compras mensais em Março, último mês em que o BCE fez compras globais de activos no valor de 80 mil milhões de euros, deveriam ter sido de cerca de 1.400 milhões de euros. No entanto, como o banco central não flexibilizou a regra de não poder ter mais de 33% de uma determinada linha de obrigações ou do total de títulos de dívida de um país, o banco central não tem dívida suficiente para cumprir com aquele valor. Se em Abril e Maio do ano passado o banco central comprou, em cada um desses meses, mais de 1.400 milhões de euros, desde o início de 2017 que esses valores ficam abaixo de 700 milhões de euros.

 A ausência de títulos suficientes para fazer compras de dívida nacional equivalentes à participação de Portugal na chave de capital do BCE tem sido apontada pelos analistas como um dos factores que tem pressionado nos últimos meses as taxas de juro da dívida portuguesa.

 

O Banco de Portugal (BdP) tem explicado que as aquisições de menor dimensão são uma forma de se garantir que há títulos suficientes para manter as compras até final do programa.

 

"Periodicamente, o montante de compras de dívida pública de cada jurisdição é calibrado de modo a assegurar que as mesmas serão mantidas até ao final do programa, que está previsto, pelo menos, até Dezembro de 2017", explicou recentemente a entidade liderada por Carlos Costa.

 

E acrescenta que "na eventualidade de o montante de dívida pública disponível para compra de um determinado país previsivelmente não ser suficiente para atingir o referido objectivo, até ao final do programa, iniciam-se as compras substitutas, de obrigações de emitentes supranacionais, de modo a preencher esse diferencial".

 

No final do ano passado o BCE anunciou uma extensão do prazo do programa alargado de compra de activos de Março deste ano para Dezembro de 2017, mas com uma diminuição do ritmo mensal de compras de 80.000 milhões para 60.000 milhões de euros a partir deste mês de Abril.


(Notícia actualizada às 15:13 com mais informação)

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