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Bank of America prevê "rally" obrigacionista na primeira metade de 2024

O banco de investimento norte-americano defende que quando o preço das ações e das obrigações incorporar o cenário de recessão, os títulos de dívida serão a classe de ativos com melhor desempenho. Os fundos já andam às compras.

A forte subida das “yields” fez desvalorizar o preço das obrigações. Quando os bancos centrais travarem nos juros, os obrigacionistas poderão beneficiar da valorização dos títulos em carteira.
Alex Domanski/Reuters
08 de Outubro de 2023 às 16:00
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O êxito do mercado obrigacionista está a chegar, segundo o Bank of America (na sigla inglesa BofA). O banco de investimento antecipa que o preço das obrigações deverá não só subir, como registar um "rally" no primeiro semestre do próximo ano, de acordo com a nota de "research" citada pela Bloomberg.

Assim que os preços das ações e obrigações incorporarem o cenário de recessão, "as obrigações deverão registar um ‘rally’ e ser a classe de ativos com melhor desempenho na primeira metade de 2024", defende o analista Michael Hartnett.

O especialista, que tem mantido um tom pessimista ao longo deste ano, refere que a sua equipa "espera impacientemente por um movimento de capitulação de venda [de títulos] e de uma recessão ou evento ligado ao crédito que desencadeie uma flexibilização da política monetária".

Esta semana, o mercado obrigacionista assistiu a um "sell-off", tendo a "yield" das obrigações norte-americanas a 30 anos chegado a alcançar a fasquia dos 5% pela primeira vez desde 2007.

De acordo com os dados do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, divulgados esta terça-feira, o número de vagas de emprego disponíveis aumentou em agosto para os 9,6 milhões, o que significa que as empresas norte-americanas estão a contratar mais. O valor compara com 8,9 milhões em julho.

 

Paralelamente, em setembro foram criados 336 mil empregos, um número acima do esperado pelo mercado, e a taxa de desemprego manteve-se inalterada nos 3,8%, segundo os números publicados na sexta-feira.

O movimento foi desencadeado pela expectativa da manutenção da política monetária restritiva da Reserva Federal (Fed) norte-americana, provocada pelos dados referentes ao mercado de trabalho, que traçaram a imagem de uma economia resiliente à trajetória "hawkish" do banco central.

Na semana que terminou a 4 de outubro, os fundos ligados correlacionados com as "tresasuries" registaram 4,6 mil milhões de dólares em entradas. "Aqui não houve capitulação", salienta o Bank of America, tendo sido a 34.ª semana consecutiva de "inflows".

Já os fundos correlacionados com o mercado acionista contabilizaram entradas na ordem dos 3,3 mil milhões de dólares, segundo os dados da EPFR Global, citada pelo BofA.

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