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ARC Ratings mantém nota de Portugal em BBB- com perspectiva estável

A agência de notação financeira ARC Ratings manteve o 'rating' de Portugal em 'BBB-' e reafirmou a perspectiva estável, devido à estabilidade política, a uma recuperação económica apoiada nas exportações e a uma "gestão proactiva da dívida".

04 de Setembro de 2015 às 20:25
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O nível 'BBB' é a quarta nota numa escala de dez níveis de 'rating' definidos pela ARC Ratings, segundo a tabela disponibilizada no portal online da entidade.

 

Esta nota significa que a ARC Ratings entende que há "um conjunto adequado de parâmetros de protecção", mas que comporta riscos, considerando-se que a ocorrência de "condições económicas adversas" ou uma "mudança repentina das circunstâncias" terão como "consequência provável" o enfraquecimento da capacidade do país de cumprir as suas obrigações financeiras.

 

Em comunicado hoje emitido, a agência de 'rating' com sede em Londres e em Lisboa justifica esta decisão com as "forças institucionais que têm apoiado os sucessos na gestão de crises na estabilização da economia" portuguesa, como "uma recuperação económica mais assente nas exportações à medida que Portugal está lentamente a tornar-se mais produtivo e competitivo" e com a queda do desemprego e o crescimento do emprego, ainda que "não estejam nos níveis pré-crise".

 

Do ponto de vista externo, a ARC também destaca como pontos positivos o facto de na zona euro haver agora um ambiente "cada vez mais consciente dos riscos de deflação", considerando que o início do programa de compra de dívida soberana do Banco Central Europeu (BCE) "está a ajudar a combater as pressões deflacionistas em Portugal e noutras economias da zona euro".

 

Além disso, a agência de notação financeira (anteriormente designada por Companhia Portuguesa de Rating) afirma que a pertença de Portugal à zona euro "tem-se provado como uma fonte de liquidez de emergência".

 

No entanto, a ARC Ratings aponta como aspectos negativos "uma história de crescimento fraco mesmo no período pré-crise quando a liquidez (e o crédito) eram abundantes", uma "economia não competitiva no geral" e um "elevado endividamento público que torna o país vulnerável a mudanças na confiança do mercado".

 

Ainda como restrições à nota hoje confirmada, a instituição refere o facto de Portugal ser "uma economia excessivamente alavancada, com elevados níveis de endividamento das empresas e com tendência a acumular dívida", alertando que a dívida empresarial e o crescimento do crédito malparado "prejudicam as perspectivas do investimento e, em contrapartida, do crescimento".

 

A ARC Ratings identifica também "riscos de contágio associados a uma possível saída da Grécia da zona euro" e também quanto à "resistência do projecto europeu".

 

A instituição considera ainda que Portugal deverá cumprir a previsão de crescimento do Governo para este ano, de 1,6%, e prevê que as eleições legislativas previstas para 4 de Outubro "não deverá mudar a conjuntura de política económica", esperando que não haja "um claro vencedor" e que seja formado "um governo de minoria liderado por um dos dois maiores partidos políticos", o PS ou o PSD, sendo que "ambos apoiam a consolidação orçamental e as reformas estruturais".

 

A ARC é uma agência global de 'rating' com sede em Londres e em Lisboa e que era anteriormente conhecida como Companhia Portuguesa de Rating. A ARC associou-se a agências de 'rating' na Índia (a Care Ratings), da Malásia (a MARC), no Brasil (a SR Ratings) e na África do Sul (a GCR). 

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