Notícia
Angola paga juros de 16,5% para colocar 341 milhões em dívida
O banco central levantou no mercado primário, entre 22 e 26 de Fevereiro, 43,3 mil milhões de kwanzas (247,4 milhões de euros) em bilhetes do Tesouro com juros entre os 14,15% e os 16,58%.
29 de Fevereiro de 2016 às 18:22
A dívida pública colocada pelo Banco Nacional de Angola (BNA) aumentou na última semana mais de 25%, para 59,7 mil milhões de kwanzas (341,1 milhões de euros), em títulos de tesouro com taxas de juro próximas dos 17%.
Segundo o relatório semanal sobre a evolução dos mercados monetário e cambial do BNA, enquanto operador do Estado, o banco central colocou no mercado primário, entre 22 e 26 de Fevereiro, 43,3 mil milhões de kwanzas (247,4 milhões de euros) em Bilhetes do Tesouro (BT) e 14,8 mil milhões de kwanzas (84,5 milhões de euros) em Obrigações do Tesouro (OT).
As taxas de juro médias pela emissão de BT oscilaram entre os 14,15% e os 16,58% (15,95% na semana anterior), para as maturidades de 91 e 364 dias, enquanto as OT fecharam com taxas de juro de até 7,77%, para as maturidades de cinco anos.
No segmento de venda directa de títulos ao público foram ainda colocados pelo BNA, na última semana, 1,6 mil milhões de kwanzas (9,1 milhões de euros), que chegaram a taxas de juro de 16,86% (a um ano).
No total, a venda de títulos de Tesouro pelo BNA elevou-se na última semana a 59,7 mil milhões de kwanzas, um aumento semanal de 25,9% face à anterior.
A Lusa noticiou a 08 de Fevereiro que Angola pretende emitir quase 1,9 mil milhões de euros de dívida pública na forma de Obrigações do Tesouro este ano, dos quais quase 400 milhões em moeda externa, para financiar investimentos públicos.
No total, o Governo angolano prevê emitir, em kwanzas (moeda nacional), Obrigações do Tesouro no valor de 264.791.800.000 kwanzas (mais de 1,5 mil milhões de euros), a colocar em leilões de preços, para "financiamento de investimentos públicos previstos no Orçamento Geral do Estado [OGE]".
Foi ainda definida a emissão de Obrigações do Tesouro, com o mesmo fim, mas em moeda externa - moeda a definir posteriormente segundo o documento consultado pela Lusa - no valor de 66.197.000.000 kwanzas (380 milhões de euros).
A agência de notação financeira Standard & Poor's desceu a 12 de Fevereiro o 'rating' da dívida soberana de Angola de 'B+' para 'B' devido à descida do preço do petróleo e à dependência destas exportações, levando ao aumento do endividamento do país.
No comunicado com a decisão, que assume ainda uma perspectiva de evolução "estável" do 'rating', aquela agência justifica a decisão com os preços do barril de petróleo no mercado internacional "mais baixos do que o esperado" nas previsões 2016-2019.
"Adicionalmente, os empréstimos internos e externos do Estado, juntamente com uma taxa de câmbio fraca, tem elevado o peso da dívida pública e esperamos que a dívida bruta de Angola atinja os 50% do PIB [Produto Interno Bruto] este ano", lê-se no comunicado.
"Prevemos necessidades de financiamento externo bruto de Angola de aproximadamente 31 mil milhões de dólares este ano e no próximo, das quais cerca de metade de curto prazo", aponta ainda a Standard & Poor's.
Angola vive desde o final de 2014 uma forte crise financeira, económica e cambial decorrente da quebra das receitas da exportação de petróleo, sendo o recurso à emissão de dívida em moeda estrangeira uma forma de também aumentar as reservas de divisas, necessárias para garantir as importações.
Para compensar a quebra com estas receitas fiscais, superior a 50% só em 2015, o Governo angolano tem aumentado o nível do endividamento, embora com taxas mais altas.
Segundo o relatório semanal sobre a evolução dos mercados monetário e cambial do BNA, enquanto operador do Estado, o banco central colocou no mercado primário, entre 22 e 26 de Fevereiro, 43,3 mil milhões de kwanzas (247,4 milhões de euros) em Bilhetes do Tesouro (BT) e 14,8 mil milhões de kwanzas (84,5 milhões de euros) em Obrigações do Tesouro (OT).
No segmento de venda directa de títulos ao público foram ainda colocados pelo BNA, na última semana, 1,6 mil milhões de kwanzas (9,1 milhões de euros), que chegaram a taxas de juro de 16,86% (a um ano).
No total, a venda de títulos de Tesouro pelo BNA elevou-se na última semana a 59,7 mil milhões de kwanzas, um aumento semanal de 25,9% face à anterior.
A Lusa noticiou a 08 de Fevereiro que Angola pretende emitir quase 1,9 mil milhões de euros de dívida pública na forma de Obrigações do Tesouro este ano, dos quais quase 400 milhões em moeda externa, para financiar investimentos públicos.
No total, o Governo angolano prevê emitir, em kwanzas (moeda nacional), Obrigações do Tesouro no valor de 264.791.800.000 kwanzas (mais de 1,5 mil milhões de euros), a colocar em leilões de preços, para "financiamento de investimentos públicos previstos no Orçamento Geral do Estado [OGE]".
Foi ainda definida a emissão de Obrigações do Tesouro, com o mesmo fim, mas em moeda externa - moeda a definir posteriormente segundo o documento consultado pela Lusa - no valor de 66.197.000.000 kwanzas (380 milhões de euros).
A agência de notação financeira Standard & Poor's desceu a 12 de Fevereiro o 'rating' da dívida soberana de Angola de 'B+' para 'B' devido à descida do preço do petróleo e à dependência destas exportações, levando ao aumento do endividamento do país.
No comunicado com a decisão, que assume ainda uma perspectiva de evolução "estável" do 'rating', aquela agência justifica a decisão com os preços do barril de petróleo no mercado internacional "mais baixos do que o esperado" nas previsões 2016-2019.
"Adicionalmente, os empréstimos internos e externos do Estado, juntamente com uma taxa de câmbio fraca, tem elevado o peso da dívida pública e esperamos que a dívida bruta de Angola atinja os 50% do PIB [Produto Interno Bruto] este ano", lê-se no comunicado.
"Prevemos necessidades de financiamento externo bruto de Angola de aproximadamente 31 mil milhões de dólares este ano e no próximo, das quais cerca de metade de curto prazo", aponta ainda a Standard & Poor's.
Angola vive desde o final de 2014 uma forte crise financeira, económica e cambial decorrente da quebra das receitas da exportação de petróleo, sendo o recurso à emissão de dívida em moeda estrangeira uma forma de também aumentar as reservas de divisas, necessárias para garantir as importações.
Para compensar a quebra com estas receitas fiscais, superior a 50% só em 2015, o Governo angolano tem aumentado o nível do endividamento, embora com taxas mais altas.