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Europa no vermelho pressionada pela Fed e pela "earnings season"
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta quarta-feira.
Europa no vermelho pressionada pela Fed e pela "earnings season"
As bolsas europeias fecharam em terreno negativo, pressionadas pelas preocupações de que a Fed (e outros bancos centrais) poderá voltar a aumentar a dimensão das subidas das taxas de juro e por resultados abaixo do esperado por parte de algumas empresas.
O Stoxx 600, referência para a região, cedeu 0,33% para 462,22 pontos, com os setores da banca e dos recursos naturais a serem os que mais pressionam (-2,12% e -1,62%, respetivamente). Os resultados da empresa de mineração Rio Tinto em 2022 ficaram abaixo do esperado devido ao impacto de uma menor procura, tendo a empresa anunciado uma redução dos dividendos.
Já os setores dos Media e das telecomunicações tiveram o melhor desempenho, com uma subida de 1,37% e 0,32%, respetivamente.
Nas restantes praças europeias, o francês CAC-40 perdeu 0,13%, o italiano FTSE Mib caiu 1,12%, o britânico FTSE 100 cedeu 0,59%, o Aex, em Amesterdão desvalorizou 0,14%, e o espanhol Ibex 35 recuou 0,86%. Só o alemão Dax fechou na linha d'água, com uma subida de 0,01%.
Após um arranque com fortes ganhos em 2023, as bolsas europeias assistem agora a um ligeiro travão, pressionadas pela incerteza sobre quanto tempo irão os bancos centrais manter as taxas de juro elevadas se a inflação permanecer alta.
Juros da Zona Euro recuam com expectativa de aperto da política monetária
Os juros da dívida a 10 anos recuaram na Zona Euro e Estados Unidos, com a expectativa de que os bancos centrais continuem a apertar a política monetária para conter a inflação.
A Reserva Federal divulga mais tarde as atas e espera-se que documento dê indicações de qual é a perspetiva da maioria dos membros da Fed para as próximas subidas das taxas diretoras.
Os receios estendem-se à Europa, já que os dados sobre a atividade económica também foram positivos.
Face a estes dados, a "yield" das obrigações alemãs a 10 anos recuou 0,8 pontos base para 2,516%, enquanto os juros da dívida italiana cederam 0,5 pontos base para 4,453%.
Em Portugal, os juros da dívida com a mesma maturidade caíram 0,6 pontos base para 3,401%, ao passo que em Espanha agravaram 1,6% pontos base para 3,522%.
Fora da Zona Euro, no Reino Unido a "yield" das Gilts a dez anos sofreram uma queda de 1,4 pontos base para 3,595% e nos Estados Unidos desceram 4,1 pontos base para 3,912%.
Perspetiva de subida mais agressiva dos juros pressiona petróleo
O petróleo segue a desvalorizar, penalizado pela perspetiva de que a Fed poderá optar por um aumento de maior dimensão na próxima subida das taxas de juro. Apesar de as evidências apontarem para uma recuperação da procura por parte da China, os próximos passos em termos de política monetária estão a ter um maior peso.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, perde 1,89% para 74,92 dólares por barril, sendo a sexta sessão consecutiva de quedas. Já o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, cede 1,81% para 81,55 dólares por barril.
"O crude mantém-se preso num padrão de negociação volátil, com as subidas das taxas de juro e as perspetivas de um desacelerar da economia a fazerem pressão", afirmou Dennis Kissler, do BOK Financial Securities, em declarações à Bloomberg.
A Reserva Federal norte-americana divulga hoje as atas da última reunião, da qual saiu uma subida das taxas de fundos federais de 25 pontos base. Os investidores esperam que o documento ofereça pistas sobre quais os próximos passos da autoridade monetária.
Dólar valoriza com receios de um aumento das taxas de juro
O dólar avançou face ao euro, depois o apelo do presidente da reserva federal de St. Louis James Bullard no sentido de um aumento das taxas de juro, uma vez que a economia se está a revelar mais resistente do que o esperado.
"Penso que vamos ter de ir além de 5%. Neste momento, ainda me mantenho em 5,375%", disse Bullard à CNBC numa entrevista. Os comentários vêm após os dados divulgados na terça-feira, que mostraram que a atividade económica dos Estados Unidos recuperou inesperadamente em fevereiro, atingindo o valor mais elevado em oito meses.
Face a estes dados o dólar sobe uns ligeiros 0,15% para 0,9405 euros. Já no índice do dólar da Bloomberg, que mede a força da nota verde face a um cabaz de 10 moedas rivais, a divisa norte-americana avança 0,15%.
Ouro negoceia com ligeiros ganhos
O ouro segue a valorizar ligeiramente, depois de ontem ter terminado a sessão no valor mais baixo em seis semanas. Isto num dia em que as atenções estão centradas nas atas da última reunião da Fed. A expectativa dos investidores é que estas ofereçam alguma perspetiva sobre quais os próximos passos da autoridade monetária.
O metal amarelo sobe 0,10% para 1.836,89 dólares por onça, ao passo que a platina soma 0,98% para 956,18 dólares e o paládio cresce 1,96% para 1.497,54 dólares.
As atas da Fed são referentes à última reunião, da qual saiu uma subida das taxas de 25 pontos base, após várias de maior dimensão. Desde então, as mensagens vindas dos vários governadores parecem dividir-se sobre se o próximo aumento deve ou não ser mais robusto.
A subida das taxas tende a prejudicar o ouro, que não remunera juros, tendo a perspetiva de um regresso aos 50 pontos base colocado o metal precioso a perder os ganhos conseguidos em janeiro.
Wall Street abre no verde com investidores de olho nas atas da Fed
As bolsas norte-americanas abriram com ligeiros ganhos, num dia em que os investidores aguardam a divulgação das atas da última reunião de política monetária da Reserva Federal norte-americana (Fed).
O "benckmark" S&P 500 sobe 0,27% para 4.008,15 pontos, enquanto o industrial Dow Jones soma 0,12% para 33.168,47 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite valoriza 0,51% para 11.550,96 pontos.
Do último encontro da Fed saiu uma subida dos juros de referência em 25 pontos base, mas comentários de vários governadores nas últimas semanas têm levado os investidores a ponderar se a autoridade monetária poderá regressar aos 50 pontos base.
Ian Lyngen, do BMO, disse, em declarações à Bloomberg, que considera pouco provável que a Fed acelere a dimensão das subidas, podendo as atas da última reunião ser fulcrais para que o mercado entenda a posição dos decisores. Também Krishna Gucha, do Evercore, afasta a ideia de que o próximo aumento seja de maior dimensão.
Euribor sobe a 12 meses para novo máximo desde dezembro de 2008
A taxa Euribor subiu hoje a três e a 12 meses, no prazo mais longo para um novo máximo desde dezembro de 2008, e desceu a seis meses.
A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou hoje, ao ser fixada em 3,625%, mais 0,047 pontos, um novo máximo desde dezembro de 2008.
Segundo o Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses já representa 43% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável, enquanto a Euribor a seis meses representa 32%.
Após ter disparado em 12 de abril de 2022 para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 05 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril de 2022.
A média da Euribor a 12 meses avançou de 3,018% em dezembro para 3,338% em janeiro, mais 0,320 pontos.
Em sentido contrário, no prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 6 de junho, recuou hoje, para 3,197%, menos 0,028 pontos do que na véspera, contra o novo máximo desde dezembro de 2008, de 3,225%, verificado em 21 de fevereiro.
A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022).
A média da Euribor a seis meses subiu de 2,560% em dezembro para 2,864% em janeiro, mais 0,304 pontos.
A Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, subiu hoje, ao ser fixada em 2,683%, mais 0,001 pontos, depois de ter avançado até 2,703% em 16 de fevereiro, um novo máximo desde janeiro de 2009.
A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses).
A média da Euribor a três meses subiu de 2,063% em dezembro para 2,354% em janeiro, ou seja, um acréscimo de 0,291 pontos.
As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
Na última reunião de política monetária, em 2 de fevereiro, o BCE voltou a subir em 50 pontos base as taxas de juro diretoras, acréscimo igual ao efetuado em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 08 de setembro.
Em 21 de julho, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Lusa
Pressão da política monetária empurra Europa para o vermelho
As principais praças europeias estão a negociar no vermelho, influenciadas pelos índices nova-iorquinos que registaram ontem a maior queda do ano.
A pressionar as bolsas estão preocupações de que uma ainda robusta economia pode pressionar os bancos centrais a manterem as taxas de juro elevadas, ou ainda a realizarem mais subidas dos juros diretores.
O índice de referência do Velho Continente, Stoxx 600, desce 0,51% para 461,4 pontos, com o setor da banca e o setor mineiro a registarem as maiores perdas, acima de 1%.
Entre as empresas a revelarem resultados hoje está a Danone que sobe 1,62% depois das vendas da empresa terem ultrapassado as expectativas dos analistas.
Já o banco britânico Lloyds perde 1,9%, após ter revelado resultados e perspetivas para 2023 abaixo das expectativas dos analistas. O facto de a instituição financeira ter anunciado um programa de recompra de ações no valor de dois mil milhões de libras não chegou para convencer os analistas.
Também a mineira Rio Tinto apresentou resultados abaixo do esperado pelo mercado e anunciou um corte nos dividendos, justificando com a menor procura de metais na China, o que levou a cotada a cair 2,85%.
Depois de um bom início de ano, os índices europeus estão a ceder face à possibilidade de mais aumentos dos juros diretores por parte dos bancos centrais, numa altura em que a inflação permanece elevada.
Ao mesmo tempo, as pressões geopolíticas também não estão a ajudar ao sentimento dos investidores, depois de ontem o presidente russo, Vladimir Putin, ter revelado que a Rússia ia suspender a participação no acordo New START, sobre armas nucleares. Um movimento que o secretário de estado dos Estados Unidos, Anthony Blinken, denominou de "infeliz e irresponsável".
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cede 0,4%, o francês CAC-40 desvaloriza 0,82%, o italiano FTSEMIB recua 0,62%, o britânico FTSE 100 perde 0,72% e o espanhol IBEX 35 caiu 0,9%. Em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 0,61%.
Juros agravam-se na Zona Euro com inflação a aumentar na Alemanha e a descer em Itália
Os juros estão a agravar na Zona Euro, embora de forma ligeira, depois de ter sido divulgada os dados finais da inflação na Alemanha, que aumentou 0,5 pontos percentuais (p.p.) em janeiro para 9,2%. Por sua vez, em Itália, a taxa de inflação final de janeiro registou uma queda em termos de variação mensal de 1,5 p.p. fixando-se em 10,7%
Face a estes dados a "yield" das obrigações alemãs a 10 anos agrava-se 1,5 pontos base para 2,54%, enquanto os juros da dívida italiana avançam 3,6 pontos base para 4,495%.
Em Portugal, os juros da dívida com a mesma maturidade sobem 1,2 pontos base para 3,419%, ao passo que em Espanha somam 1,1 pontos base para 3,522%.
Fora da Zona Euro, no Reino Unido a "yield" das Gilts a dez anos sobe 3,6 pontos base para 3,646%.
Dólar inalterado perto de máximos de mais de um mês
A negociação do par euro dólar está praticamente inalterada, com a moeda norte-americana em máximos de seis semanas apoiada por dados que mostram uma economia dos Estados Unidos ainda robusta, o que poderá levar a Fed a aumentar ainda mais as taxas de juro para baixar a inflação.
Dados divulgados esta terça-feira mostram que a atividade económica recuperou inesperadamente em fevereiro para atingir o valor mais elevado em oito meses. Na Zona Euro, os resultados foram semelhantes, com um máximo de nove meses.
Face a estes dados o dólar sobe uns ligeiros 0,07% para 0,9395 euros. Já o índice do dólar da Bloomberg, que mede a força da nota verde face a dez divisas rivais, avança 0,05% para 104,23 dólares.
"Estamos nesta recuperação do dólar há três semanas. O condutor fundamental, é essencialmente o mercado a reavaliar as subidas da Fed em alta", resumiu o analista Alvin Tan, da RBC Capital Markets, à Reuters.
Ouro estabiliza após tocar mínimo de seis semanas
O ouro está a negociar praticamente inalterado, depois de ontem ter terminado a sessão no valor mais baixo em seis semanas, numa altura em que tem sido penalizado pelas perspetivas de continuação da subida das taxas de juro por parte da Reserva Federal norte-americana.
Uma vez que este metal não rende juros, por norma é penalizado pela política monetária, tendo já eliminado os ganhos de janeiro.
O ouro desliza 0,02% para 1.834,74 dólares por onça.
Os responsáveis da Fed têm-se mostrado divididos relativamente ao caminho a seguir pelo banco central. O presidente da Fed de St. Louis, James Bullard, e a presidente da Fed de Cleveland, Loretta Mester, têm defendido um aumento de 50 pontos base face à elevada inflação. Já o presidente da Fed de Richmond, Thomas Barkin, tem pedido uma subida de 25 pontos, de forma a permitir maior flexibilidade.
Estas opiniões devem ficar mais claras esta quarta-feira com a divulgação das atas referentes á reunião da Fed de janeiro, em que foi decidida uma subida unânime de 25 pontos base.
Petróleo em queda pelo terceiro dia. Gás sobe ligeiramente, mas perto de mínimos de mais de um ano
O petróleo está a negociar com perdas pelo quinto dia consecutivo, estendendo a mais longa de série de perdas este ano.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, com entrega em abril, perde 1,01% para 75,59 dólares por barril. O Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, com entrega no mesmo mês, desvaloriza 0,84% para 82,35 dólares.
A possibilidade de manutenção do aperto da política monetária pela Reserva Federal norte-americana (Fed) para baixar a inflação tem-se sobreposto à robusta retoma da procura por esta matéria-prima na China depois da pandemia.
Os investidores estão esta quarta-feira a aguardar a divulgação das minutas da reunião da política monetária da Fed, à procura de mais pistas de qual será o caminho a seguir pelo banco central.
"As expectativas de uma Fed mais agressiva continuam a subir e a oferecer complicações para o mercado do petróleo", sublinha o analista Warren Patterson, do ING, à Bloomberg. No entanto, a expectativa é de que o mercado aperte na segunda metade do ano, o que poderá os levar os preços a subir, completou o especialista.
No mercado do gás, os futuros seguem a subir ligeiramente pelo terceiro dia consecutivo, com o mercado a esperar maior procura, depois de uma recente queda ter melhorado a rentabilidade desta matéria-prima face ao carvão.
O gás negociado em Amesterdão (TTF) – referência para o mercado europeu – soma 0,99% para 49,75 euros por megawatt-hora, depois de esta terça-feira ter registado o valor mais baixo em 18 meses nos 49,3 euros por megawatt-hora.
Europa deve pintar-se de vermelho. Ásia desce a mínimos de mais de um mês
Os principais índices europeus estão a apontar para um início de sessão em terreno negativo, à semelhança do fecho da sessão desta terça-feira. Isto depois de as bolsas norte-americanas terem registado ontem o pior dia em dois meses, com os investidores a avaliarem a possibilidade de mais subidas das taxas de juro.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 descem 0,2%.
O foco dos investidores deve virar-se hoje para a divulgação das atas da última reunião de política monetária da Reserva Federal norte-americana, nos dias 31 de janeiro e 1 de fevereiro, onde foi decidida uma subida de 25 pontos base das taxas de juro, uma decisão que terá sido tomada de forma unânime.
Na Ásia, a sessão foi negativa pelo segundo dia consecutivo, depois de um salto nos juros do tesouro norte-americano para o valor mais alto este ano, que retirou confiança no mercado acionista, com os investidores a procurarem ativos menos expostos.
O índice agregador das cotadas da região, MSCI Asia Pacific Index, perdeu 1,2% para o valor mais baixo em mais de um mês, com a TSMC e a Samsung a registar as maiores quedas.
"Penso que a maior preocupação, de momento, são as perspetivas relativamente aos resultados das empresas e quanto vão cair a partir daqui... contra a incerteza da probabilidade de uma recessão nos Estados Unidos", completou.
No Japão, o Nikkei desceu 1,3% e o Topix perdeu 1,1%. Na China, Xangai cedeu 0,3%, enquanto o tecnológico Hang Seng recuou 0,5%. Por fim, na Coreia do Sul o Kospi desvalorizou 1,3%.