Notícia
Europa cai com aumento de restrições anti-covid. Juros de Itália em máximos com crise política
Acompanhe aqui o dia nos mercados.
Bolsas europeias em queda com aumento de restrições covid a aumentar
Os principais índices da Europa terminaram em queda, depois de o Reino Unido ter alertado que o atual confinamento poderia durar até ao verão, numa altura em que a maioria dos países da Zona Euro está a apertar as restrições.
O índice Stoxx 600 perdeu 0,6%, com o setor de turismo a lideras as quedas (-2,5%), pressionado pelo comunicado do primeiro ministro britânico, Boris Johnson.
Também o setor da banca (-1,9%) e de extração de minério (-1,7%) viram as suas ações perderem força nesta sessão.
No setor de tecnologia, as fabricantes de "chips" caíram depois de a norte-americana Intel ter dito que iria começar a fabricar os seus próprios "chips" a partir de 2023.
O único setor que valorizou foi o farmacêutico (+0,3%) com empresas como a AstraZeneca e a Novartis a terem um dia positivo.
Petróleo cai com procura ameaçada em todo o mundo
Os preços do petróleo estão a cair, em linha com a subida recente do do dólar face a um cabaz de moedas rivais, numa altura em que a procura pela matéria-prima está a ser ameaçada desde Nova Iorque até Hong Kong.
O Brent - que é negociado em Londres e serve de referência para Portugal - desvalorizou 0,98% para os 55,55 dólares por barril e o norte-americano WTI (West Texas Intermediate) perdeu 0,94% para os 52,53 dólares.
A perspectiva de curto prazo para o consumo de petróleo permanece precária, com partes de Hong Kong a confinar, as restrições no Reino Unido e os níveis de tráfego da cidade de Nova Iorque a diminuir em relação ao mês anterior.
Ouro perde com ascensão do dólar
O metal amarelo está a descer 0,80% para os 1.855,12 dólares por onça, contando a terceira queda consecutiva na semana. Ainda assim, o ouro deverá terminar estes cinco últimos dias com uma valorização de quase 1,5%, contrariando a tendência negativa das duas semanas anteriores.
O metal precioso está a perder num dia mais vitorioso para o dólar, um ativo refúgio com o qual habitualmente concorre. As ações e as matérias-primas estão em declínio num dia em que as restrições para combater a pandemia de coronavírus contribuem para o pessimismo. Esta sexta-feira foi noticiado que Hong Kong deverá optar por implementar medidas de confinamento pela primeira vez.
Juros de Itália a 10 anos escalam para máximo de mais de dois meses
Os juros das dívidas públicas dos países que integram a Zona Euro apresentam uma tendência de agravamento na última sessão desta semana, refletindo a apreensão dos investidores quanto ao impacto do agravamento da situação sanitária no continente europeu.
Por outro lado, e a adensar os receios dos investidores, foram entretanto conhecidas as atualizações do índice PMI que mostrou que o setor dos serviços continua a contrair, isto apesar de a produção industrial ter crescido em linha com as estimativas dos analistas.
Mas é no caso da dívida italiana que se observam maiores subidas, o que acontece numa altura em que o cenário de crise política não só não foi afastado pelo voto de confiança que o primeiro-ministro Giuseppe Conte obteve nas duas câmaras do parlamento transalpino, como admitido pelo próprio líder do Governo.
Numa altura em que passou a liderar um Executivo que já não conta com apoio parlamentar maioritário na sequência da demissão de dois ministros do partido de Matteo Renzi, Conte admitiu como cenário possível a realização de eleições antecipadas, o que deixaria Itália a braços com potenciais dificuldades na formação do próximo executivo precisamente a meio de uma pandemia e no momento em que é necessário fazer a bazuca financeira europeias disparar.
Assim, a "yield" associada às obrigações de dívida italiana com maturidade a 10 anos sobe 7,1 pontos base para 0,754%, a terceira subida seguida que coloca a taxa de juro neste prazo em máximos de 11 de novembro.
Também a subir mas de forma menos acentuada, a taxa de juro correspondente aos títulos de dívida soberana de Portugal com prazo a 10 anos agrava-se 0,2 pontos base para 0,073%, uma subida que apesar de ligeira mantém a "yield" portuguesa em máximos de 2 de dezembro.
Em sentido inverso e a beneficiar da aposta dos investidores em ativos considerados mais seguros numa altura em que aumenta o receio quanto ao impacto económico da crise pandémica, a "yield" referente às obrigações alemãs a 10 anos recua 1,6 pontos base para 0,514%.
Libra cai com eventual confinamento até ao verão
Depois de Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, ter admitido que o terceiro confinamento decretado no Reino Unido poderá estender-se até ao verão, a pressão sobre a libra esterlina intensificou-se face à perceção negativa que já se verificava nos mercados cambiais na sequência da divulgação de indicadores económicos negativos para a economia britânica.
A libra segue assim a perder acima de 0,5% contra o euro. A moeda única europeia também está a valorizar face ao dólar pelo segundo dia seguido, registando nesta altura uma subida de 0,12% para 1,1278 dólares, o que significa que transaciona em máximos de 13 de janeiro em relação à divisa norte-americana.
Wall Street cai de máximos com resultados e covid a pressionarem
Os três maiores índices de Wall Street abriram em queda nesta sexta-feira, com os resultados empresariais e o aumento de casos de covid-19 a aumentarem em todo o mundo.
Por esta altura, o Dow Jones cai 0,67% para os 30.968,31 pontos, enquanto que o S&P 500 caiu 0,46% para os 3.835,31 pontos. Já o Nasdaq Composite cai 0,31% para os 13.488,81 pontos.
Entre as empresas, a IBM cai cerca de 8% e está a ter um dos piores desempenhos do dia no Dow Jones depois de ter falhado as expectativas de resultados referentes ao último trimestre do ano passado, devido a uma rara quebra nas vendas de software.
O S&P 500 e o Nasdaq Composite terminaram o dia de quinta-feira em máximos recorde, graças ao otimismo em torno do pacote de ajuda orçamental de Joe Biden para atacar a pandemia. Desde as eleições, o S&P já valorizou cerca de 14%.
Nesta sexta-feira, o comité do Senado de Finanças vai votar a nomeação de Janet Yellen para secretária do Tesouro, com os investidores atentos.
Bolsas europeias em queda com contração de indicadores económicos na região
As bolsas do "velho continente" estão todas em queda com a contração dos indicadores do PMI, que medem o pulso à saúde da economia na região, e ainda afetados pelo discurso de Christine Lagarde, líder do BCE, que apontou a uma numa recessão económica no quarto trimestre do ano passado.
O índice Stoxx 600 - que reúne as 600 maiores cotadas da região - perde 0,63% para os 108,32 pontos, com o setor da banca e da energia a liderar as perdas.
Os investidores estão atentos também ao desenvolvimento do quadro sanitário, com o número de novos casos de covid-19 em todo o mundo a dispararem. As novas restrições voltaram a apertar desde o Reino Unido, a Alemanha até Hong Kong.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse mesmo que o novo confinamento poderia durar até ao verão, enquanto que a chanceler alemã, Angela Merkel, já tinha alertado que as restrições poderiam durar mais dez semanas.
Ontem, Lagarde apostou num tom mais cauteloso nas previsões económicas para o último trimestre do ano passado e deixou ainda no ar a hipótese de abrandar o ritmo de compras de ativos na reunião de ontem, caso a situação venha a melhorar.
O índice do PMI da zona euro registou uma queda de 49,1 em dezembro para os 47,5 em janeiro deste ano. O patamar dos 50 pontos divide contração de expansão. Esta nova queda resulta das restrições impostas em todo o continente e era expectável pelos analistas, como refere, numa nota, o ING.
Ouro em queda pelo segundo dia
O ouro está a negociar em queda pela segunda sessão consecutiva, depois de o presidente dos Estados Unidos ter revelado o seu plano de combate à pandemia, que implica um grande pacote de estímulos.
Joe Biden revelou uma estratégia nacional para combater o coronavírus, ao mesmo tempo em que emitia um alerta de que a pandemia deverá vitimar mais 100.000 pessoas no país no próximo mês.
Na frente dos estímulos, o principal conselheiro económico de Biden, Brian Deese, planeia reunir-se com um grupo bipartidário nos próximos dias para discutir o plano do governo, já que o montante de 1,9 biliões de dólares atrai crescente oposição do Partido Republicano.
O ouro cai 0,43% para 1.862,07 dólares.
Juros portugueses em máximos de mais de dois meses
Os juros das obrigações portuguesas estão a prolongar o agravamento registado na sessão de ontem, seguindo no valor mais elevado em mais de dois meses.
Depois da reunião do BCE de ontem, as yields da dívida soberana na Europa registaram fortes subidas devido aos receios dos investidores de que o BCE possa desacelerar as medidas de estímulo, dando menos suporte ao mercado de obrigações.
Isto porque, apesar de Christine Lagarde ter afirmado que a economia europeia terá registado nova contração no quarto trimestre, no comunicado o BCE admite que o programa de compra de ativos poderá não ser utilizado na totalidade "caso se mantenham as condições financeiras favoráveis".
Nesta altura, a yield associada às obrigações portuguesas a dez anos sobe 0,3 pontos para 0,073%, depois de ter tocado no valor mais alto desde 16 de novembro. Em Espanha o agravamento é de 0,6 pontos para 0,129% e na Alemanha, pelo contrário, os juros descem 1 ponto base para -0,508%, com a dívida do país a beneficiar do estatuto de ativo seguro.
Dólar sobe pela primeira vez em cinco sessões
O dólar, que tem sido fortemente penalizado pela perspetiva de mais estímulos à economia, está hoje a valorizar beneficiando da procura dos investidores por ativos de refúgio, depois de uma série de quatro sessões consecutivas de quedas. O índice que mede o desempenho da moeda dos Estados Unidos face às principais congéneres perde 0,13%.
No que respeita à maior moeda digital, deverá completar hoje a sua pior semana desde março do ano passado. A Bitcoin caiu hoje abaixo dos 30 mil dólares, lançando novas dúvidas sobre a sustentabilidade do recente rally. Recorde-se que a moeda virtual disparou para um recorde de quase 42 mil dólares a 8 de janeiro, mas a negociação foi desde sempre marcada por uma forte volatilidade.
Nesta altura cai 1,98% para 30.597,73 dólares.
Petróleo cai com fracas perspetivas de procura
O petróleo está a negociar em queda nos mercados internacionais, devido às fracas perspetivas de recuperação da procura e à subida do dólar, que retira atratividade às matérias-primas denominadas nesta moeda.
Em Nova Iorque, o crude desliza 1,13% para 52,53 dólares, enquanto em Londres o Brent cai 0,96% para 55,56 dólares.
Os investidores estão novamente focados na disseminação da covid-19 e nas medidas que estão a ser impostas para travar os contágios, afastando-se hoje de ativos de maior risco e procurando "abrigo" nos chamados ativos de refúgio como é o caso da divisa dos Estados Unidos.
Ações europeias em queda com regresso da fuga ao risco
Os futuros das ações da Europa e dos Estados Unidos estão em queda esta sexta-feira, 22 de janeiro, depois de Wall Street ter renovado máximos históricos na sessão de ontem, devido ao otimismo em torno dos novos estímulos à economia.
Hoje, as ações devem corrigir parte dos ganhos, com os receios em torno das novas restrições para conter a covid-19 a minarem a confiança dos investidores.
Os futuros do Euro Stoxx 50 descem 0,5%, enquanto os do S&P 500 deslizam 0,3%.
Na sessão asiática, o japonês Topix desceu 0,2%, o chinês Shanghai Composite perdeu 0,4% e o Kospi da Corei do Sul desvalorizou 0,6%.
Também o Hng Seng de Hong Kong caiu 1,4%, depois de notícias de que uma parte da cidade será alvo de novo confinamento para travar os contágios.
"As manchetes em Hong Kong geraram um movimento de fuga ao risco nos mercados", disse Mingze Wu, corretor de câmbio do StoneX Group em Singapura. "Agora que a festa acabou com a posse de Joe Biden, estamos novamente a olhar para a realidade, com a disseminação do vírus a dominar as manchetes".