Notícia
Bolsas, euro, petróleo e ouro regressam aos ganhos. Juros sobem com apetite pelo risco
Acompanhe aqui o dia dos mercados.
Bolsas europeias em alta, à espera do BCE
As bolsas europeias encerraram em alta nesta quarta-feira, a recuperarem do golpe decorrente da suspensão dos testes da vacina da AstraZeneca contra a covid-19.
O Stoxx600, índice que agrega as 600 maiores cotadas do Velho Continente, encerrou a somar 1,62% para 369,65 pontos.
As tecnologias estiveram entre os melhores desempenhos do dia, a somar 2,2% agregadamente, depois de ontem terem sido alvo de um sell-off.
Os títulos mais defensivos, como as "utilities", telecomunicações e cuidados de saúde a subiram mais de 1%. Já os setores das viagens e lazer, bem como do automóvel, cederam terreno.
A farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca foi uma das cotadas que mais pressionou o Stoxx600 na abertura da sessão, depois de ontem à noite ter sido avançado que a fase 3 da sua vacina contra a covid-19 foi suspensa.
A empresa suspendeu os seus testes devido a uma reação adversa de um participante no ensaio no Reino Unido. A AstraZeneca tinha valorizado nas duas primeiras sessões da semana, depois de ter dito que a vacina contra o coronavírus que está a desenvolver com a britânica GlaxoSmithKline poderá custar menos de 10 euros. Esta vacina tem sido vista como uma das principais candidatas a chegar ao mercado.
Apesar de estas suspensões serem comuns, podendo não ser de longa duração, o certo é que a notícia afetou a confiança económica global, sublinhou à Reuters um estratega do Rabobank, Michael Every.
Precisamente por se tratar de um revés que não é invulgar, a AstraZeneca acabou por conseguir inverter das quedas e fechar a sessão com uma subida de 0,46%.
A sustentar as bolsas na sessão de hoje esteve especialmente a expectativa perante a reunião de amanhã do Banco Central Europeu, já que se fala da possibilidade de se voltar a baixar as taxas de juro ainda este ano.
As principais praças da Europa Ocidental fecharam todas no verde, com o índice alemão Dax a destacar-se com uma subida de 2,07%.
Já o índice britânico FTSE valorizou 1,39% e o parisiense CAC-30 avançou 1,40%.
Em Madrid o Ibex subiu 0,95% e em Amesterdão o AEX ganhou 2,08%. Já a bolsa de Atenas pulou 0,61%.
Juros sobem na Zona Euro
Com o forte apetite pelo risco da parte dos investidores, refletido nos ganhos dos mercados acionistas, as obrigações soberanas foram penalizadas esta quarta-feira, e consequentemente, os juros subiram.
A yield associada às obrigações portuguesas a dez anos subiu 0,3 pontos para 0,356%, no dia em que o IGCP garantiu a segunda taxa mais baixa de sempre para se financiar nesta maturidade: o instituto que gere a dívida nacional emitiu 964 milhões de euros em títulos com maturidade em 18 de outubro de 2030 (10 anos), com uma yield de 0,329%.
O IGCP colocou também 247 milhões de euros em títulos com maturidade em 15 de fevereiro de 2045 (25 anos) com uma yield de 1,045%.
Na Alemanha, os juros a dez anos subiram 3,2 pontos para -0,465%.
Petróleo regressa aos ganhos mas persistem receios em torno da procura
As cotações do "ouro negro" seguem em terreno positivo nos principais mercados internacionais.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em outubro avança 2,97% para 37,85 dólares por barril – depois de ontem de caído para mínimos de 25 de junho.
Já o contrato de novembro do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, regista uma valorização de 1,91% para 40,54 dólares.
A sustentar o movimento de subida estão os cortes de oferta da Organização dos Países Exportadores de petróleo e seus aliados (o chamado grupo OPEP+), mas os receios de uma nova queda da procura continuam no horizonte, numa altura em que os novos casos de infeção por covid-19 ressurgem em força nalguns países.
A valorização das bolsas na sessão de hoje está também a dar algum impulso aos preços do crude, depois do sell-off de terça-feira.
Ouro avança com ajuda...da AstraZeneca
O metal amarelo segue a valorizar esta quarta-feira beneficiando de um impulso pouco comum: a farmacêutica AstraZeneca.
Os problemas nos testes da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica anglo-sueca levam os investidores a buscar ativos de refúgio, apostando no ouro. Adicionalmente, a ligeira queda do dólar também dá força ao metal precioso.
O preço da onça de ouro a pronto (spot) no mercado londrino avança 0,70%, para os 1.945,50 dólares.
Os ganhos do metal amarelo são acompanhados pela prata (que sobe 0,29%), cobre (0,60%) e, principalmente, pela platina, que sobe 2,07%.
Euro avança animado pelo BCE
A moeda única europeia prepara-se para pôr fim a seis sessões consecutivas a ceder terreno face à divisa norte-americana.
O euro avança 0,29%, para cotar nos 1,1812 dólares, animado por declarações de membros do "board" do Banco Central Europeu (BCE) sugerindo que não serão necessários estímulos monetários adicionais face à recuperação da economia da Zona Euro.
O BCE reúne esta quinta-feira, sendo aguardado com expectativa o tom da mensagem que Christine Lagarde transmitirá.
Já a libra esterlina continua a sofrer com a posição de Londres de retificar unilateralmente o acordo para a saída do Reino Unido da UE (Brexit).
O euro valoriza 0,17% perante a divisa britânica, para as 0,9088 libras.
Bolsas dos EUA sobem após selloff
As bolsas dos Estados Unidos estão a negociar em alta esta quarta-feira, depois do selloff que arrasou Wall Street na sessão de ontem, com destaque para as tecnológicas.
Nesta altura, o Nasdaq valoriza 1,69% para 11.036,63 pontos, depois de ter perdido mais de 4% na terça-feira, com os investidores a questionarem-se se as cotadas da tecnologia não estarão sobrevalorizadas.
Já o S&P500 e o Dow Jones, que caíram mais de 2% na última sessão, estão a ganhar, respetivamente, 1,29% para 3.374,63 pontos e 0,89% para 27.739,30 pontos.
"Um revés como o que vimos nas ações do Nasdaq nos últimos dias já era esperado", escreveram os estrategistas do Commerzbank numa nota aos clientes, citando avaliações excessivas. "No entanto, os impulsionadores do rally continuam no lugar. Acreditamos que o recente revés surgirá como uma oportunidade de compra para o desempenho de final de ano".
Entre as cotadas que estão a recuperar terreno destacam-se as fabricantes de semicondutores e hardware, como a Advanced Micro Devices, que avança 2,81% para 80,90dólares, tal como a Apple, que valoriza 3,51% para 116,78 dólares.
Os ganhos estendem-se ainda à Tesla, que sobe 6,98% para 353,265 dólares, depois de ter desvalorizado 21% na sessão de ontem, a sua maior queda de sempre.
Libra cai para mínimo de julho
A libra continua a trajetória descendente, que já mantém há seis sessões consecutivas. Esta quarta-feira, o deslize é de 0,31% para os 1,2942 dólares, e a moeda britânica já tocou um mínimo de 29 de julho.
Esta divisa tem sofrido desde que a União Europeia e o reino Unido retomaram as negociações quanto ao Brexit, um diálogo que preocupa dadas as fracas perspetivas de que resulte num acordo para as futuras relações comerciais. Paralelamente, as terras de sua Majestade preparam-se para apertar as restrições relacionadas com a covid-19, o que também não augura um bom futuro económico.
Na mesm linha, a moeda única europeia também perde o braço de ferro com o dólar, na véspera de mais uma reunião do Banco Central Europeu. O euro desce 0,05% para os 1,1772 dólares.
Petróleo inverte em força
O barril de Brent, negociado em Londres e referência para a Europa, abandonou o caminho descendente para envergar em força pelo verde, com uma subida de 1,03% que o traz de volta acima da fasquia dos 40 dólares – posiciona-se nos 40,19 dólares.
Nos Estados Unidos, o "irmãos" West Texas Intermediate junta-se no ritmo, ao subir 1,25% o que, neste caso, não é suficiente para ultrapassar a marca dos 40 dólares, ficando-se pelos 37,22 dólares.
As subidas acontecem depois de estes barris terem fechado com quebras superiores a 5% e a 7%, respetivamente, mostrando agora uma tend~encia de recuperação.
esta quarta-feira, a associação comercial norte-americana American Petroleum Institute (API) vai revelar os dados dos stocks de crude na semana passada. No dia seguinte será a vez de serem conhecidos os dados oficiais da Administração de Informação em Energia (IEA, na sigla original, que está sob a tutela do Departamento norte-americano da Energia), que divulga os níveis dos inventários de crude dos EUA, bem como os stocks de destilados e gasolina.
Europa vai buscar músculo ao BCE
Numa altura em que os mercados mostravam a sua debilidade, e depois de uma sessão dura de perdas que se verificou na terça-feira, a Europa já se recompôs. Mais uma vez, o remédio parece estar no banco central.
O índice que grega as 600 maiores cotadas do Velho Continente, o Stoxx600, ganha 0,78% para os 366,59 pontose faz-se rodear das principais praças no verde. Madrid e Paris avançam mais de 0,5%, mas Londres e Amesterdão conseguem mesmo furar o patamar do 1%.
O entusiasmo é renovado enquanto os mercados estão à espera de sinais do Banco Central Europeu, decorrentes da reunião desta quinta-feira, acerca da possibilidade de se voltar a baixar as taxas de juro ainda este ano.
Desta forma, os receios em relação ao atraso no desenvolvimento da vacina da AstraZeneca, que parou o testes depois de um paciente ter adoecido, são deixados para trás pelos investidores.
Juros descem pela segunda sessão em dia de leilão
A subida das bolsas não está a afastar os investidores do mercado de obrigações soberanas da Europa, com os investidores confiantes que o BCE vai amanhã sinalizar que irá até ao final do ano reforçar o seu programa de compra de ativos.
A taxa das obrigações alemãs a 10 anos desce 1 ponto base para -0,506%, situando-se já abaixo da taxa de depósitos do BCE (-0,5%) e na segunda sessão a cair.
A yield das obrigações portuguesas a 10 anos cede 2,7 pontos base para 0,326% no dia em que o IGCP vai realizar um duplo leilão de dívida de longo prazo que deverá voltar a confirmar o apetite dos investidores por dívida nacional. Portugal vai voltar hoje ao mercado, para um duplo leilão de obrigações do Tesouro a 10 e 25 anos, com o objetivo d arrecadar até 1.250 milhões de euros.
Ouro desce pela terceira sessão
As quedas são ligeiras, mas o ouro está hoje a recuar já pela terceira sessão consecutiva, numa altura em que o dólar está a recuperar parte do terreno perdido nas últimas semanas e as bolsas voltam a subir, sinalizando uma aposta dos investidores nos ativos de maior risco.
O ouro está a descer 0,06% para 1.930,95 dólares a onça, numa altura em que o foco dos investidores está na reunião de amanhã do BCE e no desenvolvimento da vacina contra a covid-19.
A farmacêutica AstraZeneca suspendeu os testes da fase final da vacina que está a desenvolver contra a covid-19, em parceria com a Universidade de Oxford, após uma suspeita de reação adversa séria num participante do estudo. A informação foi avançada na noite de terça-feira pelo 'site' de informação especializado em saúde Stat News e depois confirmada pela própria farmacêutica, num comunicado enviado ao canal televisivo norte-americano CNN.
EDP impulsiona PSI-20
A bolsa nacional abriu em alta, com o principal índice, o PSI-20, a valorizar 0,16% para os 4.267,75 pontos.
Na Europa, o sentimento é igualmente positivo, numa altura em que os investidores se questionam se as recentes quebras representam uma correção ou se serão sinal de uma nova derrocada. A travar um maior ímpeto estão as notícias de que os testes à vacina da AstraZeneca, uma das mais avançadas, vão agora ser interrompidos, depois de terem deixado doente um dos indivíduos que a experimentou.
Em Lisboa, os pesos pesados EDP e EDP Renováveis afirmam-se no verde, permitindo uma sessão ganhadora. A elétrica liderada por Miguel Stilwell avança 0,62% para os 4,20 euros e a subsidiária de energias limpas soma 1,18% para os 13,70 euros. estas cotadas posicionam-se, respetivamente, nos terceiro e segundo lugares do pódio.
Ainda a inclinar a balança para o positivo estão a Jerónimo Martins e a Galp, que apreciam 0,14% para os 13,88 euros e 0,07% para os 8,81 euros.
Já a põr o pé no travão está o BCP, que cede 0,43% para os 9,37 cêntimos. De acordo com o analista Ulisses Pereira, o "mau momento do BCP em bolsa, ao contrário do passado, tem a ver com todo o sector bancário" e sublinha que "apenas com a ruptura da resistência entre os 11 e os 12 cêntimos, o BCP dará um sinal de força".
(Notícia atualizada às 08:26)
Medo de atraso na vacina abranda bolsas
Os títulos acionistas voltam a ganhar tração mas com languidez, depois de um dia de perdas duras em Wall Street e face a novas dúvidas quanto ao lançamento de uma vacina para a covid-19.
Esta terça-feira, o primeiro dia da semana para o mercado norte-americano já que segunda-feira foi feriado, os futuros do S&P500 apresentam uma recuperação ligeira. Ontem, as ações das tecnológicas voltaram a deslizar em força: o índice Nasdaq afundou mesmo 5%. Na Ásia a sessão também foi de perdas, embora menos acentuadas que do outro lado do Pacífico. Tanto o japonês Topix como o Hang Seng de Hong Kong caíram perto de 1%, o compósito de Xangai desceu 1,4% e na Austrália a quebra foi acima de 2%. Hoje, aqui na Europa, as agulhas apontam para uma ligeira queda.
A desmotivar os investidores estão as notícias de que a AstraZeneca vai fazer uma pausa nos testes à sua vacina, depois de um dos participantes ter adoecido. De momento, a questão é se as quebras no mercado são um sinal de saúde e uma correção devida, ou o mote para mais uma hecatombe.
"Não sabemos exatamente se isto é o fundo, pode haver mais volatilidade", afirmou a presidente da Pence Wealth Management, em declarações à Bloomberg.