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Dúvidas sobre eficácia das medidas de estímulo na China pressionam Europa
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta quarta-feira.
Dúvidas sobre eficácia das medidas de estímulo na China pressionam Europa
O otimismo derivado das medidas de estímulo anunciadas pelo governo chinês e que deram dois dias de ganhos aos principais índices desvaneceram-se esta quarta-feira, com os investidores a levantarem dúvidas da sua eficácia, levando a quedas em quase todas as praças do bloco.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, cedeu 0,11% para 519,14 pontos, com o setor de petróleo e gás e o automóvel a pressionarem com uma queda superior a 1%. O primeiro foi penalizado por uma queda também de mais de 1% dos preços do petróleo. Pela positiva o setor industrial e das viagens somaram cerca de 0,5%.
Os investidores dividem-se na interpretações nas medidas anunciadas por Pequim. O ponto essencial é compreender se os estímulos serão suficientes para beneficiar as empresas europeias que mais têm sofrido com o abrandamento da economia chinesa.
Por um lado, os analistas do Citigroup e do Barclays acreditam que o mais recente alívio da política monetária, a reavaliação do custo dos créditos da casa e o atual momento positivo do mercado acionista poderá também gerar otimismo em torno dos títulos de empresas cíclicas europeias. Por outro lado, os estrategas do Goldman Sachs argumentam que estes fatores não são suficientes para gerar alterações significativas no atual momento destas companhias.
"As famílias mais ricas da China beneficiarão da descida das taxas de juro, mas não tenho a certeza de que seja suficiente para mudar fundamentalmente a sorte das empresas europeias", acrescentou Guy Miller, "chief market strategist" da Zurich.
Entre os principais movimentos de mercado, a SAP caiu 2,44%. A empresa de desenvolvimento de software alemã está a ser investigada nos Estados Unidos por uma alegada manipulação de preços.
Já a Valmet Oyj pulou quase 12%, depois de a empresa finlandesa de engenharia ter fechado um negócio num valor superior a mil milhões de euros no Brasil.
Juros agravam-se na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas do bloco europeu agravaram-se esta quarta-feira, num dia em que os investidores estiveram a avaliar o futuro da política monetária pelo Banco Central Europeu e pelo Banco de Inglaterra.
A "yield" da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, avançou 4,6 pontos base para 2,744%, enquanto a rendibilidade da dívida espanhola somou 4,3 pontos para 2,972%.
Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa registou um acréscimo de 5 pontos base para 2,963%, enquanto os juros da dívida italiana somaram 4,5 pontos base para 3,521%.
Já a "yield" da dívida alemã, referência para a região, agravaram-se em 2,6 pontos, para 2,171%.
Por outro lado, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, subiram 4,9 pontos base para 3,988%.
Dúvidas sobre medidas de estímulo na China pressionam petróleo
Os preços do petróleo estão a desvalorizar mais de 1% esta quarta-feira, com os investidores a reavaliarem se o pacote de medidas de estímulo anunciado pelo governo chinês poderá vir a impulsionar a economia e a aumentar o consumo de crude por parte do maior importador do mundo.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, recua 1,48% para 70,5 dólares por barril. Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, cai 1,2% para 74,27 dólares.
Apesar da queda, os dados mais recentes sobre os "stocks" de crude nos Estados Unidos, divulgados pela Administração de Informação em Energia (IEA, na sigla original), que mostraram uma descida na semana passada, acima das expectativas do mercado está a limitar maiores quedas.
"Persistiram preocupações de que seria necessário mais apoio orçamental para aumentar a confiança na economia chinesa. Esta incerteza levantou dúvidas sobre o crescimento sustentado da procura, pesando sobre os preços do petróleo", explicou à Reuters George Khoury, diretor do CFI Financial Group.
Dólar recupera de minímos de mais de um ano face ao dólar
O dólar está a valorizar face ao euro, depois de ter estado ainda esta quarta-feira a negociar em mínimos de 14 meses face à moeda única europeia, com o mercado a aumentar as expectativas de outro corte de juros de grande dimensão pela Reserva Federal em novembro.
O dólar soma 0,11% para 0,9855 euros. Já face à divisa chinesa a "nota verde" ganha 0,73% para 144,28 yuans, com o otimismo em torno das medidas de estímulo à economia chinesa apresentadas ontem a desaparecer.
Já o índice do dólar – que mede a força da divisa norte-americana em relação a um leque de outras moedas – avança 0,03% para 100,5 dólares.
Ouro segue em alta à boleia de novas expectativas de corte de juros pela Fed
Os preços do ouro seguem a negociar em alta, depois de durante a manhã desta quarta-feira terem alcançado novos máximos históricos nos 2.670,57 dólares por onça.
A sustentar o mais recente aumento dos preços do metal estão dados ontem divulgados que mostraram a maior descida da confiança do consumidor nos EUA dos últimos três anos, o que levou os "traders" a aumentar as expectativas de cortes de juros pela Fed para mais de 75 pontos base até ao final do ano.
A esta hora, o ouro soma 0,36% para 2.666,62 dólares por onça,
O ouro valoriza perto de 30% este ano, ao passo que a prata assinala um crescimento de 34%, com o "rally" a ganhar maior ímpeto após o corte de juros pela Reserva Federal na semana passada.
Wall Street sem tendência definida. S&P 500 e Dow Jones ainda alcançam novo recorde
Os principais índices em Wall Street abriram com ganhos ligeiros esta quarta-feira, mas estão agora a negociar sem tendência definida depois dos últimos dias positivos que têm visto o S&P 500 e o Dow Jones alcançarem consecutivos máximos históricos.
Os investidores seguem a avaliar um relatório divulgado na terça-feira que mostrou uma forte queda da confiança do consumidor nos Estados Unidos, a maior em três anos. Este indicador levanta novas questões sobre a saúde do mercado laboral, um dos pontos que tem sido levantado pela Fed como um dos principais riscos de manter as taxas de juro em níveis elevados durante demasiado tempo.
O S&P 500 soma 0,06% para 5.736,27 pontos. Na abertura de hoje chegou a alcançar um novo recorde nos 5.739,24 pontos. Ontem foi a 41.ª sessão em máximos de fecho só este ano.
Também o Dow Jones cede 0,02% para 42.198,64 pontos. O índice industrial atingiu, durante a sessão, os 42.299,64 pontos - um recorde absoluto. Por sua vez, o Nasdaq Composite avança 0,1% para 18.092,65 pontos.
"Estou compradora deste 'rally' até que os pedidos de subsídio de desemprego comecem a aumentar, até que os lucros comecem a diminuir e até que o crescimento económico seja um problema. E penso que vamos assistir a um mercado realmente volátil entre as narrativas de crescimento e de abrandamento até essa altura", afirmou à CNBC Lauren Goodwin, estratega-chefe da New York Life Investments.
Entre os principais movimentos de mercado, a Apple perde 0,64%, depois de ter sido divulgado que as vendas de telemóveis de marcas estrangeiras na China caiu em agosto. Também a KB Home cai 3,97%, depois de os resultados no terceiro trimestre da construtora terem ficado aquém das expectativas dos analistas.
Europa no vermelho com estímulo chinês a perder gás
As bolsas europeias arrancaram a sessão desta quarta-feira no vermelho, numa altura em que os investidores avaliam a sustentabilidade do mais recente "rally" das bolsas chinesas e digerem dados económicos desapontantes na Zona Euro.
O Stoxx 600, "benchmark" para a região, desvaloriza 0,14% para 518,99 pontos, com a maioria dos setores a negociar em terreno negativo. O quer mais perde, a esta hora, é o setor tecnológico, seguido do alimentar e do "oil & gas", numa altura em que os preços do petróleo encontram-se a corrigir das mais recentes valorizações.
O setor tecnológico está a ser pressionado pelo desvalorização da SAP, uma empresa de desenvolvimento de software alemã. A tecnológica está a ser investigada nos EUA por uma alegada fixação de preços e os investidores estão a castigar as ações da empresa, que afundam 3,65% para 199,30 euros.
Já a Valmet Oyk encontra-se a disparar 9,93% para 27,78 euros, depois da empresa finlandesa de engenharia ter fechado um negócio no valor de mil milhões de euros no Brasil.
A atenção dos investidores centra-se agora na vitalidade económica dos EUA e da Zona Euro, depois de esta semana terem sido revelados dados económicos desapontantes nas duas regiões. A confiança dos consumidores norte-americanos caiu para o valor mais baixo desde agosto de 2021 em setembro, enquanto o índice de gestores de compras na Zona Euro aponta para uma atividade económica mais fraca tanto nos serviços como na indústria transformadora.
"Esta combinação de estímulos da China com uma Fed [Reserva Federal norte-americana] mais ‘dovish’ é uma boa combinação para o mercado acionista", afirmou Elias Haddad, estratega da Brown Brothers Harriman, à Reuters. "No entanto, se a desaceleração económica na Zona Euro for tão severa como apontam estes dados, as ações europeias vão ser pressionadas", acrescentou.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX subtrai 0,44%, o francês CAC-40 cai 0,44%, o italiano FTSE MIB perde 0,03%, o britânico FTSE 100 retrai 0,04% e o espanhol IBEX 35 recua 0,17%. Em Amesterdão, o AEX regista um decréscimo de 0,29%.
Juros aliviam na Zona Euro, em dia de emissão de dívida pela Alemanha e Itália
Os juros das dívidas soberanas do bloco europeu encontram-se, maioritariamente, a aliviar esta quarta-feira, num dia marcado por emissões de dívida por parte da Alemanha e da Itália, enquanto Portugal vai avançar com uma troca de obrigações.
A "yield" da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, mantém-se estável nos 2,697%, enquanto a rendibilidade da dívida espanhola diminui 0,1 pontos para 2,928%.
Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa regista um decréscimo de 1,2 pontos base para 2,901%, enquanto os juros da dívida italiana recuam 0,5 pontos base para 3,471%.
Já as "yields" da dívida alemã, referência para a região, são as únicas que se encontram a agravar, crescendo 0,4 pontos, para 2,149%.
Por outro lado, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, aliviam 0,4 pontos base para 3,935%.
Euro e renminbi aproximam-se de máximos de mais de um ano
O euro encontra-se a negociar em alta em relação ao dólar, aproximando-se de máximos de 13 meses, apesar de os dados económicos mais recentes reforçarem a possibilidade de um novo corte nas taxas de juro por parte do Banco Central Europeu (BCE) já em outubro.
A moeda única valoriza 0,06% para 1,1187 dólares e também se encontra a ganhar terreno em relação às suas principais rivais, como o iene e a libra. Já o índice do dólar – que mede a força da divisa norte-americana em relação a um leque de outras moedas – recua 0,05% a esta hora, pressionado ainda pela desvalorização em relação ao renminbi.
A divisa chinesa encontra-se a negociar em máximos de mais de um ano, ao valorizar 0,12% para 0,1424 dólares. O renminbi está a ser impulsionado pelo mais recente pacote de estímulos aprovado pelo banco central chinês, que pretende revitalizar a economia e levou a um "rally" das bolsas do país.
"A julgar pela reação do mercado financeiro, as medidas acabaram por ser maiores do que as expectativas do mercado", afirmou Carol Kong, estratega cambial do Commonwealth Bank of Australia, observando que este pacote acabou por beneficiar moedas com uma forte ligação à China, como é o caso do dólar australiano e neozelandês (ambos atingiram máximos de vários meses esta quarta-feira).
Pela quarta sessão consecutiva, ouro atinge máximos históricos
O ouro continua a brilhar no mercado internacional e, pela quarta sessão consecutiva, atingiu máximos históricos, depois de ter registado uma valorização de mais de 1% na terça-feira.
Os preços do ouro continuam a ser impulsionados pelo corte nas taxas de juro por parte da Reserva Federal (Fed) norte-americana e por uma leva de dados económicos que reforçam as expectativas em relação a um novo corte jumbo na política monetária. Na terça-feira, foi conhecida a evolução da confiança do consumidor em setembro, que registou a maior queda desde agosto de 2021.
O ouro negoceia, a esta hora, em alta e cresce 0,02% para 2.667,68 dólares por onça, depois de ter chegado a valorizar 0,3% para um recorde de 2.670,57 dólares. Só este ano, o metal dourado já cresceu quase 30%, apoiado ainda por uma corrida ao ouro por parte de vários bancos centrais e um aumento das tensões geopolíticas, nomeadamente no Médio Oriente.
Já a prata também se encontra a beneficiar de uma perspetiva de corte de juros de maior magnitude, bem como do mais recente pacote de estímulo económico apresentado pelo banco central chinês. Este metal precioso está mais exposto ao ciclo económico, uma vez que é utilizado como um componente industrial. A esta hora, a prata encontra-se a corrigir da valorização de 4,6% registada na terça-feira e desvaloriza 0,91% para 32,14 dólares por onça, depois de ter atingido máximos de quatro meses.
Petróleo recua com investidores a avaliarem desenvolvimentos no Médio Oriente
Os preços do petróleo encontram-se a corrigir do mais recente "rally", registado à boleia de um adensar das tensões no Médio Oriente e do pacote de estímulos para revitalizar a economia chinesa.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, recua 0,39% para 71,28 dólares por barril. Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, cai 0,27% para 74,97 dólares.
O Presidente do Irão, Masoud Pezeshkian, afirmou esta terça-feira que os ataques de Israel no Líbano "não podem ficar sem uma resposta", pedindo à comunidade internacional que "não permita que o Líbano se torne outra Gaza". Uma intervenção do Irão na guerra é um cenário que nenhum analista está a descartar, depois de o Presidente do pais não ter sido claro sobre esta matéria na sua mais recente intervenção.
Os investidores também se encontram a avaliar o impacto que as medidas apresentadas pelo banco central chinês podem vir a ter sobre a procura por energia no país – o maior importador de petróleo do mundo. "O anúncio de uma ‘bazuca" como esta corre o risco de não ser muito eficaz em termos de execução ou de resultados", afirmou Vishnu Varathan, do Mizuho Bank, à Bloomberg.
Investidores avaliam sustentabilidade do "rally" chinês. Europa aponta para o vermelho
As bolsas asiáticas encerraram a sessão desta quarta-feira sem uma tendência definida, numa altura em que os investidores avaliam a sustentabilidade do mais recente "rally" das bolsas chinesas. Pela Europa, a negociação de futuros do Euro Stoxx 50 aponta para uma abertura no vermelho.
As ações chinesas continuam a ser impulsionadas pelo pacote de estímulos para revitalizar a segunda maior economia do mundo apresentado pelo banco central na terça-feira. Os investidores acreditam que estas medidas podem reverter a tendência negativa que as bolsas do país têm apresentado nas últimas semanas. No entanto, o consenso geral é que será necessário um maior apoio fiscal para impulsionar a economia chinesa.
"Os investidores não veem estas medidas como suficientes para combater a desinflação no país. Além disso, estas medidas não vão ser eficazes em dar o impulso necessário ao consumo chinês", afirmaram economistas da Morgan Stanley, numa nota acedida pela Bloomberg.
Tanto o Hang Seng, de Hong Kong, como o Shanghai Composite encerraram a sessão a valorizar 1,2%, com ambos os índices a afastarem-se de mínimos de cinco anos atingidos em semanas anteriores. Já pelo Japão, o otimismo da sessão de terça-feira não se manteve, com o Topix e o Nikkei 225 a fechar em terreno negativo, desvalorizando 0,1% e 0,3%, respetivamente.