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Tombo da Delivery Hero arrasta Stoxx 600. Wall Street penalizada pela inflação. Juros agravam
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Europa encerra sessão sem tendência definida
As principais praças europeias encerraram a sessão desta quinta-feira em terreno misto, a digerir, no cenário macroeconómico, os dados da inflação de janeiro nos Estados Unidos que tornam certa uma política monetária mais agressiva por parte da Reserva Federal norte-americana.
O espanhol Ibex e o alemão Dax encerraram a subir 0,45% e 0,05% respetivamente. Já Amesterdão (-0,95%), Paris (-0,41%) e Lisboa (-0,44%) ficaram do lado das perdas. No vermelho acabou também o Stoxx 600, que agrega as principais empresas europeias e serve de referência à Europa.
O índice desvalorizou 0,21%, pressionado pelos setores dos bens domésticos, que caíram 1,13%, os serviços financeiros, com uma queda de 1,11%, e o tecnológico, que cedeu 1,05%. Por empresas, o destaque vai para o tombo da Delivery Hero, que caiu 30,45%, seguida da sueca MIPBS (-20,14%) e da alemã Bechtle (-10,51%)
Em sentido contrário, a impedir uma desvalorização mais significativa do índice estiveram os setores do turismo (1,37%) e dos produtos químicos (1,21%).
Juros a agravar de forma significativa. Bunds alemãs em máximos de 2019
Os juros das dívidas europeias estão a agravar de forma significativa esta quinta-feira, num dia em que foram conhecidos novos números sobre a inflação nos Estados Unidos.
Os juros da dívida alemã a dez anos, que são vistos como a referência para o bloco europeu, continuam em terreno positivo, tendência que está a ser verificada já desde o final de janeiro. Esta quinta-feira, as bunds alemãs sobem 6 pontos base, para uma taxa de 0,268% - o valor mais alto registado desde janeiro de 2019.
A subida mais expressiva pertence aos juros italianos, também com maturidade a dez anos: estão a agravar-se 12,1 pontos base para uma taxa de 1,869%.
A Península Ibérica não escapa a esta tendência de agravamento das yields. Os juros de Portugal a dez anos estão a avançar 7,7 pontos base, com a taxa a fixar-se nos 1,08% - um valor que não era visto desde a primavera de 2020.
Nota ainda para os juros espanhóis, que estão a escalar 9,6 pontos base nas obrigações a dez anos, para uma taxa de 1,157%.
No dia em que é divulgado que a inflação atingiu os 7,5% em janeiro nos EUA, superando as estimativas dos analistas e apresentando um valor que não era visto desde 1982, os juros norte-americanos a dez anos estão a avançar 6,3 pontos base, paa 1,998%.
Inflação abre a porta aos ursos em Wall Street
Wall Street não resistiu aos números da inflação nos EUA em janeiro e, antecipando uma política financeira mais apertada, abriu no vermelho.
O índice industrial Dow Jones segue a perder 0,57% para 35.563,80 pontos e o Standard & Poor’s 500 recuou 0,79% para 4.550,67 pontos. Ambos os índices abriram a sessão a cair mais de 1%.
Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite desvaloriza 1,21% para 14.314,17 pontos.
Os investidores, que temiam o aumento da inflação e a consequente subida das taxas de juro já em março, viram o hoje o seu receio tornar-se realidade. O índice de preços no consumidor (IPC) voltou a subir nos Estados Unidos, elevando a inflação anual para 7,5%, 0,5% a mais do que em dezembro e 0,2% acima do que era esperado pelos analistas de mercado, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Bureau of Labor Statistics. O valor não era atingido desde 1982.
"As expectativas sobre a subida da inflação já eram altas, pelo que estes números só anunciam algo que não é bem-vindo para o mercado, uma política monetária hawkish ", comentou Mike Loewengart, diretor de estratégia de investimento do Morgan Stanley, em entrevista à Bloomberg TV.
"Os investidores sabiam que esta subida [da inflação] viria, tendo vendido ações de grandes empresas tecnológicas, agora a queda é clara, resta saber quantos aumentos [das taxas de juro] ocorrerão este ano", acrescentou Mike Loewengart.
Este aumento da inflação abre a porta à subida das taxas de juro já este ano. Em meados de janeiro, a Fed sinalizou a intenção de aumentar as taxas em março, a mais recente mudança do banco central para retirar os estímulos de forma a conter o galopar da inflação.
Numa conferência de imprensa à margem de uma reunião da organização, o presidente da Fed, Jerome Powell, avançou que a organização está preparada para aumentar as taxas de juro na reunião agendada para 15 e 16 de março. "A economia já não precisa de um suporte sustentado da política monetária", sublinhou Powell.
Dólar mais forte pressiona ouro
O metal amarelo inverteu para terreno negativo, pressionado sobretudo pela valorização do dólar.
O ouro a pronto (spot) cede 0,24% para 1.828,01 dólares por onça no mercado londrino de metais (LME).
Já no mercado nova-iorquino (Comex) os futuros do ouro recuam 0,22% para 1.831,20 dólares por onça.
A robustez do dólar segue a pressionar o ouro – que é denominado na nota verde, pelo que, quando o dólar valoriza, fica menos atrativo como investimento alternativo para quem negoceia com outras moedas.
A pesar no metal amarelo está também a "yield" da dívida norte-americana a 10 anos, que atingiu o nível mais alto desde agosto de 2019, nos 1,99% – e, com a rendibilidade das obrigações em alta, aumenta o custo de oportunidade de deter ouro, já que este não remunera juros.
Dólar sobe com aumento da inflação
A nota verde segue a ganhar terreno, sustentada pela inflação de janeiro nos EUA, que ficou acima do esperado, o que aponta para a necessidade de um endurecimento agressivo da política monetária da Reserva Federal.
O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana face a um cabaz de seis pares, sobe 0,38% para 96 pontos.
Uma das divisas que está a ceder face à divisa norte-americana é o euro, que segue a perder 0,12% para 1,1407 dólares.
Petróleo recua com conversões sobre o nuclear
Os preços do "ouro negro" seguem em baixa, com as conversações nucleares com o Irão a ofuscarem a queda dos stocks.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em março segue a recuar 0,43% para 89,27 dólares por barril.
Já o contrato de março do Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e referência para as importações europeias, cai 0,24%, para 91,33 dólares.
As conversações em torno do programa nuclear do Irão parecem estar no bom caminho, o que significa, se chegarem a bom porto, mais petróleo iraniano no mercado, já que isso levaria ao levantamento das sanções às vendas de petróleo iraniano.
Este cenário está a ter mais peso no sentimento do mercado do que a queda dos stocks norte-americanos de crude para o nível mais baixo desde outubro de 2018.
Europa segue mista antes da divulgação da inflação nos EUA
As principais praças europeias seguem mistas, a caminho da primeira grande subida semanal do ano, à medida que a venda de ações diminui e com os investidores atentos aos dados da inflação nos EUA e à possível subida das taxas de juro.
O Stoxx Europe 600 - o principal índice europeu - segue a valorizar 0,02% para 473,51 pontos, ganhos ligeiros, depois de ontem ter renovado máximos de dois meses. Dos vinte setores que compõe o índice, catorze estão no verde e seis no vermelho.
Viagens (0,51%) e retalho (0,47%) são os setores que mais valorizam. Do lado das perdas, media (-0,95%) e tecnologia (-0,68%) lideram as perdas.
Após fortes oscilações nos mercados de ações no mês passado, o "benchmark" por excelência da Europa está prestes a alcançar a primeira semana de ganhos este ano.
"Os investidores agora particularmente focados na inflação dos EUA, veremos uma inflação muito intensa pelo menos nos próximos três meses", alerou Max Kettner, responsável pelo departamento de estratégia de multiativos do maior banco de investimento da europa, o HSBC.
Tanto a Bloomberg como a Refinitiv (Reuters) apontam para que o índice de preços no consumidor de janeiro se fixe em 7,3%, uma subida de 0,3% face a dezembro e mais um recorde em 40 anos de história.
No resto da Europa, o espanhol IBEX valoriza 0,43%, o alemão DAX 0,27% e o francês CAC 40 0,10%. Milão desvaloriza 0,01% Amesterdã0, 0,73% e Londres desliza 0,02%.
A energética francesa TotalEnergies segue a somar 2,02% depois de ter oferecido 250 milhões de dólares para adquirir o negócio comercial e industrial do grupo norte-americano SunPower, com o objetivo de expandir nos EUA e reforçar o segmento solar.
Juros voltam a agravar de forma expressiva na zona euro
Os juros das dívidas soberanas da zona euro voltaram a agravar no arranque da sessão desta quinta-feira, depois de ontem ter sido um dia marcado por um alívio das yields das obrigações com maturidade a dez anos.
A yield das bunds alemãs cpom esta maturidade, que servem de referência ao bloco europeu, estão a agravar 2,7 pontos base para 0,236%. Este juro está em terreno positivo desde o final de janeiro.
Já no sul da Europa, Itália regista a maior subida entre os juros das principais dívidas europeias: avança 5,4 pontos base para 1,802%. Na Península Ibérica, Espanha sobe 3,5 pontos base para uma taxa de 1,095%.
Em Portugal, o juro da dívida a dez anos continua a negociar acima de 1%, seguindo a tendência dos últimos dias, já que no início da semana regressou a este patamar pela primeira vez desde abril de 2020. Esta quinta-feira, a yield nacional avança 3,2 pontos base para 1,036%.
Este agravamento que se tem vivido refletiu-se na ida de Portugal ao mercado primário de dívida. O Tesouro realizou na quarta-feira um duplo leilão de obrigações a 6 e 9 anos, no qual se financiou em 1.250 milhões de euros. Na maturidade mais longa, até outubro de 2031, a taxa fixou-se em 1,008%.
Petróleo cede enquanto espera resultados das negociações com o Irão
O petróleo segue estável, um dia depois de a agência responsável pela energia nos EUA ter apontado para um recuo dos stocks de petróleo nos EUA, para o nível mais baixo desde 2018. Em Cushing, o maior local de inventários de petróleo nos EUA, os números recuaram para 2,8 milhões de barris.
Nesta altura, o West Texas Intermediate desliza 0,04% para 89,61 dólares, enquanto o brent do Mar do Norte, que serve de referência a Portugal, está a recuar 0,11% para 91,44 dólares.
A marcar o mercado petróleo estão as negociações que decorrem esta semana em Viena entre os líderes das principais economias do mundo e o Irão. Caso os diplomatas alcancem uma solução sobre o acordo nuclear, poderá ser aberta a porta a mudanças na posição do país dentro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
"O mercado tem pouca capacidade de oferta neste momento. A presença do Irão seria essencial. Os investidores veem esta solução com bons olhos", afirmou Vivek Dhar, diretor do departamento de matérias-primas do Commonwealth Bank of Australia, à Bloomberg.
Ouro, dólar e euro permanecem estáveis antes da divulgação dos números da inflação nos EUA
O ouro segue estável, após quatro dias de ganhos e enquanto o mercado aguarda os números da inflação nos EUA que serão divulgados esta quinta-feira.
O metal amarelo segue a valorizar 0,1% para 1.834,66 dólares a onça, depois de ter subido 1,6% no conjunto das últimas quatro sessões.
O ouro foi impulsionado nos últimos dias, à medida que os investidores procuram ativos-refúgio perante a inflação e as tensões geopolíticas entre Ucrânia e a Rússia. Mas a tendência poderá voltar a inverter, dependendo da evolução dos preços.
"Espera-se que uma leitura robusta da inflação eleve o valor do ouro como um refúgio para a inflação, ainda que os consequentes aumentos das taxas de juros da dívida soberana aumentem o custo de oportunidade de investir nas onças", explicou Avtar Sandu, analista de "commodities" da Phillip Nova Pte, em entrevista à Bloomberg TV.
A presidente da divisão de Cleveland da Reserva Federal norte-americana, Loretta Mester, assim como o homólogo de Atlanta, Raphael Bostic, avançaram que todas as opções estão em cima da mesa apontando para um primeiro aumento da taxa de juros já em março. Mester, no entanto, afasta uma subida de 50 pontos base, como previsto pelos analistas de algumas das principais casas de investimento de Wall Street.
Por sua vez, o índice do dólar da Bloomberg - que compara a "nota verde" com 16 divisas rivais - também está estável, estando a subir ligeiramente (0,08%) para 95,70 pontos. Já o euro está a valorizar 0,02% para 1,1412 dólares.
Europa aponta para arranque de sessão no verde
Os futuros das ações europeias apontam para terreno positivo, num dia marcado pela divulgação dos números da inflação nos EUA e por uma operação de grande dimensão no setor da energia. Os futuros sobre o Stoxx 50 - índice de referência europeu - estão a subir 0,4%.
Hoje tanto os mercados europeus como norte-americano estarão a reagir a dois acontecimentos. Por um lado, a energética francesa TotalEnergies anunciou a compra do segmento de negócio comercial e industrial da norte-americana SunPower por 250 milhões de dólares.
Em dezembro a SunPower já tinha avançado que estava em negociações, tendo em vista uma operação de M&A. Com este contrato, a TotalEnergies pretende expandir nos Estados Unidos e ampliar a capacidade de produção solar em 100 MW por ano.
Por outro lado, as principais bolsas mundiais vão estar atentas à divulgação da inflação nos EUA em janeiro. Os analistas da Bloomberg esperam que o índice de preços no consumidor se fixe em 7,3% mais um recorde com 40 anos de história e que fica acima dos 7% contabilizados em dezembro.
Na Ásia a sessão terminou mista. O chinês Shanghai Composite Index terminou o dia a desvalorizar 0,2%, na Coreia do Sul, o Kospi subiu 0,2%, em Hong Kong o Hang Seng deslizou 0,1%. No Japão o Nikkei subiu 0,42%.