Notícia
Europa ganha terreno, juros aliviam e petróleo afunda
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta quarta-feira.
Europa no verde, de olhos postos na Fed
As bolsas europeias fecharam a sessão no verde, com os investidores a avaliarem o impacto dos recentes dados económicos americanos, mais fracos, na política monetária da Reserva Federal dos Estados Unidos.
O Stoxx 600 - referência para a região - avançou 0,6%, para os 438,82 pontos, o valor mais elevado desde 18 de agosto, com o retalho, o setor mineiro e das viagens e lazer a registarem o melhor desempenho.
Nos restantes índices europeus, o alemão Dax ganhou 0,04%, o francês CAC-40 avançou 0,32%, o britânico FTSE 100 valorizou 0,17% e o Aex, em Amesterdão, pulou 0,71%, ao passo que o espanhol Ibex subiu 0,07%. Só o italiano FTSE Mib recuou 0,04%.
Juros aliviam na Zona Euro
Os juros da dívida soberana na Zona Euro seguem a aliviar, com Itália a ser a que maior recuo vê.
A "yield" da dívida pública italiana a dez anos cede 11,9 pontos base para 3,779%, enquanto os juros da dívida alemã perdem 5,9 pontos base para 1,913%.
Já os juros da dívida francesa perdem 7,4 pontos base para 2,370% e os juros da dívida espanhola recuam 9 pontos base para 2,875%.
Por cá, os juros da dívida portuguesa desvalorizam 8,7 pontos base para 2,810%.
Fora da Zona Euro, a "yield" da dívida britânica cede 13 pontos base para 2,998%.
Petróleo cai com tecto no preço de crude importado da Rússia
Os preços do "ouro negro" seguem a negociar no vermelho, numa altura em que o Grupo dos Sete (G7) analisa o tecto de preços a colocar ao crude importado da Rússia.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a perder 4,01% para 86,82 dólares por barril.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, recua 4,32% para 77,45 dólares por barril.
Segundo um diplomata da União Europeia, em declarações à Reuters, o G7 está a pensar num preço máximo de 65 a 70 dólares por barril.
A pressionar a negociação esteve também o aumento dos stocks de gasolina na semana passada nos Estados Unidos.
Euro ganha face ao dólar. Libra renova máximos de três meses
O indicador de força do dólar recua, num dia em que os investidores digerem os mais recentes dados económicos e aguardam que sejam divulgadas as atas da última reunião do banco central dos EUA.
O índice de gestores de compras da S&P 500 dá conta de uma nova contração da atividade empresarial em novembro, pelo quinto mês consecutivo.
Assim, o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da nota verde contra dez divisas rivais - derrapa 0,61% para 106,5 pontos.
Já o euro aproveita a fraqueza da "nota verde" e soma 0,59% para 1,0370 dólares.
Por sua vez, a libra bate máximos de três meses, ao crescer 1,3% 1,2036 dólares. O movimento ocorre no mesmo dia em que o Supremo Tribunal do Reino Unido chumbou o pedido da Escócia, para realizar um referendo tendo em vista a independência da região.
Ouro desliza à espera das atas da Fed
O ouro desvaloriza ligeiramente, enquanto os investidores aguardam a divulgação das atas da última reunião de política monetária da Reserva Federal norte-americana (Fed), a qual ocorreu em novembro.
O metal amarelo cai 0,21% para 1.736,64 dólares a onça.
O ouro tem sido pressionado pelo ciclo de subida da taxa de juro de referência nos EUA, desencadeado pelo banco central liderado por Jerome Powell (na foto) em março.
O aumento dos juros diretores deu força ao dólar, o que tornou as matérias-primas denominadas na nota verde, como é o caso do metal amarelo, menos atrativas para os investidores que negoceiam com outras moedas.
Wall Street ganha com esperança de Fed mais "dovish"
Wall Street está a negociar em terreno positivo, poucas horas antes da divulgação das atas da reunião de novembro da Reserva Federal norte-americana esta quarta-feira. Os investidores estão à procura de sinais de que a velocidade da subida das taxas de juro possa desacelerar.
O industrial Dow Jones soma 0,19% para 34.161,64 pontos, enquanto o S&P 500 valoriza 0,20% para 4.011,61 pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite ganha 0,29% para 11.206,85 pontos.
Entre os principais movimentos de mercado, está o Manchester United que escala 13,3%, após ter sido noticiado que a família Glazer, atual dona do clube, está a explorar várias opções estratégicas que podem culminar numa venda total do histórico clube de futebol inglês.
Já a Tesla sobe 2,89%, depois do Citigroup ter subido a recomendação de "vender" para "neutral".
"Os investidores podem estar à procura de pistas que mostrem que tenham agido prematuramente, ou que haja mais apoio para uma desaceleração no aperto e menos para uma taxa de juro terminal mais elevado do que o pensado anteriormente", explica o analista Craig Erlam, da Oanda, em declarações à Bloomberg.
Espera-se que o volume de negociação de hoje seja baixo, dado que esta quinta-feira é feriado nos Estados Unidos.
Euribor sobem e a três e seis meses para novos máximos de mais de 13 anos
As taxas Euribor subiram hoje a três, a seis e a 12 meses face a terça-feira, nos dois prazos mais curtos para novos máximos desde fevereiro e janeiro de 2009.
A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo em 06 de junho, avançou hoje, para 2,360%, mais 0,022 pontos, um máximo desde janeiro de 2009.
A média da Euribor a seis meses subiu de 1,596% em setembro para 1,997% em outubro.
A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 06 de novembro de 2015 e 03 de junho de 2022).
A Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, também subiu hoje, ao ser fixada em 1,898%, mais 0,035 pontos, um novo máximo desde fevereiro de 2009.
A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses).
A média da Euribor a três meses subiu de 1,011% em setembro para 1,428% em outubro.
No mesmo sentido, no prazo de 12 meses, a Euribor avançou hoje, ao ser fixada em 2,854%, mais 0,007 pontos do que na terça-feira, contra 2,874% em 09 de novembro, um novo máximo desde janeiro de 2009.
Após ter disparado em 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 05 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril.
A média da Euribor a 12 meses avançou de 2,233% em setembro para 2,629% em outubro.
As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 04 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro. Em 27 de outubro, com o objetivo de travar a inflação, o BCE subiu as três taxas de juro diretoras em 75 pontos base, o terceiro aumento consecutivo deste ano, depois de em 21 de julho ter subido em 50 pontos base as três taxas de juro diretoras, a primeira subida em 11 anos, e em 08 de setembro em 75 pontos base.
A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras do BCE.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Lusa
Europa maioritariamente de verde em dia de foco na Fed
Os principais índices do Velho Continente estão a negociar maioritariamente com ganhos esta quarta-feira, depois de terem encerrado perto no valor mais elevado em três meses ontem.
O Stoxx 600 - referência para a região - soma 0,03% para os 436,35 pontos, com o setor do petróleo e gás a impulsionar a negociação e a valorizar 1%. Entre as maiores valorizações está ainda o setor mineiro, que sobe 1,15%.
Nos restantes índices europeus, o alemão Dax soma 0,07%, o francês CAC-40 desliza 0,13%, o italiano FTSE MIB recua 0,35%, o britânico FTSE 100 ganha 0,41% e o AEX, em Amesterdão, valoriza 0,24%. Já o espanhol IBEX cede 0,15%.
Juros da Zona Euro agravam
Os juros da dívida soberana na Zona Euro seguem a agravar-se.
A "yield" das Bunds alemãs - referência para a Europa soma 4,7% para 2,019 pontos base, estando a subir pelo terceiro dia consecutivo, bem como os juros da dívida francesa que sobem 4,4 pontos base para 2,488%.
Já os juros da dívida espanhola agravam-se 4,3 pontos base para 3,007%, enquanto a "yield" da dívida portuguesa cresce 3,6 pontos base para 2,933%. Em Itália, os juros da dívida pública são os que mais sobem e aumentam 5,3 pontos base para 3,951%.
Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica somam 1,1 pontos base para 3,140%.
Ouro ganha e dólar perde com possibilidade de minutas mais "dovish" da Fed
O ouro está a valorizar, parando assim perdas de quatro dias, estando ainda a beneficiar do recuo do dólar, uma vez que o metal precioso é cotado nesta moeda.
O ouro sobe 0,07% para 1.741,52 dólares por onça. Ao passo que a nota verde perde 0,06% para 0,9696 euros. Já o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da moeda norte-americana contra dez divisas rivais - desce também 0,1% para 107,119 pontos.
Os investidores estão de olhos postos na divulgação das minutas da reunião de novembro da Reserva Federal norte-americana esta quarta-feira, cujo objetivo será o de compreender a continuação da política monetária do banco central.
Esta terça-feira membros da Fed explicaram que estavam abertos à implementação de uma política monetária menos restritiva, o que daria força ao ouro, já que este metal não rende juros e é, por isso, penalizado por uma política monetária mais restritiva.
Petróleo e gás valorizam com investidores a avaliarem tecto nos preços por parte da UE
O petróleo está a registar ganhos, à medida que os investidores procuram mais detalhes sobre o plano da União Europeia para colocar um tecto no preço do crude proveniente da Rússia. Também a impactar a negociação está o novo aumento de casos de covid-19 na China e o confinamento de várias regiões do país.
Em Londres, o contrato de janeiro do Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, soma 0,89% para 89,15 dólares por barril.
Já o contrato de dezembro West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, avança 0,85% para 81,64 dólares por barril.
Relativamente à imposição de limites no preço de petróleo russo, o analista Warren Patterson do ING, explica à Bloomberg que "parece que os níveis não vão mudar muito relativamente ao que a Europa já está a receber".
"Se este for o caso, eu não esperaria grande reação dos mercados. Considero que é mais importante ver como a Rússia vai reagir", completou.
No mercado do gás, os futuros avançaram para o valor mais elevado em mais de duas semanas, numa altura em que aumentam receios de que um tecto nos preços do gás vá piorar ainda mais o fornecimento do Velho Continente.
Esta terça-feira a Comissão Europeia propôs uma espécie de "travão de emergência" aos preços do gás natural negociados para o mês seguinte, que se fixará nos 275 euros por MWh.
Apesar do valor ser bastante elevado é possível que, caso seja ativado, possa distorcer os preços e reduzir a liquidez no mercado, explicaram analistas do Goldman Sachs.
Os preços do gás negociado em Amesterdão - referência para a Europa - sobem 7% para 128,5 euros por megawatt-hora.
Europa deve arrancar negociação positiva. Ásia no verde
As principais praças europeias devem hoje arrancar a negociação em terreno positivo, após o "rally" em Wall Street e a sessão de ganhos na Ásia. Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 sobem 0,3%.
Esta quarta-feira a atenção dos investidores vai estar na divulgação das minutas da reunião de novembro da Reserva Federal norte-americana que deverão dar mais indicações sobre a política a seguir por parte da autoridade monetária dos Estados Unidos.
Na Ásia, foram registados ganhos, numa altura em que os investidores vão pesando os riscos de novos confinamentos na China, bem como as multas que podem vir a ser aplicadas às grandes tecnológicas por parte do regulador chinês, como foi o caso do Ant Group.
"A covid na China vai continuar a criar volatilidade, mas não foi completamente inesperado e já estava de certa forma incorporado no preço das ações", afirmou Charu Chanana, analista do Saxo Capital Markets, à Bloomberg. "Por agora, as ações estão a receber um empurrão das 'yields' mais baixas e expectativas que as minutas da Fed sejam mais 'dovish'".
Pela China, o tecnológico Hang Seng subiu 0,4%, enquanto Xangai cedeu 0,2%. Pelo Japão, o Nikkei e o Topix estiveram encerrados devido a feriado. Pela Coreia do Sul, o Kospi registou uma subida de 0,7%.