Notícia
Europa cai com aversão ao risco. Petróleo aponta ao melhor trimestre desde invasão da Ucrânia
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta segunda-feira.
Bolsas europeias caem com aversão ao risco
As bolsas europeias cederam terreno, pressionadas por um vasto movimento de fuga ao risco antes das decisões de política monetária, esta semana, por parte da Reserva Federal norte-americana e do Banco de Inglaterra, dado o receio de que os juros diretores se mantenham elevados durante mais tempo do que o inicialmente esperado - o que leva a uma maior prudência dos investidores.
O índice de referência Stoxx 600 fechou a ceder 1,13%, para se fixar nos 456,72 pontos.
Todos os setores estiveram em baixa, com exceção do setor das telecomunicações (que registou uma subida marginal, com um ganho de 0,02%), e entre os que mais caíram destacam-se os do imobiliário, banca, viagens e retalho.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax recuou 1,05%, o francês CAC-40 desvalorizou 1,39%, o espanhol IBEX 35 perdeu 0,71%, o britânico FTSE100 cedeu 0,76% e o italiano FTSE MIB desceu 1,07%. Em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 0,76%.
Juros da dívida portuguesa em máximos de seis meses
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro agravaram-se esta segunda-feira, numa semana em que as atenções estão centradas nas reuniões da Reserva Federal (Fed) dos EUA e do Banco de Inglaterra.
A "yield" da dívida portuguesa a 10 anos subiu 2,7 pontos base, para os 3,412%, o valor mais elevado desde março. No país vizinho, os juros da dívida com a mesma maturidade agravaram-se em 3,5 pontos, para os 3,773%.
Já nas "bunds" alemãs, referência na Europa, a subida foi de 3,1 pontos, até aos 2,703%. Também a "yield" da dívida francesa avançou 3,1 pontos, fixando-se em 3,248%.
As dívidas italiana e grega foram as mais penalizadas, com a primeira a registar um agravamento de 4,9 pontos nos juros, para 4,503%, e a segunda a ver a "yield" subir 5,9 pontos, até aos 4,106%.
Fora do bloco da moeda única, os juros da dívida britânica subiram 3,2 pontos base, para 4,384%.
Petróleo a caminho de trimestre de maior ganhos desde invasão da Ucrânia
Os preços do "ouro negro" seguem a negociar em alta nos principais mercados internacionais, mantendo-se em máximos de novembro do ano passado, sustentados sobretudo pela perspetiva de um maior défice da oferta no quarto trimestre depois de a Arábia Saudita e a Rússia terem prolongado os cortes da oferta.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a somar 1,24% para 91,90 dólares por barril.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 0,81% para 94,69 dólares.
O Brent e o WTI registaram saldo positivo no acumulado das últimas três semanas e estão a caminho do maior ganho trimestral desde que a Rússia invadiu a Ucrânia no primeiro trimestre de 2022.
Recorde-se que além corte da oferta por parte dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (o chamado grupo OPEP+) que vigora atualmente, a Arábia Saudita fechou a torneira a mais um milhão de barris por dia pelo menos até ao final do ano e a Rússia também anunciou uma redução diária extra de 300.000 barris até fim de dezembro.
Euro ganha face ao dólar, libra e iene
O euro ganha ligeiramente face ao dólar, preparando-se para um segundo dia de perdas da moeda norte-americana. A divisa é penalizada pela antecipação da reunião da Reserva Federal dos Estados Unidos, que se realiza terça e quarta-feira, que deixou os "traders" em suspenso.
O euro ganha 0,13% para 1,0671 dólares. Esta segunda-feira, a moeda europeia ganha também força contra a libra, avançando 0,15%, com 1 euro a valer 0,8620 libras. O euro valoriza ainda face ao franco suíço - mais 0,14% para 0,9582 francos - e contra a moeda japonesa - sobe 0,01% para 157,5900 ienes.
Ouro sobe de olhos postos na Fed
O ouro valoriza pela terceira sessão, depois de, na passada sexta-feira, ter atingido um recorde de três semanas, animado pela inflação nos Estados Unidos.
O metal amarelo sobe 0,06% para 1.925,09 dólares por onça.
Na semana passada foi divulgado que o índice de preços no consumidor (IPC) nos EUA acelerou para 3,7% em agosto, acima dos 3,2% registados em julho e mais que os 3,6% antecipados pelos analistas. A taxa de inflação mais alta deixa aberta a porta para mais subidas das taxas de juro pela Reserva Federal (Fed) norte-americana, que se reúne amanhã.
Por seu lado, a prata a pronto ganha 0,19% para 23,08 dólares por onça e a platina sobe 0,59% para 935,19 dólares por onça. Já paládio, desce 0,71% para 1.242,06 dólares por onça.
Georgieva toca sino de abertura. Wall Street abre com ganhos ligeiros
Num dia em que Kristalina Georgieva foi a Nova Iorque tocar o sino de abertura - uma primeira vez para um diretor-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional) -, os índices em Wall Street estão a negociar em terreno positivo.
A deslocação de Georgieva pretende enfatizar a importância da ligação entre as instituições financeiras e os mercados acionistas globais.
Neste início de semana os investidores preparam-se para uma decisão de política monetária da Reserva Federal dos Estados Unidos, que será anunciada na quarta-feira. O mercado espera que a Fed mantenha os juros inalterados.
Um conjunto de dados económicos dos EUA melhores que o esperado têm diminuído expectativas de uma recessão, sem serem robustos o suficiente para que haja uma nova subida de juros pela Fed. No entanto, uma subida dos preços da energia está a renovar preocupações de uma inflação persistente.
O industrial Dow Jones sobe 0,12% para 34.658,81 pontos, enquanto "benchmark" mundial Standard & Poor's 500 (S&P 500) avança 0,05% para 4.452,63 pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite ganha 0,04% para 13.714,17 pontos.
Entre os movimentos de mercado a Micron Tecnology sobe 1,07%, num movimento de correção, após uma forte queda na sexta-feira. A empresa de "chips" está a beneficiar de uma subida da recomendação por parte do Deutsche Bank de "manter" para "comprar".
Já a Blackstone e a Airbnb descem 0,75% e 0,47%, respetivamente, no dia em que começam a integrar o S&P 500.
Euribor sobe e a três e a seis meses para novos máximos desde novembro de 2008
A taxa Euribor subiu hoje a três, a seis e a 12 meses, nos dois prazos mais curtos, pela quarta sessão consecutiva, para novos máximos desde novembro de 2008.
A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou hoje para 4,191%, mais 0,022 pontos que na sexta-feira, depois de ter subido até 4,193% em 07 de julho, um novo máximo desde novembro de 2008.
Segundo dados do Banco de Portugal referentes a julho de 2023, a Euribor a 12 meses representava 39,4% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representavam 35,1% e 23,0%, respetivamente.
No prazo a seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 06 de junho de 2022, subiu hoje para 4,066%, mais 0,011 pontos do que na sessão anterior e um novo máximo desde novembro de 2008.
Por sua vez, a Euribor a três meses avançou 0,025 pontos face à anterior sessão, ao ser fixada hoje em 3,903%, também um novo máximo desde novembro de 2008.
As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
Lusa
Na mais recente reunião de política monetária, em 14 de setembro, o BCE voltou a subir, pela décima sessão consecutiva, as suas taxas diretoras, desta vez em 25 pontos base - tal como em 27 de julho, em 15 de junho e 04 de maio --, acréscimo inferior ao de 50 pontos base efetuado em 16 de março, em 02 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas.
Antes, em 27 de outubro e em 08 de setembro, as taxas diretoras subiram em 75 pontos base. Em 21 de julho de 2022, o BCE tinha aumentado, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 26 de outubro em Atenas.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Europa abre no vermelho. Fed e China penalizam sentimento
Os principais índices europeus começaram esta segunda-feira a negociar no vermelho, com os investidores a prepararem-se para uma decisão de política monetária da Reserva Federal dos Estados Unidos, onde é esperado que as taxas de juro se mantenham inalteradas.
O índice de referência do Velho Continente, Stoxx 600, recua 0,25% para 460,79 pontos, com a maioria dos setores no vermelho. A registar as maiores perdas está o setor de químicos e das viagens.
Entre os principais movimentos de mercado, o banco francês Société Générale cai mais de 6%, após ter anunciado um novo plano estratégico que desapontou o mercado. Entre as previsões, a terceira maior instituição financeira francesa revelou que espera que as vendas se mantenham praticamente inalteradas nos próximos anos.
Além do nervosismo relativamente à reunião da Fed, as praças europeias estão também a ser penalizadas por novas preocupações em torno do setor imobiliário chinês.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cai 0,15%, o francês CAC-40 desvaloriza 0,67% e o espanhol IBEX 35 cede 0,6%. Em Amesterdão, o AEX regista um decréscimo de 0,15%.
Em sentido contrário, o britânico FTSE 100 soma 0,11% e o italiano FTSEMIB avança 0,05%. Por cá, o PSI inverte e sobe 0,11%.
Juros agravam-se na Zona Euro
Os juros estão a agravar-se esta segunda-feira, com os investidores a prepararem-se para uma semana em que serão conhecidos vários dados sobre as economias europeias, bem como decisões de política monetária nos Estados Unidos, no Reino Unido e no Japão.
A "yield" dos juros da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos agrava-se em 2,9 pontos base para 3,413%. Já a "yield" das Bunds alemãs a dez anos, referência para a região, sobe 1,9 pontos base para 2,691%.
Os juros da dívida soberana italiana com o mesmo vencimento somam 2,2 pontos base para 4,476% e os juros da dívida espanhola sobem 1,8 pontos base para 3,821%, ao passo que os juros da dívida francesa crescem 1,8 pontos base para 3,235%.
Fora da Zona Euro, a rendibilidade da dívida britânica a dez anos agrava-se em 1,9 pontos base para 4,370%.
Dólar inalterado em semana de decisões de bancos centrais
O dólar está a negociar praticamente inalterado, após ter registado na semana passada o seu primeiro saldo semanal negativo desde julho, com os "traders" focados na reunião de política monetária da Reserva Federal, cujo resultado será conhecido esta quarta-feira.
O dólar recua 0,03% para 0,938 euros, ao passo que o índice do dólar da Bloomberg – que mede a força da nota verde contra outras divisas – cede 0,05% para 105,267 pontos.
Nesta semana os investidores vão focar-se nos bancos centrais, com o Banco de Inglaterra e do Japão a anunciarem as suas decisões na quinta e sexta-feira.
Expectativas sobre a inflação nos EUA em mínimos de dois anos dão ganhos ao ouro
O ouro está a negociar em alta, mantendo os ganhos registados na sexta-feira. O metal precioso está a ser influenciado pelas expectativas sobre a inflação nos Estados Unidos que caíram para mínimos de dois anos, segundo os dados divulgados na sexta-feira, o que poderá encorajar a Fed a manter as taxas de juro inalteradas.
O metal amarelo sobe 0,24% para 1.928,57 dólares por onça.
O ouro tem negociado sem tendência definida desde o início de agosto, cotando entre os 1.900 e os 1.950 dólares por onça. Uma forte subida do dólar desde meados de julho tem mantido os ganhos do metal reduzidos, uma vez que o ouro é negociado em dólares e nestas situações fica mais dispendioso para compradores com moeda estrangeira.
Petróleo escala com aperto do mercado. WTI e Brent acima dos 91 dólares
O petróleo continua a valorizar, ainda a ser influenciado por reduções da produção e exportações anunciados pela Arábia Saudita e Rússia, líderes "de facto" da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+).
Os investidores irão estar também atentos à presença do ministro saudita da energia, Abdulaziz bin Salman, no "World Petroleum Congress", que irá discursar sobre a política petrolífera do Reino e a perspetiva sobre as emissões zero.
O West Texas Intermediate (WTI) – negociado em Nova Iorque – sobe 0,95% para 91,63 dólares por barril. Por sua vez, o Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – soma 0,77% para 94,65 dólares por barril, depois de três semanas de ganhos em que avançou 11%.
Numa semana de reuniões de política monetária do Banco de Inglaterra e da Reserva Federal dos Estados Unidos, a subida dos preços do crude deverá ser um dos desafios para os banqueiros centrais, que deverão determinar se já fizeram o suficiente para abrandar a inflação, ou se mais subidas de juros são necessárias.
Futuros da Europa inalterados. Tecnologia penaliza Ásia
Os índices europeus estão a apontar para uma abertura praticamente inalterados, numa semana preenchida nos mercados. A partir desta terça-feira juntam-se os responsáveis da Reserva Federal (Fed) norte-americana numa reunião de política monetária e é esperado que o banco central mantenha os juros diretores.
Segundo um inquérito da Bloomberg, o facto de a economia dos EUA estar resiliente vai levar a Fed a subir as taxas de juro mais uma vez este ano: os analistas estimam que seja em novembro. É ainda esperado que os juros se mantenham em terreno restritivo durante grande parte de 2024, durante mais tempo do que era esperado.
Os futuros sobre o Euro Stoxx cedem 0,1%.
Na Ásia, a primeira sessão de semana fez-se no vermelho, com o setor da tecnologia a penalizar o sentimento, com a TSMC e a Samsung a liderarem as perdas.
O otimismo, visível na semana passada, numa altura em que aumentam os sinais de estabilização da economia chinesa, estão novamente a ser afetados pelo setor do imobiliário, com algumas empresas em incumprimento a aproximarem-se das datas de pagamento da dívida emitida.
"Os investidores permanecem céticos relativamente ao facto de as novas medidas levarem a uma recuperação económica sustentada", disse à Bloomberg o analista Chetan Seth do Nomura, referindo-se à redução decretada do rácio de reserva dos bancos chineses.
"O mercado gostaria de ver pelo menos um ou dois meses de melhores dados antes dos investidores voltarem a ganhar confiança no mercado acionista chinês", completou.
Pela Ásia, na China, Xangai subiu 0,2% e Hong Kong caiu 0,9%. Na Coreia do Sul, o Kospi desceu 0,8%. No Japão, o Topix e o Nikkei estiveram encerrados devido a um feriado.