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Paris consegue encerrar à tona; Executivo de Barnier cada vez mais próximo da queda
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta segunda-feira.
Paris consegue encerrar à tona; executivo de Barnier cada vez mais próximo da queda
Depois de uma sessão de grande volatilidade, a bolsa francesa conseguiu terminar o dia à tona, numa altura em que os investidores avaliam o impacto dos mais recentes desenvolvimentos no cenário político do país. As restantes praças europeias acompanharam esta tendência, com Lisboa a ser única a encerrar a primeira sessão de dezembro em território negativo.
O "benchmark" europeu, o Stoxx 600, avançou 0,66% para 513,61 pontos – perto de máximos de quase um mês -, com o alemão DAX a alcançar um novo recorde. Já o francês CAC-40, que chegou a cair mais de 1% durante a sessão desta segunda-feira, conseguiu inverter a tendência de negociação e fechar com uma valorização residual de 0,02%.
O principal impulsionador do índice gaulês foi mesmo o setor de luxo, que esteve a beneficiar da perda de terreno do euro face às suas principais concorrentes. Empresas como a Hermes e a LVHM conseguiram dar fôlego à bolsa parisiense, ao crescerem mais de 3% cada, e compensar as perdas registadas no setor bancário francês.
Estes movimentos acontecem depois de o governo de Michel Barnier ter decidido ativar o artigo 49.3 da Constituição do país para conseguir aprovar legislação sem o parecer do Parlamento, o que, por sua vez, abriu porta à apresentação de moções de censura ao executivo por parte da oposição. Tanto a esquerda da Nova Frente Popular, como a extrema-direita da União Nacional, já anunciaram que vão apresentar uma moção de censura ao executivo de Barnier, que deverá ser votada até quinta-feira e, caso seja aprovada, levará à queda do governo, que tomou posse em setembro.
"A instabilidade num governo não é realmente uma boa notícia para ninguém. Acrescenta definitivamente um risco ao mercado e estamos a ver que o CAC-40 tem estado entre os mais pressionados do mundo este ano", afirma Steve Sosnick, analista-chefe de mercados da Interactive Brokers, à Reuters.
Entre as principais movimentações de mercado, o destaque do dia vai para a Stellantis, que encerrou a sessão a perder 6,37%, nos 11,73 euros, o valor de fecho mais baixo desde 14 de julho de 2022. A saída, com efeitos imediatos, de Carlos Tavares da liderança da Stellantis castigou fortemente as ações do gigante automóvel nascido da fusão entre a Peugeot Citroën (PSA) e Fiat Chrysler (FCA).
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax somou 1,57%, o italiano FTSEMIB ganhou 0,21%, o britânico FTSE 100 subiu 0,31% e o espanhol IBEX 35 avançou 0,81%. Em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 0,67%.
Executivo em perigo leva juros da dívida francesa a contrariar tendência europeia
Com o executivo de Michel Barnier a um passo da queda, a crise política em França levou os juros da dívida soberana do país a contrariarem a tendência europeia e a agravarem-se esta segunda-feira. O "spread" entre as "yields" gaulesas e as alemãs, de referência para a região, alcançou os 87,8 pontos base, próximo dos 90 pontos registados na semana passada e que foi o mais elevado desde a crise financeira de 2012.
Tanto a esquerda da Nova Frente Popular, como a extrema-direita da União Nacional, já anunciaram que vão apresentar uma moção de censura ao executivo de Barnier, depois de este ter invocado o artigo 49.3 da Constituição francesa. A moção deverá ser votada até quinta-feira e, caso seja aprovada, levará à queda do governo, que tomou posse em setembro.
Os juros das obrigações soberanas francesas a dez anos, maturidade de referência, subiram 2,1 pontos base para 2,912%, mas conseguiram manter-se abaixo das "yields" gregas, que encerraram o dia também a crescer. Situam-se, agora, nos 2,914%.
Por sua vez, as "yields" das "Bunds" alemãs aliviaram 5,5 pontos para 2,030%, enquanto os juros da dívida italiana cederam 1 ponto base para 3,264%.
Na Península Ibérica, as "yields" da dívida portuguesa a dez anos caíram 1,7 pontos base para 2,506%, depois de terem registado um valor abaixo dos 2,5% durante a sessão - mínimos de 27 de dezembro do ano passado. Já os juros da dívida espanhola recuaram 2,3 pontos para 2,764%.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas a dez anos cederam 2,9 pontos base para 4,210%.
Petróleo perde força com aumento da produção da OPEP
Os preços do petróleo chegaram a valorizar mais de 1% esta segunda-feira, à boleia de novos dados económicos na China e um escalar de tensões no Médio Oriente, com Israel a voltar a atacar território libanês, apesar do acordo de cessar-fogo de 60 dias assinado na semana passada. No entanto, com o anúncio de que a produção de crude por parte da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) cresceu pelo segundo mês consecutivo, os preços acabaram por perder força.
A esta hora, os dois principais índice petrolíferos seguem com perdas ligeiras, com o West Texas Intermediate (WTI), de referência para os Estados Unidos, a recuar 0,03% para 67,98 dólares, e o Brent, o "benchmark" para o continente europeu, a descer 0,10% para 71,78 dólares.
Em novembro, a OPEP extraiu em média mais de 27 milhões de barris por dia, um aumento de 120 mil em comparação com o mês anterior, de acordo com dados da Bloomberg. A Líbia foi a grande responsável por este acréscimo, ao restaurar a produção de crude, que estava interrompida devido a confrontos entre os governos rivais do país.
Durante grande parte do dia, os preços do petróleo estiveram a beneficiar de um aumento da atividade industrial na China, que registou o maior crescimento em novembro dos últimos cinco meses. "Os dados económicos estiveram a apoiar os preços do petróleo, que até agora têm sofrido com as preocupações da procura chinesa", afirma Giovanni Staunovo, analista do UBS, à Reuters, acrescentando que as medidas de estímulo económico estão, finalmente, a surtir efeito no país.
No Médio Oriente, as autoridades libanesas afirmaram que, pelo menos, duas pessoas foram mortas esta segunda-feira após os ataques israelitas ao sul do país. Também na Síria as tensões parecem estar a escalar, com o presidente Bashar al-Assad a prometer "esmagar" os rebeldes que invadiram a cidade de Aleppo no domingo.
Os dois principais índices petrolíferos encontram-se a recuperar ligeiramente da queda de mais de 3% registada na semana passada, quando foram penalizados pela perda de parte do prémio de risco derivado ao conflito entre Israel e o Hezbollah, bem como pelas perspetivas de um excesso de crude no mercado em 2025.
A OPEP e os seus aliados reúnem esta quinta-feira e, de acordo com o que fontes do cartel afirmaram à Reuters, o grupo deve mesmo voltar a adiar a retoma de produção de crude, planeada para janeiro.
Ouro praticamente inalterado apesar de "rally" do dólar
O ouro está a negociar praticamente inalterado esta segunda-feira, apesar da grande valorização que o dólar regista em relação às suas principais concorrentes. Os investidores estão de atenções centradas nos dados da criação de emprego, divulgados na sexta-feira, que poderão dar novas pistas ao mercado sobre o futuro da política monetária nos EUA.
O metal precioso recua, a esta hora, 0,05% para 2.641,84 dólares por onça, estendendo as perdas registadas na semana anterior. O ouro esteve a ser penalizado por um recuo das tensões geopolíticas no Médio Oriente, com Israel e o Hezbollah a chegarem a um acordo de cessar-fogo de 60 dias – entretanto violado várias vezes pelas duas partes.
O adensar do conflito nesta frente, bem como na Síria e na Ucrânia, está a travar maiores perdas do ouro esta segunda-feira. Com o dólar a registar um "rally" no mercado cambial, o metal precioso pode encontrar um novo catalisador nos dados da criação de emprego referentes ao mês de novembro. Neste momento, os investidores estão a apostar maioritariamente num corte de 25 pontos base por parte da Reserva Federal (Fed) norte-americana na reunião realizada já a 12 e 13 de dezembro.
Para além disso, os mercados também vão estar atentos a várias intervenções de membros da Fed durante a semana, nomeadamente do presidente Jerome Powell, que discursa na quarta-feira.
Crise política na França leva euro a mínimos de dois anos. Trump ameaça BRICS e dá ímpeto ao dólar
O euro está a perder terreno face ao dólar e a negociar perto de mínimos de mais de dois anos, numa altura em que o executivo de Michel Barnier, o primeiro-ministro de França, encontra-se a um passo da queda.
Esta segunda-feira, o governo gaulês decidiu ativar o artigo 49.3 da Constituição do país para conseguir aprovar legislação sem o parecer do Parlamento. No entanto, este movimento permitiu a abertura à apresentação de moções de censura ao executivo por parte da oposição, com a União Nacional de Marie Le Pen e a coligação de esquerda Nova Frente Popular a afirmarem que vão seguir este caminho. O partido de extrema-direita também anunciou que vai votar a favor de todas as moções de censura.
O euro está a ser bastante pressionado pelas perspetivas de incerteza em relação ao futuro político da França. A esta hora, a moeda comum europeia desvaloriza 1,07% para 1,0464 dólares, após ter registado em novembro o pior mês em mais de um ano face à "nota verde".
Em contraciclo, o índice do dólar encontra-se a valorizar 0,92% para 106,71 pontos, impulsionado ainda pela ameaça de Donald Trump em impor taxas aduaneiras de 100% conta os BRICS - um bloco de nove economias emergentes – caso estes continuem a ameaçar o domínio do dólar norte-americano, nomeadamente através da criação de uma nova moeda.
Wall Street arranca dezembro sem rumo à espera de novos dados económicos
Wall Street arrancou a primeira sessão de dezembro sem rumo, numa altura em que os "traders" aguardam por uma série de dados económicos, que vão ser conhecidos ao longo da semana, para rever as suas carteiras de investimentos. Este movimento acontece depois do S&P 500 e o Dow Jones terem registado máximos de fecho na sexta-feira – numa sessão marcada por um menor volume de negociação - e o melhor mês do ano, impulsionados pela reeleição de Donald Trump como 47.º Presidente dos EUA.
O S&P 500 arrancou a valorizar 0,16% para 6.041,82 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite avança 0,59% para 19.330,64 pontos. Em contraciclo, o industrial Dow Jones recua 0,18% para 44.828,77 pontos, depois de ter ultrapassado os 45 mil pontos pela primeira vez na última sessão.
No final da semana, os mercados vão estar atentos aos dados da criação de emprego referentes ao mês de novembro, um importante indicador para medir o pulso ao mercado laboral norte-americano. Os dados vão permitir reavaliar o futuro da política monetária do país, numa altura em que os investidores veem uma probabilidade de 65% da Reserva Federal (Fed) dos EUA cortar as taxas de juro em 25 pontos base – o que contrasta com os 83% de há um mês.
Entre as principais movimentações de mercado, a Intel avança 2,06% para 24,55 dólares, depois de o CEO da empresa, Pat Gelsinger, ter renunciado ao cargo, numa altura em que a fabricante de "chips" não está a conseguir acompanhar as suas rivais no mercado dos semicondutores de inteligência artificial. Já a PTC Therapeutics catapulta 17,78% para 51,68 dólares, depois de a farmacêutica ter assinado um acordo no valor de 2,9 mil milhões de dólares com a sueca Novartis para o seu medicamento experimental para uma doença neurológica rara.
Entre as "megacaps", empresas com a maior capitalização de mercado, a Tesla lidera os ganhos, ao crescer 2,72% para 354,54 dólares, depois de a corretora Stifel ter quase duplicado o preço-alvo da empresa de 287 para 411 dólares.
Euribor cai em todos os prazos e a seis meses para mínimo de quase dois anos
A Euribor desceu hoje a três, a seis e a 12 meses face a sexta-feira e no prazo intermédio para um novo mínimo desde 21 de dezembro de 2022.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que recuou para 2,924%, continuou acima da taxa a seis meses (2,675%) e da taxa a 12 meses (2,431%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, desceu hoje para 2,675%, menos 0,020 pontos e um novo mínimo desde 21 de dezembro de 2022.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a setembro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,26% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representavam 33,37% e 25,46%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, também caiu hoje, para 2,431%, menos 0,030 pontos, depois de ter descido em 26 de novembro para 2,393%, um novo mínimo desde 05 de outubro de 2022.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses baixou hoje, ao ser fixada em 2,924%, menos 0,010 pontos do que na sessão anterior e contra um novo mínimo desde 20 de março de 2023, de 2,892% registado também em 26 de novembro.
A média da Euribor em novembro desceu a três, a seis e a 12 meses, menos acentuadamente do que em outubro e com mais intensidade no prazo intermédio.
A média da Euribor em novembro desceu 0,160 pontos para 3,007% a três meses (contra 3,167% em outubro), 0,214 pontos para 2,788% a seis meses (contra 3,002%) e 0,185 pontos para 2,506% a 12 meses (contra 2,691%).
Em 17 de outubro, o Banco Central Europeu (BCE) cortou as taxas de juro em um quarto de ponto pela terceira vez este ano, a segunda consecutiva, para 3,25%, face a uma inflação que considera estar "no bom caminho" e a uma atividade económica pior do que o previsto.
Depois do encontro de 17 de outubro na Eslovénia, o BCE tem marcada para 12 de dezembro a última reunião de política monetária deste ano.
Em 18 de setembro foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Lusa
Cenário de crise política em França pressiona bolsas europeias
Os principais índices europeus estão a negociar maioritariamente em queda, com o parisiense CAC-40 a perder perto de 1% e a pressionar o sentimento das congéneres do Velho Continente, numa altura em que a situação política em França se tem intensificado sem nenhum caminho à vista para a aprovação do orçamento.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, cede 0,06% para 509,92 pontos, com o setor automóvel a ser o que mais penaliza, com uma descida de quase 2%. A pressionar este setor está a Stellantis, a quarta maior fabricante automóvel do mundo, que cai mais de 8% tanto em Milão como em Paris, após a marca ter confirmado que o CEO português Carlos Tavares está de saída com efeitos imediatos.
A empresa assumiu que a saída de Tavares se deve a divergências entre acionistas de referência, administração e o CEO português, tendo emergido "nas últimas semanas diferentes visões" que levaram à demissão.
A empresa refere que o processo para encontrar um substituto permanente "está em andamento" e estará "concluído no primeiro semestre de 2025". Até lá, vai ser liderada por uma nova comissão executiva, presidida pelo "chairman" John Elkann.
O cenário de fim de ano para as ações europeias não é muito otimista: "nas próximas duas semanas, os mercados europeus vão continuar a ser pressionados pelas ameaças de tarifas nos Estados Unidos e pela incerteza em torno do orçamento em França, por isso não esperamos o habitual 'rally' de fim de ano nos mercados", disse Joachim Klement, analista da Panmure Liberum à Bloomberg.
Numa outra nota, os analistas da Oddo, também citados pela Blooomberg, anteveem um cenário de queda para o principal índice francês, justificando que um colapso do governo ainda não está incorporado no mercado acionista e que o CAC-40 poderá cair mais de 5% caso tal aconteça. Desde o final de setembro este índice cai mais de 6%, enquanto o Stoxx 600 recua mais de 2%.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cede 0,1%, o francês CAC-40 desvaloriza 0,94%, o italiano FTSEMIB recua 0,78%e o britânico FTSE 100 desliza 0,02%. Em Amesterdão, o AEX está inalterado, enquanto o espanhol IBEX 35 soma 0,12%.
Juros aliviam na Zona Euro. Prémio de risco entre França e Alemanha volta a aumentar
Os juros das dívidas soberanas europeias estão a aliviar esta segunda-feira, com o "spread" entre os juros da dívida francesa e alemã, de referência para a Europa, a chegar na abertura aos 87 pontos base, próximo dos 90 pontos alcançados na semana passada e que foi o mais elevado desde a crise financeira de 2012.
Os receios em torno da situação política em França têm vindo a aumentar com nenhum dos lados a querer ceder, nem o governo, nem o União Nacional. Jordan Bardella, presidente do partido de extrema-direita já afirmou que um milagre no último minuto" pode mudar a tendência de voto numa moção de censura.
Os juros das obrigações soberanas francesas a dez anos, maturidade de referência, recuam 2,1 pontos base para 2,871%, as "yields" das "Bunds" alemãs aliviam 5,1 pontos para 2,034%, enquanto os juros da dívida italiana cedem 3 pontos base para 3,244%.
Na Península Ibérica, as "yields" da dívida portuguesa a dez anos aliviam 2,9 pontos base para 2,494% - abaixo dos 2,5% e o valor mais baixo desde 27 de dezembro do ano passado. Já os juros da dívida espanhola recuam 3,5 pontos para 2,752%.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas a dez anos cederam 2,2 pontos base para 4,218%.
Euro penalizado por crise política em França. Ameaça de Trump aos BRICS dá novo impulso ao dólar
O euro está a desvalorizar face ao dólar, numa altura em que a crise política em França não parece ter solução à vista. O presidente do partido de extrema-direita União Nacional, Jordan Bardella, reforçou esta manhã as suas posições relativamente ao orçamento em França, aumentando a probabilidade de o governo cair ainda esta semana. Bardella disse ainda que "apenas um milagre no último minuto" pode mudar a tendência de voto do partido.
O primeiro-ministro, Michel Barnier, deverá enveredar por um mecanismo constitucional para se sobrepor aos deputados na aprovação do orçamento, uma vez que o governo não tem maioria na Assembleia Nacional. Mas tal permitirá à oposição apresentar uma moção de censura, que tanto a esquerda como a direita já se mostraram a favor.
O euro cai 0,71% para 1,0502 dólares.
Apesar de preverem que o partido de Le Pen não quereria "mandar abaixo o governo e ser culpada de uma crise económica e financeira em Londress", os analistas do ING assumem, numa nova nota, que "parece que a pressão sobre o euro deverá permanecer com uma potencial moção de censura a ser votadas na quarta-feira".
Em sentido inverso, o dólar iniciou o último mês do ano a valorizar, depois de Donald Trump ter ameaçado impor taxas aduaneiras de 100% contra os BRICS - um bloco de nove economias emergentes – caso estes continuem a ameaçar o domínio do dólar norte-americano, nomeadamente através da criação de uma nova moeda.
O índice do dólar avança 0,61% para 106,381 dólares.
Noutros ativos, a Bitcoin desvaloriza cerca de 2% para os 95.087,05 dólares por unidade, afastando-se do recorde alcançado a 22 de novembro em que chegou aos 99.380 mil dólares.
Ouro pressionado por dólar robusto e retirada de mais-valias
Após quatro sessões no verde, o ouro está esta segunda-feira a ser penalizado por um dólar mais forte e retirada de mais valias, com os investidores a aguardarem novos dados sobre a economia norte-americana para melhor compreenderem o rumo futuro da política monetária na maior economia mundial.
O metal amarelo recua 0,41% para 2.632,36 dólares por onça, ao mesmo tempo que o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da "nota verde" contra um conjunto de divisas rivais - soma 0,54% para 106,31 dólares. A valorização do dólar torna o metal mais dispendioso para compradores em moeda estrangeira.
O mercado aguarda a divulgação de novos dados económicos nos Estados Unidos, nomeadamente os números oficiais e do setor privado da criação de emprego e dos salários. Estão ainda agendados vários discursos de membros da Reserva Federal, nomeadamente do presidente Jerome Powell, que discursa na quarta-feira.
Petróleo em alta à boleia de recuperação da economia chinesa e riscos do cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah
Os preços do petróleo estão a valorizar esta segunda-feira, sustentados por dados que indicam maior atividade industrial na China, o segundo maior consumidor de crude do mundo, e receios de um alastrar das tensões no Médio Oriente depois de Israel ter retomado os ataques contra o Líbano mesmo com um acordo de cessar-fogo em curso.
O West Texas Intermediate (WTI), de referência para os Estados Unidos, ganha 0,84% para 68,57 dólares, enquanto o Brent, o "benchmark" para o continente europeu, avança 0,81% para 72,42 dólares.
"Os preços do petróleo conseguiram estabilizar nesta nova semana, com a continuada expansão da atividade industrial na China a refletir algum grau de sucesso das políticas de estímulo mais recentes", disse à Reuters Yeap Jun Rong, analista da IG.
Na semana passada os dois índices registaram uma queda semanal superior a 3%, penalizados por uma redução dos riscos de produção petrolífera derivado dos conflitos entre Israel e o Hezbollah, bem como perspetivas de um excesso de crude no mercado em 2025, mesmo com a crescente expectativa de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) vá voltar a adiar um aumento da produção.
Futuros da Europa em queda com crise política em França sem sinais de solução à vista. Ásia em alta
Os principais índices europeus estão a apontar para um início de sessão em queda, com os investidores particularmente centrados na resolução da crise política em França, que tem sido esta madrugada um fator fortemente penalizador da moeda única europeia.
O presidente do partido de extrema-direita União Nacional, Jordan Bardella, reforçou esta manhã as suas posições relativamente ao orçamento em França, aumentando a probabilidade de o governo cair ainda esta semana. Bardella disse ainda que "apenas um milagre no último minuto" pode mudar a tendência de voto do partido.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 caem 1,04%.
Na Ásia, os principais índices negoceiam em alta, impulsionados por sinais de estabilização económica na China, à boleia de dados que mostraram uma recuperação da produção industrial, e um "rally" das cotadas do setor tecnológico que dá continuidade ao registado na sessão de sexta-feira em Wall Street.
As tecnológicas beneficiam de notícias divulgadas na quinta-feira que davam conta que as restrições impostas pelos Estados Unidos às vendas de equipamento de "chips" à China seriam menos restritivas do que anteriormente tinha sido sugerido.
No Japão, o Nikkei somou 0,8% e o Topix valorizou 1,27%. Na Coreia do Sul, o Kospi cedeu 0,06%. Na China, o Hang Seng, em Hong Kong, soma 0,71% e o Shanghai Composite avançou 1,13%.