Notícia
Ómicron e Powell castigam bolsas. Petróleo recua e juros aliviam
Acompanhe aqui o dia nos mercados.
Agravamento dos receios sobre variante ómicron levam a novo trambolhão na Europa
Os receios de que a ómicron seja resistente às vacinas da covid-19 e venha a penalizar a retoma económica continuaram esta terça-feira a assombar as principais praças europeias. Face a isso, o Stoxx 600, que agrega as 600 maiores cotadas europeias, fechou a cair 0,34%, para 465,67 pontos.
O índice tocou assim o valor mais baixo em quase sete semanas. Os setores mais ciclícos, como o retalho e o turismo, foram os mais penalizados pelo regresso da "maré vermelha" aos mercados. O setor da energia foi também um dos que registou maiores perdas, devido à queda do barril de petróleo.
O medo dos investidores face à nova variante da covid-19 agravou-se depois de o presidente executivo da Moderna, Stéphane Bancel, ter alertado esta terça-feira para a necessidade de serem criadas novas vacinas para enfrentar a variante ómicron.
Com os investidores já receosos sobre a ómicron, as declarações de Stéphane Bancel vieram colocar 'mais lenha na fogueira'.
A juntar a isso, também o presidente da Fed, Jerome Powell, afirmou esta terça-feira que "está a na altura de retirar o termo temporário da inflação", dando força ao argumento de que as taxas de juro poderão subir mais cedo do que o esperado, o que penalizou as bolsas de ambos os lados do Atlântico.
Jerome Powell revelou ainda que esta variante do coronavírus traz potenciais riscos para a economia, numa altura que a inflação dos EUA está no nível mais elevado desde 1990.
No resto da Europa, o sentimento foi também negativo. O alemão DAX perdeu 0,53%, o francês CAC-40 afundou 0,83%, o espanhol IBEX desvalorizou 0,83%, o italiano FSTE MIB tropeçou 0,26%.
Euro continua a recuar. Dólar estável diante do passo atrás de Powell
O euro segue a recuar 0,13% para os 1,276 dólares. Esta terça-feira, os investidores estão ainda a digerir o facto de o PMI referente a novembro (Purchasing Manager’s Index) DA IHS Markit, na zona euro, se ter fixado nos 55,8, apontando para uma quebra do indicador no quarto trimestre, para o valor mais baixo do ano.
A Bloomberg Economics prevê que o PIB europeu se expanda 1,1% no quarto trimestre. "No entanto, o surgimento da variante ómicron e o recente aumento das infeções por covid-19 podem fazer com que tal não aconteça", alerta a agência norte-americana.
Por sua vez, o índice do dólar sobe 0,1% face a um cabaz de 16 divisas, depois de Jerome Powell ter adimitido esta terça-feira no Congresso dos EUA, que a inflação deve deixar de ser classificada como "transitória", e antecipando o fim do "tapering" uns "meses mais cedo".
Palavras de Powell afundam juros
Os juros da dívida soberana estão a aliviar tanto na Zona Euro e nos EUA, sobretudo depois de Jerome Powell ter admitido esta terça-feira que estava na altura de deixar de apelidar a inflação de "transitória".
As "bunds" germânicas, a referência na Zona Euro, estão a recuar 3,1 pontos base para -0,353%.
Já os juros da dívida italiana a dez anos estão a aliviar 3,2 pontos base para 0,943%.
Na Península Ibérica, os juros da dívida espanhola a dez anos estão a recuar 2,9 pontos base para 0,390%. Já os juros de Portugal estão a aliviar 2,6 pontos base para 0,319%.
Nos EUA, os juros da dívida estão a afundar 5,3 pontos-base para 1,446%
Petróleo volta a ceder com receios em torno da ómicron
Os preços do "ouro negro" regressaram às perdas, devido aos receios de que a nova variante da covid endureça as restrições à circulação e, consequentemente, penalize a procura por combustíveis.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em janeiro recua 2,79% para 68 dólares por barril.
Já o contrato de janeiro do Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e referência para as importações europeias, perde 3,39% para 70,95 dólares.
O presidente da Fed, Jerome Powell, disse hoje que esta variante do coronavírus traz potenciais riscos para a economia, numa altura que a inflação dos EUA está no nível mais elevado desde 1990.
Na Zona Euro, também se prevê que a inflação tenha disparado em novembro, e muito à conta da energia.
Ómicron volta a pesar em Wall Street. Índices arrancam no vermelho
Os três principais índices dos Estados Unidos começam a sessão desta terça-feira em terreno negativo, seguindo os passos das bolsas euroepeias. Os investidores estão novamente a pesar os riscos da variante ómicron, que na passada sexta-feira fez o S&P 500 cair 2,3%, o maior tombo desde fevereiro.
O industrial Dow Jones arranca a sessão a ceder 0,59% para 34.927,22 pontos, o tecnológico Nasdaq cai 0,23% para 15.745,92 pontos e o S&P 500 desvaloriza 0,57% para 4.628,84 pontos.
Os investidores começam a sessão a digerir as primeiras palavras de Jerome Powell, líder da Fed, sobre a ómicron. O responsável do banco central dos EUA salientou que esta variante traz potenciais riscos para a economia, numa altura que a inflação no país está no nível mais elevado desde 1990.
A juntar a isto, o CEO da Moderna também mencionou a necessidade de novas vacinas para enfrentar esta nova variante. Em reação a este tema das novas vacinas, as ações de farmacêuticas como a Moderna ou a BioNTech estão em queda. Nesta altura, as ações da Moderna cedem 4,75%, depois de ontem terem fechado com ganhos de 11,8%.
Europa mantém-se no vermelho. Retalho e turismo pressionam Stoxx 600
Os mercados de capitais continuam dominados por uma maré vermelha de perdas, com os investidores, por um lado, receosos do impacto que a variante ómicron poderá ter na retoma económica, e por outro, atentos também à evolução da inflação que, na zona euro, está a aproximar-se dos 5%.
Todas as praças europeias negoceiam a esta hora com perdas, a mais acentuada é Madrid, que chega a cair 1,80%.
Já o índice Stoxx 600, que agrega as principais empresas do continente, desvaloriza 1,20%, muito pressionado pelos setores do turismo e do retalho, os mais afectados pelos receios da pandemia de covid-19.
Por cá, Lisboa também regista perdas – menos acentuadas que as das suas congéneres europeias. O PSI-20 caía há pouco 0,70%.
Do lado das perdas, o destaque vai para a Galp Energia, que desce 2,12%. Também o BCP recua 1,39% e a Jerónimo Martins cai 1,23%. A completar os pesos pesados temos o grupo EDP, também a ceder, mas menos, com o braço Renováveis a cair 0,36% e a casa-mãe 0,70%.
Das empresas positivas – apenas seis das 19 cotadas estão com sinal verde – a que mais sobe é a Altri, a valorizar 0,76%.
Europa pintada de vermelho com todos os setores em queda
As principais bolsas europeias estão no vermelho esta manhã, num dia em que os receios ligados à nova variante de covid-19 estão a pesar no sentimento dos investidores do velho continente.
O Stoxx 600, o índice que agrupa as 600 maiores cotadas europeias, está a cair 1,44% para 460,53 pontos. Esta é a maior queda desde dia 13 de outubro.
Com todos os setores no vermelho, o setor do petróleo e gás lidera as quedas, a depreciar 2,10%, num dia em que o petróleo está a negociar em terreno negativo. Outra queda significativa pertence ao setor do retalho (-1,93%) e ao setor automóvel (-1,88%). O setor do turismo e viagens enfrenta novamente perdas significativas, a cair 1,88% nesta altura.
As menores quedas nesta altura são registadas no setor dos media (-0,65%) e no setor do imobiliário (-0,82%).
A empresa de media Future lidera os ganhos no Stoxx 600, a valorizar 16,10%, depois de ter apresentado resultados.
Já do lado das quedas, a petrolífera sueca Lundin Petroleum lidera as quedas, a ceder 10,95%.
As bolsas europeias estão no vermelho, sendo que o português PSI-20 regista a menor queda na Europa, a ceder 0,81%. O espanhol IBEX cai 1,76%, o alemão DAX desvaloriza 1,43%, o CAC40 cai 1,62%, enquanto o FTSE recua 1,32%. Em Itália a descida é de 1,72%.
Juros aliviam na Zona Euro
Os juros da dívida soberana estão a aliviar na Zona Euro.
As "bunds" germânicas, a referência na Zona Euro, estão a recuar 2,5 pontos base para -0,347%.
Já os juros da dívida italiana a dez anos estão a aliviar 1,6 pontos base para 0,959%.
Na Península Ibérica, os juros da dívida espanhola a dez anos estão a recuar 1,6 pontos base para 0,405%. Já os juros de Portugal estão a aliviar 1,6 pontos base para 0,329%.
Petróleo a caminho da maior queda mensal deste ano
O petróleo está de regresso às quedas, depois de ter subido mais de 3% esta segunda, a recuperar do "mergulho" da passada dexta-feira. Com os receios da variante ómicron a pairar nos mercados, o petróleo regressa aos tons de vermelho, numa altura em que o CEO da Moderna já indicou que serão precisas novas vacinas.
Nesta altura, o West Texas Intermediate (WTI) está a cair 2,30% para 68,34 dólares por barril. Já o brent do Mar do Norte, que serve de referência ao mercado português, está a ceder 2,36% para 71,71 dólares.
Desta forma, o petróleo caminha para um cenário em que novembro poderá representar a maior queda do "ouro negro" este ano, na ordem dos 19%.
Além disso, a agenda da semana traz ainda uma reunião da OPEP+. O Citigroup antecipa que a organização deverá manter o fornecimento de 400 mil barris diários em janeiro.
Euro ganha terreno perante o dólar
As divisas europeias, como o euro e a libra esterlina, estão a negociar em alta face ao dólar esta manhã.
A moeda única europeia valoriza 0,39% face ao dólar, para 1,1335 dólares. Já a libra esterlina, a moeda britânica, está a subir 0,14% para 1,3333 dólares.
Do outro lado do Atlântico, o dólar norte-americano está a desvalorizar 0,42% perante um cabaz composto por moedas rivais.
Moedas como o franco-suíço ou o iene japonês estão em alta esta terça-feira, numa altura em que a incerteza em relação a esta nova variante de covid-19 se faz sentir nos mercados.
Ouro em alta à boleia da ómicron
O ouro está a ganhar terreno esta terça-feira, a valorizar 0,51% para 1.793,68 dólares por onça, uma subida que está a ser impulsionada pelos receios ligados à vertente ómicron.
Depois de um dia de ânimos mais calmos, os investidores voltam a pesar os riscos desta variante, surgida na semana passada na África do Sul, que já foi considerada pela Organização Mundial de Saúde como acarretando um "risco elevado".
Assim, com a incerteza de regresso, os investidores estão a voltar-se para alguns ativos-refúgio, como é o caso do ouro. Mas, apesar da subida desta terça-feira, Jeffrey Halley, da OANDA, antecipa um período mais atribulado para o ouro.
"O ouro precisa de encontrar "amigos" depressa e não excluo a hipótese de o ouro cair para 1.720 dólares esta semana, especialmente se os "non-farms" puserem o "tapering" da Fed nos holofotes e tivermos alguma calmaria relativamente às notícias ligadas ao vírus", afirma este analista.
Futuros da Europa sugerem regresso dos receios da ómicron
A sessão de recuperação vivida nas praças europeias esta segunda-feira, já com os ânimos mais calmos em torno da variante ómicron, poderá ter sido sol de pouca dura. Esta manhã, os futuros das bolsas europeias apontam para o regresso dos tons de vermelho, numa altura em que os futuros do Stoxx 50 apresentam um recuo de 1,5%.
A variante ómicron, detetada na África do Sul, está a ser confirmada em mais países europeus - esta segunda-feira foi a vez de a Suécia anunciar que detetou um novo caso. Mas não é só este fator que pesa no sentimento dos investidores.
As primeiras declarações de Jerome Powell, o líder da Fed, sobre o tema não terão descansado os investidores. Powell destacou que a ómicron representa um risco para o mandato do banco central norte-americano, tanto na vertente da estabilização de preços - recorde-se de que a inflação nos EUA chegou em outubro ao nível mais elevado desde 1990 - mas também na vertente do mercado laboral.
"A subida recente de casos de covid-19 e o surgimento da variante ómicron representa riscos para a empregabilidade e para a atividade económica e uma incerteza acrescida para a inflação", disse Powell.
"As maiores preocupações sobre o vírus poderão reduzir a vontade de as pessoas trabalharem de forma presencial, o que poderá abrandar o progresso do mercado laboral e intensificar as disrupções nas cadeias de distribuição".
A juntar às palavras de Powell há ainda as declarações do CEO da Moderna, a empresa que até tem sido uma das companhias que mais tem subido em bolsa nestes últimos dias. A empresa indicou estar a trabalhar numa nova versão da vacina contra a covid-19 já resistente à ómicron e, já esta terça-feira, Stephane Bancel reiterou ao Financial Times que será necessário trabalhar em novas vacinas para esta variante, notando que não sabe de quanto tempo a empresa poderá precisar até ter novos dados sobre esta variante.
Na Ásia, a sessão voltou a ser de quedas. No Japão, o Nikkei caiu 1,63% e o Topix 1,03%. Em Hong Kong, o Hang Seng cedeu 1,72%.