Notícia
Europa animada pelo retalho e tecnologia. Dona da Zara bate recordes
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta quarta-feira.
Europa animada pelo retalho e tecnologia. Dona da Zara bate recordes
As bolsas europeias encerraram maioritariamente em alta pela quinta sessão consecutiva, com o alemão DAX a registar novos máximos históricos. Os mercados já parecem ter incorporado uma eventual queda do Executivo francês, numa altura em que os partidos se preparam para votar as duas moções de censura ao Governo de Michel Barnier.
O Stoxx 600, "benchmark" para a negociação europeia, encerrou em alta de 0,37% nos 517,45 pontos, muito próximo dos máximos históricos atingidos em finais de setembro (528,68 pontos). O setor do retalho foi o principal impulsionador das bolsas europeias, acompanhado pelas tecnologias e pelos automóveis no pódio.
A retalhista espanhola Inditex foi a estrela da sessão, ao conseguir tocar em valores recordes mais uma vez este ano. A dona de marcas como a Zara e a Bershka encerrou o dia a crescer mais de 2,04% para 55,98 euros, chegando a tocar nos 56,22 euros por título. A Inditex apresenta resultados ao mercado na próxima semana, dia 11 de dezembro.
Já o setor da saúde foi um dos que mais caiu esta quarta-feira, pressionado pela queda em bolsa da Novartis. A farmacêutica suíça caiu mais de 3% para 90,10 francos suíços por título, depois de o banco HSBC ter revisto em baixa a recomendação da empresa de "manter" para "vender".
A nível regional, o alemão DAX avançou mais de 1% e tocou nos 20.260,61 pontos durante a sessão – um novo máximo histórico. O principal índice do país foi principalmente impulsionado pela bom desempenho da fabricante de software SAP em bolsa, que encerrou a sessão a disparar quase 4%.
Já na França, o CAC-40 conseguiu terminar a negociação desta quarta-feira em território positivo, crescendo 0,66%, apesar de o Parlamento estar a preparar-se para votar duas moções de censura contra o Executivo de Michel Barnier. Juntos, a Nova Frente Popular e a União Nacional têm deputados suficientes para fazer cair o atual Governo.
"O ambiente continua positivo e esperamos um prolongamento do ciclo com boas oportunidades no mercado de ações", afirma Francisco Simón, responsável europeu da Santander Asset Management, à Bloomberg, "Questões políticas, como os desenvolvimentos em França, não deverão alterar o panorama geral dos mercados", conclui.
Entre os restantes principais índices da Europa Ocidental, o italiano FTSEMIB ganhou 0,75%, o espanhol IBEX 35 avançou 0,49% e o holandês AEX registou um acréscimo de 0,19%. Em contraciclo, o britânico FTSE 100 terminou a sessão no vermelho, ao recuar 0,28%, e o português PSI perdeu 0,47% - a maior desvalorização europeia.
Juros mistos na Zona Euro. "Spread" entre Itália e Alemanha em mínimos de três anos
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro encerraram a sessão em terreno misto, horas antes de se conhecer o resultado da votação das moções de censura ao Governo francês.
Caso o Executivo liderado por Michel Barnier caia, o Governo pode continuar a funcionar se invocar uma lei especial que, se aprovada, permite que o Estado continue a cobrar impostos. Segundo os discursos dos líderes do partido de extrema-direita Marine Le Pen e Jordan Bardella, a oposição não se deverá opor a esta lei.
Também hoje a presidente do Banco Central Europeu discursou, com os investidores atentos mas sem terem conseguido mais pistas sobre o futuro da política monetária no bloco. O mercado antecipa mais um corte de 25 pontos base na próxima reunão, apesar das apostas neste cenário estarem a diminuir.
Os juros das obrigações soberanas francesas a dez anos, maturidade de referência, aliviaram 0,6 pontos base para 2,895%, e ficaram acima da rendibilidade da dívida grega, que aliviou 1,6 pontos para 2,888%.
Já as "yields" das "Bunds" alemãs agravaram-se 0,5 pontos para 2,057%, enquanto os juros da dívida italiana caíram 3 pontos base para 3,212%. O "spread" entre os dois atingiu mínimos de três anos (novembro de 2021).
Por cá, as "yields" da dívida portuguesa a dez anos somaram 0,2 pontos base para 2,500%, enquanto os juros da dívida espanhola recuaram 0,4 pontos para 2,754%.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas a dez anos agravaram-se 0,5 pontos base para 4,246%.
Ouro continua a ganhar terreno com incerteza política a dominar na França e Coreia do Sul
Apoiado no aumento da incerteza política na Coreia do Sul e na França, o ouro está a negociar em alta esta quarta-feira. Os investidores parecem estar a apostar mais em ativos-refúgio, numa altura em que as tensões geopolíticas continuam a dominar no Médio Oriente e na Ucrânia.
O metal precioso avança 0,41% para 2.654,36 dólares por onça, depois de ter encerrado a sessão de ontem também em alta moderada. O ouro continua a negociar perto dos máximos históricos que atingiu em finais de outubro, altura em que chegou a valer 2.790,07 dólares. No entanto, com o dólar a acelerar no mercado cambial, impulsionado pela vitória de Donald Trump nas eleições norte-americanas, o metal acabou por perder alguma força no último mês.
Na terça-feira, o Presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol anunciou, de surpresa, a instauração da lei marcial no país, invocando uma alegada necessidade de proteger a "Coreia do Sul liberal contra as ameaças das forças comunistas e para eliminar elementos anti-Estado". No entanto, horas depois o Parlamento decidiu votar – de forma unânime – o levantamento da lei marcial, uma decisão que o Presidente do país foi obrigado a acatar. Os partidos da oposição avançaram, entretanto, com uma moção de destituição do Chefe de Estado sul-coreano.
Já na França, as duas moções de censura apresentadas pelos maiores partidos da oposição vão ser votadas esta quarta-feira. A queda do governo de Michel Barnier parece inevitável, numa altura em que a moção apresentada pela coligação de esquerda, que detém 182 dos 577 deputados do Parlamento francês, conta com o apoio da União Nacional de Marine Le Pen (143 lugares na Assembleia). Juntas, as duas fações têm deputados suficientes para derrubar o Executivo.
Desde o início do ano, o ouro já avançou mais de 28%, apoiado por um ciclo de alívio da política monetária nos EUA e por um recrudescer das tensões geopolíticas no Médio Oriente e manutenção da guerra na Ucrânia. Com o ano prestes a terminar, o JP Morgan vê o metal precioso a atingir os 2.950 dólares por onça no último trimestre de 2025.
Euro sob pressão antes do voto em França. Dólar perde e won recupera
A moeda única está sob pressão em dia de a França, a segunda maior economia da Europa, saber se o Governo vai ou não ser deitado abaixo pelas moções de censura da oposição.
Os investidores vão ainda estar atentos ao discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, esta quarta-feira, para obter mais pistas quanto a uma confirmação de mais cortes de juros no futuro, como acredita o governador do BCE Olli Rehn.
Entretanto, o euro conseguiu recuperar e, a esta hora, sobe 0,21% para 1,0531 dólares. Face à divisa nipónica, o euro soma 0,78% para 158,43 ienes.
O homólogo de Lagarde, Jerome Powell dos EUA, irá também dar uma conferência de imprensa. O mercado está a incorporar os mais recentes dados da economia norte-americana, que dão conta de um mercado de trabalho mais resiliente, ainda que de forma lenta. Pairam no ar dúvidas sobre se a Reserva Federal vai cortar juros na reunião deste mês, cenário que prejudicaria a nota verde. Os analistas esperam obter mais resposta no Livro Bege da Fed, hoje publicado. A esta hora, o dólar perde face ao euro e à libra, mas avança 0,55% face à moeda japonesa, para 150,42 ienes.
O dólar australiano caiu para mínimos de quatro meses devido à desaceleração da economia do país - cresceu ao ritmo anual mais lento desde a pandemia no terceiro trimestre.
Nota ainda para o won, a moeda da Coreia do Sul, que nas últimas 24 horas viveu momentos atribulados à boleia da imposição da lei marcial, entretanto levantada. Esta quarta-feira, o won já recuperou terreno. O dólar caiu 0,6%, para 1,416 wons, após saltar 1,6% durante a noite. Além disso, os analistas acreditam que o banco central do país pode ter apoiado a moeda na abertura de mercado de hoje, ao vender mais dólares.
"No curto prazo, será difícil o won ter um bom desempenho. Há um cenário estrutural negativo, a economia nacional parece fraca, o banco central está alegadamente a interferir mais do que o esperado. Em cima disto tudo, há agora um mal-estar político", explicou Rob Carnell, do ING.
Petróleo recua antes da decisão da OPEP+
Numa sessão marcada por volatilidade, os preços do petróleo contrariam a tendência registada esta manhã e estão a perder terreno.
Os investidores esperam que a Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) chegue a um acordo e anuncie, esta semana, um adiamento da produção de "ouro negro" por mais três meses, devido a receios de um excesso de matéria-prima no mercado em 2025. Caso a decisão tenha luz verde, a aliança só irá começar a colocar mais crude no mercado no segundo trimestre de 2025. A OPEP+ reúne-se esta quinta-feira, segundo a Reuters.
O West Texas Intermediate (WTI), de referência para os Estados Unidos, perde 0,37% para 69,68 dólares, e o Brent, o "benchmark" para o continente europeu, recua 0,29% para 73,41 dólares. Ontem, o índice de referência para a Europa valorizou mais de 2,5% - assinalando a maior subida em duas semanas.
As tensões geopolíticas continuam a dominar o sentimento de mercado. O cessar-fogo tremido entre Israel e o Hezbollah e a ofensiva na Síria, que ameaça atrair forças de vários países produtores de crude, impulsionaram as cotações do "ouro negro", que beneficiou ainda da reeleição de Donald Trump. Mas há ainda um incerteza à volta das futuras decisões do Presidente eleito quanto a políticas de imigração e tarifas, que poderão mexer com os preços.
"O mercado está a oscilar", disse Tamas Varga, analista da PVM, à Bloomberg. "Toda a gente está indecisa, ninguém sabe para onde o mercado deve ir", acrescentou.
Os "stocks" de crude dos EUA aumentaram 1,2 milhões de barris na semana passada, de acordo com especialistas que citaram os dados do Instituto Americano de Petróleo. Já os de gasolina também aumentaram 4,6 milhões de barris no mesmo período, mesmo na semana do dia de Ação de Graças, momento em que, normalmente, a procura aumenta. Os dados oficiais da Energy Information Administration (EIA) serão divulgados ao final do dia.
S&P e Nasdaq em máximos históricos. Tecnológicas lideram ganhos antes de Powell
As principais bolsas do lado de lá do Atlântico arrancaram a sessão em terreno positivo, com os investidores animados com os mais recentes dados relativos ao mercado de trabalho norte-americano.
Em novembro, o setor privado criou 146 mil empregos, de acordo com o relatório da empresa de processamento de salários ADP. O número ficou ligeiramente abaixo das estimativas dos economistas, que apontavam para 150 mil, mas demonstra que o emprego nas empresas se manteve firme e o mercado de trabalho segue em desaceleração, mas resiliente.
"O número ligeiramente mais baixo da ADP vai chamar a atenção da Reserva Federal (Fed), mas o número de criação de emprego divulgado na sexta-feira ainda se mantém como o relatório mais importante", disse à Bloomberg Matt Maley, estratega da Miller Tabak. "Portanto, não vamos tirar muitas conclusões até sexta-feira", acrescentou.
Os investidores voltam agora as atenções para o Livro Bege da Reserva Federal, onde o banco apresenta a mais recente evolução da economia dos EUA, assim como o discurso do presidente, Jerome Powell, esta quarta-feira. Os analistas do Zurich acreditam que a Fed vá cortar as taxas de juro em 25 pontos base na reunião de dezembro.
O Barclays afirma que os investidores estão a ver poucas alternativas às ações norte-americanas, com o S&P 500 a acrescentar 3,1 mil milhões de dólares em capitalização bolsista desde o final de outubro, e a subir 27% desde o início do ano. O impulso foi dado sobretudo depois da reeleição de Donald Trump e por um cenário económico dos EUA otimista.
O S&P 500 avança 0,32% para 6.069,39 pontos, atingindo um novo máximo histórico. Também o Nasdaq Composite alcançou um novo recorde ao somar 0,72% e tocar nos 19.622,09 pontos. O industrial Dow Jones soma 0,6% para 44.978,50 pontos.
Entre os principais movimentos de mercado, as ações da Salesforce saltaram mais de 10% já que os resultados trimestrais superaram as expetativas, à boleia do "boost" da estratégia de inteligência artificial da empresa.
Nas tecnológicas, a Nvidia sobe 1,22% e a Super Micro Computer avança mais de 2%. Destaque ainda para a Marvell Technology que cresce quase 19%, à boleia do otimismo em volta da inteligência artificial.
No retalho, a Foot Locker cai mais de 18% depois de ter reduzido as previsões de vendas e lucros para o ano, justificado pela empresa com mais descontos e um recuo nos gastos dos consumidores antes da época de Natal.
Euribor cai de novo a três, seis e 12 meses para mínimos de mais de ano e meio
A Euribor desceu hoje de novo a três, a seis e a 12 meses para novos mínimos desde março de 2023 e dezembro e setembro de 2022, respetivamente.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que recuou para 2,877%, continuou acima da taxa a seis meses (2,625%) e da taxa a 12 meses (2,348%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, desceu hoje para 2,625%, menos 0,009 pontos e um novo mínimo desde 20 de dezembro de 2022.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a setembro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,26% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representavam 33,37% e 25,46%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, também caiu hoje, para 2,348%, menos 0,008 pontos, um novo mínimo desde 20 de setembro de 2022.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses baixou hoje, ao ser fixada em 2,877%, menos 0,002 pontos do que na sessão anterior e um novo mínimo desde 17 de março de 2023.
A média da Euribor em novembro desceu a três, a seis e a 12 meses, menos acentuadamente do que em outubro e com mais intensidade no prazo intermédio.
A média da Euribor em novembro desceu 0,160 pontos para 3,007% a três meses (contra 3,167% em outubro), 0,214 pontos para 2,788% a seis meses (contra 3,002%) e 0,185 pontos para 2,506% a 12 meses (contra 2,691%).
Em 17 de outubro, o Banco Central Europeu (BCE) cortou as taxas de juro em um quarto de ponto pela terceira vez este ano, a segunda consecutiva, para 3,25%, face a uma inflação que considera estar "no bom caminho" e a uma atividade económica pior do que o previsto.
Depois do encontro de 17 de outubro na Eslovénia, o BCE tem marcada para 12 de dezembro a última reunião de política monetária deste ano.
Em 18 de setembro foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Lusa
Bolsas europeias valorizam de olhos postos em França
Os principais índices europeus estão a negociar maioritariamente em alta, com os investidores centrados na situação política em França e a aguardarem os resultados da votação de uma moção de censura que poderá levar à queda do governo liderado pelo primeiro-ministro Michel Barnier que apenas tomou posse no início de setembro.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, soma 0,26% para 516,88 pontos e caminha para a quinta sessão consecutiva de ganhos, depois de ontem ter encerrado em máximos de um mês. Os setores automóvel, tecnologia e retalho estão a dar o maior impulso ao valorizarem mais de 1%.
No setor tecnológico, as contas da norte-americana Salesforce, conhecidas ontem, e que ficaram acima do esperado pelos analistas estão a impulsionar as empresas de fabrico de "software", elevando as expectativas dos investidores de que a estratégia para os produtos de inteligência artificial vá levar a melhores resultados financeiros.
O alemão DAX ganha 0,72% para 20.160,4 pontos e voltou a alcançar um novo máximo histórico, depois de, na sessão de ontem, ter superado os 20 mil pontos pela primeira vez na história.
Entre os restantes índices da Europa Ocidental, o francês CAC-40 valoriza 0,37%, o italiano FTSEMIB ganha 0,85% e o espanhol IBEX 35 ganha 0,44%. Em Amesterdão, o AEX regista um acréscimo de 0,25%.
Por seu lado, o britânico FTSE 100 recua 0,1%.
Juros agravam-se na Zona Euro à espera de resultado da moção de censura em França
Os juros das dívidas soberanas europeias estão a agravar-se ligeiramente esta quarta-feira, com os investidores a aguardarem o desfecho da votação de uma moção de censura no Parlamento francês.
Apesar de o primeiro-ministro Michel Barnier e o Presidente francês, Emmanuel Macron, acreditarem na sobrevivência do Governo e terem pedido "responsabilidade" aos deputados, o cenário é complexo até porque os dois espectros políticos já se mostraram em concordância para aprovar a moção de censura.
Os juros das obrigações soberanas francesas a dez anos, maturidade de referência, somam 0,4 pontos base para 2,905%, as "yields" das "Bunds" alemãs agravam-se 1,8 pontos para 2,070%, enquanto os juros da dívida italiana avançam 1 ponto base para 3,252%.
Na Península Ibérica, as "yields" da dívida portuguesa a dez anos somam 1,9 pontos base para 2,517%. Já os juros da dívida espanhola avançam 1,8 pontos para 2,776%.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas a dez anos agravam-se 0,9 pontos base para 4,250%.
Dólar em alta. Won recupera após reguladores prometerem liquidez "ilimitada"
O dólar está a valorizar face às principais divisas rivais, beneficiando das elevadas taxas de juro, da maior liquidez e das tensões geopolíticas, enquanto o euro está a consolidar os atuais níveis, com os investidores atentos aos desenvolvimentos nas votações da moção de censura em França.
A moeda única europeia cai 0,23% para 1,0485 dólares, enquanto o índice do dólar - que mede a força da "nota verde" contra as principais divisas rivais - soma 0,14% para 106,515 dólares.
Na opinião dos analistas do ING, "a força do dólar não se deve só à reeleição de Donald Trump", mas também "a existência de um governo fraco na Alemanha e possivelmente em França se a moção de censura for bem sucedida, além da situação política na Coreia do Sul", escreve Chris Turner.
Este cenário reforça "a confiança de que as taxas de juro relativamente elevadas (as taxas de juro dos depósitos a uma semana em dólares estão em 4,6%) e, juntamente com a liquidez, fazem do dólar a moeda mais atrativa para estacionar capital neste momento", acrescenta.
Noutras divisas, o won sul-coreano valoriza 0,93% para 0,0707 dólares e recupera assim de mínimos de dois anos atingidos ontem ao final do dia, em que a moeda foi pressionada pela imposição da lei marcial na Coreia do Sul, que foi depois suspendida. O presidente Yoon Suk Yeol enfrenta agora um cenário de destituição pelo parlamento.
A inversão da tendência poderá justificar-se com intervenção estatal nos mercados, que havia sido prometido pelo ministro das finanças: "vamos injetar liquidez imediata em ações, obrigações, mercados monetários de curto-prazo, bem como no mercado cambial até que estejam completamente normalizados", pode ler-se num comunicado citado pela Reuters.
Ouro recua com investidores à espera de Powell e dados do emprego nos EUA
O ouro está a recuar ligeiramente esta quarta-feira, invertendo a tendência na sessão asiática, em que valorizou à boleia de maior procura por ativos-refúgio.
Os investidores aguardam novos dados sobre o mercado laboral nos Estados Unidos e comentários do presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, à medida que se aproxima a última reunião de política monetária do ano, marcada para os dias 17 e 18 de dezembro, e procuram compreender a trajetória das taxas de juro.
O metal amarelo cede 0,09% para 2.641,02 dólares por onça.
Os membros da Reserva Federal têm sinalizado apoio a futuros cortes de juros, mas a posição não tem sido unânime, dada a incerteza em torno da evolução económica face a um cenário de políticas protecionistas do próximo inquilino da Casa Branca Donald Trump. Um ambiente de juros mais baixos é positivo para o ouro, uma vez que o metal não rende juros.
Tensões geopolíticas e novo adiamento da OPEP+ sustentam petróleo
Os preços do petróleo seguem a valorizar esta quarta-feira, com os investidores a avaliarem o aumento das tensões geopolíticas e as perspetivas de a Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) adiar por três meses um aumento da oferta.
O West Texas Intermediate (WTI), de referência para os Estados Unidos, soma 0,33% para 10,17 dólares, e o Brent, o "benchmark" para o continente europeu, ganha 0,38% para 73,9 dólares. Ontem, o índice de referência para a Europa valorizou mais de 2,5% - assinalando a maior subida em duas semanas.
Um conjunto de eventos como a incerteza em torno da durabilidade do cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, a declaração da lei marcial na Coreia do Sul e uma ofensiva rebelde na Síria têm ajudado a sustentar os preços do crude, explicou à Reuters Priyanka Sachdeva, analista da Philip Nova.
No entanto, as perspetivas de procura mais fracas para 2025 tanto pela China como pelos Estados Unidos - as duas maiores economias mundiais - estão a limitar maiores ganhos.
Futuros da Europa em queda com foco em França. Crise política na Coreia do Sul pressiona Ásia
Os principais índices europeus estão a apontar para um início de sessão ligeiramente em queda, com os futuros do Euro Stoxx 50 a recuarem 0,18%, no dia em que todas as atenções vão estar em França.
Na Assembleia Nacional vai a votos uma moção de censura ao Governo, que deverá ser aprovada tanto pela direita como pela esquerda e que poderá levar à queda do Executivo de Michel Barnier, que apenas tomou posse no início de setembro.
Ainda a centrar atenções vão estar dados sobre a atividade económica europeia e a presença da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, no Parlamento Europeu, numa altura em que se aproxima a última reunião de política monetária do BCE, marcada para 12 de dezembro.
Pela Ásia, a tendência foi de queda generalizada, com os mercados a reagirem à tempestade política na Coreia do Sul, depois de o Presidente do país, Yoon Suk-yeol, ter anunciado, de surpresa, a instauração da lei marcial, que foi, horas depois, levantada no Parlamento.
"A lei marcial foi levantada, mas este incidente cria mais incerteza na paisagem política e na economia" da Coreia do Sul, afirmou à Reuters Min Joo Kang, economista do ING.
O impacto do episódio, no entanto, atirou a moeda do país – o won – para mínimos de mais de dois anos face ao dólar e para o valor mais baixo em 11 anos em relação ao euro. O principal índice bolsista Kospi caiu 1,44%, acumulando uma descida anual de 7% e é o que mais desce na Ásia desde início do ano.
Apesar da incerteza, uma declaração feita pelo ministro das finanças sul-coreano - de que estava preparado para colocar liquidez ilimitada nos mercados financeiros - parece estar a reduzir a dimensão do impacto da crise política, disse Charu Chanana, estratega-chefe do Saxo Bank à Reuters.
Noutros índices da região, no Japão, o Nikkei avança 0,07% e o Topix recuou 0,47% e o Hang Seng, em Hong Kong, subiu 0,13% e o Shanghai Composite perdeu 0,42%.