Notícia
Fecho dos mercados: Resultados travam bolsas. Euro e petróleo sobem
Outubro fechou no "vermelho". As bolsas europeias recuaram, pressionadas pelos resultados. Lisboa contrariou a tendência ao avançar 0,31%, apesar de os juros da dívida continuarem a afastar-se dos pares do euro. A moeda única subiu, sendo que o petróleo também valorizou.
Os mercados em números
PSI-20 subiu 0,31% para 5.468,69 pontos
Stoxx 600 caiu 0,06% para 375,47 pontos
S&P 500 valoriza 0,01% para 2.089,74 pontos
"Yield" 10 anos de Portugal sobe 4,1 pontos base para 2,54%
Euro sobe 0,43% para 1,1024 dólares
Petróleo sobe 1,21% para 49,39 dólares por barril
Europa fecha em queda. Lisboa sobe
As bolsas europeias terminaram a última sessão do mês no "vermelho", pressionadas por resultados empresariais aquém do esperado. O Stoxx 600 cedeu 0,06%, mas isso não evitou que o índice de referência da região apresentasse o maior ganho mensal desde 2009. A bolsa de Lisboa, por seu lado, subiu 0,31%, registando a maior valorização mensal desde Fevereiro: ganhou 8,35%.
A puxar pela praça portuguesa estiveram os títulos do sector energético, especialmente a EDP Renováveis. A empresa liderada por Manso Neto somou 3,98% para 6,613 euros, acompanhada pela EDP que avançou 0,33% para 3,368 euros no dia em que o líder da cotada, António Mexia, revelou que quatro barragens que estão em construção "vão entrar em operação ao longo dos próximos meses e até ao final de 2016". Nota positiva também para a Galp Energia, que subiu 0,67% para 9,837 euros, enquanto a banca travou os ganhos. BCP e BPI caíram 1,32% e 2,9%, respectivamente.
Juros portugueses afastam-se da Alemanha
Os juros da dívida soberana voltaram a subir, mas não em todos os países que partilham a moeda única europeia. As taxas das obrigações aumentaram especialmente nos países da periferia, com Portugal a destacar-se. A "yield" das obrigações do Tesouro a 10 anos subiu 4,1 pontos para 2,54% no dia em que Cavaco Silva deu posse ao Executivo liderado por Passos Coelho, mantendo-se a ameaça de uma moção de rejeição da esquerda. Na Alemanha, a taxa caiu para 0,517%, levando o diferencial para 202,2 pontos.
Euribor inalterada em mínimo histórico
Após cinco sessões consecutivas em queda, a Euribor ficou inalterada na última sessão da semana. A taxa a três meses, uma das mais utilizadas como indexante nos contratos de crédito à habitação em Portugal, manteve-se nos -0,068%. Permaneceu, assim, no valor mais baixo de sempre, permitindo poupanças no valor das prestações do crédito das famílias que vão ter revisão no contrato da habitação em Novembro.
Euro volta a negociar acima de 1,10 dólares
Depois da pressão registada no seguimento da reunião da Fed, em que Janet Yellen sinalizou que a taxa de referência dos EUA poderá subir em breve, o euro tem vindo a recuperar. Subiu na última sessão, avançando mais 0,43% no final da semana, para 1,1024 dólares. Está, assim, novamente acima deste patamar, apesar da promessa deixada por Mario Draghi de que poderá avançar com mais medidas em Dezembro. De acordo com o Eurostat, os preços deverão ter estagnado em Outubro na Zona Euro.
Petróleo sobe, mas não passa dos 50 dólares
O petróleo voltou aos ganhos. Depois de ter recuado na sessão anterior, no final desta semana os preços regressaram aos ganhos, ainda a reflectirem o facto de as reservas da matéria-prima terem encolhido na última semana nos EUA. Apesar da subida, o Brent, negociado em Londres, continua abaixo dos 50 dólares, nos 49,39 dólares, enquanto o West Texas Intermediate (WTI), nos EUA, seguia a valorizar 0,69% para 46,38 dólares. A subida no acumulado da semana, em conjunto com a desvalorização do euro, vai ditar um aumento dos preços dos combustíveis na próxima semana em Portugal.
Salários nos EUA pesam no ouro
O ouro voltou às quedas, recuando para o valor mais baixo em três semanas. O metal seguia a perder 0,27% para 1.142,86 dólares por onça, tendo chegado a 1.139,28 dólares, depois de ter sido revelado que os salários nas empresas norte-americanas aumentaram no terceiro trimestre a um ritmo mais elevado. Este crescimento dos salários está a ser visto como um factor que poderá levar a Reserva Federal a avançar com a subida dos juros nos EUA. A acontecer, trava as expectativas para a inflação, tornando o ouro menos atractivo como protecção para a subida dos preços.
Destaques do dia
"Portugal será um país ingovernável" sem estabilidade política, avisa Cavaco - O Presidente da República dramatizou a necessidade de prosseguir a "opção europeia" caucionada por uma "esmagadora maioria" dos portugueses nas eleições. A palavra cabe agora aos deputados.
Passos: "Desvios precipitados podem deitar tudo a perder" - Pedro Passos Coelho voltou a apelar à "cooperação e entendimento" a "todas as forças políticas, sociais e cívicas" no seu discurso de tomada de posse do XX Governo, onde renova o seu mandato enquanto primeiro-ministro.
Banif prepara medidas de reforço de capital à espera de novo accionista - O Banif identificou necessidades de capital de, pelo menos, 150 milhões de euros, e está a adoptar medidas que permitam um reforço de solidez pelos seus próprios meios. Uma injecção de capital só deverá acontecer com a entrada de um novo accionista que substitua o Estado.
Carlos Tavares gostava de sair da CMVM com uma solução para os lesados do BES - O mandato terminou em Setembro, mas o líder da CMVM aguarda a nomeação do seu sucessor. Em entrevista ao Sol, assume que "a melhor prenda de despedida que eu poderia ter" era sair depois de resolvido o problema dos lesados do BES.
Fundo russo: "Estamos a explorar opções para a Oi participar em qualquer consolidação no sector" - O fundo encabeçado pelo milionário russo Mikhail Fridman refere que as conversações com a Oi "estão numa fase preliminar". Mas sublinha que ambos estão a "explorar propostas que permitam a Oi participar em qualquer consolidação do sector" no Brasil.
Preços ao consumidor estagnam na Zona Euro em Outubro - Os preços ao consumidor deverão ter estagnado em Outubro na Zona Euro, de acordo com a primeira estimativa avançada pelo Eurostat.
Combustíveis com subidas de um a 1,5 cêntimos - Depois de semanas marcadas por quedas nos preços de venda dos combustíveis, vem aí um novo aumento. Perante a subida do petróleo, os preços vão aumentar entre um e 1,5 cêntimos.
Moeda chinesa regista maior subida em 10 anos - Pequim tomou mais medidas para que a sua moeda possa ter o estatuto de reserva no FMI, permitindo agora que os chineses invistam directamente em activos estrangeiros.
Apreensão de notas contrafeitas caiu 17,6% no primeiro semestre em Portugal - Portugal contrariou a tendência da Zona Euro, onde a retirada de circulação de notas contrafeitas aumentou mais de 38% nos primeiros seis meses deste ano face ao mesmo período de 2014. Em Portugal saíram de circulação 103.039 euros.
O que vai acontecer
Eleições na Turquia – A Turquia volta a ir a votos no domingo. O Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, islamita e conservador) vai tentar recuperar a maioria absoluta que mantinha desde 2002 quando chegou ao poder sob a liderança do seu fundador e actual chefe de Estado, Recep Tayyip Erdogan.
Resultados do BCP - O BCP, que revela na segunda-feira os resultados do trimestre, deverá apresentar lucros de 28,1 milhões de euros, o que compara com os prejuízos de 36 milhões de euros no período homólogo, estima o CaixaBI.
Resultados do Banif – Depois de ter revelado que está a preparar medidas de reforço de capital à espera de novo accionista, o Banif vai revelar na segunda-feira as contas referentes ao terceiro trimestre.
Compras do BCE – O Banco Central Europeu vai revelar os dados semanais sobre o programa de compra de activos. São conhecidos também os dados referentes ao mês de Outubro, ficando a saber-se o montante aplicado em activos de Portugal.