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Fecho dos mercados: Dólar sobe, petróleo desce e bolsas deslizam

No rescaldo do discurso de Janet Yellen em Jackson Hole, as bolsas europeias tiveram descidas ligeiras. Já o dólar continua a valorizar e as bolsas dos EUA também ganham. Em semana de leilão, os juros da dívida portuguesa desceram.

Reuters
29 de Agosto de 2016 às 17:31
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Os mercados em números

PSI-20 deslizou 0,03% para 4.696,11 pontos

Stoxx 600 desceu 0,52% para 343,20 pontos

S&P 500 sobe 0,61% para 2.182,23 pontos

"Yield" da dívida a 10 anos de Portugal desceu 1,1 pontos base para 3,033%

Euro cai 0,19% para 1,1178 dólares

Petróleo desce 1,50% para 49,17 dólares por barril, em Londres

Bolsas com quedas ligeiras

Numa sessão marcada pela baixa liquidez, devido ao feriado no Reino Unido, o índice que mede o desempenho das bolsas europeias desceu 0,52% para 343,20 pontos, com os sectores automóvel e petrolífero a penalizarem. A marcar o sentimento dos investidores estão ainda as palavras dos responsáveis da Fed na passada sexta-feira a sinalizarem uma subida das taxas de juro.

"As descidas de hoje têm muito a ver com o rescaldo de Jackson Hole e o aumento das expectativas sobre uma subida de juros este ano, o que levou a algum ajustamento no mercado", referiu Samy Chaar, estratego da Lombard Odier, citado pela Bloomberg.

No entanto, no outro lado do Atlântico as bolsas negoceiam em terreno positivo, impulsionadas pelos dados positivos do consumo. O S&P 500 segue a valorizar 0,61% para 2.182,23 pontos, interrompendo uma sequência de três descidas diárias.

Já o PSI-20 deslizou 0,03% para 4.696,11 pontos, com as subidas de 1,17% e de 0,55% da Nos e da Jerónimo Martins a ajudarem o índice a evitar uma descida de maior dimensão.

Taxa a dez anos desce

A taxa das obrigações portuguesas a dez anos desceu 1,1 pontos base para 3,033%. Isto nas vésperas de Portugal ir ao mercado para colocar entre 750 milhões e 1.000 milhões de euros num duplo leilão de títulos a cinco e dez anos, agendado para quarta-feira. Também as "yields" das obrigações espanholas e italianas desceram. No caso da taxa a dez anos de Espanha a descida foi de 0,9 pontos base para 0,936%. Isto apesar de o impasse governativo continuar. Já a taxa italiana caiu 1,5 pontos base para 1,12%.

Euribor a seis meses em mínimos

As taxas Euribor tiveram comportamentos divergentes esta segunda-feira, com o indexante a seis meses a atingir um novo mínimo histórico. Neste prazo, a taxa desceu 0,2 pontos base para -0,193%, segundo dados da Lusa. Em sentido contrário, a Euribor a três meses aumentou 0,1 pontos base para -0,297%. Já a taxa a 12 meses ficou inalterada em -0,050%.

Dólar sobe no rescaldo do discurso de Yellen

A nota verde avança pela segunda sessão consecutiva. As palavras de Janet Yellen, presidente da Fed, e de Stanley Fischer, o vice-presidente do banco central, continuam a marcar o sentimento do mercado. Na passada sexta-feira, Yellen sinalizou que os argumentos para subir os juros são mais fortes que há uns meses e Fischer referiu que as palavras da presidente da Fed eram consistentes com uma subida da taxa de referência já em Setembro. O índice que mede a força do dólar contra um cabaz de outras dez grandes divisas sobe 0,15% para 1.182,06 pontos. Face ao euro ganha 0,19%, com a moeda única a valer 1,1178 dólares.

Petróleo desce apesar de apostas na subida

O petróleo perde valor. O preço do barril de Brent cai 1,50% para 49,17 dólares. Também o West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, cede 1,76% para 46,80 dólares. Isto apesar de os dados revelados esta segunda-feira pela Intercontinental Exchange terem mostrado que os grandes investidores aumentaram as apostas na valorização do ouro negro para o valor mais elevado desde Junho.

No entanto, os gestores de algumas grandes petrolíferas, reunidos numa das maiores conferências na Noruega, antecipam que a volatilidade dos preços continue. "A volatilidade está para ficar e o reequilíbrio do mercado irá estender-se até 2017. Os níveis das reservas ainda são substancialmente elevados", disse Ryan Lance, presidente-executivo da ConocoPhillips, citado pela Bloomberg.

Cobre em mínimos de dois meses

O preço do cobre desceu 0,24% para 4.615 dólares por tonelada métrica. O metal negoceia no valor mais baixo dos últimos dois meses, após bancos de investimento como o Goldman Sachs e o Barclays terem alertado para o excesso de oferta e para a diminuição da procura na China, o maior consumidor mundial de cobre. Desde o início do ano, o cobre perde 1,91%, um dos piores desempenhos entre os metais.  

Destaques do dia

Sánchez diz que reunião com Rajoy foi inútil. Terceira eleição à vista. Depois da reunião com Mariano Rajoy, o líder do PSOE não deixou dúvidas: o seu objectivo continua a ser derrubar o Governo do PP.

Dilma: "Temo que a democracia seja condenada comigo". Falando perante o Senado, a presidente afastada pediu abertamente a sua absolvição. Insistiu que não cometeu nenhum crime de responsabilidade orçamental e disse estar a ser vítima de chantagem, de discriminação sexual e das "elites".

Grécia cresce 0,2% no segundo trimestre. Os dados do PIB helénico foram actualizados. Houve uma ligeira revisão em baixa dos valores. Ainda assim a economia grega cresceu, quando se previa uma contracção.

Euro cai com perspectiva de subida de juros nos EUA. O euro mantém a tendência de queda, depois de na semana passada ter perdido mais de 1% contra o dólar. A contribuir para esta descida está a expectativa de subida de juros nos EUA.

Investidor acusa Herbalife de tentar enganar o mercado. Um investidor da Florida acusa a Herbalife de prestar informações diferentes ao regulador e aos investidores. É mais um escândalo em torno da empresa de produtos dietéticos, acusada de ser uma fraude piramidal desde 2012.

Haitong antecipa queda de 8% nos lucros da Semapa. O banco de investimento prevê que a empresa liderada por Pedro Queiroz Pereira tenha fechado o primeiro semestre deste ano com lucros de 67 milhões de euros.

Acções da Prada disparam 14% com perspectiva de crescimento das receitas e lucros. O chairman da Prada antecipa que a marca italiana vai duplicar as suas vendas de comércio electrónico ao longo dos próximos dois anos. Os títulos estão em máximos de um mês na bolsa de Frankfurt.

O que vai acontecer amanhã

Portugal

INE divulga os Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores, relativos a Agosto.

INE divulga as Estimativas Mensais de Emprego e Desemprego, relativas a Julho.

INE divulga o Índice de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas no Comércio a Retalho, em Julho.

INE apresenta os Índices de Produção Industrial, em Julho.

Alemanha

Índice de preços na importação, em Julho [Anterior: 0,5%; Estimativas: -0,1%]

Zona Euro

Confiança económica, em Agosto [Anterior: 104,6 pontos; Estimativas: 104,2 pontos]

Confiança dos consumidores, em Agosto.

EUA

Confiança dos consumidores, em Agosto (Anterior: 97,3; Estimativas: 97)

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