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Fecho dos mercados: China penaliza bolsas europeias. Investidores procuram "refúgio"

As bolsas europeias encerraram no "vermelho", pressionadas pelas preocupações em torno da economia chinesa. O petróleo renovou mínimos de 11 anos. O ouro e o iene sobem beneficiando do estatuto de activo de "refúgio".

Bloomberg
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Os mercados em números

PSI-20 caiu 0,45% para 5.141,24 pontos

Stoxx 600 caiu 2,21% para 346,51 pontos

S&P 500 desvaloriza 1,20% para 1966,42 pontos

"Yield" a 10 anos de Portugal avança 8,3 pontos base para 2,601%

Euro avança 0,78% para 1,0865 dólares

Petróleo cai 0,71% para 33,73 dólares por barril, em Nova Iorque

 

China pressiona bolsas europeias
As bolsas europeias encerraram no "vermelho" esta quinta-feira, pressionadas pelo novo colapso na praça chinesa, que determinou a suspensão da negociação após 30 minutos do início da sessão. O índice europeu Stoxx 600 recuou 2,21% para 346,51 pontos, com as produtoras de matérias-primas e fabricantes automóveis a liderar as perdas. As empresas do sector mineiro caíram para mínimos de 2009. O índice acumula uma queda superior a 5,3% este ano, o pior início de sempre. Chegou a recuar 3,64% durante a sessão, mas abrandou a queda, após a China anunciar a suspensão do mecanismo que interrompe a negociação quando são registadas variações superiores a 7%. O Dax alemão, com muitas empresas expostas ao mercado chinês, caiu 2,29%, para 9.979,5 pontos, quebrando a barreira dos 10.000 pontos, pela primeira vez desde Outubro.

A bolsa de Lisboa foi a que menos caiu entre as principais congéneres europeias. Encerrou a perder 0,45% para 5.141,24 pontos, pela sexta sessão consecutiva. O BCP foi a cotada que mais pressionou o índice de referência nacional, ao desvalorizar 3,09% para 4,7 cêntimos por acção. Os ganhos da EDP e da Jerónimo Martins, as duas únicas cotadas a terminar a sessão no "verde", ditaram a menor queda. A eléctrica subiu 1,8% para 3,23 euros. A retalhista avançou 0,17%.

Juros sobem, "spread" acima dos 200 pontos

Os juros da dívida soberana nos países da Europa apreciaram esta quinta-feira. A "yield" das obrigações nacionais a 10 anos, considerada a maturidade de referência, subiu 8,3 pontos base para 2,601%, pela segunda sessão consecutiva. Os juros das obrigações alemãs, que são consideradas um activo de "refúgio" em temos de crise e incerteza, avançaram menos. Apreciaram 3,6 pontos para 0,539%, o que fez aumentar o prémio de risco que os investidores pagam para apostar na dívida portuguesa em detrimento da alemã para 206,2 pontos.

Euribor caem em todos os prazos

As taxas Euribor desvalorizaram, esta quinta-feira, em todos os prazos. A taxa a três meses atingiu um novo mínimo histórico, enquanto a taxa a nove meses voltou para "terreno" negativo. A Euribor a seis meses, utilizada como indexante em mais de metade dos créditos à habitação em Portugal, recuou para -0,050%, aproximando-se do valor mais baixo de sempre nos -0,051%. A taxa a três meses, que está abaixo de zero desde Abril, recuou para -0,142%, um novo mínimo histórico. Já a Euribor a nove meses regressou a valores negativos, recuando para -0,003%. E a taxa a 12 meses caiu para 0,051%.

 

Investidores procuram refúgio no iene

O iene está a valorizar pela quinta sessão consecutiva, beneficiando do estatuto de activo de "refúgio". A desvalorização da moeda chinesa pelo oitavo dia e o colapso da bolsa, que fez activar o mecanismo de suspensão durante a primeira meia hora de negociação, renovou os receios dos investidores em torno do abrandamento da segunda maior economia do mundo, estimulando a procura do iene. A divisa japonesa está a apreciar 0,46% para 0,008479 dólares, o valor mais elevado desde Agosto. "O risco da China acrescenta suporte ao iene, que já vinha a subir devido a um crescimento da balança corrente acima do esperado", afirmou Junichi Ishikawa, analista da IG Securities, em declarações ao The Guardian.

Petróleo em mínimos de 11 anos

Os preços do petróleo estiveram a negociar, em forte queda, esta quinta-feira. Chegaram a negociar em torno dos 32 dólares por barril, em ambos os mercados de referência, o que corresponde aos valores mais baixos desde 2003. A penalizar a matéria-prima estão os receios de um abrandamento da economia chinesa, a maior importadora líquida de petróleo a nível mundial. Em Nova Iorque, o West Texas Intermediate (WTI) deprecia 0,71% para 33,73 dólares por barril. Já em Londres, o Brent, que serve de referência às importações portuguesas, cai 0,35% para os 34,12 dólares por barril.

 

Ouro sobe com turbulência nos mercados

A beneficiar do estatuto de activo de refúgio, o ouro completa quatro sessões consecutivas em alta, a melhor série de ganhos desde Outubro. O metal precioso voltou mesmo a negociar acima dos 1.100 dólares por onça, numa sessão marcada pelos receios em torno da China, depois de a negociação das acções ter sido interrompida ao ter sido atingida a queda máxima permitida de 7%. Com a procura por segurança por parte dos investidores, o ouro soma 1,15% para os 1106,29 dólares por onça.

 

 

Destaques do dia

Aeroportos portugueses com 38,9 milhões de passageiros em 2015. Foi o maior crescimento de sempre nos aeroportos nacionais. Lisboa registou 20 milhões de passageiros.

 

DBRS corta "ratings" do Novo Banco por impacto na confiança dos investidores. Após a recapitalização, o Novo Banco perdeu alguma confiança dos investidores, segundo a DBRS. Depois da Moody’s, a agência canadiana reduziu a classificação de risco do Novo Banco. E avisa que a tendência é negativa.

 

Bolsas afundam. Onde procurar refúgio? A China está de novo a desestabilizar as bolsas mundiais. Saiba onde os investidores estão a encontrar um porto de abrigo.

 

IGCP quer até 20 mil milhões com obrigações em 2016. Entre 18 e 20 mil milhões de euros em títulos de médio e longo prazo e 1,7 mil milhões em dívida de retalho. Estes são os objectivos do Tesouro para 2016, sendo os montantes agora anunciados acima do que estava previsto.

 

China cancela regra que suspende negociação quando bolsa cai 7%. Esta quinta-feira a bolsa chinesa negociou apenas 30 minutos, altura em que estava a afundar 7%, por causa de um mecanismo de suspensão das negociações, que o regulador do mercado decidiu agora cancelar.

 

Governo nomeia nova administração para a Carris e Metro. Tiago Farias, até agora director da mobilidade da Câmara de Lisboa, substitui Rui Loureiro à frente da Carris, Metro de Lisboa, Transtejo e Soflusa. Alteração aprovada pelo Governo é justificada com a nova política de transportes.

 

China e OPEP aproximam petróleo dos 30 dólares. O petróleo está a afundar para mínimos de mais de 11 anos nos mercados internacionais, pressionado pelo excesso de oferta e pela perspectiva de um menor consumo, devido ao abrandamento da economia chinesa.

 

Siva garante início das reparações de automóveis VW em Janeiro. A Siva, importadora portuguesa do grupo Volkswagen, garantiu esta quinta-feira, 7 de Janeiro, que a reparação dos veículos afectados pelo escândalo de manipulação de emissões poluentes arrancará no final de Janeiro.

 

Tabelas de retenção na fonte divulgadas hoje. Serão publicadas esta quinta-feira as tabelas de retenção na fonte em IRS, que reflectem os novos valores da sobretaxa.

 

Soros compara crise actual nos mercados com a de 2008. George Soros aconselha os investidores a terem muita cautela com a actual situação dos mercados e encontra semelhanças com o que se passa actualmente e o que ocorreu em 2008, ano marcado pelo colapso do Lehman Brothers.

 

Negociação na bolsa chinesa volta a ser suspensa após queda de 7% em 30 minutos. As acções chinesas voltaram a ser suspensas devido à forte desvalorização. Desta vez, apenas 30 minutos depois do início da negociação. A queda do yuan justifica os receios dos investidores.

 

O que vai acontecer amanhã

Dados económicos em Portugal. O INE divulga, esta sexta-feira, o índice de custos de construção de habitação nova e índice de preços de manutenção e reparação regular da habitação, relativo a Novembro. Além disso, publica também as e estatísticas do comércio internacional, relativas a Novembro.

Emprego nos EUA. A primeira semana do ano termina com a divulgação da taxa de desemprego, nos Estados Unidos, relativa a Dezembro. A previsão dos economistas consultados pela Bloomberg é de que esta se tenha mantido nos 5%. Será ainda anunciada a criação de novos postos de trabalho e outros indicadores laborais, referentes ao último mês do ano.

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