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Fecho dos mercados: Bolsas resistem, Lisboa brilha. Juros nacionais afundam

Após um fim-de-semana marcado pelos ataques terroristas na capital francesa, as bolsas arrancaram em queda. Mas mostraram-se resilientes, encerrando com variações ligeiras. Lisboa foi excepção, ao ganhar 0,73% num dia de forte queda dos juros. O petróleo afundou.

Bloomberg
16 de Novembro de 2015 às 17:20
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Os mercados em números

PSI-20 subiu 0,73% para 5.204,90 pontos

Stoxx 600 subiu 0,30% para 370,64 pontos

S&P 500 valoriza 0,31% para 2.029,27 pontos

"Yield" a 10 anos de Portugal recua 7,7 pontos base para 2,678%

Euro recua 0,62% para 1,0705 dólares

Petróleo cai 0,56% para 40,51 dólares por barril

 

Bolsas mistas, com Lisboa a destacar-se pela positiva

Não houve grande reacção nos mercados aos ataques terroristas que no final da semana passada vitimaram pelo menos 129 pessoas em Paris, França. O dia foi marcado por variações ligeiras nos principais índices, sinal da resiliência dos investidores. O Stoxx 600 somou 0,3%, mas a sessão acabou por ser mista, com o índice parisiense CAC-40 a ceder 0,08%. Já o PSI-20, em Lisboa, destacou-se ao somar 0,73%.

 

Num dia em que o sector do turismo foi penalizado nas bolsas europeias, na praça nacional a banca puxou por Lisboa. A banca acelerou após os testes de stress ao Novo Banco, isto depois de o Banco de Portugal afirmar que não antevê a necessidade de os bancos fazerem uma contribuição extraordinária para financiar a resolução do BES, que deu origem ao Novo Banco. O BCP somou 1,89% para 4,84 cêntimos, mas o BPI perdeu 0,96% para 1,03 euros. Nota positiva ainda para os títulos do retalho, com a Jerónimo Martins e a Sonae a ganharem 2,25% e 1,93%, respectivamente.

 

Dívida nacional lidera quedas

Depois de várias sessões a subir, ou a cair menos do que as dos restantes países que partilham a moeda única europeia, as taxas das obrigações do Tesouro afundaram. Passado o teste da agência de "rating" DBRS, que não fez qualquer alteração à notação da dívida nacional apesar da instabilidade política, os juros a 10 anos caíram 7,7 pontos para 2,678%. Afundaram mais do que os dos pares, até mais do que os da Alemanha. O resultado foi uma queda acentuada no prémio de risco da dívida nacional face às "bunds": baixou de 219,7 para 214,8 pontos base.

 

Euribor fixam novos mínimos históricos

As Euribor arrancaram a semana em queda. Afundaram nos principais prazos, tocando em novos mínimos históricos. A taxa a três meses foi fixada em -0,086%, menos 0,003 pontos do que no final da semana passada. Já a taxa a seis meses, que é a mais utilizada como indexante nos contratos de crédito à habitação em Portugal, registou uma descida de 0,002 pontos. Recuou, assim, para o valor mais baixo de sempre, nos -0,013%.

 

Euro acentua queda à espera do BCE

O euro voltou a perder valor contra o dólar. A moeda única europeia aproximou-se do mínimo de seis meses ao negociar em 1,0687 dólares, recuperando logo de seguida. Contudo, manteve a tendência de queda, seguindo a recuar 0,62% para 1,0705 dólares, com os investidores a aguardarem pelo antecipado aumento da medidas de estímulo à economia que têm vindo a ser prometidas por Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu.

 

Petróleo perto de baixar dos 40 dólares

O petróleo arrancou a semana em alta, com os investidores receosos com a possibilidade de uma escalada da tensão no Médio Oriente. No entanto, as cotações acabaram por inverter a tendência. O West Texas Intermediate (WTI), em Nova Iorque, seguia a perder 0,56% para 40,51 dólares por barril, estando bem perto de quebrar a fasquia dos 40 dólares. Já o Brent, em Londres, recuava 2,23% para 43,49 dólares, com os analistas a apontarem para o eventual impacto que os ataques possam vir a ter na confiança dos consumidores e, assim, no consumo da matéria-prima.

 

Ouro sobe, mas pouco

Os ataques na capital francesa levaram alguns investidores a procurarem refúgio para os seus investimentos, mas o movimento não foi muito forte. O ouro, que tende a ser o activo preferido em períodos de maior stress, acabou por ser beneficiado, mas subiu apenas ligeiramente. O metal precioso seguia a valorizar 0,14% para 1.085,48 dólares por onça, tendo chegado a ganhar um máximo de 1,32% durante a negociação.

 

Destaques do dia

BCE defende que é demasiado cedo para saber qual o impacto económico dos ataques em Paris - O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Vítor Constâncio, disse esta segunda-feira que é demasiado cedo para saber qual o impacto económico dos atentados terroristas em Paris.

 

Analistas: Ataques terroristas com impacto de curto prazo nos mercados - Os atentados em Paris terão um impacto negativo no curto prazo nos mercados, dizem os analistas. Mas, os exemplos nos EUA, Madrid e Londres mostram que esse impacto não será duradouro, dizem os bancos de investimento.

 

François Hollande: "A França está em guerra"- O presidente francês promete que a França utilizará "toda a força no combate a estes terroristas". Hollande lembra que "a democracia francesa já venceu adversários mais difíceis".

 

Estado Islâmico ameaça com atentados em países membros da coligação internacional - O grupo extremista Estado Islâmico (EI) ameaçou realizar mais atentados, semelhantes aos de Paris, na sexta-feira, em outros países que integram a coligação internacional que bombardeia as posições do movimento no Iraque e na Síria.

 

G20 acorda medidas de transparência fiscal e regulação bancária contra resgates - Os líderes do G20 reconhecem que o crescimento mundial está abaixo das expectativas, advertindo para "riscos e incertezas" nos mercados financeiros, além de "desafios geopolíticos" que ameaçam a economia.

 

Juros do Novo Banco afundam após testes de stress - As necessidades de capital de 1,4 mil milhões de euros ficaram aquém do estimado pelos analistas, o que está a justificar o comportamento positivo do preço das obrigações e respectiva descida das "yields".

 

Moody’s: "Uma maior consolidação orçamental" é improvável com o PS - As várias medidas orçamentais, acordadas entre os partidos de esquerda e que põe fim à austeridade, serão negativas para o "rating" de Portugal. Esta é a posição da Moody's, que antevê que a dívida pública irá continuar elevada.

 

Crédito ao consumo aumenta 5% em Setembro - O valor das novas operações de crédito ao consumo voltou a superar os 400 milhões de euros, em Setembro, segundo os dados do Banco de Portugal.

 

Marriott compra grupo hoteleiro Starwood por 11,3 mil milhões de euros - A cadeia de hotéis Marriott International vai comprar o grupo Starwood Hotels por 12,2 mil milhões de dólares (11,3 mil milhões de euros). A fusão vai operar um conjunto de 5.500 hotéis em todo o mundo.

 

Inflação em Outubro na Zona Euro sobe para 0,1% - O Eurostat reviu em alta a primeira estimativa, divulgada há 15 dias, que apontava para a estagnação homóloga doa preços. Em Setembro, os preços caíram 0,1%.

 

Japão entra em recessão no terceiro trimestre - As empresas e o investimento foram os responsáveis pelo segundo trimestre consecutivo de queda do PIB japonês. O consumo privado impediu um maior recuo da economia mas não a recessão técnica.

 

O que vai acontecer amanhã

Reunião da AIE – Realiza-se a reunião dos ministros dos 29 países membros da Agência Internacional de Energia, onde serão definidas as prioridades estratégicas para o próximo ano.

 

Expectativas dos investidores da Alemanha – É conhecido o índice Zew que mede as expectativas dos investidores alemães. A leitura é referente ao mês de Novembro, devendo subir de 1,9 para 6,6 pontos, de acordo com os analistas consultados pela Bloomberg.

 

Inflação nos EUA – Depois da Zona Euro, será revelado o índice de preços no consumidor na maior economia do mundo, os EUA. Os analistas consultados pela Bloomberg prevêem um aumento de 0,1% em Outubro, depois de a inflação ter estagnado em Setembro.

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