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Fecho dos mercados: Bolsas aceleram, dólar em máximos e juros da dívida afundam
Após a decisão da Fed de subir os juros nos EUA, as principais bolsas europeias encerraram esta quinta-feira em alta. Isto numa sessão em que o dólar atingiu um novo máximo histórico e os juros da dívida fecharam em forte queda.
PSI-20 subiu 1,23% para 5.277,99 pontos
Stoxx 600 avançou 1,24% para 364,90 pontos
S&P 500 cai 0,88% para 2.054,97 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal recuou 0,7 pontos base para 2,576%
Euro recua 0,94% para 1,0810 dólares
Petróleo perde 1,94% para 34,84 dólares por barril, em Nova Iorque
Bolsas aceleram ganhos após subida de juros
As praças do Velho Continente terminaram a sessão com valorizações expressivas, depois da Reserva Federal dos EUA ter subido a taxa de referência nos EUA para um intervalo entre 0,25% e 0,50%, tal como era esperado pelos investidores. O Stoxx 600 subiu 1,24%, com as empresas do sector exportador a liderarem os ganhos, sustentadas pela desvalorização do euro. Entre os vários índices, o alemão Dax registou a subida mais expressiva, ao avançar mais de 2,5%, devido à forte exposição das empresas alemãs aos mercados externos à Zona Euro.
Já o PSI-20 ganhou 1,23%, animado pelas fortes valorizações das acções do grupo EDP. A EDP Renováveis ganhou 2,98% para 6,952 euros, enquanto a EDP terminou a subir 2,63% para 3,159 euros. Uma nota para o Banif, que foi suspenso de negociação, com o regulador a pedir ao banco que divulgue informação sobre o processo de venda. À hora a que os títulos foram suspensos, a instituição disparava 45,45% para 0,2 cêntimos.
Juros caem na Zona Euro com subida "moderada" de Yellen
As taxas de juro da dívida soberana estão em queda na Zona Euro. A precipitar este desempenho estão as declarações de Janet Yellen na quarta-feira, após a reunião de política monetária. A presidente da Reserva Federal dos EUA apontou que, apesar de estar confiante em relação à economia norte-americana, rejeita qualquer entusiasmo excessivo, pelo que a subida dos juros no país será "moderada". Numa sessão em que os juros de Espanha e Itália recuaram em força, também Portugal beneficiou, com a taxa a 10 anos a cair 4,9 pontos base para 2,527%. Mais acentuada foi a queda da "yield" a 10 anos da Alemanha – afunda 7,9 pontos para 0,599% -, o que levou o "spread" de Portugal a subir para 192,78 pontos.
Taxas Euribor ficam inalteradas
A Euribor a três meses manteve-se esta quinta-feira no actual mínimo histórico. A taxa ficou, assim, em -0,133%. Também inalterada ficou a Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal como indexante no crédito à habitação, em -0,041%. Já a taxa a 12 meses fixou-se em 0,059%, o mesmo valor registado na quarta-feira.
Dólar dispara para o valor mais alto de sempre
A moeda norte-americana está a negociar em forte alta esta quinta-feira. O índice da Bloomberg, que segue o desempenho do dólar face às 10 maiores congéneres, está a disparar 0,95% para 1.241,47 pontos. A fechar neste nível, será a maior valorização desde Junho. Mais importante é que este índice já esteve a negociar nos 1.241,51 pontos, o que representa um novo máximo histórico. A impulsionar está a decisão da Reserva Federal dos EUA, que na quarta-feira subiu a taxa de juro de referência pela primeira vez em quase uma década. Algo que reflecte a confiança em relação à economia.
Petróleo próximo de mínimos de 2009
Os preços do petróleo seguem a desvalorizar nos mercados internacionais. A matéria-prima está a negociar próxima de mínimos de 2009, depois dos inventários de crude nos EUA terem disparado e da Fed ter subido os juros no país pela primeira vez em quase uma década. O WTI, negociado em Nova Iorque, destaca-se com a queda mais pronunciada. Desce 1,94% para 34,84 dólares por barril, enquanto o Brent, em Londres, desliza 0,27% para 37,28 dólares por barril.
A pressionar as cotações têm estado ainda várias previsões negativas para a evolução dos preços do crude em 2016. Desta feita, foi o Goldman Sachs que argumentou que o excesso de oferta no mercado, com as reservas a continuarem a subir, pode levar os preços da matéria-prima a negociar em torno de 20 dólares por barril.
Ouro com maior queda desde Outubro
O metal precioso está a reagir em queda à subida de juros nos EUA. O ouro cai 2,3% para 1.052,40 dólares por onça, a maior descida desde 29 de Outubro, isto depois de o Comité Federal de Mercado Aberto ter decidido por unanimidade colocar um ponto final ao período de taxas de juro 0% nos EUA, um movimento que diminui a atractividade do investimento em ouro. Apesar da subida, o banco central norte-americano comprometeu-se com um ciclo de subidas "gradual".
Destaques do dia
CMVM suspende acções do Banif à espera de notícias sobre a venda - As acções do Banif vão estar suspensas "até à prestação de informação relevante relativa ao processo de venda voluntária do mesmo". O banco não faz comentários. As acções somavam 45%, mantendo a recuperação, antes da suspensão.
Preço das casas acelera crescimento e vendas atingem máximos de 2010 - A recuperação dos preços das casas em Portugal intensificou-se no terceiro trimestre. As vendas atingiram um máximo desde o quarto trimestre de 2010.
FMI diz que programas de ajustamento podem ter agravado dívida pública mais do que se esperava - Em alguns casos, o efeito de contracção que a consolidação orçamental teve sobre o Produto Interno Bruto poderá ter contribuído, de par com outros factores, para aumentar mais do que o esperado, no curto prazo, os rácios da dívida pública face ao PIB, diz o FMI.
O que significa para Mario Draghi a decisão de Janet Yellen - Os banqueiros centrais gostam de dizer que cada um tem o seu mandato e que não se metem na vida dos outros. Mas todos reconhecem que se influenciam, e não é pouco.
Impacto da subida de juros nos mercados: Um euro pode passar a valer apenas um dólar - Do cambial às acções, até à dívida soberana, a decisão de subir os juros tomada pela Fed vai ter impactos. Saiba de que forma podem reagir os mercados à movimentação de Janet Yellen.
Como a incerteza eleitoral está a castigar a bolsa espanhola - Os espanhóis escolhem o próximo Parlamento no domingo. As sondagens indicam que nenhum partido conseguirá maioria absoluta. Os receios em torno da indefinição política estão a penalizar a bolsa de Madrid.
Portugal ganha 150 mil euros com juros negativos em 2015 - Após a última operação do ano, Portugal totaliza um ganho de 150 mil euros com juros negativos. Feitas as contas, os custos de financiamento caíram oito vezes face a 2014.
O que vai acontecer amanhã
Indicadores do INE – O Instituto Nacional de Estatística publica o índice de preços na produção industrial, relativo a Novembro. Além disso, divulga o relatório acerca do rendimento e condições de vida em 2015.
Dividendos da Jerónimo Martins – As acções da retalhista portuguesa passam a negociar sem direito ao dividendo extraordinário de 0,375 euros por título. A distribuição de reservas será realizada a 22 de Dezembro.
Reunião do Banco do Japão – A instituição monetária nipónica conclui mais uma reunião de política monetária, após a qual o governador Haruhiko Kuroda irá dar uma conferência de imprensa.
Dados dos EUA – A Markit divulga no mesmo dia o índice de gestores de comprar (PMI) para os serviços e o índice de gestores de compras compósito, ambos para os EUA e relativos a Novembro.