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Fecho dos mercados: Super Mario dá impulso às bolsas e acelera queda dos juros

Tal como era esperado, Mario Draghi estendeu o seu programa de estímulos até Setembro de 2018, garantindo que os juros não sobem até 2019. Notícias que foram bem recebidas pelos investidores, com as bolsas a subirem, enquanto os juros registaram uma forte queda.

26 de Outubro de 2017 às 17:25
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Os mercados em números

PSI-20 avançou 0,62% para 5.402,15 pontos

Stoxx 600 subiu 1,07% para 391,27 pontos

S&P 500 sobe 0,26% para 2.563,71 pontos

"Yield" a 10 anos de Portugal recuou 6,6 pontos base para 2,238%

Euro desvaloriza 0,94% para 1,1702 dólares

Petróleo sobe 0,34% para 58,64 dólares por barril em Londres

Anúncio de Draghi dá suporte às bolsas

Numa sessão marcada pela reunião do BCE, as bolsas europeias terminaram o dia com valorizações expressivas. O índice europeu Stoxx 600 subiu 1,07%, com as bolsas alemã, francesa e italiana a valorizarem igualmente mais de 1%, com os investidores a reagirem positivamente aos anúncios que saíram da reunião de política monetária do BCE. Tal como era esperado, o presidente da instituição anunciou esta quinta-feira, 26 de Outubro, uma redução do programa de compra de activos para metade, estendendo o plano até Setembro de 2018.

Mario Draghi adiantou ainda que, além das compras, o valor dos títulos que cheguem à maturidade continuará a ser reinvestido até à maturidade, num montante que, em média, poderá rondar os 10 mil milhões de euros mensais; e as taxas de juro manter-se-ão nos níveis actuais "bem para lá" do fim das compras líquidas de activos. Estas medidas foram bem recebidas pelos investidores. Para Sandrine Perret, estratega do Credit Suisse, as acções europeias vão beneficiar com a continuação das condições financeiras favoráveis, sendo expectável que o forte crescimento do PIB no quarto trimestre suporte a subida dos lucros na região.

Em Lisboa, o dia foi também de ganhos. O índice PSI-20 subiu 0,62%, suportado pelos ganhos da energia. A EDP subiu 1,93% para 3,007 euros, enquanto a EDP Renováveis avançou 0,69% para 7,039 euros. Já a Galp apreciou 0,94% para 15,495 euros. A queda de 2,09% da Jerónimo Martins, um dia depois de ter apresentado as contas do terceiro trimestre, impediu uma subida mais expressiva.

Juros do euro recuam após BCE

O dia foi de quedas expressivas nos juros das obrigações soberanas europeias. A taxa de juro implícita a dez anos de Portugal caiu 6,6 pontos base, para 2,238%, o valor mais baixo desde Maio de 2015, numa sessão de descidas generalizadas na Europa. Entre os restantes países da periferia, os juros de Itália baixaram mais de sete pontos base, enquanto a "yield" espanhola caiu perto de 10 pontos base. No "core" Alemanha as descidas foram de 6,7 pontos para 0,415%.

Apesar do anúncio da redução do programa de compras, o presidente do BCE mostrou-se flexível, admitindo a possibilidade de continuar a comprar títulos de dívida a partir de Setembro de 2018, mostrando que vai continuar activo no mercado.

Euribor estáveis

As taxas Euribor mantiveram-se hoje a três, seis e 12 meses e desceram para um novo mínimo de sempre a nove meses em relação a quarta-feira. A Euribor a três meses voltou a ser fixada em -0,331%. A taxa Euribor a seis meses também se manteve, ao ser fixada pela décima quarta sessão consecutiva em -0,274%. A nove meses, a Euribor foi fixada em -0,223%, um novo mínimo de sempre e menos 0,004 pontos do que na quarta-feira. No prazo de 12 meses, a taxa voltou hoje, pela oitava sessão consecutiva, a ser fixada em -0,183%.

Euro cai quase 1%

A moeda única europeia reagiu em queda às medidas anunciadas esta quinta-feira pelo BCE. O euro desce 0,94% para 1,1702 dólares, penalizado pela expectativa de juros baixos por um período prolongado de tempo. Segundo as previsões dos especialistas, a taxa de referência deverá permanecer inalterada em zero até à segunda metade de 2019, com a entidade longe dos seus objectivos ao nível da inflação.

"A perspectiva sobre a inflação é diferente, pois ainda não estamos próximos do nosso objectivo [de inflação inferior, mas próxima de 2%]", afirmou Draghi, lembrando por mais de uma vez que as estimativas do BCE para a inflação são agora de 1,5% este ano, 1,2% no próximo e 1,5% em 2019.

Arábia Saudita puxa pelo petróleo

Os preços do petróleo seguem a valorizar nos mercados internacionais, suportados pelas declarações do príncipe saudita a favor do prolongamento do corte de produção por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). O WTI, em Nova Iorque, ganha 0,48% para 52,43 dólares por barril, enquanto o Brent, em Londres, sobe 0,34% para 58,64 dólares. Depois do presidente russo, Vladimir Putin, se ter mostrado disponível para estender os cortes foi o príncipe saudita a confirmar que a Arábia Saudita também quer prolongar o acordo.

Ouro corrige

Num dia marcado pela procura por activos de risco, na sequência da reunião do BCE, os preços do ouro estiveram a deslizar. O metal precioso cede 0,35% para 1.273,06 dólares por onça, penalizado pela valorização do dólar, um movimento negativo para a matéria-prima.

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