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Fecho dos mercados: Quebra da indústria derruba bolsas, obrigações e petróleo e dá brilho ao ouro
O sentimento dos investidores foi afetado por dados preocupantes sobre a atividade industrial na Zona Euro e Estados Unidos, que levaram à queda das ações, obrigações e petróleo nos mercados internacionais.
Os mercados em números
PSI-20 desceu 0,50% para os 4.948,99 pontos
Stoxx600 caiu 1,31% para os 387,99 pontos
S&P500 desliza 0,60% para os 2.958,77 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem 1,4 pontos para 0,166%
Euro valoriza 0,29% para os 1,0931 dólares
Petróleo em Londres recua 0,30% para os 59,07 dólares por barril
Bolsas com maior queda desde agosto
As bolsas europeias encerraram em queda esta terça-feira, 1 de outubro, penalizadas pelos dados sobre a atividade industrial na Zona Euro e nos Estados Unidos, que fizeram soar os alarmes sobre a evolução destas economias.
Durante a manhã, foi revelado pela IHS Markit que a atividade industrial dos países do euro caiu, em setembro, para mínimos de 2012, o que manteve sob pressão as ações europeias. As perdas acabaram, no entanto, por se agravar, quando também dos Estados Unidos chegaram sinais alarmantes sobre a evolução da indústria: na maior economia do mundo, a atividade industrial registou, no mês passado, a pior marca em mais de dez anos.
Estes dados levaram o índice de referência para a Europa, o Stoxx600, a descer 1,31% para os 387,99 pontos, a queda mais pronunciada desde meados de agosto. Também nos Estados Unidos, os principais índices seguem com desvalorizações em torno de 0,5%.
Na bolsa nacional, o PSI-20 desceu 0,50% para os 4.948,99 pontos, penalizado sobretudo pelo BCP, Jerónimo Martins e a Navigator. O BCP recuou 1,68% para 18,74 cêntimos, a Jerónimo Martins perdeu 1,23% para 15,29 euros e a Navigator desvalorizou 2,99% para 3,184 euros.
Juros em alta ligeira
As descidas estenderam-se também ao mercado de dívida, com as obrigações soberanas dos países do euro a cederem e, consequentemente, os juros a subirem. Em Portugal, a yield associada às obrigações a dez anos avançou 1,4 pontos para 0,166% enquanto em Espanha o aumento foi de 0,4 pontos para 0,143%.
Na Alemanha, os juros das obrigações no prazo de referência avançaram 0,8 pontos para -0,568% e em Itália subiram 3,4 pontos para 0,853%.
Euro toca em mínimos de mais de dois anos
A moeda única europeia tocou esta terça-feira em mínimos de mais de dois anos face ao dólar, depois de terem sido conhecidos os dados da indústria e de ter sido revelado que a taxa de inflação na região desceu de 1%, em agosto, para 0,9%, em setembro, o valor mais baixo desde novembro de 2016. Os números reforçam os argumentos do BCE para continuar com as suas medidas de estímulo à economia, contribuindo ainda mais para a fraqueza da moeda única.
O euro chegou a descer 0,18% para 1,0879 dólares – o valor mais baixo desde maio de 2017 – e segue agora a valorizar 0,28% para 1,0929 dólares.
Petróleo em queda com sinais de desaceleração global
O petróleo segue com sinal negativo pela terceira sessão consecutiva, penalizado pelos crescentes sinais de desaceleração global, um cenário que ameaça a procura por esta matéria-prima.
Em Nova Iorque, o ouro negro segue mesmo no valor mais baixo em um mês, apesar de a Bloomberg ter avançado com uma estimativa que aponta para uma descida de 1,59 milhões de barris por dia na produção da OPEP, no mês passado. Cerca de 90% da quebra explica-se pelos ataques de 14 de setembro a instalações petrolíferas da Arábia Saudita, provocaram fortes perturbações na produção daquele país.
Nesta altura, o West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, desce 0,76% para 53,66 dólares – a cotação mais baixa desde 3 de setembro – enquanto em Londres, o Brent cai 0,30% para 59,07 dólares.
Ouro sobe quase 1%
A contrariar a evolução de ativos como as ações e as obrigações, segue o ouro, que beneficia do agravamento do sentimento negativo entre os investidores. O metal amarelo valoriza 0,82% para 1.484,52 dólares enquanto a prata ganha 1,79% para 17,2941 dólares.