Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Fecho dos mercados: Melhor semestre de sempre nos mercados. Juros da dívida caem há 10 meses

As bolsas, o petróleo e as obrigações estão a valorizar antes da aguardada reunião entre Donald Trump e Xi Jinping. No semestre o desempenho global dos mercados terá sido o melhor de sempre.

Os mercados em números

PSI-20 subiu 0,68% para 5.137,47 pontos

Stoxx 600 ganhou 0,7% para 384,88 pontos

S&P500 avança 0,29% para 2.933,51 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos cedem 0,5 pontos base para 0,469%

Euro soma 0,06% para 1,1376 dólares

Petróleo em Londres valoriza 0,18% para 66,67 dólares o barril 

 

O semestre que termina hoje nos mercados financeiros poderá bem ter sido um dos melhores de sempre. É a Reuters que o diz, com a justificação de várias das mais relevantes classes de ativos registaram fortes desempenhos e de forma sintonizada. Os principais índices bolsistas da Europa, EUA e China marcaram ganhos de dois dígitos, as obrigações estão ao rubro e o petróleo em Londres valorizou quase um quarto. "Tudo junto e este poderá bem ter sido o melhor primeiro semestre de um ano, o que nem o investidor mais otimista poderia prever depois do terrível final de 2018 e o que aconteceu desde então", refere a Reuters.   

 

A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo e o abrandamento económico global não travou fortes ganhos nas bolsas, matérias-primas e obrigações.

 

Bolsas mundiais valorizam 8 biliões de dólares

Foi um semestre de ganhos acentuados para os mercados bolsistas em geral. Os dados da Reuters mostram que o valor das cotadas mundiais aumentou 8 biliões de dólares no primeiro semestre, com o índice MSCI Word a disparar perto de 15%, em linha com o desempenho verificado no mesmo período de 1997 e que é o mais forte em 40 anos de história.

 

O bom desempenho foi quase generalizado, com o Wall Street a subir 18%, as bolsas europeias a avançarem 13% e a praça chinesa a ganhar perto de 20%. O Stoxx600 acumula este ano uma subida de 13,99%, o que, segundo a Bloomberg, representa o melhor primeiro semestre desde 1998.


Esta forte subida aconteceu apesar do negro mês de maio, em que vários índices bolsistas registaram o pior mês dos últimos anos devido à perspetiva de uma escalada na guerra comercial entre a China e os Estados Unidos. Acabaram por ser (mais uma vez) os bancos centrais a guiar os mercados financeiros para terreno positivo, já que a Reserva Federal e o Banco Central Europeu fizeram marcha-atrás nos planos de normalização da política monetária.

 

A praça portuguesa também registou um semestre positivo, com uma valorização de 8,58%, que é a mais forte desde o primeiro semestre de 2017.

 

Nesta que é a última sessão do semestre, a tendência também foi de ganhos, com os investidores com expectativas positivas com os resultados da reunião deste sábado entre o presidente dos Estados Unidos e da China, esperando que Donald Trump e Xi Jinping anunciem uma trégua no conflito comercial. O Stoxx600 ganhou 0,7% para 384,88 pontos e o PSI-20 avançou 0,68% para 5.137,47 pontos. Em Wall Street os índices também seguem em alta.  

  

Dólar estável no semestre e euro desce 

O índice que mede o desempenho do dólar fechou em linha com o valor do final de 2018, tendo nos últimos três meses perdido o que havia valorizado no primeiro trimestre. A moeda norte-americana beneficiou com o estatuto de ativo de refúgio, mas foi penalizada pela perspetiva de descida de juros. O euro tem recuperado terreno face à moeda norte-americana nas últimas semanas, mas no semestre registou uma queda de 0,79%. Esta sexta-feira a moeda europeia está a subir 0,06% para 1,1376 dólares.

 

Juros da dívida portuguesa caem há 10 meses

As obrigações soberanas portuguesas tiveram um forte desempenho em junho, replicando a tendência verificada ao longo dos últimos meses, marcados pela aposta dos investidores na dívida portuguesa.

 

A "yield" das obrigações do Tesouro (OT) a 10 anos atingiu mínimos históricos em junho abaixo de 0,5% e no acumulado do mês baixou 33,6 pontos base. Trata-se da queda mais acentuada desde março do ano passado (-38,1 pontos base). Acresce que junho foi o décimo mês consecutivo de alívio nos juros da dívida pública portuguesa, sendo que neste período a queda foi de quase 150 pontos base.

 

A tendência de descida nos juros portugueses acentuou-se nos últimos meses, à medida que os maus indicadores económicos na Europa levaram o Banco Central Europeu a sinalizar a introdução de mais medidas de estímulo económico. Além disso, a intensificação das tensões geopolíticas e turbulência nos mercados financeiros levaram muitos investidores a refugiarem-se na dívida soberana. As taxas de juro das obrigações governamentais de diversos países europeus (como Portugal, Alemanha, França e Espanha) fixaram mínimos este mês.

 

A yield das OT a 10 anos fechou 2018 nos 1,71% e desde então já recuou mais de 120 pontos base. Esta sexta-feira (último dia do semestre nos mercados) a taxa de juro dos títulos portugueses cedeu 0,5 pontos base para 0,469%.

 

As obrigações alemãs foram um dos ativos de refúgio de eleição este semestre, alcançando o melhor desempenho em dois anos. As bunds alemãs geraram um retorno de 5,5% e passaram para terreno negativo, tendo recentemente atingido um mínimo histórico abaixo de -0,33%.

 

As obrigações norte-americanas geraram um retorno mais elevado (7%), com a "yield" das treasuries a 10 anos a descerem quase 70 pontos base para níveis abaixo de 2%, devido à perspetiva de descida de juros por parte da Fed.

 

Petróleo completa melhor mês desde janeiro

O petróleo está a negociar sem uma tendência definida esta sexta-feira, numa altura em que o mercado aguarda pela reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) que arranca em Viena, na segunda-feira, e onde os produtores deverão decidir se estendem os cortes na produção. Se houver acordo para prolongar os cortes entre os membros do cartel e os outros produtores que completam o grupo OPEP+, a matéria-prima deverá reagir em alta nos mercados internacionais.

 

Nesta altura, o West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, desvaloriza 0,05% para 59,40 dólares, enquanto o Brent, transacionado em Londres, sobe ligeiros 0,18% para 66,67 dólares.

 

Apesar desta descida do WTI, o crude de Nova Iorque deverá fechar este mês de junho com uma valorização superior a 10%, a mais acentuada desde janeiro, mês em que a matéria-prima acumulou um ganho superior a 18%. Desde o início do ano, a subida aproxima-se dos 30%. No caso do Brent, a subida mensal será de pouco mais de 3%, enquanto os ganhos acumulados no ganho ascendem a 23%.

 

O petróleo tem beneficiado das tensões geopolíticas entre os Estados Unidos e o Irão e da descida dos inventários de crude norte-americanos, que ainda na semana passada registaram a maior queda desde 2016.

 

Ouro com maior série de subidas semanais desde 2016

O ouro segue com ganhos ligeiros esta sexta-feira, dia em que completa a sexta semana consecutiva de ganhos – a mais longa série de subidas semanais desde o final do primeiro trimestre de 2016. Além disso, com uma valorização acumulada de mais de 8% em junho, o metal amarelo completa o seu melhor mês desde junho de 2016, quando os britânicos votaram a favor da saída do Reino Unido da União Europeia.

 

O ouro, que atingiu recentemente o valor mais alto em mais de seis anos, tem beneficiado da degradação das estimativas de crescimento global, do movimento de fuga ao risco dos investidores, muito à conta das tensões geopolíticas entre os Estados Unidos e o Irão, e ainda da expectativa de descida dos juros nos Estados Unidos, que tem penalizado, em sentido inverso, o dólar norte-americano.

 

Em alta pela segunda sessão consecutiva, o ouro segue a valorizar 0,13% para 1.411,54 dólares por onça, enquanto a prata ganha 0,30% para 15,3044 dólares.

 

"As barreiras para o ouro são nos 1.380 e nos 1.430 dólares. A quebra de qualquer um desses níveis daria uma indicação da direção no curto prazo. Se o encontro entre os presidentes Xi e Trump for infrutífero, poderemos ver um teste aos 1.430 dólares na próxima semana", antecipa Michael McCarthy, estratega da CMC Markets Asia Pacific, citado pela Bloomberg.

Ver comentários
Saber mais fecho dos mercados bolsas acções dívida juros da dívida euribor dólar euro libra petróleo WTI Brent Stoxx 600 acções europeias PSI-20 matérias-primas
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio