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Fecho dos mercados: Juros da dívida europeia sobem. Bolsas e petróleo descem
A perspectiva de que o BCE possa limitar os estímulos continua a castigar as obrigações dos países da Zona Euro e a dívida portuguesa não é excepção. Nas bolsas, a época de apresentação de resultados continua a ser acompanhada com cautela.
Os mercados em números
PSI-20 ganha 0,01% para 4.676,10 pontos
Stoxx 600 recuou 0,27% para 340,80 pontos
S&P 500 avança 0,22% para 2.137,75 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal subiu 5,4 pontos base para 3,338%
Euro sobe 0,39% para 1,0940 dólares
Petróleo desce 0,93% para 50 dólares dólares por barril em Londres
Bolsas europeias com quinta queda seguida
O índice que mede o ritmo das bolsas europeias desceu pela quinta sessão consecutiva. A época de apresentação de resultados das cotadas do Velho Continente não aparenta ter dado um grande ânimo aos investidores e essa tendência voltou a reflectir-se.
O Stoxx 600 perdeu 0,27% para 340,79 pontos esta sexta-feira, com os resultados da farmacêutica Novo Nordisk e da cervejeira AB Inbev a desapontarem. As acções destas empresas perderam 15% e 4%, respectivamente. Apesar da apreensão com os resultados das empresas europeias, os bancos têm surpreendido pela positiva. Esta sexta-feira foi a vez do UBS apresentar um lucro acima do esperado pelos analistas.
Apesar da descida do índice europeu, houve bolsas, como a francesa e a londrina, a encerrarem no verde. Ganharam 0,33% e 0,14%, respectivamente. O PSI-20 também evitou as perdas, com uma subida muito ligeira de 0,01%. Ainda assim, foi o suficiente para interromper uma sequência de três descidas seguidas. Os CTT, a EDP e a Nos ajudaram a compensar a descida de 2,33% do BCP e os deslizes de 0,20% da Galp e da Jerónimo Martins.
Taxas de juro continuam a escalar
A pressão das últimas sessões sobre as obrigações soberanas europeias continua e os títulos portugueses não foram excepção. A taxa de rentabilidade exigida pelos investidores para deterem obrigações do Tesouro a dez anos subiu 5,4 pontos base para 3,338%, a quarta sessão seguida de agravamento.
Essa tendência também se verifica nas obrigações de Itália e Espanha. A taxa italiana a dez anos aumentou 5,3 pontos base para 1,585%, enquanto a "yield" espanhola agravou-se em 3,4 pontos base para 1,231%. Já a dívida alemã, que também não tem passado incólume a esta tendência das últimas sessões, conseguiu algum alívio esta sexta-feira. Ficou praticamente inalterada em 0,167%, o que levou a um aumento do prémio de risco da dívida portuguesa para 317 pontos base.
A subida das taxas um pouco por toda a Europa está a ser associada pelos analistas a uma maior probabilidade do BCE não reforçar os estímulos monetários. Isto depois de terem sido divulgados dados positivos sobre a economia da Zona Euro e também do Reino Unido.
Euribor a três meses de regresso a mínimos
As Euribor tiveram comportamentos distintos esta sexta-feira. A taxa a três meses baixou 0,1 pontos base para -0,313%, fixando-se novamente no valor mais baixo de sempre, atingido pela primeira vez a 19 de Outubro, segundo dados da agência Lusa. No entanto, as Euribor a seis e a 12 meses subiram. O indexante a seis meses aumentou 0,1 pontos base para -0,212%. A taxa a 12 meses teve também um acréscimo de 0,1 pontos base para -0,069%.
Iene perde face ao dólar
A divisa nipónica não pára de ceder terreno face à nota verde. Esta sexta-feira desce 0,08%, com cada dólar a valer 105,374 ienes. É a quinta descida seguida e desde o início do mês a moeda japonesa leva já uma perda de 3,84%, o pior saldo mensal desde Maio.
Este desempenho é explicado para as perspectivas divergentes da política monetária nos dois blocos económicos. Se nos EUA, o caminho é de subida das taxas de juro, no Japão a expectativa é de que os estímulos monetários sejam intensificados. O Banco do Japão anuncia na próxima terça-feira as suas decisões de política monetária.
Petróleo desce com incerteza sobre a OPEP
O petróleo continua a ressentir-se com a incerteza sobre se os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e outros produtores da matéria-prima chegarão a um entendimento para efectivar um corte de produção. Isto quando se multiplicam os encontros para a preparação da reunião da OPEP no final de Novembro, em que se discutirá a rectificação de um acordo para limitar a produção. O preço do barril de Brent desce 0,93% para 50 dólares. Já o West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, cede 1,03% para 49,21 dólares.
Alumínio em máximos de 15 meses
Os dados positivos da economia dos EUA alimentaram os ganhos dos metais industriais. O alumínio regista um dos melhores desempenhos da sessão, com o preço da tonelada métrica a subir 1,19% para 1.699 dólares. Esta subida ajudou a cotação do alumínio a atingir o valor mais elevado dos últimos 15 meses, segundo dados da Bloomberg. Além dos dados positivos do PIB da maior economia do mundo, a actividade na China também está a dar fôlego aos preços dos metais industriais.