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Fecho dos mercados: Fuga ao risco leva juros de Portugal abaixo de 0,5% e ouro para máximos

O aumento das tensões entre os Estados Unidos e o Irão está a reforçar a fuga dos investidores para ativos de refúgio. O ouro e as obrigações soberanas estão ser as mais beneficiadas com este movimento de fuga ao risco.

Reuters

Os mercados em números

PSI-20 desceu 0,44% para 5.062,31 pontos

Stoxx 600 perdeu 0,10% para 383,40 pontos

S&P500 cede 0,36% para 2.934,88 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos desceram 4,7 pontos base para 0,472%

Euro desce 0,14% para 1,1383 dólares

Petróleo em Londres avança 0,77% para 65,36 dólares o barril 

 

Bolsas caem num ambiente de incerteza e especulação de quebra de lucros

As bolsas europeias fecharam em queda, numa altura em que as incertezas geopolíticas continuam a marcar a agenda. Por um lado, os investidores continuam a aguardar pelo encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, agendado para sexta-feira. Uma reunião que se espera que alivie a tensão comercial entre os dois países.

 

Por outro lado a tensão entre o Irão e os EUA continua elevada, com troca de palavras e de ameaças entre os dois países, o que tem aumentado os receios dos investidores sobre um potencial conflito militar.

 

Este ambiente só por si já pesa na negociação bolsista, mas está a aproximar-se o início da época de apresentação de resultados do segundo trimestre do ano, com os analistas a aumentarem as suas estimativas sobre uma quebra de lucros entre as empresas europeias. O que também pressiona a negociação.

 

Assim, o Stoxx600, índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, desceu 0,1% para 383,40 pontos.

 

Na bolsa nacional, o PSI-20 perdeu 0,44% para 5.062,31 pontos, perdendo pela segunda sessão consecutiva, num dia em que os CTT tocaram num novo mínimo histórico.

 

Juros das obrigações portuguesas caem para novos mínimos

As obrigações soberanas são uma das classes de ativos que mais está a beneficiar com a fuga ao risco, devido ao aumento da tensão entre os EUA e o Irão. Os títulos portugueses estão a beneficiar com este movimento, tendo esta quarta-feira atingido novos mínimos. No prazo a 10 anos a taxa desceu hoje pela primeira vez abaixo dos 0,5%. A queda foi de 4,7 pontos base para 0,472%, sendo que a descida observou-se em todas as maturidades.

 

A descida dos juros portugueses tem sido constante e acelerada nas últimas sessões. Foi em meados de maio que a taxa recuou pela primeira vez da barreira dos 1% e deste então baixou para menos de metade. Em junho de 2018 a "yield" das obrigações do Tesouro estava em redor de 1,8%.

 

A restante dívida europeia também valorizou na sessão de hoje, com os juros da Alemanha a atingirem um novo mínimo histórico nos -0,3365%. A "yield" dos títulos espanhóis e italianos também desceram, mas não atingiram mínimos históricos na sessão de hoje.

 

Não são só as obrigações soberanas europeias que estão a servir de refúgio. A "yield" das treasuries a 10 anos voltou hoje para valores inferiores a 2%, perto dos mínimos de três anos que atingiu na semana passada, devido também aos indicadores económicos fracos que foram divulgados nos Estados Unidos.

 

Petróleo em alta ligeira

O petróleo está a valorizar nos mercados internacionais com os receios relacionados com a interrupção dos fornecimentos da matéria-prima no Médio Oriente a sobreporem-se as preocupações com o impacto económico do aumento das tensões entre os EUA e o Irão.

 

O WTI em Nova Iorque sobe 0,43% para 58,13 dólares e o Brent em Londres avança 0,77% para 65,36 dólares. Desde meados deste mês a matéria-prima acumula ganhos em torno de 10%, devido sobretudo ao aumento da tensão no Médio Oriente.

 

Dólar estável à espera de Powell

O índice do dólar está a negociar estável e a moeda norte-americana negoceia em alta ligeira face à moeda europeia. Os investidores aguardam pelas palavras de Powell uma vez que cresce a expectativa de que a Reserva Federal norte-americana possa cortar os juros diretores no próximo mês. Na última reunião, na semana passada, a Fed deixou essa porta em aberto, o que a concretizar-se será a primeira vez em 10 anos. O euro desce 0,14% para 1,1383 dólares, corrigindo dos ganhos obtidos nas últimas sessões.

 

Ouro renova máximos de seis anos

O aumento da tensão entre o Irão e os Estados Unidos está a reforçar a aposta dos investidores nos ativos de refúgio, sendo que o ouro é dos mais beneficiados. O metal precioso beneficia também da perda de atratividade do dólar, sobretudo depois da reserva Federal ter reforçado os sinais de que irá descer as taxas de juro nos Estados Unidos.

 

Habitualmente o ouro varia em sentido inverso ao dólar. Hoje o metal está a subir 0,72% para 1.429,9 dólares no mercado à vista em Londres, tendo tocado em máximos de seis anos nos 1.439,21 pontos. Esta é já a sexta sessão seguida de ganhos para o ouro.

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