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Fecho dos mercados: Fantasma da recessão assombra mercados mundiais

Os sinais de abrandamento económico na Europa, depois dos dados revelados hoje pela Alemanha, França e Zona Euro, inverteram a tendência positiva com que as bolsas do Velho Continente tinham aberto a sessão. Por cá, o PSI-20 registou a maior queda do ano. Por arrasto, também o euro segue a ceder terreno, bem como o petróleo e o cobre. Os juros, por seu lado, estão em queda, com os investidores a refugiarem-se nas obrigações nestes tempos de incerteza em torno da contração económica mundial.

Reuters
22 de Março de 2019 às 17:26
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Os mercados em números

PSI-20 caiu 2,04% para 5.160,37 pontos

Stoxx 600 recuou 1,22% para 376,03 pontos

S&P 500 cede 1,75% para 2.804,82 pontos

"Yield" a 10 anos de Portugal desce 2,3 pontos base para 1,259%.

Euro perde 0,80% para 1,1283 dólares

Petróleo desvaloriza 2,18% para 66,38 dólares por barril em Londres

 

Desaceleração económica pressiona bolsas europeias

As principais praças europeias fecharam todas no vermelho, fortemente castigadas pelos novos indicadores económicos negativos, relativos a março, para duas das referências europeias: Alemanha e França. Berlim acusa uma travagem da atividade económica, com o indicador PMI a registar o valor mais baixo em quase seis anos. Já Paris vê mesmo uma contração da atividade. 

Os setores mais penalizados no Velho Continente foram os da banca, o industrial e o energético, com o Stoxx 600 a desvalorizar 1,22% para os 376,03 pontos. Na Alemanha, o índice Dax perdeu 1,41% para mínimos de um mês, nos 11.386,83 pontos.

Por cá, a tendência foi igual, com o PSI-20 a recuar 2,04% para 5.160,37 pontos e com todas as cotadas no vermelho exceto a EDP, que ganhou terreno, e a Ramada, que ficou inalterada.

A penalizar o índice de referência nacional estiveram sobretudo a Galp e o BCP, com quedas de perto de 3%. Entre as maiores descidas, destaque para os mergulhos de mais de 5% da Mota-Engil, Pharol e Sonae.

 

Juros da Alemanha e EUA recuam com travagem da economia

A curva de rendimentos dos títulos de dívida dos Estados Unidos está a dar um sinal preocupante sobre a evolução da maior economia do mundo. A taxa dos títulos de dívida pública a 3 meses já está acima da "yield" das obrigações a 10 anos. Numa altura em que a economia global está a reforçar os sinais de travagem brusca, os investidores temem que a economia norte-americana esteja mais próxima de entrar em recessão. Daí estarem a refugiar-se nos títulos de dívida de longo prazo, em detrimento das maturidades curtas.

Não é só nos Estados Unidos que o mercado de dívida está a mostrar um receio crescente dos investidores com a saúde da economia global. Os juros da Alemanha a 10 anos já estão em terreno negativo, o que já não acontecia desde outubro de 2016. A "yield" dos títulos a 10 anos recua 6,7 pontos base para -0,025%, já que os investidores estão a refugiar-se nestas obrigações. Se nos Estados Unidos os investidores preferem dívida de longo prazo face curto prazo, na Alemanha estão dispostos a pagar para terem em carteira títulos de dívida deste país, que só serão reembolsados em 2029.

Por cá, também a "yield" da dívida soberana a 10 anos está a recuar, deslizando 2,3 pontos base para 1,259%, muito perto de mínimos históricos.

 

Euro cai com dados fracos e novos receios na frente comercial

O euro segue a ceder terreno face à nota verde e face à generalidade das principais moedas, a caminho da maior queda em duas semanas, penalizado pela travagem económica na Alemanha e França. A moeda única europeia está a perder 0,80% para 1,1283 dólares. A indicação de que o presidente dos EUA, Donald Trump, deverá anunciar em maio tarifas aduaneiras sobre as importações europeias também está a pressionar – se bem que também tenha dito que as fabricantes automóveis do Velho Continente, como a Mercedes e a BMW, poderão evitar uma escalada das tensões comerciais se construírem mais fábricas nos EUA.

A libra, em contrapartida, segue em alta, animada pelo facto de ter ficado confirmado esta madrugada que a primeira-ministra britânica concordou adiar o Brexit até 22 de maio, caso Londres aprove o Acordo de Saída, ou até 12 de abril, caso o texto seja novamente chumbado. O facto de se estar assim a evitar uma saída desordenada do Reino Unido entusiasmou os investidores do mercado cambial.

 

Petróleo cede terreno com valorização do dólar

As cotações do "ouro negro" seguem em baixa nos principais mercados internacionais, pressionadas pelos novos sinais de abrandamento económico, o que deixa recear uma diminuição da procura de combustível. A pesar está também a valorização do dólar – o que torna menos atrativos os ativos denominados na nota verde, como é o caso do petróleo.

O West Texas Intermediate (WTI) para entrega em abril segue a cair 2,52% para 58,47 dólares por barril. Também o Brent do Mar do Norte – que é negociado em Londres e serve de referência às importações portuguesas – segue no vermelho, com os preços do contrato para entrega em maio a desvalorizarem 2,18% para 66,38 dólares.

 

Cobre cai com travagem económica alemã

As cotações do cobre estão a perder terreno, penalizadas sobretudo pelo facto de Berlim ter acusado uma travagem da atividade económica, com o indicador PMI a registar o valor mais baixo em quase seis anos. Esta é a terceira sessão de queda do metal industrial, e os dados hoje revelados pela Alemanha acentuaram esse movimento, dado que intensificaram os receios de que a procura de metais de base esteja a diminuir em setores-chave, como o fabrico automóvel.


O cobre para entrega a três meses segue a recuar 0,40% para 6.393 dólares por tonelada no Mercado Londrino de Metais (LME).

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