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Fecho dos mercados: Europa acaba a subir mais de 3% em dia "eletrizante". Petróleo mantém quedas

Os principais mercados europeus conheceram um dia de muita imprevisibilidade, com o Stoxx 600 a cair e a subir 3% na mesma sessão. Apesar dos sinais de recuperação, os preços do petróleo continuam a afundar.

Reuters
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Os mercados em números

PSI-20 avançou 4,49% para os 3.834,87 pontos

Stoxx 600 subiu 2,25% para 291,07 pontos

S&P 500 valoriza 3,71% para os 2.474,67 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos avançam 21,2 pontos base para 1,255%

Euro valoriza 1,82% para 1,0980 dólares
Petróleo em Londres recua 2,33% para os 29,35 dólares por barril

"Dia de loucos" acaba com bolsas europeias em forte alta
Foi um dia de sobe e desce como poucas vezes se viu nos mercados, com os índices a passarem de quedas acentuadas para ganhos e vice-versa. No fecho das bolsas europeias venceu a tendência de alta, com os investidores agradados com o avolumar de anúncios de pacotes de medidas expansionistas feitos por algumas das maiores economias mundiais, como é o caso de França (345 mil milhões de euros) e Estados Unidos (850 mil milhões de dólares). 

O índice de referência europeu Stoxx600 avançou um máximo de 3,71% e chegou a recuar 3,28%. Acabou a sessão a somar 2,25% para 291,07 pontos. Espanha, que anunciou um plano de 200 mil milhões de euros, fechou com uma das valorizações mais expressivas, com o IBEX a somar 5,84%. Frankfurt, Londres e Paris valorizaram mais de 2%. 

Em Lisboa registaram-se subidas acentuadas. Os CTT ganharam 11,59% para 2,060 euros já depois de ontem o líder da cotada, João Bento, ter anunciado lucros de 29,2 milhões de euros em 2019, um aumento de 35,8% face ao período homólogo, bem como um dividendo de 11 cêntimos por ação, o que representa um aumento de 10% face à remuneração do exercício anterior. 

Em Wall Street, o Nasdaq e o S&P500 disparam mais de 4% no dia em que os Estados Unidos anunciaram um plano de 850 mil milhões de dólares que contempla o pagamento de mil dólares a cada norte-americano. Os índices norte-americanos tinham ontem fechado com quedas de 12%, que foram as mais fortes desde a célebre "Black Monday" de 1987. 

De acordo com a Bloomberg, a volatilidade que se vive atualmente nas bolsas só tem paralelo na altura da Grande Depressão. 

Juro da dívida portuguesa dispara para máximos de abril
As obrigações soberanas, sobretudo dos países periféricos, deixaram há vários dias de ser um porto de abrigo para os investidores. Pelo contrário, os investidores estão a afastar-se da dívida pública de países como Portugal, Espanha e Itália, o que está a refletir-se nas yields, que estão a disparar. 

A taxa de juro das obrigações portuguesas a 10 anos avança 21,2 pontos base para 1,255%, o que representa um novo máximo desde abril do ano passado. Em Espanha a taxa sobe 19,6 pontos base para 1,03%, superando a fasquia de 1% pela primeira vez em vários meses. NA dívida italiana a taxa avança 18,7 pontos base para 2,34%. 

Até na dívida alemã, que é considerada a mais segura da Europa, está a assistir-se a um agravamento das "yields". A taxa das bunds a 10 anos avança 2,2 pontos base para -0,447%. 

Este agravamento das taxas das obrigações também reflete o movimento de entrada de dinheiro nas bolsas, que encerraram a sessão em forte alta. 

Euro perde quase 2% para o dólar
A moeda única europeia segue a transacionar em mínimos de 28 de fevereiro face ao dólar, estando nesta altura a depreciar 1,82% para 1,0980 dólares. 

Já o dólar segue a valorizar contra um cabaz composto pelas principais moedas mundiais para máximos de 21 de fevereiro. 

Numa altura em que prevalece um elevado grau de incerteza nos mercados, os investidores acabam por reforçar o apetite por ativos considerados mais seguros e sendo o dólar moeda de reserva internacional acaba por beneficiar disso mesmo. 

Petróleo continua a afundar
Os preços do petróleo continuam os maus desempenhos com ambos os ativos – Brent e WTI – a negociarem agora abaixo da barreira dos 30 dólares por barril. O londrino Brent, que serve de referência para Portugal, desvaloriza 2,33% para os 29,35 dólares por barril e o norte-americano WTI (West Texas Intermediate) perde 1,82% para os 28,18 dólares.  

Hoje, a Arábia Saudita anunciou que iria exportar 10 milhões de barris de petróleo por dia, em abril, o que representa um volume máximo histórico de exportação, depois de ter garantido que iria também aumentar a produção para mais de 12 milhões de barris diários no mesmo período.  

A queda na procura, numa altura em que o vírus SARS-CoV-2 está a provocar paragens nas companhias aéreas, coincide com um período em que a Arábia Saudita, numa guerra com a Rússia, quer inundar o mercado petrolífero com petróleo barato, o que está a provocar uma disrupção nos preços da matéria-prima. 

O índice que mede a volatilidade dos preços do petróleo está também em máximos desde 2007. 

Ouro interrompe ciclo de cinco quedas consecutivas
O metal precioso voltou a negociar em território positivo, ao valorizar 0,96% para os 1.528,58 dólares por onça, afastando-se assim do mínimo de novembro do ano passado registado na sessão de ontem.  

Apesar de ser considerado um ativo seguro, que serve de refúgio aos investidores em alturas de mais turbulência dos mercados acionistas, o metal precioso não tem sido capaz de escapar às quedas generalizadas dos últimos dias, tendo caído abaixo da barreira dos 1.500 dólares por onça na sessão de ontem.

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