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Fecho dos mercados: Euro e bolsas em queda depois de comentários do BCE
As principais praças europeias terminaram o dia em queda, num dia em que o vice-presidente do BCE manifestou preocupações com a recente apreciação do euro, que "não reflecte os fundamentais", e que sublinhou que as mudanças na política do banco central não serão "imediatas".
Os mercados em números
PSI-20 subiu 0,09% para 5.618,69 pontos
Stoxx600 cedeu 0,10% para 397,97 pontos
S&P500 valoriza 0,48% para 2.789,66 pontos
Euro recua 0,24% para 1,2230 dólares
Petróleo sobe 0,46% para 69,47 dólares por barril em Londres
Bolsas corrigem dos ganhos recentes
As principais praças europeias estão em queda, corrigido dos ganhos recentes. Este comportamento tem lugar num dia em que o vice-presidente do BCE manifestou preocupações com a recente apreciação do euro, que "não reflecte os fundamentais", e sublinha que as mudanças na política do banco central não serão "imediatas".
O esclarecimento do vice-presidente do BCE surge depois de os relatos da última reunião da autoridade monetária, divulgados na semana passada, terem mostrado abertura, por parte do banco central, para ajustar a sua comunicação com o mercado no sentido de sinalizar uma retirada dos estímulos monetários de forma mais célere do que o previsto actualmente.
Já hoje, o presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, afirmou que as expectativas dos analistas que apontam para o início do ciclo de subida de juros na Zona Euro em meados do próximo ano são "realistas".
O principal índice grego liderou as quedas na Europa, seguido pelo germânico DAX. A bolsa de Lisboa contrariou o sentimento de queda das restantes praças. O PSI-20 subiu 0,09%. Os ganhos foram motivados sobretudo pelo BCP e pela Jerónimo Martins. Depois de cinco sessões consecutivas de perdas, o banco liderado por Nuno Amado somou 1,14% para 29,24 cêntimos. A retalhista, por seu lado, valorizou 0,43% para 17,40 euros, num dia em que a sua congénere do sector, a Sonae, deslizou 0,66% para 1,198 euros.
Juros acima dos 2%
Os juros da dívida pública portuguesa a dez anos estão acima dos 2% (devido à mundança de benchmark nas taxas genéricas da Bloomberg) e está acima do nível exigido pelos investidores para trocarem dívida italiana. A dez anos, os juros portugueses negociam nos 2,034%, enquanto os italianos estão nos 2,000% a uma década.
Este comportamento da dívida nacional ocorre num dia em que Portugal foi ao mercado e obteve 1.750 milhões de euros em bilhetes do tesouro a 6 e 12 meses, conseguindo taxas ainda mais negativas face aos leilões anteriores.
O instituto liderado por Cristina Casalinho conseguiu assim novos mínimos históricos nas taxas de financiamento na emissão de dívida de curto prazo, não se sentido para já qualquer efeito da expectativa de retirada dos estímulos monetários por parte do Banco Central Europeu, de forma mais célere do que o previsto.
Os juros da Alemanha a dez anos estão nos 0,562%. O prémio de risco da dívida nacional está nos 147,6 pontos.
Euribor sobe a 3 meses
As taxas Euribor subiram hoje a três meses, desceram a seis e nove e mantiveram-se a 12 meses, de acordo com a Lusa. A três meses, a Euribor subiu hoje para -0,328%, mais 0,1 pontos base e contra o actual mínimo de sempre, de -0,332%. A Euribor a seis meses desceu hoje para -0,274%, menos 0,2 pontos bse do que na terça-feira.
A nove meses, a Euribor fixou-se em -0,223%. No prazo de 12 meses, a taxa Euribor manteve-se hoje, ao ser fixada de novo em -0,186%, segundo a agência de notícias.
Euro em queda
Depois da forte valorização registada no início da semana e que levou o euro para máximos de mais de três anos, a moeda da Zona Euro está a perder terreno face ao dólar. O euro estará a ser pressionado pelos comentários de elementos do Banco Central Europeu.
Nas actas relativas ao encontro de Dezembro, a autoridade monetária abria a porta a uma retirada mais rápida dos estímulos monetários. Hoje, Vítor Constâncio, vice-presidente do BCE, mostrou-se preocupado com a recente apreciação do euro, que "não reflecte os fundamentais", e sublinhou que as mudanças na política do banco central não serão "imediatas".
O euro desce 0,24% para 1,2230 dólares.
Petróleo em alta
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) está determinada em diminuir a produção da matéria-prima. O cartel e os seus aliados cumpriram os seus limites de produção no mês passado e as expectativas são que este cumprimento dos objectivos se vá manter. De acordo com a Bloomberg, a determinação da OPEP e da Rússia no que diz respeito aos limites para a oferta de petróleo têm sido contrabalançados pelos receios de que os hedge funds comecem a apostar numa subida dos preços.
O West Texas Intermediate ganha 0,55% para 64,08 dólares por barril. E o Brent do Mar do Norte, referência para Portugal, cresce 0,46% para 64,08 dólares.
Bitcoin abaixo dos 10 mil dólares
A bitcoin continua a perder terreno depois dos máximos alcançados no final do ano passado. A bitcoin desce por esta altura perde 3,28% para 10.368,0703 dólares, tendo já tombado 14,31% para 9.185,6025 dólares. Esta moeda virtual está a perder valor, caindo cerca de 50% face ao recorde alcançado há um mês – a 18 de Dezembro a bitcoin atingiu os 19.511 dólares. Segundo a Bloomberg, esta descida da bitcoin levanta dúvidas quanto à viabilidade das criptomoedas e em relação à blockchain, a tecnologia que está subjacente a estas moedas.
Esta descida da moeda virtual ocorre numa altura em que os reguladores estão a aumentar o escrutínio às criptomoedas.