Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Fecho dos mercados: Draghi deixa bolsas e euro no vermelho

As principais bolsas europeias terminaram o dia em queda, uma evolução também registada pelo euro, depois da decisão do BCE de manter a sua política inalterada. O presidente do banco central não quis entrar no debate sobre como comunicar uma estratégia de saída dos estímulos, o que pode ter penalizado a evolução dos mercados.

Reuters
27 de Abril de 2017 às 17:27
  • ...

Os mercados em números

PSI-20 desceu 0,26% para 5.041,96 pontos

Stoxx 600 recuou 0,24% para 387,80 pontos

S&P 500 cede 0,14% para 2.384,08 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos perdem 11,4 pontos base para 3,460%

Euro desvaloriza 0,29% para 1,0872 dólares

Petróleo desce 2,28% para 50,64 dólares por barril em Londres

 

Bolsas europeias no vermelho depois de Draghi

As principais praças europeias arrancaram a sessão no vermelho e no vermelho terminaram o dia. Ao início desta quinta-feira, o mercado aguardava pela decisão do Banco Central Europeu (BCE) e pela conferência de imprensa de Mario Draghi. A autoridade monetária da Zona Euro decidiu manter os juros e reafirmou os estímulos até final do ano. Uma decisão já esperada pelos investidores.

Durante a conferência de imprensa, Draghi salientou que a economia está recuperar e os riscos baixaram. Mas a evolução dos preços na Zona Euro está longe de convencer o BCE de que a inflação caminha de forma sustentada para o objectivo do banco central de garantir uma taxa inferior mas próxima de 2% na união monetária. Neste contexto, os estímulos monetários, sejam as baixas taxas de juro ou a compra de 60 mil milhões de euros de activos por mês, ficam no terreno pelo menos até ao final do ano.

"Isto é um desempenho muito confuso de Draghi. Ele tem de reconhecer que as perspectivas para o crescimento melhoram e os riscos para as perspectivas estão mais equilibrados sem isso acompanhar a perspectiva para a inflação", disse à Reuters James Athey, da Aberdeen Asset Management.

As bolsas terminaram em queda com o principal índice italiano a liderar os recuos, recuando 1,15%, seguido pelo espanhol Ibex35, que desceu 0,74%. O Stoxx 600, índice de referência, desceu 0,24%.

Juros em mínimos em quase seis meses

Os juros da dívida pública portuguesa já vinham a cair nas últimas sessões, mas com a decisão da autoridade monetária da Zona Euro esse movimento aprofundou-se e as "yields" nacionais a dez anos estão abaixo dos 3,5%. No fecho da sessão, os juros a dez anos desciam 11,4 pontos base para 3,460%, tendo durante o dia tocado nos 3,455%, o que representa o valor mais baixo desde 15 de Novembro.

O presidente do BCE garantiu que os estímulos monetários, sejam as baixas taxas de juro ou a compra de 60 mil milhões de euros de activos por mês, ficam no terreno pelo menos até ao final do ano, tal como comunicados até agora.

Não foram apenas os juros nacionais que desceram. A dez anos, os juros a dez anos de França recuaram 6,2 pontos base para 0,829% e os de Espanha perderam 7,3 pontos base para 1,626%. As "yields" da Alemanha a uma década recuaram 5,6 pontos base para 0,296%.

Euribor desce a 9 meses

As taxas Euribor desceram esta quinta-feira a nove meses e mantiveram-se a três, seis e 12 meses em relação a quarta-feira. A Euribor a três meses manteve-se em -0,329%. A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação, voltou fixar-se em  -0,248%.No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também ficou inalterada face à sessão anterior, ao ser fixada em -0,121.


No prazo de nove meses, a Euribor desceu hoje, ao ser fixada em -0,179%, menos 0,001 pontos do que na sessão anterior e contra o actual mínimo de sempre, de -0,184%, registado pela primeira vez em 18 de Abril. 


Draghi penaliza euro

A moeda da Zona Euro está a descer 0,29% para 1,0872 dólares. A decisão do BCE de não proceder a alterações à sua política monetária era esperada. Contudo, Draghi referiu que não foi debatido a retirada de estímulos neste encontro, o que está a penalizar a evolução do euro.


Líbia reabre maior campo petrolífero e petróleo acentua queda

Em Março, uma manifestação bloqueou o campo petrolífero líbio de Sharara. Já este mês, os protestos tinham terminado. Mas foi apenas um interregno. Uma semana depois, os protestos regressaram e interromperam a produção, de acordo com a Reuters. Este campo petrolífero é operado pela empresa estatal NOC, companhia que tinha como objectivo que a produção atingisse os 270 mil barris por dia.


Esta quinta-feira, 27 de Abril, tanto a Reuters como a Bloomberg noticiam que este campo petrolífero, o maior da Líbia, está de novo operacional. Para já, de acordo com aquela agência, não são conhecidos os valores da produção actual.

A notícia de que este campo está novamente a produzir levou a um agravamento dos preços do petróleo nos mercados internacionais. O West Texas Intermediate desvaloriza 2,50% para 48,38 dólares por barril. E o barril de Brent do Mar do Norte, referência para Portugal, recua 2,28% para 50,64 dólares.


Ouro no vermelho

Durante esta semana, o valor por onça de ouro para entrega imediata regista a terceira queda consecutiva. A negociação da matéria-prima está a ser marcada pela diminuição da procura, dadas melhorias das perspectivas para a Zona Euro. O facto de as sondagens indicarem que Emmanuel Macron vai vencer a segunda volta das presidenciais francesas está também a ajudar a aliviar os receios políticos, o que diminuiu o apetite dos investidores por activos de refúgio. O ouro desce 0,33% para 1.265,07 dólares por onça.

Ver comentários
Saber mais fecho dos mercados bolsas acções dívida juros da dívida euribor dólar euro libra petróleo WTI Brent Stoxx 600 acções europeias PSI-20 matérias-primas
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio