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Fecho dos mercados: Bolsas respiram de alívio e juros em mínimos
As principais bolsas europeias terminaram a semana com sinal positivo, aliviando das perdas recentes. O euro seguiu a trajectória das acções e tocou máximos de Novembro de 2016. Em queda estiveram os juros nacionais.
Os mercados em números
PSI-20 disparou 2,03% para 5.176,74 pontos
Stoxx 600 ganhou 0,60% para 391,51 pontos
S&P 500 cresce 0,72% para 2.382,79 pontos
Juros da dívida a dez anos descem 2 pontos para 3,183%
Euro ganha 0,79% para 1,1190 dólares
Brent ganha 2,06% para 53,59 dólares por barril
Bolsas europeias recuperam
As principais bolsas europeias terminaram a sessão desta sexta-feira, 19 de Maio, em alta, recuperando assim das perdas recentes. Nos últimos dias, o risco político regressou em força aos mercados, tendo levado os índices às perdas.
Nos Estados Unidos foram publicadas notícias que sugerem que o presidente Donald Trump terá despedido James B. Comey da direcção do FBI por este se recusar a fechar a investigação ao ex-conselheiro de Segurança Nacional Michael Flynn. Além disso, ontem foi noticiado que Michael Flynn e outros conselheiros da campanha de Donald Trump comunicaram com as autoridades russas e outras pessoas ligadas ao Kremlin em, pelo menos, 18 contactos – telefónicos e emails – durante os últimos sete meses da corrida presidencial do ano passado. Tudo isto provocou fortes receios nos investidores. O mercado temia que a instabilidade política afectasse a implementação de medidas, nomeadamente, de cariz económico.
A penalizar ainda mais os mercados ontem esteve a situação no Brasil. Surgiu um novo escândalo político, depois da imprensa brasileira ter noticiado que Michel Temer foi apanhado em escutas que mostram tentativas de suborno. Contudo, o presidente brasileiro recusou demitir-se, o que devolve algumas valorizações ao índice de São Paulo.
Por cá, a praça lisboeta liderou os ganhos no Velho Continente, tendo subido 2,03%, impulsionada pelas acções das empresas mais expostas ao mercado brasileiro, como a Pharol, a EDP e a Galp. A Pharol somou mais de 4% a acompanhar a subida das acções da Oi. A EDP ganhou 3,58% para 3,096 euros, enquanto a Galp - com operações no Brasil em aliança com a Petrobras - subiu 2,88% para 14,27 euros.
O IBEX 35 foi a segunda praça que mais subiu, avançando 1,41%. O Stoxx 600 ganhou 0,60%.
Juros em mínimos de Outubro
Os juros da dívida pública portuguesa estão a cair em todos os prazos, tendo a dez anos negociado nos 3,149%, o valor mais baixo desde 25 de Outubro do ano passado. No final da sessão, a dívida nacional a uma década recuava 2 pontos base para 3,183%.
Esta manhã, a Moody’s divulgou um relatório onde antecipa que o crescimento económico será mais moderado em 2018, e que o défice vai subir para 2% nesse ano. No entanto, admite que, se a consolidação orçamental e a redução da dívida forem mais rápidas do que o esperado, o rating poderá beneficiar.
Por outro lado, os juros espanhóis a dez anos sobem 1,2 pontos base para 1,579%. E a dívida germânica no mesmo prazo ganha 2,5 pontos base para 0,368 %.
Taxas Euribor mantêm-se, mínimos no prazo a seis meses
As taxas Euribor mantiveram-se esta sexta-feira a três, seis, nove e 12 meses em relação a quinta-feira. A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação, manteve-se, ao ser fixada de novo em -0,251%, actual mínimo de sempre, registado pela primeira vez em 19 de Abril. A Euribor a três meses fixou-se em -0,331%. A nove meses, a Euribor manteve-se hoje em -0,179%. A um ano, a Euribor voltou a fixar-se em -0,129%.
Euro dispara
A moeda da Zona Euro está a subir 0,79% para 1,1190 dólares, tendo já negociado nos 1,1197 dólares, o máximo desde 9 de Novembro do ano passado. A moeda da Zona Euro pode estar assim a acompanhar o alivio vivido nas bolsas europeias, depois do clima de instabilidade política, tanto nos EUA como no Brasil, terem penalizado as principais praças. Em termos semanais, o euro já ganha mais de 2% face à moeda norte-americana.
Petróleo sobe à boleia da OPEP
Os preços do petróleo estão a subir nos mercados internacionais, animados pela expectativa que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo prolonguem na próxima semana o acordo que prevê uma redução da produção. Recentemente, tanto a Arábia Saudita como a Rússia fizeram saber que são favoráveis a um alargamento da vigência do acordo que previa uma redução da produção da matéria-prima. O que acaba por aumentar as perspectivas que a OPEP determine, no encontro da próxima semana, um alargamento do acordo até ao início do próximo ano.
O West Texas Intermediate avança 2,09% para 50,38 dólares por barril e o Brent do Mar do Norte, referência para Portugal, cresce 2,06% para 53,59 dólares por barril.
Ouro próximo da melhor semana em um mês
Apesar da preferência dos investidores por activos de maior risco com o as acções ou de rendibilidade fixa como as obrigações, activos considerados como de refúgio, como o ouro, não estão a sentir pressão vendedora. O preço do metal precioso está próximo de registar o maior ganho semanal em um mês. Por esta altura, o metal amarelo ganha 0,43% para 1.252,49 dólares por onça.