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Fecho dos mercados: Bolsas prolongam ganhos em dia de recordes nos EUA. Juros em queda

As bolsas europeias viveram mais uma sessão positiva, num dia dominado pelos ganhos do sector da energia. Já os juros da República Portuguesa voltaram a afundar, na véspera do último leilão do ano.

22 de Novembro de 2016 às 17:17
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Os mercados em números

PSI-20 subiu 0,07% para 4.441,67 pontos

Stoxx 600 ganhou 0,23% para 341,02 pontos

S&P 500 desce 0,10% para 2.196,07 pontos

"Yield" a 10 anos de Portugal desceu 8,3 pontos base para 3,628%

Euro desce 0,15% para 1,0613 dólares

Petróleo cai 0,31% para 48,75 dólares por barril, em Londres


Mineiras dão energia às bolsas

As principais praças europeias marcaram mais uma sessão de ganhos, com o índice europeu a subir para máximos de um mês, enquanto os índices norte-americanos continuam a negociar em recordes. O Stoxx 600 avançou 0,23% para 341,02 pontos, num dia em que as acções do sector mineiro e da energia se destacaram. As mineiras Anglo American e BHP Billiton registaram valorizações superiores a 4%, sustentadas pela subida dos preços das matérias-primas. Também em alta estiveram as acções das petrolíferas, com ganhos superiores a 1%, perante o optimismo em torno de uma possível acordo para cortar produção na próxima semana.

O índice PSI-20 acompanhou os ganhos das congéneres europeias, ainda que tenha subido menos. Valorizou 0,07%, numa sessão marcada pelos ganhos das papeleiras. A Altri subiu 3,16% para 3,456 euros, enquanto a Navigator ganhou 1,89% para 2,748 euros e a Semapa, empresa que controla a papeleira, ganhou 3,12% para 12,225 euros. A sustentar os ganhos do sector continua a subida do dólar, um movimento que beneficia as receitas das empresas, uma vez que são em dólares.

Euribor renovam mínimos históricos

As taxas Euribor desceram hoje a três, seis, nove e 12 meses para novos mínimos de sempre em relação a segunda-feira. A Euribor a três meses, em valores negativos desde 21 de Abril de 2015, desceu hoje para -0,313%, menos pontos base do que na segunda-feira e actual mínimo histórico registado pela primeira vez em 19 de Outubro. A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno negativo pela primeira vez em 6 de Novembro de 2015, foi hoje fixada em -0,220%, menos pontos base do que na segunda-feira e um novo mínimo de sempre. A taxa a seis meses desceu pela quarta sessão, estando a ser pressionada pela renovada expectativa de reforço e prolongamento dos estímulos de política monetária por parte do Banco Central Europeu.

Juros corrigem em véspera de leilão

A taxa de juro a dez anos de Portugal esteve a recuar pela segunda sessão consecutiva. A "yield" baixou 8,3 pontos base para 3,628%, com os juros a corrigirem em todos os prazos, depois de várias sessões marcadas pelo agravamento do prémio de risco do país. O "spread" face à dívida alemã caiu para 340, 7 pontos. Esta correcção ocorre na véspera do Tesouro português ir ao mercado para colocar dívida a cinco anos, naquele que será o último leilão de dívida do ano.

A marcar a negociação esta terça-feira, 22 de Novembro, está ainda o anúncio inesperado do reembolso ao Fundo Monetário Internacional. Portugal pagou dois mil milhões de euros da verba recebida no âmbito do Programa de Assistência Económica e Financeira. Tendo em consideração que as taxas de juro associadas a estas verbas rondam os 4%, "estamos a poupar cerca de 80 milhões de euros por ano", em juros, em termos brutos, adiantou o secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, Mourinho Félix.

Dólar prolonga ganhos

Depois de na última sessão ter interrompido a maior série de quedas de sempre face ao dólar, o euro está de regresso às quedas. A moeda única cede 0,15% para 1,0613 dólares, na véspera de ser divulgado as minutas relativas à última reunião da Reserva Federal dos EUA. O documento deverá reiterar a intenção da instituição subir juros em Dezembro, uma probabilidade que já está a ser descontada pelos mercados.

Petróleo não segura ganhos

Os preços do petróleo continuam a oscilar ao sabor da especulação em torno de um acordo para cortar produção. O ouro negro chegou a aproximar-se da barreira dos 50 dólares por barril pela primeira vez em um mês, mas acabou por inverter para terreno negativo. A matéria-prima segue a 1,02% para 47,75 dólares por barril, no mercado nova-iorquino, enquanto o Brent cai 0,31% para 48,75 dólares em Londres. Vários responsáveis de países exportadores têm realizado declarações em que se mostram optimistas em relação à capacidade para alcançar um entendimento para implementar o acordo fechado na reunião de Setembro. No entanto, os investidores mostram-se desconfiados.

Trumpnomics coloca cobre em máximos de 16 meses

Os preços dos metais seguem a somar ganhos nos mercados, com o cobre a negociar em máximos de 16 meses, sustentados pela expectativa que o programa de Donald Trump promova um maior investimento em infra-estruturas. O metal industrial avança 0,7% para 2,5460 dólares por libra-peso, no mercado de Nova Iorque. A animar a negociação está ainda uma nota de investimento do Goldman Sachs, onde o gigante norte-americano recomenda pela primeira vez em quatro anos a aposta em matérias-primas.

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