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Fecho dos mercados: Bolsas naufragam em nova maré vermelha provocada pelo coronavírus

As principais bolsas europeias deram continuidade, na sessão desta terça-feira, às perdas acentuadas registadas na segunda-feira, uma vez mais com o coronavírus a assumir o papel de "vilão". Medo quanto à evolução e impacto do Covid-19 determinaram subida do euro face ao dólar e aposta em ativos seguros como as obrigações alemãs.

EPA
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Os mercados em números

PSI-20 perdeu 2,28% para os 5.078,36 pontos
Stoxx 600 desceu 1,76% para os 404,60 pontos
S&P 500 cai 1,05% para 3.192,15 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem 0,9 pontos base para os 0,229%
Euro sobe 0,14% para os 1,0869 dólares
Petróleo em Londres recua 1,26% para 55,59 dólares por barril

Bolsas europeias acentuam quedas
A generalidade das principais bolsas do velho continente desvalorizaram na sessão desta terça-feira, 25 de fevereiro, prolongando para quatro dias consecutivos a série de perdas. Se o lisboeta PSI-20 caiu 2,28% para 5.078,36 pontos numa sessão em que tocou em mínimos de 4 de dezembro - tendo a queda de quase 4% do BCP sido a que mais penalizou -, o índice de referência europeu não fez melhor ao perder 1,76% para 404,60 pontos, penalizado pela queda de todos os setores da Europa naquela que foi a quarta sessão consecutiva de perdas, o que colocou o Stoxx600 na cotação mais baixa desde 11 de dezembro. 

A preocupação com o surto do coronavírus e a propagação a cada vez mais países, em particular na Europa, adensa a apreensão dos investidores quanto a uma eventual pandemia, já admitida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), e consequente impacto que o Covid-19 terá para a economia mundial, a qual já apresentava sinais de desaceleração antes ainda do surgimento do vírus. 

Depois de ontem ter registado uma queda de quase 5,5%, a bolsa de Milão terminou hoje o dia a recuar 1,44%, refletindo a preocupação com o facto de ser o país mais afetado na Europa. Já a bolsa grega protagonizou a exceção entre as congéneres, ao ganhar 1,56% num dia em que recuperou do mínimo de outubro registado na segunda-feira.  

Juros das dívidas com comportamentos distintos na Zona Euro

As taxas de juro associadas às dívidas públicas na área do euro estão a reagir de forma diferente à propagação do Covid-19.

A "yield" associada aos títulos soberanos de Portugal com prazo a 10 anos sobe 0,9 pontos base para 0,229%, subida acompanha pela taxa de juro correspondente às obrigações soberanas de Itália com a mesma maturidade que avança 2 pontos base para 0,984%, na terceira subida consecutiva que coloca a "yield" transalpina em máximos de 29 de janeiro.

O facto de ser o país mais exposto ao surgimento de novos casos de infeção pelo coronavírus está a penalizar a dívida transalpina, desde logo porque são cada vez mais os analistas a projetarem um impacto negativo do vírus chinês numa economia transalpina em já em abrandamento.

Em sentido inverso, a dívida da Alemanha recua pelo segundo dia, estando a aliviar 3,1 pontos base para -0,515% no prazo a 10 anos, o que coloca a taxa de juro das "bunds" (obrigações germânicas) naquela maturidade em mínimos de 9 de outubro do ano passado.

O impacto negativo do coronavírus para a economia mundial e para a Zona Euro em particular leva os investidores a reforçarem o apetite por ativos considerados mais seguros, sendo precisamente esse o caso da dívida alemã, que é a referência para a área da moeda única.


Euro avança para máximos de 13 de fevereiro
O euro aprecia 0,14% para 1,0869 dólares, o que coloca a moeda única europeia em máximos de 13 de fevereiro contra a divisa norte-americana no terceiro dia seguido em que a divisa da Zona Euro ganha valor relativamente à moeda dos Estados Unidos.

Esta queda aconteceu no dia em que o organismo federal de estatísticas da Alemanha (Destatis) confirmou que a economia alemã, o motor da moeda única, estagnou no último trimestre de 2019, ano em que o PIB germânico cresceu apenas 0,6%, menos de metade da expansão de 1,5% observada em 2018.

Receios de menor procura continuam a pressionar petróleo

As cotações do "ouro negro" seguem a perder terreno nos principais mercados internacionais, devido aos receios em torno do coronavírus, já que a procura poderá ser afetada, o que constitui um duro golpe para a matéria-prima numa altura em que a oferta é já excedentária.

 

O West Texas Intermediate (WTI) segue a ceder 1,57% para 50,62 dólares por barril. Também o Brent do Mar do Norte – que é negociado em Londres e serve de referência às importações portuguesas – segue no vermelho, com os preços a desvalorizarem 1,26% para 55,59 dólares.

 

Ouro corrige de máximos de 2013

O metal amarelo tem estado a negociar em alta, tendo ontem atingido o nível mais elevado desde 2013, sendo um ativo de refúgio bastante procurado nos momentos de incerteza, como é o caso da rápida e ampla propagação do coronavírus fora da China. No entanto, na sessão de hoje, o ouro está a perder algum gás, num movimento de correção depois de tantas subidas consecutivas.

 

O metal precioso segue a recuar 0,83% no mercado nova-iorquino, para 1.645,55 dólares por onça. "O ouro tem estado a ignorar os sinais de sobrecompra desde meados da semana passada e provavelmente acabou por perder algum fôlego", comentou à Bloomberg a responsável pela análise de mercados na INTL FCStone, Rhona O’Connel.

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