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Fecho dos mercados: Bolsas, juros e petróleo em queda. Ouro e euro valorizam
A semana será de "espera". Espera por novidades sobre a disputa entre os EUA e o Irão e sobre as negociações comerciais entre os EUA e a China, com um encontro entre Trump e Xi agendado para o final da semana. O euro está a beneficiar deste contexto, e da expectativa de descida de juros nos EUA, e prepara-se para registar a primeira subida mensal do ano contra o dólar.
Os mercados em números
PSI-20 caiu 0,81% para 5084,74 pontos
Stoxx 600 cedeu 0,25% para 383,79 pontos
S&P 500 valoriza 0,04% para 2.951,61 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal recua 4,8 pontos base para 0,519%
Euro valoriza 0,19% para 1,1391 dólares
Petróleo desce 1,2% para 64,42 dólares por barril, em Londres
Bolsas europeias caem à espera de encontro entre Xi e Trump
As bolsas europeias encerraram em queda, numa altura em que as atenções estão voltadas para as questões geopolíticas entre os EUA e a China e entre os EUA e o Irão.
"O mercado deve estar calmo esta semana, antes da reunião" entre Donald Trump e Xi Jinping, num "semestre positivo que chega ao fim", afirma Alfonso Benito, da Dunas Capital.
A pesar na negociação estão informações divulgadas por empresas, que apontam para uma deterioração dos resultados. A Daimler, que fabrica automóveis Mercedes, reviu em baixa as suas estimativas de resultados, prevendo agora que os resultados antes de juros e impostos (EBIT) fiquem estáveis face ao período homólogo, quando antes previa fechar 2019 com um valor superior ao do ano passado. Tudo devido aos custos relacionados com o escândalo de emissões poluentes. As ações da Daimler depreciaram mais de 3,5% para 47,76 euros.
A Eurofins Scientific também desceu 3,88% para 361,4 euros em bolsa, depois de ter revelado que os resultados do trimestre deverão ser afetados por um ciberataque de que foi alvo no início do mês.
O Stoxx 600, índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, fechou o dia a ceder 0,25% para 383,79 pontos.
No mercado nacional, o PSI-20 perdeu 0,81% para 5.084,74 pontos, num dia em que o grupo EDP e o retalho pesaram e em que a Altri e Ramada descontaram o dividendo que vão distribuir aos seus acionistas.
Juros da dívida voltam às quedas
As taxas de juro associadas à dívida soberana regressaram às quedas esta segunda-feira, com descidas acentuadas, continuando a beneficiar da expectativa de descida de juros dos dois lados do Atlântico. Assim, a "yield" associada à dívida portuguesa a 10 anos desce 4,8 pontos base para 0,519%, enquanto a mesma taxa para a dívida alemã cai 2,2 pontos para -0,309%.
Euro sobe com fragilidade do dólar
O euro continua a acumular valor contra o dólar, num movimento que é mais de fragilidade do dólar do que de força do euro, devido à expectativa de redução de juros nos EUA. A Reserva Federal (Fed) admitiu cortar o preço do dinheiro e os investidores vão estar atentos às palavras do presidente da instituição, Jerome Powell, que discursa esta terça-feira.
Ainda esta segunda-feira, o presidente dos EUA, voltou a pressionar a Fed para reduzir a taxa de juro no país.
O euro segue assim a subir 0,19% para 1,1391 dólares, acumulando só em junho um ganho de quase 2%, o que se se confirmar será a primeira subida mensal da moeda única europeia este ano.
Petróleo recua a aliviar de subidas recentes
Os preços do petróleo seguem com quedas, numa altura em que a tensão entre os EUA e o Irão está a minar a confiança dos investidores. No domingo, o presidente americano, Donald Trump, anunciou novas sanções a serem aplicadas ao Irão e, apesar de não ter especificado quais, a decisão aumenta os receios de um confronto militar numa região muito relevante para a produção do ouro negro. Este ambiente tem provocado a subida dos preços da matéria-prima, mas esta segunda-feira está a assistir-se a um alívio dos ganhos recentes. O barril do Brent, negociado em Londres e referência para Portugal, está a desvalorizar 1,2% para 64,42 dólares.
Ouro mantém-se acima dos 1.400 dólares
O ouro mantém-se como uma aposta segura. Depois de na semana passada ter superado pela primeira vez desde 2013 a barreira dos 1.400 dólares por onça, esta segunda-feira mantém-se acima desse patamar. A beneficiar o ouro está a expectativa de redução de juros por parte da Reserva Federal (Fed) bem como as tensões geopolíticas que opõem EUA e China, bem como EUA e Irão. O ouro está a subir 1,1% para 1.414,97 dólares por onça.