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Fecho do mercado: Juros da dívida portuguesa caem há seis sessões e petróleo soma mais de 1%
Os juros da dívida portuguesa reflectem a mensagem tranquilizadora de Draghi e caem pela sexta sessão consecutiva. O petróleo também se destaca, mas no sentido inverso, ao somar mais de 1% com o optimismo em relação à reunião da OPEP.
Os mercados em números
PSI-20 subiu 0,01% para 5.569,83 pontos
Stoxx 600 desceu 0,83% para 385,91 pontos
S&P 500 cai 0,31% para os 2.771,02 pontos
"Yield 10 anos de Portugal recua 7,5 pontos base para os 1,748%
Euro recua 0,01% para 1,1609 dólares
Petróleo sobe 1,62% para os 74,63 dólares por barril em Londres
Europa com fortes quebras. PSI-20 escapa
As principais bolsas europeias terminaram a primeira sessão desta semana a negociar em terreno negativo, com o índice de referência europeu Stoxx 600 a perder 0,83% para 385,91 pontos. O índice que agrega as 600 maiores cotadas do Velho Continente transaccionou em queda pelo segundo dia seguido numa sessão em que tocou em mínimos de 8 de Junho.
O luso PSI-20 escapou por pouco à tendência que predominou na Europa, com a bolsa nacional a somar ténues 0,01% para 5.569,83 pontos sobretudo apoiada pela valorização da Galp Energia (+1,65% para 16,045 euros). A petrolífera beneficiou da expectativa dos investidores de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) anuncie um aumento da produção petrolífera inferior ao que chegou a ser estimado.
A justificar o pessimismo nas bolsas europeias está o reacender da tensão entre os Estados Unidos e a China, o que agrava os receios quanto a uma guerra comercial entre as duas maiores economias mundiais. Na passada sexta-feira, o presidente americano Donald Trump reafirmou que a partir de 6 de Julho um conjunto de bens importados oriundos da China vão ver as taxas aduaneiras agravadas em 50 mil milhões de dólares. Pequim reagiu garantindo que retaliará de forma imediata uma vez consumadas as pretensões proteccionistas de Trump.
Juros de Portugal caem pela sexta sessão consecutiva
Os juros da dívida portuguesa a dez anos continuam a viver um ciclo de quedas, que se tem vindo a prolongar desde a última segunda-feira. Esta semana arrancam a descer 7,5 pontos base para os 1,748%, afastando-se cada vez mais da fasquia dos 2% acima da qual se encontravam na sexta-feira dia 8 de Junho.
Portugal está ainda a beneficiar das pistas deixadas pelo Banco Central Europeu acerca da política monetária. Mario Draghi agradou aos investidores dado o discurso cauteloso que adiou a subida da taxa de juro directora para depois do Verão de 2019.
Também a Alemanha sente ainda o efeito tranquilizador da mensagem de Draghi. Os juros caem 0,5 pontos base para os 0,398%, fixando o spread entre ambas as dívidas nos 135 pontos base.
Euribor inalterada a 6 meses recua a 3, 9 e 12 meses
Exceptuando o prazo a seis meses, em que se manteve, as taxas Euribor desceram esta segunda-feira face à sexta-feira passada. A três meses, a taxa Euribor recuou para -0,323%, enquanto a nove meses caiu para -0,215% e a 12 meses para -0,184%.
Já a seis meses, que é o prazo mais utilizado em Portugal nos créditos à habitação, manteve-se em -0,268%.
Euro perde braço de ferro com o dólar. Por pouco
A moeda única europeia está a reduzir o valor em 0,01% face ao dólar, colocando-se a cotar nos 1,1609 dólares. O "braço de ferro" entre as duas moedas acontece na semana em que vários líderes dos bancos centrais de todo o mundo vão discursar a partir de Sintra, Portugal, a propósito do Fórum organizado pelo BCE. Draghi fez a abertura, mas esperam-se ainda as intervenções de Haruhiko Kuroda, governador do Banco do Japão; Philip R. Lane, do Banco Central da Irlanda; Philipe Lowe, da Austrália; e Jerome Powell, presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos.
Petróleo de volta aos ganhos
O barril de Brent arranca a semana com uma forte valorização em Londres. O "ouro negro" segue a somar 1,62% para os 74,63 dólares, quando se espera um desfecho mais favorável do que aquele inicialmente antecipado para a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo.
O ministro russo da Energia, Alexander Novak, defendeu a semana passada um aumento da produção em cerca de 1,5 milhões de barris por dia. Mas o Irão, que não quer ver quaisquer aumentos, terá servido de contrabalanço e o resultado da reunião deverá ser uma posição intermédia entre as duas posições, acreditam agora os investidores. Na última sexta-feira, o preço do barril londrino desceu aos 74,63 dólares, uma queda de 3,29%.
Ouro recupera da maior queda em 19 meses
Os futuros do ouro estão hoje a negociar em alta, a recuperar da maior queda dos últimos 19 meses registada na passada sexta-feira – quando perdeu 1,8%, naquela que foi a descida mais acentuada desde Novembro de 2016. A sustentar o metal precioso está o renovar de tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China.
O ouro para entrega em Agosto seguem a somar 0,30% para 1.282,60 dólares por onça no mercado nova-iorquino. Já em Londres, o metal amarelo para entrega imediata avança 0,20% para 1.281,89 dólares por onça.