Notícia
Europa e Wall Street no vermelho, enquanto ouro avança. Petróleo a caminho de sexta semana de ganhos
Acompanhe aqui o dia nos mercados.
Europa resvala entre negociações mal-paradas nos EUA e do Brexit
As principais praças europeias tiveram um final de semana duro no vermelho, com quebras que rondaram o 1%. Os investidores mostram-se menos confiantes dado o desentendimento que volta a emergir em torno do Brexit, com as negociações a parecerem mal encaminhadas e, do outro lado do oceano, as negociações sobre novos estímulos à economia também a arrastarem-se.
O índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, o Stoxx600, desceu 0,77% para os 390 pontos. As cotadas dos setores das telecomunicações, banca e seguros foram as que mais perderam. Em Frankfurt, Madrid e Lisboa as quebras ultrapassaram mesmo o 1%, enquanto em Paris, Londres e Amesterdão excederam 0,5%.
"Esta foi uma semana desapontante em várias frentes", afirma um analista da Oanda, em declarações à CNBC. "Não houve progresso nos apoios para combater a covid-19, temos o Brexit – que está de novo a resvalar para o lado negativo -, as mortes por coronavírus e as hospitalizações a subirem nos Estados Unidos. Um cenário que poderá levar a novas restrições", conclui o mesmo analista.
Juros voltam a cair. Alemanha em mínimos de um mês
Os juros da Zona Euro caíram novamente na sessão desta sexta-feira, com a "yield" alemã a atingir um mínimo de um mês nos -0,640%.
Esta foi a sessão também em que os juros de Espanha passaram para o patamar negativo, devido a uma queda de de 2,1 pontos base para os -0,003%.
Os juros de Portugal permanecem negativos, agora nos -0,045%, depois de hoje terem caído 1,9 pontos base.
Brexit abana libra e puxa dólar
O índice que mede a força do dólar contra as principais moedas regista uma subida na ordem dos 0,2%, deixando a divisa norte-americana "escapar" de um mínimo de dois anos e meio que atingiu no dia 4 de dezembro, e do qual se estava a reaproximar. Já a libra desceu 0,66% para os 1,3211 dólares.
Os investidores afastam-se da moeda britânica numa altura em que voltam a assomar grandes incertezas quanto ao acordo que pode existir entre a União Europeia e o Reino Unido, já que as conversações que estão a decorrer não parecem estar a levar o melhor rumo. "Apesar das recentes perdas da libra, o mercado de spot forex ainda continua a precificar um resultado que envolve alguma forma de acordo comercial entre as partes, talvez interpretando a recente postura dos dois lados como sendo uma tática de negociação. No entanto, a cada dia que passa sem uma evolução positiva, o nível de risco para os negociadores da libra esterlina continua a subir, com um crescimento correspondente no tamanho do potencial de perdas para a moeda.", comentam os analistas da ActivTrades.
Em oposição, o dólar, que é conhecido pelo estatuto de ativo refúgio, torna-se mais atrativo neste tempo de incerteza.
Ouro retoma com receios de Brexit sem acordo
O metal amarelo segue em alta na última sessão da semana, depois de uma abertura no vermelho, a capitalizar o seu estatuto de valor-refúgio perante os receios em torno de um Brexit sem acordo.
O ouro a pronto (spot) avança 0,39% para 1.842,41 dólares por onça no mercado londrino
Já no mercado nova-iorquino (Comex) os futuros do ouro sobem 0,52%, para 1.843,10 dólares por onça.
Os receios de um Brexit sem acordo, depois de ontem o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, ter alertado empresas e cidadãos para essa possibilidade, estão a fazer com que os investidores procurem de novo ativos considerados mais seguros, como é o caso do ouro.
Além disso, apesar de começarem já a avançar nalguns países planos de vacinação contra a covid-19, a situação do coronavírus nos EUA e na Europa é ainda bastante severa, o que também leva a uma maior procura por este metal precioso.
A travar maiores ganhos está a valorização do dólar, que torna menos atrativo o investimento nos ativos denominados na nota verde, como é o caso do ouro, no caso de quem negoceia com outras moedas.
"Uma nova recuperação do ouro acima de 1.850 dólares seria vista como positiva. Para um sinal mais claro de alta, agora precisaríamos que o preço ultrapassasse o topo alcançado no início desta semana nos 1.875 dólares", sublinha Carlos Alberto de Casa, analista-chefe da ActivTrades, na sua análise diária.
Petróleo corrige mas está a caminho de sexta semana de ganhos
As cotações do "ouro negro" seguem em ligeira baixa nos principais mercados, a corrigirem da escalada de ontem depois de terem disparado em torno de 5% com a expectativa de uma retoma mais rápida da procura por combustível, à medida que os países vão começando a implementar os seus planos de vacinação contra a covid-19.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em fevereiro cede 0,19% para 46,69 dólares por barril.
Já o contrato de fevereiro do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, recua 0,24% para 50,13 dólares. Ontem superou os 51 dólares, patamar onde não negociava desde inícios de março.
A pesar no sentimento está a queda generalizada nas bolsas, numa altura em que os mercados se confrontam com o risco de o Reino Unido sair da União Europeia sem um acordo comercial para o pós-Brexit.
Apesar do deslize de hoje, os preços do petróleo estão a caminho da sexta semana consecutiva de ganhos.
Arrastar de negociações sobre estímulos desanima Wall Street
As principais praças do outro lado do Atlântico abriram em terreno negativo, com os investidores desanimados pela demora na aprovação de um novo pacote alargado de estímulos à economia.
O Dow Jones segue a ceder 0,38%, para os 29.885,64 pontos, depois de na quarta-feira ter marcado um novo máximo histórico nos 30.319,70 pontos antes de entrar no vermelho.
Por seu lado, o Standard & Poor’s 500 recuaa 0,49% para 3.650,23 pontos, após ter estabelecido na negociação intradiária de anteontem um máximo de sempre nos 3.712,39 pontos.
Em contrapartida, o tecnológico Nasdaq Composite desvaloriza 0,58% para 12.333,54 pontos. Na abertura de quarta-feira chegou a igualar o recorde fixado na véspera, nos 12.594,54 pontos.
Um dos focos dos investidores continua a estar nas negociações no Congresso para um novo pacote alargado de estímulos à economia, ontem reforçado pelo facto de os novos pedidos de subsídio de desemprego continuarem a aumentar.
"Qualquer boa notícia sobre o pacote de estímulos pode ofuscar tudo o resto e levar a que nos concentremos de novo no potencial das vacinas contra a covid-19 e na revitalização económica que daí advirá", comentou à CNN o principal estratega de mercados da National Securities, Art Hogan. "Mas, por agora, estamos reféns do impasse em Washington", acrescentou, referindo-se à falta de entendimento entre democratas e republicanos na aprovação dos estímulos adicionais.
Ações europeias em queda com ameaça de Brexit sem acordo
As bolsas europeias, que atingiram esta semana o valor mais alto desde fevereiro, estão hoje em queda pela segunda sessão consecutiva, penalizadas pela crescente probabilidade de o Reino Unido e a União Europeia não chegarem a um acordo sobre a futura relação comercial antes do final do prazo.
As negociações entre as duas partes vão continuar até domingo, mas o primeiro-ministro britânico Boris Johnson já avisou que empresas e cidadãos devem agora preparar-se para um Brexit sem acordo.
Paralelamente, prossegue o impasse nas negociações entre democratas e republicanos nos Estados Unidos sobre o novo pacote de estímulos à economia, numa altura em que o mercado de trabalho começa a dar sinais preocupantes devido aos recentes confinamentos, que fizeram disparar os pedidos de subsídio de desemprego.
O mercado acionista segue assim numa nota pessimista apesar de o BCE ter reforçado ontem o seu programa de compra de ativos para ajudar os países a responder à crise provocada pela pandemia, e de os líderes europeus terem chegado finalmente a um acordo sobre a chamada "bazuca europeia".
O índice de referência para a Europa, o Stoxx600, desliza 0,75% para 390,21 pontos. Por cá, o PSI-20 perde 0,54% para 4.769,47 pontos com a maioria das cotadas no vermelho.
Juros de Espanha entram em território negativo
O reforço dos estímulos monetários anunciado ontem pelo Banco Central Europeu (BCE) provocou uma nova descida dos juros das obrigações soberanas na Zona Euro, e levou a yield de Espanha a dez anos para território negativo pela primeira vez.
Os juros espanhóis tocaram na marca de -0,001%, seguindo agora com uma descida de 1,7 pontos para 0,002%. Em Portugal, o alívio é de 1,7 pontos para -0,044% e na Alemanha de 1,9 pontos para -0,626%.
Ontem, Christine Lagarde anunciou que o Conselho do BCE reforçou a sua "bazuca" em 500 mil milhões de euros, para 1,85 biliões de euros. Este passa a ser o valor do Programa de Compras por Emergência Pandémica e serve para garantir que os países da moeda única têm condições favoráveis de financiamento, enquanto precisarem de responder à crise pandémica.
Ouro cai pelo terceiro dia
O ouro está em queda ligeira pela terceira sessão consecutiva, com os investidores a avaliarem os mais recentes dados sobre a evolução do mercado de trabalho nos Estados Unidos, num contexto de impasse nas negociações sobre os novos estímulos.
O metal amarelo prepara-se para o maior ganho anual da última década, em 2020, ainda que os progressos das vacinas tenham travado as subidas nas últimas semanas.
Nesta altura, a descida é de 0,14% para 1.833,93 dólares.
Libra em mínimos de três semanas com ameaça de Brexit sem acordo
A libra britânica está a perder terreno face ao dólar pela segunda sessão consecutiva penalizada pela possibilidade crescente de o Reino Unido e a União Europeia não alcançarem um acordo em torno da futura relação comercial antes do final do prazo.
As duas partes vão continuar a negociar até domingo – data definida no jantar de quarta-feira em Bruxelas com o primeiro-ministro do Reino Unido e a presidente da Comissão Europeia – mas Boris Johnson já avisou que empresas e cidadãos devem preparar-se agora para um Brexit sem acordo.
Neste contexto, a libra desliza 0,56% para 1,3220 dólares.
Sinais de recuperação da procura animam petróleo
O petróleo segue em alta nos mercados internacionais, impulsionado pela expectativa de um aumento da procura, que deverá ser acelerado pela vacinação generalizada contra a covid-19 no próximo ano.
A primeira vacina prevista para distribuição nos EUA ganhou o apoio de um painel de conselheiros do governo, ajudando a abrir caminho para a autorização de emergência pela Food and Drug Administration. O dólar também retomou a sua tendência de queda, tornando as matérias-primas denominadas em dólares mais atrativas.
A procura global por gasolina e diesel atingiu um máximo de dois meses na semana passada, de acordo com um índice compilado pela Bloomberg, sugerindo que o impacto da mais recente vaga de confinamentos está já a diminuir.
Nesta altura, o West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, avança 0,51% para 47,03 dólares, enquanto o Brent, transacionado em Londres, valoriza 0,50% para 50,50 dólares.
Ações europeias em queda ligeira
Os futuros das ações da Europa e dos Estados Unidos apontam para uma sessão de perdas ligeiras esta sexta-feira, 11 de dezembro, com o mercado acionista a ser penalizado pelo impasse prolongado em torno dos novos estímulos à economia norte-americana.
Os futuros do europeu Euro Stoxx 50 descem 0,3%, enquanto os do S&P 500 seguem praticamente inalterados.
A sessão asiática pautou-se por subidas pouco acentuadas, com exceção do chinês Shanghai Composite que desvalorizou 1,4%. No Japão, o Topix subiu 0,3%, o Hang Seng de Hong Kong avançou 0,2% e o sul-coreano Kospi ganhou 0,9%.
Nos Estados Unidos, ainda não há sinais de acordo entre democratas e republicanos em torno do novo pacote de estímulos à economia.
O líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, apoia agora a proposta de 916 mil milhões de dólares apresentada pelo secretário do Tesouro Steven Mnuchin, e já sublinhou a necessidade de fazer "tudo o que pudermos" para ajudar a economia. A democrata Nancy Pelosi, por seu turno, vê o outro plano de 908 mil milhões que ainda está a ser elaborado por um grupo bipartidário de deputados como o melhor caminho para um acordo.
"Estamos simplesmente à espera de um acordo", disse Keith Gangl, gestor de carteiras da Gradient Investments, em declarações à Bloomberg. "Não espero grandes movimentos do mercado até ao final do ano, especialmente se o pacote de estímulos continuar a ser adiado".