Notícia
Europa brilha, com Londres a ter melhor início de ano de sempre. Wall Street em recordes com "onda azul"
Acompanhe aqui o dia nos mercados.
Wall Street ignora caos em Washington e marca novos recordes
As praças norte-americanas encerraram maioritariamente em alta, apesar dos tumultos no Capitólio, e o Dow Jones e S&P 500 estabeleceram mesmo novos máximos históricos.
O Dow Jones fechou a somar 1,44% para os 30.829,40 pontos, um recorde de fecho, depois de durante a sessão ter também tocado num máximo de sempre, nos 31.022,65 pontos. Nunca antes tinha pisado o território dos 31.000 pontos.
Por seu lado, o Standard & Poor’s 500 avançou 0,57% para 3.748,14 pontos. Na negociação intradiária escalou para o valor mais alto da sua história, nos 3.783,04 pontos.
Em contrapartida, o tecnológico Nasdaq Composite desvalorizou 0,61% para 12.740,79 pontos, penalizado por cotadas como a Apple, Microsoft e Alphabet. O seu recorde foi marcado a 29 de dezembro, nos 12.973,33 pontos.
Apesar do caos gerado pelas violentas manifestações por parte dos apoiantes de Donald Trump em Washington D.C., no recinto do Capitólio – que alberga os edifícios do Congresso –, os investidores focaram-se na possibilidade (entretanto confirmada pela CBS e NBC) de os democratas recuperarem o controlo do Senado.
Ontem decorreu a segunda volta das eleições no estado da Geórgia para o Senado (pois tinham ficado lugares por preencher), que acabou por custar aos republicanos um assento e devolveu aos democratas a maioria na câmara alta do Congresso.
Ao recuperarem o Senado, de maioria republicana neste mandato de Trump, os democratas ficam assim com a Casa Branca e com as duas câmaras do Congresso – a chamada "onda azul" (cor do partido) –, o que estimulou o mercado, já que isso ajudará Joe Biden a prosseguir sem grandes sobressaltos com o seu programa económico.
Juros de Portugal quebram dezena de sessões sem subir
Os juros de Portugal estão a valorizar 1,4 pontos base para os 0,017%, na primeira sessão de agravamento em dez.
O agravamento nos juros portugueses segue de mãos dadas com aquele que se vive em Espanha, de 1 ponto base para os 0,05%, mas também na Alemanha, que serve de referência à Europa. As bunds alemãs avançaram mesmo 5 pontos base para os -0,52%.
Os juros aumentam numa altura em que os mercados acionistas estão em forte alta, desviando a atenção dos mercados de obrigações.
Europa dispara com Londres a registar o melhor início do ano sempre
As bolsas europeias terminaram esta sessão em alta, com os olhos postos nos Estados Unidos, numa altura em que existe a expectativa de que os democratas conquistem a maioria no Senado do país, o que facilitaria a aprovação de mais estímulos à economia.
O Stoxx 600 - índice que reúne as 600 maiores cotadas da região - subiu 1,4% com o setor da banca (+5,5%) a ser o líder das subidas do dia.
Também o setor ligado ao minério (+4,1%) e à energia (+3,8%) registaram ganhos robustos.
O britânico FTSE 100 está a ter o melhor início de ano de sempre, valorizando 5,9% nas primeiras três sessões.
O foco está numa eventual reconquista do controlo do Senado por parte dos democratas. Para se concretizar, é necessário que Jon Ossoff (democrata) vença David Perdue (republicano).
Ouro cai com valorização do dólar e subida dos juros
A valorização da moeda norte-americana está a penalizar o metal amarelo nesta quarta-feira, que inverteu assim para as perdas depois de seis sessões consecutivas em terreno positivo.
O ouro a pronto (spot) cede 2,24% para 1.905,71 dólares por onça no mercado londrino.
Já no mercado nova-iorquino (Comex) os futuros do ouro recuam 2,41%, para 1.905,70 dólares por onça.
A valorização do dólar está a ser o principal fator de pressão para o metal precioso, uma vez que é denominado na moeda norte-americana e fica menos atrativo como investimento alternativo para quem negoceia com outras moedas.
A pesar no ouro está também a "yield" da dívida norte-americana a 10 anos, que subiu para um patamar acima de 1% pela primeira vez desde março do ano passado, aumentando o custo de oportunidade de deter ouro sem remuneração de juros.
No entanto, com uma "onda azul" nos EUA, depois de os democratas recuperarem o controlo do Senado, deverá viabilizar mais estímulos orçamentais, o que contribuirá para pressões inflacionistas – o que deverá estimular a procura por ouro, considerado um valor-refúgio e uma boa cobertura contra a inflação.
Petróleo ganha terreno com queda de stocks
As cotações do "ouro negro" seguem a negociar em alta nos principais mercados internacionais.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em fevereiro avança 1,5% para 50,68 dólares por barril.
Já o contrato de fevereiro do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, valoriza 1,23% para 54,26 dólares.
A Agência norte-americana de Informação sobre Energia anunciou que as reservas de crude diminuíram em 8,01 milhões de barris na semana passada, para 485,5 milhões, naquela que foi a maior queda desde agosto, numa altura em que as taxas de utilização das refinarias estão no maior nível também desde agosto passado.
Os analistas inquiridos pela Reuters previam uma descida dos inventários de crude de "apenas" 2,1 milhões.
Dólar afoga-se no meio da "onda azul"
A moeda única europeia está a descer 0,24% para os 1,2269 dólares, depois de duas sessões consecutivas em alta. O aumento nos casos de covid-19 na Europa e o anúncio de confinamentos em vários países, com impacto na recuperação económica, penaliza o euro.
A nota verde segue igualmente uma trajetória negativa face a um cabaz de 10 divisas, caindo 0,3%, numa altura em que se espera que os democratas fiquem com o controlo do Senado nos Estados Unidos. A acontecer, a perspetiva é a de que haja mais investimento para reavivar a economia. "O resultado da eleição é notoriamente negativo para o dólar e reforça a nossa visão de depreciação para 2021", afirma um analista da MUFG, em declarações à Bloomberg.
Tecnológicas afundam e bancos disparam em Wall Street com expectativa de democratas ganharem o Senado
As bolsas norte-americanas abriram em queda com a desvalorização acentuada do setor tecnológico a sobrepor-se à valorização do setor financeiro, sendo que ambos os movimentos estão relacionados com as eleições de terça-feira na Geórgia.
O Nasdaq afunda 1,02% para 12.688,31 pontos. O S&P500 desce 0,2% para 3.719,5 pontos e o Dow Jones consegue negociar em alta (+0,17% para 30.442,87 pontos).
A crescente expectativa de uma reconquista do controlo do Senado por parte dos democratas e, consequentemente, de uma maioria do partido em ambas as câmaras do Congresso dos Estados Unidos, está a gerar um movimento de rotação de ativos nas carteiras dos investidores.
Com a vitória de Raphael Warnock face à senadora republicana Kelly Loeffler, o mercado está a antecipar mais estímulos orçamentais à economia dos Estados Unidos (e possivelmente mais impostos para financiar esses estímulos) uma vez que os democratas terão menos obstáculos para aprovar as suas políticas. Para se concretizar a denominada onda azul, Jon Ossoff (democrata) tem de vencer David Perdue (republicano).
O setor financeiro é dos principais beneficiados com esta renovada expectativa de recuperação económica mais rápida, sendo que a tendência de alta já se verifica nas bolsas europeias. Em Wall Street, o Goldman Sachs soma 1,74%, o JPMorgan avança 3% e o Citigroup dispara 5%.
Setores como a energia e o turismo também estão em alta, com este movimento a beneficiar as cotadas mais dependentes do ciclo económico.
Já as tecnológicas estão a ser penalizadas com o cenário de os republicanos perderem o Senado, pois o mercado está a antecipar uma regulação mais dura para o setor. O Google cede 2,19%, o Facebook desvaloriza 2,86% e a Apple cai 3,05%.
Europa sobe, mas pandemia modera otimismo
As bolsas europeias seguem com sinal positivo esta quarta-feira, com os democratas mais próximos de conquistar o controlo do Senado e, assim, do Congresso dos Estados Unidos.
O índice de referência para a Europa, o Stoxx600, avança 0,11% para 401,38 pontos, numa altura em que Frankfurt ganha 0,20%, Londres avança 0,68% e Lisboa sobe 1,65%, liderando os ganhos no Velho Continente.
Os democratas já garantiram um dos dois lugares no Senado que estavam a ser disputados na segunda volta das eleições no estado da Geórgia, abrindo caminho à chamada "onda azul", com o partido a garantir o controlo das suas câmaras do Congresso – já tem o controlo da Câmara dos Representantes e poderá conseguir agora maioria também no Senado.
Esse cenário, que implicaria menos obstáculos para os democratas, deverá resultar num reforço dos estímulos orçamentais à economia, possivelmente um aumento de impostos, e ainda mais regulação, segundo os especialistas.
Neste contexto, os futuros do Dow Jones – com empresas mais dependentes do ciclo económico – seguem em alta, enquanto os futuros do tecnológico Nasdaq – com empresas potencialmente mais afetadas por um reforço da regulação – seguem em queda.
"Embora os democratas tenham conquistado pelo menos um lugar na segunda volta da Geórgia, a verdadeira questão, que é a maioria do Congresso, ainda está em dúvida", disse o estrategista Stephane Barbier De La Serre, da Makor Capital Markets, citado pela Bloomberg. "Os mercados não gostam da incerteza", portanto, "não se pode excluir a cautela nas próximas sessões", acrescentou.
A limitar os ganhos na Europa está a evolução da pandemia, numa altura em que os sinais não são animadores no Reino Unido, onde se estima que 1 em cada 30 habitantes de Londres esteja infetado.
Ao mesmo tempo, a Alemanha prolongou e endureceu as medidas de restrição, impondo um limite de 15 quilómetros nas viagens para os que vivem nas zonas mais afetadas e restringindo as reuniões privadas.
Ouro sobe pela sétima sessão
O ouro está valorizar pela sétima sessão consecutiva, numa altura em que a yield dos Estados Unidos a dez anos segue acima de 1% e o dólar em baixa.
O metal amarelo, que completou em 2020 o maior ganho anual em uma década, avança 0,19% para 1.953,62 dólares, o valor mais alto em quase oito semanas.
A prata, por seu turno, sobe 0,23% para 27,6189 dólares.
Juros dos EUA a 10 anos superam 1% pela primeira vez desde março
Os juros soberanos dos Estados Unidos estão a registar fortes subidas em todas as maturidades e ultrapassaram 1% no prazo de referência pela primeira vez desde março. Nesta altura, a yield a dez anos avança 4,7 pontos base para 1,002%.
A motivar esta subida está a cada vez mais provável reconquista do Senado por parte dos democratas, depois de o partido já ter garantido um dos dois lugares que estavam em jogo na segunda volta das eleições na Geórgia, abrindo caminho a mais estímulos para reanimar a economia norte-americana.
As perspetivas crescentes de uma "Onda Azul" já mexeram também com as expectativas do mercado para a inflação: os traders veem agora a inflação dos EUA a atingir uma média de pouco mais de 2% ao ano na próxima década, o nível mais alto desde 2018.
"Os resultados das eleições na Geórgia têm sido uma das principais incertezas que assolam os mercados globais – o avanço dos democratas tem uma clara implicação na política orçamental e nas obrigações dos EUA", disse Andrew Ticehurst, estrategista do Nomura, em Sydney,citado pela Bloomberg. "Estímulos adicionais terão de ser financiados e os mercados indicaram claramente que desejam testar o nível de 1% para os títulos do Tesouro hoje".
Euro toca novo máximo de abril de 2018
A moeda única europeia segue em alta face ao dólar pela terceira sessão consecutiva, tendo já tocado num novo máximo de abril de 2018.
Este desempenho é explicado sobretudo pela fraqueza da divisa dos Estados Unidos, numa altura em que a possível reconquista do Senado por parte dos democratas está a colocar ainda mais pressão sobre o dólar.
O euro avança 0,24% para 1,2328 dólares, depois de já ter valorizado um máximo de 0,38% para 1,2345 dólares, o valor mais elevado desde meados de abril de 2018.
Já o índice da Bloomberg que mede o desempenho do dólar face às principais congéneres, que perdeu 5,5% em 2020, segue em queda pela terceira sessão.
Petróleo em alta ligeira após decisão da Arábia Saudita
O petróleo segue em alta ligeira nos mercados internacionais, depois de ter disparado mais de 4% na sessão de ontem, na sequência da decisão da Arábia Saudita de cortar a sua produção em mais 1 milhão de barris por dia em fevereiro e março.
O corte de produção decidido por Riade deverá, assim, mais do que compensar os aumentos anunciados por parte da Rússia e do Cazaquistão que, em conjunto, deverão colocar no mercado cerca de 85 mil barris de petróleo adicionais.
Ações europeias em alta ligeira antes dos resultados na Geórgia
Os futuros das ações europeias estão em alta ligeira esta quarta-feira, enquanto os das ações norte-americanas seguem em queda, devido às preocupações sobre as possíveis implicações de uma vitória dos democratas na corrida ao Senado, na Geórgia.
Os futuros do Euro Stoxx 50 avançam 0,4% e os do S&P 500 deslizam 0,6%.
O democrata Raphael Warnock ficou à frente da atual senadora Kelly Loeffler em uma das duas corridas ao Senado, aumentando as esperanças do partido de tirar o controlo desta câmara ao Partido Republicano. Alguns especialistas defendem que uma dupla vitória dos democratas significaria mais estímulos à economia, aumento de impostos e mais regulação.
"Os democratas teriam de vencer as duas disputas para controlar o Senado e, portanto, as duas câmaras, permitindo-lhes muito mais liberdade para gerir pacotes orçamentais maiores", disse Sebastien Galy, estrategista da Nordea Investment, numa nota citada pela Bloomberg. "Uma dupla vitória deve levar a uma curva dos juros mais acentuada e a um dólar mais fraco, já que a situação orçamental seria vista como insustentável, mas também seria bem-vinda pelo mercado de ações, especialmente as cíclicas".