Notícia
Europa recua, juros agravam-se e petróleo valoriza
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta segunda-feira.
Europa recua entre EUA e BCE
A Europa fechou a primeira sessão da semana em terreno negativo. Os investidores estiveram a avaliar as mais recentes declarações da presidente do BCE, Christine Lagarde, assim como os últimos dados sobre o setor dos seviços nos EUA.
O Stoxx 600 - "benchmark" para o bloco - desvalorizou 0,48% para 459,93 pontos. Entre o 20 setores que compõem o índice de referência europeu, os setores das viagens e do retalho foram os que registaram quedas mais expressivas.
Entre as principais praças da Europa Ocidental, Madrid perdeu 0,30%, Frankfurt caiu 0,54%, e Paris deslizou 0,96%.
Londres desvalorizou 0,10%, Amesterdão cedeu 0,21% e Milão recuou 0,78%. Por cá, a bolsa de Lisboa seguiu a mesma tendência e caiu 0,22%.
Christine Lagarde alertou que se os governos da Zona Euro não retirarem os apoios concedidos no âmbito da crise energética, isso levará a um aumento da pressão inflacionista, o que exigirá "uma resposta mais forte da política monetária".
No radar do sentimento de mercado estiveram ainda os mais recentes dados económicos vindos dos EUA.
O indicador PMI do Institute for Supply Management (ISM) para o setor não industrial caiu de 51,9 pontos em abril para 50,3 pontos, muito perto da linha dos 50 pontos, considerada como um alerta sobre o crescimento do setor.
O indicador fica ainda bastante abaixo das expectativas dos economistas consultados pela Reuters, que não só previam uma subida do PMI como apontavam para os 52,2 pontos.
Os investidores estiveram atentos aos movimentos das ações do Viaplay Group, que afundaram 58,52%, após a empresa ter revisto em baixa o "guidance" para este ano e ter substituido o CEO.
A Deutsche Telecom somou 1,56%, recuperando da queda de sexta-feira, influenciada pela notícia da Bloomberg de que a Amazon está a preparar um serviço móvel para os clientes prime. Além da operadora alemã, também outras operadoras registaram uma queda em bolsa.
Juros agravam-se na Zona Euro em dia de ouvir a presidente do BCE
Os juros agravaram-se na Zona Euro, num dia em que os investidores digeriram as mais recentes declarações da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde.
A "yield" das Bunds alemãs a dez anos - referência para o mercado europeu - agravou-se 6 pontos base para 2,370%.
Já os juros da dívida portuguesa com vencimento em 2033 somaram 5,3 pontos base para 3,039%.
Por seu lado, a rendibilidade das obrigações espanholas com a mesma maturidade cresceu 6 pontos base para 3,367%.
Os juros da dívida italiana subiram 6,4 pontos base para 4,122%. O "spread" face à "yield" alemã fixou-se em 174,5 pontos base.
Christine Lagarde alertou que se os governos da Zona Euro não retirarem os apoios concedidos no âmbito da crise energética, isso levará a um aumento da pressão inflacionista, o que exigirá "uma resposta mais forte da política monetária".
Petróleo sobe com unidade na OPEP+ e corte adicional da Arábia Saudita
Os preços do "ouro negro" seguem a ganhar terreno nos principais mercados internacionais, impulsionados pelo facto de os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (o chamado grupo OPEP+) terem decidido ontem prolongar o atual corte da oferta até ao final de 2024 e sobretudo pelo facto de a Arábia Saudita ter decidido retirar do mercado mais um milhão de barris por dia durante o mês de julho – podendo esta redução prolongar-se se necessário.
A OPEP+, além de decidir manter o corte da oferta que atualmente vigora – estendendo-o também a todo o ano de 2024 –, anunciou também que vai ajustar a sua produção interna, reduzindo-a em 1,4 milhões de barris por dia no próximo ano, baixando assim a sua meta de produção para 40,46 milhões de barris por dia.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, soma 1,31% para 72,68 dólares por barril.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 1,42% para 77,21 dólares/barril.
Investidores apontam para pausa na subida dos juros nos EUA e puxam brilho ao ouro
O ouro avança, numa altura que o dólar recua muito ligeiramente, com os investidores a realizarem apostas de peso de que a Reserva Federal (Fed) norte-americana pode manter a taxa dos fundos federais intocada na próxima reunião de política monetária agendada para meados deste mês.
O metal amarelo valoriza 0,46% para 1.956,86 dólares por onça, invertendo a tendência desta manhã.
Paládio e platina seguem esta tendência positiva, enquanto a prata desvaloriza.
No mercado de "swaps", os investidores apostam numa probabilidade de 80,6% de que a Fed manterá a taxa dos fundos federais inalterada num intervalo entre 5% e 5,25% contra uma probabilidade de apenas 19,4% de que o Comité Federal do Mercado Aberto (na sigla inglesa FMOC) suba a taxa de juro diretora em 25 pontos base.
Euro sobe com Lagarde no radar
O euro sobe 0,13% para 1,0712 dólares, com as mais recentes palavras da presidente do Banco Central Europeu (BCE) no radar.
Christine Lagarde alertou que se os governos da Zona Euro não retirarem os apoios concedidos no âmbito da crise energética, tal levará a um aumento da pressão inflacionista, o que exigirá "uma resposta mais forte da política monetária".
O índice do dólar da Bloomberg - que compara a força da nota verde contra 10 divas rivais - negoceia na linha de água (0,03%) para 104,047 pontos, numa altura que os investidores digerem os mais recentes dados do setor dos serviços.
O indicador PMI do Institute for Supply Management (ISM) para o setor não industrial caiu de 51,9 pontos em abril para 50,3 pontos, muito perto da linha dos 50 pontos, considerada como um alerta sobre o crescimento do setor.
O indicador fica ainda bastante abaixo das expectativas dos economistas que consultados pela Reuters, que não só previam uma subida do PMI, como apontavam para os 52,2 pontos.
Concorrência da procura asiática faz gás registar a maior subida desde março
O gás negociado em Amesterdão (TTF) – referência para o mercado europeu – chegou a escalar 21,71% durante a sessão desta segunda-feira para 28,45 euros por megawatt-hora, a maior subida desde março e depois de na semana passada ter renovado mínimos de dois anos.
Entretanto a matéria-prima aliviou para uma subida de 17,65% para 27,50 euros.
Os investidores antecipam mais um cenário de aperto no mercado do gás, havendo um sentimento de preocupação relativamente a uma redução mais expressiva do fornecimento de gás russo e à concorrência intensa levantada pela procura chinesa face ao gás exportado pelos EUA.
Os dados recolhidos pela BloombergNEF indicam que as exportações norte-americanas de combustível – cruciais para a vitalidade energética da Europa- para a Ásia em julho, agosto e setembro são mais rentáveis, aguçando assim a competição entre procura asiática e europeia.
Wall Street abre tímida entre ganhos e perdas com foco a retornar à Fed
Os principais índices do lado de lá do Atlântico abriram a negociar com ganhos ligeiros, depois de um "rally" que levou o S&P - o "benchmark" mundial - a registar a melhor semana desde março e a encerrar a negociação de sexta-feira no valor mais elevado desde agosto.
O industrial Dow Jones recua 0,04% para 33.749,68 pontos, enquanto o Standart & Poor’s 500 (S&P 500) avança 0,15% para 4.288,59 pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite soma 0,17% para 13.263,68 pontos.
Entre os principais movimentos de mercado, a Apple sobe 1,44%, antes de realizar a sua conferência de "developers" anual, onde é largamente esperado que a marca traga novidades sobre inteligência artificial e realidade aumentada, bem como o iOS 17.
Depois de, durante o fim de semana, o presidente Joe Biden ter assinado um documento que permite ao Departamento do Tesouro começar a realizar pagamentos, depois de meses de disrupção, suspendendo assim o tecto da dívida do país, o foco deve retornar à Fed.
Os investidores estão a avaliar a possibilidade de a Reserva Federal norte-americana manter as taxas de juro inalteradas na próxima reunião de política monetária. De acordo com uma ferramenta usada pela Reuters, 76% dos "traders" espera que a Fed mantenha os juros diretores inalterados, apesar de esperarem uma nova subida em julho.
"Estamos agora à aguardar pelos próximos dados e determinar se a Fed vai apenas saltar esta reunião ou terminar o ciclo de aperto da política monetária", afirmou o analista Thomas Hayes, da Great Hill Capital, à Reuters.
Euribor sobem e taxa a 3 meses fixa-se em máximo desde novembro de 2008
As taxas Euribor subiram a seis e a 12 meses, face a sexta-feira, e a três meses avançou para um novo máximo desde novembro de 2008.
A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu hoje para 3,884%, mais 0,009 pontos do que na sexta-feira, depois de ter aumentado em 29 de maio para 3,982%, um novo máximo desde novembro de 2008.
Segundo dados de março de 2023 do Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses representa 41% do "stock" de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representam 33,7% e 22,9%, respetivamente.
A média da taxa Euribor a 12 meses avançou de 3,757% em abril para 3,862% em maio, mais 0,103 pontos.
No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 6 de junho de 2022, avançou hoje, ao ser fixada em 3,739%, mais 0,011 pontos, contra o novo máximo desde novembro de 2008, de 3,781%, verificado também em 29 de maio.
A média da Euribor a seis meses subiu de 3,516% em abril para 3,682% em maio, mais 0,166 pontos.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses subiu hoje, ao ser fixada em 3,493%, mais 0,003 pontos, face a sexta-feira (3,490%), batendo um novo máximo desde novembro de 2008.
A média da Euribor a três meses subiu de 3,179% em abril para 3,372% em maio, ou seja, um acréscimo de 0,193 pontos percentuais.
As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
Na mais recente reunião de política monetária, em 4 de maio, o BCE voltou a subir, pela sétima vez consecutiva, mas apenas em 25 pontos base, as taxas de juro diretoras, acréscimo inferior ao efetuado em 16 de março, em 2 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 8 de setembro.
Em 21 de julho de 2022, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Lusa
Europa abre no verde com foco em dados económicos
Os principais índices europeus começaram esta segunda-feira a negociar de verde, embora com ganhos ligeiros. Os investidores estão a aguardar um conjunto de dados sobre a atividade económica na Zona Euro, que permitirão compreender melhor o estado das economias da região.
O índice de referência, Stoxx 600, avança 0,11% para 462,66 pontos, com o setor das telecomunicações a sustentar os ganhos ao subir mais de 1%.
Na segunda maior subida, a crescer 0,8%, está o setor de petróleo e gás, depois de Arábia Saudita ter decidido cortar a produção de petróleo em um milhão de barris em julho - o que está a levar a um subida nos preços do crude.
Numa nota, analistas do Goldman Sachs indicam que as ações europeias devem registar uma performance abaixo do esperado no curto-prazo e vêm uma descida de 8% a 10% nos meses de verão, devido a um menor crescimento económico.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax soma 0,21%, o francês CAC-40 avança 0,05%, o britânico FTSE 100 sobe 0,45% e o espanhol IBEX 35 pula 0,29%. Em Amesterdão, o AEX regista um acréscimo de 0,32% e em Lisboa, o PSI valoriza 0,8%.
Em contraciclo, o italiano FTSEMIB recua 0,1%.
Juros das dívidas soberanas da Zona Euro agravam-se. Atenções viram-se para Lagarde
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão maioritariamente a agravar-se, com os investidores a virarem-se para ativos de maior risco. As atenções devem virar-se mais logo para o discurso no Parlamento Europeu da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde.
A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos, referência para a região, soma 5,5 pontos base para 2,365% e os juros da dívida portuguesa sobem 4,3 pontos base para 3,028%.
Os juros da dívida pública italiana com a mesma maturidade agravam-se 5,6 pontos base para 4,115%, ao passo que a "yield" das obrigações espanholas sobe 5,3 pontos base para 3,359%.
Fora da Zona Euro, as rendibilidades da dívida britânica somam 5,6 pontos base para 4,203%.
Dólar ganha com possibilidade de juros elevados durante mais tempo. Ouro perde
O ouro está a negociar em baixa esta segunda-feira, penalizado pela subida do dólar, que torna este metal mais caro para investidores com moeda estrangeira.
A influenciar a negociação estão dados do mercado do trabalho robustos, divulgados na sexta-feira, que indicam que a Reserva Federal norte-americana poderá manter as taxas de juro elevadas durante mais tempo, o que estará a dar força ao dólar e a penalizar o ouro, que não rende juros.
O ouro recua assim 0,42% para 1.939,77 dólares por onça.
Em sentido oposto, no mercado cambial, o dólar sobe 0,15% para 0,9353 euros, ao passo que o índice do dólar da Bloomberg – que compara a força da nota verde contra 10 divisas rivais – avança 0,24% para 104,262 pontos.
Petróleo sobe após corte de um milhão de barris por dia pela Arábia Saudita
O petróleo está a valorizar potenciado por declarações do maior exportador de crude do mundo, a Arábia Saudita, que afirmou este fim de semana que iria cortar a produção em cerca de um milhão de barris por dia, em julho - e que poderá ser estendida, caso seja necessário, contrariando os ventos macroeconómicos que têm levado a uma queda nos preços desta matéria-prima.
O movimento acontece, segundo a Bloomberg, depois de a Rússia não ter admitido se iria realizar um corte na produção e os Emirados Árabes Unidos, que asseguraram uma quota superior em 200 mil barris diários para 2024, garantia que terá sido dada por estar em risco a sua manutenção na OPEP.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, soma 1,37% para 72,72 dólares por barril. Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 1,27% para 77,1 dólares por barril.
O corte voluntário na produção saudita é parte de uma decisão tomada este domingo pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+), que inclui a Rússia, para limitar a produção em 2024, numa altura em que o grupo tenta aumentar o preço.
"A Arábia Saudita permanece mais interessada que a maioria dos membros em garantir preços do petróleo acima de 80 dólares por barril, o que é essencial para equilibrar o seu próprio orçamento para o ano", afirmou Suvro Sarkar, analista de energia do DBS Bank, à Reuters.
"Os sauditas vão provavelmente continuar a fazer o que for necessário para manter os preços do petróleo elevados... e tomar os passos necessários para assegurar que as preocupações macro que possam afetar a procura sejam negadas", completou.
Europa aponta para queda no início da sessão. Ásia soma terceiro dia de ganhos
Os principais índices europeus estão a apontar para um início de sessão no vermelho, depois de duas sessões em alta no fim da semana passado em que os investidores foram animados pelo acordo no Congresso norte-americano para a suspensão do tecto da dívida nos Estados Unidos.
O presidente Joe Biden assinou este fim de semana o documento que permite ao Departamento do Tesouro começar a realizar pagamentos, depois de meses de disrupção.
Os investidores vão estar ainda a avaliar a participação da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, no Parlamento Europeu, uma semana antes da próxima reunião de política monetária do BCE.
Na Ásia, a sessão fez-se de verde pelo segundo dia consecutivo, num dia em que as cotadas japonesas a lideraram os ganhos, com os investidores a ganharem mais apetite pelo risco.
Isto, numa altura em que se reduzem as preocupações com uma recessão global e se vai avaliando a possibilidade de as taxas de juro da Reserva Federal norte-americana se manterem inalteradas na próxima reunião de política monetária.
Em Tóquio, o Nikkei subiu mais de 2%, terminando a sessão no valor mais elevado desde julho de 1990. "É possível que as ações japonesas ultrapassem outros mercados desenvolvidos este ano", afirmou o analista David Chao, da Invesco Asset Management, à Bloomberg.
Ainda assim, Chao permanece "cautelosamente otimista", uma vez que as o mercado acionista japonês tem vivido grande volatilidade, mas "as dinâmicas de procura domésticas e globais tem sido um começo promissor".
Na China, Xangai avançou 0,1% e, em Hong Kong, o Hang Seng subiu 0,5%. Na Coreia do Sul, o Kospi ganhou 0,6%, enquanto no Japão, o Topix pulou 1,4% e o Nikkei somou 2,1%.