Notícia
Escalada do dólar derruba bolsas e matérias-primas
Acompanhe aqui minuto a minuto o desempenho dos mercados durante esta terça-feira.
Bolsas europeias caem para mínimos de janeiro de 2021
As principais praças do Velho Continente fecharam o dia em forte queda, com o índice de referência, o Stoxx 600, em mínimos de há um ano e meio. Para este desfecho contribuíram os receios dos investidores quanto a um risco de recessão antes do arranque da "earnings season".
O Stoxx 600 encerrou a sessão a cair 2,11% para 408,68 pontos. O setor que mais terreno perdeu foi o do petróleo e gás (-6,25%), seguido do automóvel (-3,59%) e da banca (-3,40%).
Em declarações à Bloomberg, Ulrich Urbahn, analista da Berenberg, afirma que "cada vez mais participantes no mercado estão a ter uma posição crítica em relação às estimativas muito otimistas dos analistas", após várias empresas terem baixado as suas expectativas de resultados para este ano. "Isto deve colocar mais pressão nos ativos de risco", adiantou ainda.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX perdeu 2,91%, o espanhol Ibex cedeu 2,48% e o italiano FTSEMIB recuou 2,99%. A registar perdas esteve também o francês CAC-40, com uma desvalorização de 2,68%, o britânico FTSE a perder 2,68% e o AEX com um decréscimo de 2,33%. Por cá, o PSI caiu 2,89%.
Ouro negoceia em mínimos de seis meses
O ouro negoceia em mínimos de seis meses, numa altura em que o dólar segue a disparar face à generalidade das principais divisas. Uma vez que o metal amarelo é denominado em dólares, o ouro fica menos atrativo para quem negoceia com outras moedas.
O índice da Bloomberg para o dólar segue em máximos de mais de dois anos, levando a que o ouro perca a sua atratividade como valor-refúgio.
O metal amarelo está a perder 2,22% para 1.767,97 dólares por onça, enquanto a platina desvaloriza 2,42% para 868,94 dólares por onça e o paládio desce 0,01% para 1.920,19 dólares por onça.
O metal precioso tem vindo a registar perdas nos últimos três meses, mas, até agora, conseguiu aguentar acima dos 1.800 dólares por onça.
Euro em mínimos de 20 anos contra o dólar. Nota verde escala mais de 1% contra 10 divisas
O euro segue a cair 1,68% face à moeda norte-americana, a valer 1,0258 dólares, como não era visto desde o final de 2002.
A moeda única cede ainda 0,9% contra o franco suíço, estando cada euro a valer 0,99251 francos suíços, o nível mais baixo de 2015.
Os investidores temem que a diferença de velocidades entre a Reserva Federal norte-americana (Fed) e o Banco Central Europeu (BCE), na aplicação de uma política monetária "falcão", possa tornar a subida das taxas de juro em 25 pontos base na Zona Euro já este mês insuficiente, tendo em conta que a Fed vai muito mais à frente no endurecimento da sua política - tornando assim o dólar mais forte contra a moeda única.
A esperança dos investidores está ainda a ser obscurecida pela possibilidade de abrandamento económico na região e numa altura em que os traders estão de olho numa possível crise do gás, provocada pela escassez da matéria-prima russa.
Por sua vez, o índice do dólar da Bloomberg – que compara o "green cash" com 10 divisas rivais – escala 1,37% para 106,580 pontos, à medida que os investidores apontam para a possibilidade de a taxa de fundos federais poder chegar a mais de 4%, um disparo tendo em conta o intervalo atual entre 1,5% e 1,75% - e um fenómeno que, caso se verifique, renovará máximos de 2008. A Bloomberg revela ainda que o mercado acredita que a taxa chegará a 3,3% já no primeiro trimestre de 2023.
Petróleo cai com receios de desaceleração económica e escalada do dólar
Os preços do "ouro negro" seguem em queda, numa altura em que a elevada inflação e o aumento dos juros diretores por parte dos bancos centrais continuam a alimentar os receios de uma rápida desaceleração económica que poderá levar a uma recessão – o que levaria a uma queda da procura por esta matéria-prima.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a afundar 6,15% para 106,52 dólares por barril.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, cede 5,34% para 102,64 dólares por barril.
"O espectro de uma possível recessão instalou-se definitivamente nos mercados globais e continua a exercer pressão sobre a valorização dos principais instrumentos. Esta situação não é diferente no mercado das ‘commodities’, especialmente no petróleo, que está claramente a reagir aos rumores de um possível declínio na procura de crude", sublinham os analistas da XTB na sua análise diária.
Num outro "research", a XTB sublinha que "há especulação entre os participantes do mercado sobre o risco de uma redução cada vez mais visível do consumo, o que deve ser ilustrado pela queda considerável na procura de combustível naval no primeiro e segundo trimestres deste ano. Além disso, a recuperação do dólar americano torna as mercadorias ainda mais caras".
Wall Street acompanha Europa e pinta-se de vermelho
Wall Street abriu no vermelho, à semelhança das principais praças europeias que vão negociando com uma queda expressiva, com muitos índices já abaixo dos 2%. O receio de uma iminente recessão económica está a pesar mais nos mercados que uma possível redução das taxas alfandegárias de produtos importados da China para os Estados Unidos.
O industrial Dow Jones perde 1,83% para 30.521,83 pontos, enquanto o "benchmark" mundial por excelência, S&P 500, cai 1,59% para 3.765,01 pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite desvaloriza 1,71% para 10.942,74 pontos.
Qualquer sinal de diminuição dos preços vai ser bem vista pelos investidores que receiam que a economia norte-americana esteja a entrar numa recessão, à medida que a inflação aumenta e a Reserva Federal sobe as taxas de juro.
Os analistas do Morgan Stanley indicam que a economia dos Estados Unidos está a meio de uma desaceleração, que ao que tudo indica, está a ser pior do que era esperado - "qualquer abrandamento nas taxas de juro deve ser entendido como uma preocupação, mais do que um alívio da Fed", indicaram numa nota.
"O governo [norte-americano] está muito consciente que é preciso de agir do lado da oferta", adianta Deepak Mehra, analista do Banco Comercial do Dubai à Bloomberg. "Tentar resolver este assunto está a dar ao mercado algum conforto de que [o governo] está finalmente a abordar o problema e não a dar o medicamento errado", esclarece ainda.
Europa inverte para terreno negativo depois de arranque a verde
As principais praças do Velho Continente abriram o segundo dia de negociação da semana no verde, mas estão agora a negociar em terreno negativo. Isto numa altura em que os inventores aguardam pelo inicio de uma nova temporada de demonstração de resultados e procuram compreender se as empresas conseguem manter o lucro, mesmo com o aumento da inflação e complicações no fornecimento.
O índice de referência para a Europa Ocidental, Stoxx 600, cede 0,30% para 408,10 pontos. O setor que mais cede são os recursos básicos (-1,55%%), seguido do setor automóvel (-1,33%) e das empresas de petróleo e gás (-1,30%).
"Cada vez mais participantes no mercado estão a ter uma posição crítica em relação às estimativas muito otimistas dos analistas, depois de várias empresas terem baixado as suas expectativas de resultados para este ano", indica Ulrich Urbahn, analista da Berenberg, à Bloomberg. "Isto deve colocar mais pressão nos ativos de risco", adiantou ainda.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax perde 0,66%%, o espanhol Ibex cede 0,37% e o o italiano FTSEMIB recua 0,72%. A registar perdas também está o francês CAC-40 a desvalorizar 1,10%, o britânico FTSE 100 a perder 0,91% e o AEX que regista um decréscimo de 0,49%.
Juros aliviam ligeiramente na Zona Euro
Os juros da Zona Euro estão a aliviar ligeiramente, numa semana marcado pela divulgação de vários dados por parte dos bancos centrais. Esta terça-feira é a vez Banco de Inglaterra, que apresenta um dos relatórios bianuais de estabilidade financeira.
A yield das "bunds" alemãs a dez anos – referência para o mercado europeu – aliviam 2,6 pontos base para 1,301%.
Já os juros da dívida italiana a dez anos subtraem 2,1 pontos base para 3,204%, ao passo que a yield da dívida britânica alivia 2,9 pontos base para 2,174%.
Na Península Ibérica, os juros da dívida nacional perdem 3,4 pontos base para 2,354, e são, a par da França, os que mais aliviam na região. Já em Espanha a yield cede 3 pontos base para 2,367%.
Dólar ganha face a principais divisas
O dólar está a valorizar face às principais divisas rivais, revertendo perdas do início da sessão, depois de ontem ter sido feriado nos Estados Unidos.
O dólar ganha 0,59% face ao euro, 0,051% em relação ao franco suiço e 0,11% face ao iene. Já em relação à libra, a nota verde valoriza 0,27%.
Por sua vez, a moeda única europeia perde 0,50% em relação ao franco suíço, 0,40% face ao iene e 0,29% em relação à libra esterlina.
O índice do dólar da Bloomberg – que mede a força da nota verde contra 10 divisas rivais – sobe 0,35% para 105,5110 pontos.
Ouro desvaloriza, com olhos em Biden
O ouro está a desvalorizar, numa altura em que os investidores pesam a possibilidade de algumas taxas alfandegárias nos Estados Unidos de importações vindas da China serem abolidas, o que poderia ajudar a abrandar a inflação no país - e que poderá acontecer ainda esta semana, de acordo com a Bloomberg.
O metal precioso está a perder 0,06% para 1.807,40 dólares por onça, ao passo que o paládio e a platina também cedem 0,02% e 1,04%, respetivamente.
O ouro tem vindo a registar perdas nos últimos três meses, mas tem conseguido aguentar acima da margem dos 1.800 dólares por onça.
O analista Brian Lan, da GoldSilver Central, explica que os investidores se devem manter fora de jogo até à divulgação das minutas da reunião da Reserva Federal norte-americana (Fed) e a divulgação de mais dados sobre o estado da economia norte-americana esta sexta-feira.
Petróleo ganha em Nova Iorque e perde em Londres
O petróleo está a negociar em alta em Nova Iorque e em queda em Londres, à medida que permanecem preocupações sobre uma desaceleração económica e uma possível diminuição do consumo desta matéria-prima.
O West Texas Intermediate (WTI), negociado nos Estados Unidos, soma 1,18% para 109,72 dólares por barril, depois de o volume negociado esta segunda-feira ter sido reduzido devido ao feriado do 4 de julho.
Já o Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – perde 0,36%% para 113,09 dólares por barril.
O banco de investimento, Citigroup, reviu em baixa o preço do petróleo e estima que o "ouro negro" possa colapsar para os 65 dólares por barril até ao final do ano e 45 dólares no final de 2023, se se verificar uma quebra na procura continuada.
A estimativa assenta numa falta de intervenção por parte dos produtores do chamado grupo OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados) e uma diminuição nos investimentos nesta matéria-prima.
Numa nota os analistas indicam que "para o petróleo, a evidência histórica sugere que a procura apenas fica negativa nas piores recessões globais (...), mas os preços do petróleo caem em todas as recessões para custos marginais".
Europa aponta para o verde. Ásia encerra com ganhos
A Ásia encerrou as negociações com uma tendência de ganhos generalizada, à exceção de Xangai, isto depois de se ter desvanecido o entusiasmo inicial sobre uma possível aproximação dos Estados Unidos à China, permitindo a redução de algumas taxas alfandegárias inicialmente impostas por Donald Trump.
A secretária do tesouro norte-americana, Janet Yellen, e o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, estiveram reunidos em videochamada. De acordo com uma nota oficial da instituição dos Estados Unidos, foi discutido o comércio internacional e desenvolvimentos económicos e financeiros. Yellen terá ainda levantado preocupações sobre políticas "injustas" de práticas económicas na República Popular da China.
Na Ásia a sessão terminou positiva. Pelo Japão o Nikkei valorizou 0,6% e o Topix subiu 0,3%. Na China, o tecnológico Hang Seng somou 0,4% e Xangai perdeu 0,2%. Por sua vez, na Coreia do Sul, o Kospi pulou 1,1%.
Pela Europa, às primeiras horas desta terça-feira, os futuros sobre o Euro Stoxx 50 subiam 0,5%.
Os investidores vão estar atentos ao setor das "utilities" (água, luz e gás), à medida que a energética alemã Uniper está a negociar um resgate financeiro com o governo.