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Europa perde com aversão ao risco. Stoxx 600 cai mais de 1% na semana
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta sexta-feira.
Europa perde com fuga dos investidores ao risco. Stoxx 600 caiu mais de 1% na semana
Uma maior aversão ao risco ditou perdas nas principais bolsas europeias esta sexta-feira, tendo apenas o britânico FTSE 100 e o índice lisboeta fechado com ganhos. A penalizar o apetite dos investidores pelo risco estão as perspetivas da Reserva Federal (Fed) dos EUA de que os juros irão permanecer em níveis elevados durante mais tempo do que o anteriormente previsto.
O Stoxx 600, índice de referência para a região, perdeu 0,31% para 453,26 pontos e rematou a semana com uma queda de 1,88%. Trata-se da desvalorização mais expressiva desde finais de agosto.
Dos 20 setores que compõem o índice, o das utilities (água, luz e gás) foi o que mais deslizou (0,91%), enquanto o da tecnologia foi o que mais valorizou (0,75%).
Entre as principais movimentações, o ING Groep e o ABN AMRO perderam durante a sessão depois de a maioria do parlamento neerlandês ter aprovado a proposta para aumentas os impostos sobre os bancos. A proposta tem ainda de receber luz verde do Senado, mas foi o suficiente para colocar algumas das principais instituições do país a desvalorizar. O ING Groep deslizou 6,35% para 12,332 euros e o ABN AMRO recuou 4,47% para 13,05 euros.
Já a norueguesa Adevinta valorizou 26,53% depois de ter revelado que recebeu uma proposta de aquisição por parte de um consórcio que inclui a gestora de ativos Blackstone e a Permira.
Nas principais praças europeias, o alemão Dax 30 cedeu 0,09%, o francês CAC-40 recuou 0,4%, o italiano FTSE Mib perdeu 0,46%, o espanhol Ibex 35 caiu 0,49% e o AEX, em Amesterdão, deslizou 0,22%.
Já o britânico FTSE 100 somou 0,07%, num dia em que a libra teve um pior desempenho e em que a AstraZeneca deu um contributo positivo ao índice, após ter sido conhecido que um dos seus medicamentos experimentais retardou o avanço de um dos mais comuns cancros da mama num dos últimos ensaios clínicos.
Juros agravam-se na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro agravaram-se esta sexta-feira, num dia em que também as principais bolsas europeias fecharam com perdas. O agravamento dos juros significa uma menor aposta dos investidores na dívida soberana, o que indica que estes estão a priveligiar outros ativos.
Os juros da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos anos agravaram-se 1,5 pontos base para 3,459%, enquanto a "yield" das Bunds alemãs com o mesmo prazo subiram 0,3 pontos base para 2,735%.
A rendibilidade dos juros da dívida soberana italiana aumentou 4,5 pontos base para 4,580%, os juros da dívida francesa subiram 1 ponto base para 3,283% e os juros da dívida espanhola agravaram-se 1,3 pontos base para 3,805%.
Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica aliviaram 5,2 pontos base para 4,240%, um dia depois de o Banco de Inglaterra ter optado por manter as taxas de juro inalteradas pela primeira vez em quase dois anos. O banco central britânico manteve as taxas de juro de referência inalteradas em 5,25%.
Petróleo sobe com bloqueio da Rússia a alimentar perspetiva de défice da oferta
Os preços do "ouro negro" seguem a negociar em alta nos principais mercados internacionais, ainda a serem sustentados pelo bloqueio da Rússia à venda de combustível – o que ofusca os receios de uma menor procura devido à subida dos juros diretores por parte dos bancos centrais.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a somar 1,03% para 90,55 dólares por barril.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 0,73% para 93,98 dólares.
A Rússia proibiu ontem, temporariamente, as exportações de gasolina e gasóleo para todos os países fora do círculo de quatro ex-Estados soviéticos, com efeito imediato, de modo a estabilizar o mercado doméstico. A decisão desviou as atenções dos reveses económicos no Ocidente – que voltaram a focar-se na menor oferta de crude até ao final de 2023.
Euro na linha d'água face ao dólar
O euro está a negociar na linha d'água face à divisa norte-americana, num dia em que foi conhecido que a atividade da Zona Euro contraiu em setembro pelo quarto mês consecutivo. Ainda assim, o indicador melhorou ligeiramente face a agosto.
A moeda única europeia perde 0,01% para 1,0660 dólares.
Também o índice do dólar da Bloomberg, que mede a força da nota verde face a dez divisas rivais, negoceia na linha d'água, estando a subir 0,04% para 105,406 pontos. O dólar perdeu alguma força esta sexta-feira, depois de nos últimos dias ter subido à boleia das perspetivas de que a política monetária irá manter-se restrita durante mais tempo.
Ouro valoriza com dólar ligeiramente mais fraco
O ouro está a valorizar depois de, na quinta-feira, ter registado a maior queda em duas semanas, pressionado por uma posição mais dura da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos.
O banco central sinalizou que deverá voltar a subir os juros mais uma vez este ano e que o próximo ano trará menos cortes do que o previsto em junho.
O metal amarelo está a beneficiar de um dólar ligeiramente mais fraco, estando a somar 0,4% para 1.927,67 dólares por onça. Ainda assim, o ouro está a caminho de terminar a semana com uma perda ligeira. Já o paládio cede 0,07% para 1.266,40 dólares e a platina sobe 1,48% para 935,63 dólares.
Wall Street volta a arrancar com ganhos após tombo de mais de 1%
As bolsas norte-americanas abriram em terreno positivo, retomando os ganhos depois de duas sessões consecutivas de perdas. Wall Street tombou depois de a Fed ter mostrado uma posição mais dura, com os decisores de política monetária a anteverem que as taxas de juro deverão manter-se elevadas durante mais tempo.
O S&P 500 sobe 0,28% para 4.342,13 pontos, depois de na quinta-feira ter caído para os níveis mais baixos desde meados de junho. O industrial Dow Jones valoriza 0,08% para 34.097,43 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite soma 0,51% para 13.291,99 pontos.
Entre as principais movimentações, a Apple sobe 0,25% para 174,37 dólares no dia em que os novos modelos de iPhone e de relógios chegou às bancas. As empresas chinesas cotadas nos Estados Unidos, como a Alibaba e a Baidu, também abriram a valorizar, impulsionadas pelas notícias de que Washington e Pequim estão a constituir grupos de trabalho para debater assuntos económicos e financeiros.
Matt Maley, analista da Miller Tabak + Co, acredita que o mercado acionista "poderá ver algum alívio antes do fim-de-semana", mas, em declarações à Bloomberg, alertou que "com a 'yield" das obrigações em máximos de 15 anos, será difícil que a recuperação ganhe fôlego a partir deste momento".
Euribor sobe a três e seis meses para novos máximos e desce a 12 meses
A taxa Euribor subiu hoje a três e a seis meses para novos máximos desde novembro de 2008 e desceu a 12 meses, depois de ter atingido um novo máximo na quinta-feira.
A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou hoje para 4,213%, menos 0,011 pontos do que na quinta-feira, dia em que subiu para 4,224%, um máximo desde novembro de 2008.
Segundo dados do Banco de Portugal referentes a julho de 2023, a Euribor a 12 meses representava 39,4% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representavam 35,1% e 23,0%, respetivamente.
No prazo a seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 06 de junho de 2022, subiu hoje para 4,082%, mais 0,010 pontos do que na sessão anterior e um novo máximo desde novembro de 2008.
Por sua vez, a Euribor a três meses avançou hoje face à sessão anterior, ao ser fixada em 3,958%, mais 0,003 pontos e um novo máximo também desde novembro de 2008.
As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
Na mais recente reunião de política monetária, em 14 de setembro, o BCE voltou a subir, pela décima sessão consecutiva, as suas taxas diretoras, desta vez em 25 pontos base - tal como em 27 de julho, em 15 de junho e 04 de maio --, acréscimo inferior ao de 50 pontos base efetuado em 16 de março, em 02 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas.
Antes, em 27 de outubro e em 08 de setembro, as taxas diretoras subiram em 75 pontos base. Em 21 de julho de 2022, o BCE tinha aumentado, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 26 de outubro, em Atenas.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Lusa
Europa abre no vermelho. Cautela domina
Os principais índices europeus estão a negociar no vermelho, numa altura em que os investidores vão fugindo ao risco e optando por outro tipo de ativos como as obrigações. O foco permanece na política monetária levada a cabo pelos bancos centrais e na estimativa de que as taxas de juro irão permanecer elevadas por mais tempo do que o esperado.
O índice de referência do Velho Continente, Stoxx 600, desce 0,37% para 452,98 pontos, com quase todos os setores no vermelho. O setor automóvel e as telecomunicações são dos que mais perdem, quase 1%.
Entre os principais movimentos de mercado, a empresa de classificados do eBay Adevinta sobe mais de 14%, depois de ter anunciado que recebeu uma proposta de compra de um consórcio que junta a Blackstone e a Permira.
"As ações têm negociado dentro de um patamar este ano e não vemos catalisadores daqui para a frente, dado que a economia está a resistir, mas ainda há muita falta de dinamismo que poderia levar a um maior crescimento das empresas", disse à Bloomberg o analista Francisco Simón, do Santander Asset Manager.
"A questão-chave para os mercados é durante quanto tempo vão as taxas de juro ficar mais elevada e esperamos que os bancos centrais permaneçam cautelosos", completou.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax recua 0,43%, o francês CAC-40 desvaloriza 0,98%, o italiano FTSEMIB perde 0,41%, e o espanhol IBEX 35 cai 0,41%. Em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 0,64%.
Em sentido contrário, o britânico FTSE 100 avança 0,1%.
Juros aliviam na Zona Euro
Os juros estão a aliviar esta sexta-feira, o que sinaliza uma maior aposta dos investidores nas obrigações, numa altura em que o foco se vira para os índices dos gestores de compras (PMI) na Zona Euro, relativos a setembro.
A "yield" dos juros da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos aliviam 1,7 pontos base para 3,426%. Já a "yield" das Bunds alemãs a dez anos, referência para a região, recua 2,3 pontos base para 2,710%.
Os juros da dívida soberana italiana com o mesmo vencimento deslizam 2,1 pontos base para 4,514% e os juros da dívida espanhola cedem 1,9 pontos base para 3,773%, ao passo que os juros da dívida francesa recuam 2 pontos base para 3,253%.
Fora da Zona Euro, a rendibilidade da dívida britânica a dez anos alivia 2,9 pontos base para 4,263%, depois de o Banco de Inglaterra ter optado por manter as taxas de juro inalteradas na reunião desta quarta-feira.
Dólar em alta. Iene perde após decisão de política monetária do BoJ
O dólar está a negociar em alta, com a cautela no mercado a levar os investidores para este ativo-refúgio, e caminha para a nona semana de ganhos em dez.
A divisa norte-americana soma 0,12% para 0,9391 euros, enquanto que o índice do dólar da Bloomberg, que mede a força da nota verde face a dez divisas rivais, avança 0,18% nos 105,5520 pontos.
Já o iene registou perdas contra o grupo de dez moedas rivais, depois de o Banco do Japão ter decidido manter a sua política monetária "ultra-loose" inalterada. Ainda assim, o BoJ afirmou que há um elevado nível de incertezas sobre os preços e a economia.
Ouro recupera de mínimos de duas semanas
O ouro está a valorizar, depois de ter registado a maior queda em duas semanas na quinta-feira, num dia em que o mercado esteve a avaliar a decisão, entendida como "hawkish" da Reserva Federal, uma vez que taxas de juro mais altas durante mais tempo penalizam o metal que não rende juros.
O ouro sobe 0,39% para 1.927,42 dólares por onça.
O metal vai assim recuperando das perdas dos últimos dias em que foi penalizado pela possibilidade de uma nova subida de juros pela Fed ainda este ano, segundo o que indica o "dot plot" da reunião desta quarta-feira.
Rússia gera receios de maior aperto no mercado. Petróleo valoriza
O petróleo está a valorizar esta sexta-feira, com a negociação a ser marcada por uma decisão da Rússia de banir a exportação de gasolina e gasóleo, com o objetivo de estabilizar o mercado doméstico.
Tal decisão poderá gerar ainda maior aperto no mercado, numa altura em que o mercado se tem centrado na possibilidade de uma redução na procura com o impacto da política monetária a chegar à economia.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, soma 0,58% para 90,15 dólares por barril. Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 0,41% para 93,68 dólares.
Ambos os índices caminham para uma queda semanal, depois de terem registado um ganho de 10% nas últimas três semanas.
"Daqui para a frente os investidores vão se focar na correta implementação dos cortes de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) e no impacto da subida das taxas de juro na procura por esta matéria-prima", previu à Bloomberg o analista Toshitaka Tazawa da Fujitomi Securities.
Europa aponta novamente para perdas. Ásia mista
Os principais índices europeus estão novamente a apontar perdas esta sexta-feira, numa altura em que os investidores centrados na possibilidade de as taxas de juro de referência permanecerem em terreno restritivo durante mais tempo do que o esperado.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 descem 0,2%.
Na Ásia, a sessão fez-se sem tendência definida, com a maioria dos índices a caminho da sua pior em semana em cinco, com a decisão de manter os juros inalterados, entendida como "hawkish", a pesar no sentimento dos investidores.
O mercado está ainda a avaliar a decisão do Banco de Japão de manter os juros inalterados e dar continuidade à sua política monetária "ultra-loose". Tal prejudicou o iene e levou a perdas nas cotadas nipónicas.
Na China, o dia foi de ganhos, num movimento de correção face às perdas dos últimos e com o mercado à espera de novos estímulos económicos de Pequim.
Nas praças indianas, o setor da banca e finanças valorizou depois de o JP Morgan ter revelado que ia adicionar as obrigações do país ao seu índice de referência de mercados emergentes a partir finais de junho de 2024.
Pela Ásia, na China, Xangai sobe 1,4% e em Hong Kong o Hang Seng soma 1,6%. No Japão, o Topix perde 0,3% e o Nikkei desce 0,52%. Na Coreia do Sul, o Kospi cai 0,4%.