Notícia
Petróleo dispara 9% em Londres e bolsas regressam ao vermelho. Dólar perde 4% e juros sobem
Acompanhe aqui o dia nos mercados, minuto a minuto.
Wall Street sofre abanão do desemprego
As bolsas norte-americanas fecharam a última sessão da semana em terreno negativo, pressionadas pelos dados do desemprego no país, em março, que foram piores do que se esperava.
O Dow Jones encerrou a perder 1,69% para 21.052,53 pontos e o Standard & Poor’s 500 desvalorizou 1,51% para 2.488,65 pontos. Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite recuou 1,53% para se fixar nos 7.373,08 pontos.
No acumulado da semana, o saldo foi igualmente negativo para os três grandes índices de Wall Street.
O relatório do emprego relativo a março saiu pior do que o estimado, o que pesou ainda mais no sentimento dos investidores.
Os EUA perderam 701.000 empregos no mês passado, anunciou esta sexta-feira o Gabinete de Estatística do Mercado de Trabalho. A estimativa média dos analistas era a do desaparecimento de 150.000 postos de trabalho.
Estes números põem fim a uma expansão de 10 anos do mercado laboral norte-americano. A taxa de desemprego subiu assim para 4,4%, contra um mínimo de quase 50 anos (3,5%) anteriormente.
Juros da maioria dos países da Zona Euro sobem. Portugal não é exceção
Os juros da dívida da maioria dos países da Zona Euro conheceram uma subida no dia de hoje, com exceção para os da referência para o bloco, a Alemanha, cuja "yield" a dez anos caiu 0,5 pontos base para os -0,447%.
Os juros da dívida portuguesa a dez anos regressam às subidas, depois de terem respirado ontem, e tiveram um aumento de 2,4 pontos base para os 0,857%. O saldo da semana mostra uma subida de 22,7 pontos base.
Hoje, os juros transalpinos a dez anos foram dos que registaram maior subida e escalaram 8,1 pontos base para os 1,542.
Europa termina dia no "vermelho" e não consegue salvar semana
Os principais mercados europeus terminaram a sessão desta sexta-feira em queda, com o Stoxx 600, o índice que reúne as 600 maiores cotadas da região, a perder 0,97% para os 309,06 pontos.
Este desfecho diário não permitiu que o balanço semanal do índice pan-europeu fosse positivo, tendo terminado a semana com uma perda acumulada de 0,59%.
Na sessão de hoje, as principais bolsas mostram perdas generalizadas, com exceção para o espanhol IBEX, que conseguiu valorizar ligeiramente.
A pressionar o sentimento geral nos mercados estão os números da propagação contínua do coronavírus em todo o mundo, com especial atenção agora para os Estados Unidos, que lideram a tabela como o país com mais casos confirmados, numa altura em que se atingiu a barreira de 1 milhão de infetados a nível global.
Ontem, os Estados Unidos receberam quase 10 milhões de pedidos de desemprego, um número que se equipara aos pedidos entregues durante os dois anos da crise financeira de 2008 e 2009, e os números de hoje deram conta que só em março o número de desempregados aumentou 700 mil, elevando a taxa de desemprego para os 4,4% no país.
No continente europeu os mais recentes dados económicos não são animadores. O Purchase Managers’ Index (PMI) dos serviços desiludiu no continente, com as maiores economias Alemanha e França ficarem abaixo das estimativas preliminares. Itália desceu mesmo a um mínimo recorde.
Hoje, em Lisboa, o PSI-20 acompanhou o cenário diário das congéneres europeias e caiu 0,52% para os 3.972,71, com o banco BCP a renovar um novo mínimo histórico.
Petróleo dispara perto de 9% em Londres
Os preços do "ouro negro" prosseguem o forte movimento de subida nos principais mercados internacionais, na expectativa de que haja um acordo de corte de produção na reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus aliados – o chamado grupo OPEP+ – na próxima segunda-feira.
Nos Estados Unidos, o crude de referência West Texas Intermediate sobe 4,58% para 26,48 dólares por barril.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte – que é negociado em Londres e serve de referência às importações portuguesas – segue a disparar 8,85% para 32,59 dólares.
Na próxima semana, nas bombas portuguesas, os preços dos combustíveis vão voltar a descer, esperando-se uma redução na ordem dos 2 cêntimos por litro na gasolina e no gasóleo.
Euro perde 4% face ao dólar numa semana
A moeda única europeia seguia a ceder terreno perante o dólar esta sexta-feira e acumulava uma desvalorização de 4% na semana.
O euro segue nos 1,0778 dólares, a perder 0,74% face à "nota verde".
O alastramento da pandemia da covid-19 leva os investidores a buscarem refúgio no dólar, que ganha cerca de 2,5% esta semana contra um cabaz de 16 das principais divisas mundiais.
A indecisão dos governos dos países da Zona Euro quanto a um pacote de resgate para as economias tem vindo a castigar a moeda única europeia.
Wall Street abre em baixa com desemprego a pressionar
As bolsas norte-americanas abriram no vermelho, num dia em que os dados do desemprego saíram piores do que se esperava. Mas os índices já recuperaram parte das perdas da pré-abertura.
O Dow Jones segue a ceder 0,44% para 21.318,30 pontos e o Standard & Poor’s 500 desvaloriza 0,33% para 2.518,66 pontos.
Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite recua 0,24% para 7.469,64 pontos.
O relatório do emprego relativo a março saiu pior do que o estimado, mas os mercados sabiam que assim deveria ser, pelo que Wall Street abriu a ceder menos terreno do que na negociação dos futuros dos índices na pré-abertura.
Os EUA perderam 701.000 empregos no mês passado, anunciou esta sexta-feira o Gabinete de Estatística do Mercado de Trabalho. Estes números põem fim a uma expansão de 10 anos do mercado laboral norte-americano. A taxa de desemprego subiu para 4,4%, contra um mínimo de quase 50 anos (3,5%) anteriormente.
Ontem foi também anunciado que o número de novos pedidos de subsídio de desemprego nos EUA ascendeu a 6,65 milhões na semana terminada a 28 de março, um recorde histórico e que mais do que duplicou o máximo de 3,28 milhões registado na semana precedente.
Ou seja, em duas semanas entraram perto de 10 milhões de novos pedidos de subsídio de desemprego.
O mercado laboral nos Estados Unidos deverá sofrer grande pressão nos próximos meses, numa altura em que as empresas fecham e as pessoas ficam em casa para conter a propagação do novo coronavírus, sublinha a CNN Business.
Euro desliza em semana repleta de quebras
Nas últimas duas semanas, o euro manteve-se fiel a um dos lados do espetro a cada cinco dias: enquanto de dia 23 a 27 de março a divisa única europeia fechou todas as sessões no verde, nesta última semana a presença foi contínua no vermelho, tendo terminado com um saldo negativo acumulado de 2,96% face à nota verde. Hoje, a quebra é de 0,41% para os 1,0813 dólares.
O dólar ganha na semana à maioria das moedas de referência que se encontram agrupadas no cabaz do G-10 e os analistas esperam que a força da nota verde continue. "Vemos o dólar a manter-se muito bem apoiado a não ser, ou até, vermos um declínio substancial e sustentado na aversão ao risco a nível global, comentam analistas da National Australia Bank em declarações à Bloomberg.
Juros voltam a aliviar em semana de subidas
Os juros da dívida portuguesa a dez anos aliviam pela segunda sessão consecutiva, desta vez 0,3 pontos base para os 0,857%. Apesar destas descidas, o saldo da semana mostra um agravamento de 19,7 pontos base, em paralelo com o sentimento mais positivo que se vive nas bolsas de valores.
A referência europeia, a Alemanha, termina a semana a aliviar 0,2 pontos base para os -0,440% mas no conjunto dos últimos cinco dias apresenta a mesma tendência de subida: a remuneração das bunds agravou 4,1 pontos base neste período.
Em Itália, os juros das obrigações ascenderam 18,6 pontos base na semana, estando hoje a avançar 4,4 pontos base, e em Espanha a subida é de 0,4 pontos base no dia, completando um ciclo de cinco sessões de agravamento, que resulta numa ascensão da remuneração em 17,2 pontos base neste período.
Os juros sobem no final da semana, que fica também marcado pela publicação do Purchases Managers’ Index (PMI), um índice que mede o pulso às economias. Estes números desiludiram, ficando abaixo das estimativas preliminares em várias geografias europeias, como é o caso de França, Alemanha e mesmo do conjunto da Zona Euro. Itália desce a um mínimo recorde, de 17,4, que compara com a estimativa de 22,5.
Petróleo prepara melhor semana de sempre com cortes na mira
Os preços do petróleo têm deslizado profundamente desde o início do ano, mas esta semana deu-se uma grande inversão: o barril de Brent, negociado em Londres e referência para a Europa, recupera 24,99% para os 31,16 dólares, superando a fasquia dos 30 dólares pela primeira vez desde 16 de março, e ensaiando o maior salto de sempre nos preços deste barril.
Nesta sessão, a subida é de 4,21%, após ter sido anunciado por fonte do cartel que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) tem marcado um encontro virtual para a próxima segunda-feira, 6 de abril, na qual deverá repensar a estratégia de produção que tem sido implementada, e que tem contribuído para a queda acentuada das cotações.
Esta é a terceira sessão consecutiva de largos ganhos para a matéria-prima, sendo que ontem chegou a disparar quase 47% durante a sessão, e fechou a subir 21,02%. A alimentar o otimismo esteve o anúncio, feito por Trump, de que a Arábia Saudita e a Rússia teriam concordado reduzir a produção em pelo menos 10 milhões de barris diários. Contudo, o Kremlin rapidamente veio contrariar esta informação, dizendo que não chegou sequer a discutir este assunto com os sauditas.
No mesmo dia, a matéria-prima já havia iniciado em alta com China a impulsionar. O gigante oriental comunicou que iria aproveitar a baixa cotação do barril para amealhar reservas, pelo que adquiriu largas quantidades. Na sessão anterior, o "ouro negro" esteve grande parte do dia em queda mas acabou a valorizar quase 9%, perante a notícia de que Trump iria reunir com os executivos que gerem as maiores empresas do setor petrolífero nos Estados Unidos, de forma a discutir soluções para a quebra nos preços da matéria-prima.
Esta evolução acontece depois de o barril de Brent ter mergulhado 65,55% durante o primeiro trimestre do ano, que ficou marcado como o pior trimestre da história. A pressionar está o abalo na procura decorrente do isolamento social que foi decretado para contenção da pandemia de coronavírus, que tem travado a atividade económica e consequentemente a procura por petróleo. O outro foco de preocupação, a guerra de preços entre os sauditas e russos, que ditou que Teerão reforçasse a produção como forma de pressão a Moscovo, parece estar a perder força. Ainda assim, mantém-se a ameaça da Arábia Saudita, de subir as exportações em 600.000 barris diários em maio, depois de anunciar um reforço de 12,3 milhões de barris para abril.
Impacto económico do vírus trava Europa mas semana pode ser salva
A Europa segue em terreno negativo na última sessão da semana, mas o balanço dos últimos cinco dias pode ainda ser positivo.
O índice que reúne as 600 maiores cotadas da Europa, o Stoxx600, conta para já ganhos acumulados de 0,01% na semana, ligeiramente acima da linha de água mas o suficiente para esta ser a segunda semana consecutiva da Europa no verde, depois de um ciclo de cinco semanas em queda.
Nesta sessão, o sentimento é contudo negativo, com o Stoxx600 a cair 0,43% para os 310,74 pontos. As principais bolsas mostram perdas generalizadas, a maioria até aos 0,5%. A lançar o pessimismo nos mercados está o cocktail amargo composto pelos mais recentes números da expansão do coronavírus e do impacto económico do mesmo.
Ontem, foi revelado que, ao longo das últimas duas semanas, os Estados Unidos receberam quase 10 milhões de pedidos de desemprego, um número que se equipara aos pedidos entregues durante os dois anos da crise financeira de 2008 e 2009. Números que ganham um maior peso hoje, quando o número de infetados pelo vírus ultrapassa a fasquia do um milhão.
Na Europa as notícias não animam as hostes, com o Purchase Managers’ Index (PMI) dos serviços a desiludir em todas as geografias. França, Alemanha e Zona Euro ficam abaixo das estimativas preliminares e Itália desce mesmo a um mínimo recorde, de 17,4 pontos, que compara com a estimativa de 22,5. Também este índice compósito desiludiu em toda a linha.
Em Lisboa, o PSI-20 respeitou a tendência dos mercados internacionais e perde 0,23% para os 3.984,11 pontos, com o banco BCP a pressionar e a deslizar para um novo mínimo histórico.
Ponto de situação nos mercados
=====
STOXX 50 2678,68 -8,00 -0,30% DAX 30 9534,60 -7,50 -0,08% FTSE 100 5440,00 -28,70 -0,52% Dow 21197,10 -210,10 -0,98% S&P 500 2504,66 -22,57 -0,89% Nasdaq 100 7586,20 -45,40 -0,59% Futuros (Às 0327 TMG) Nikkei 17873,35 54,63 0,31% Hang Seng 23163,31 -116,75 -0,50% Xangai 2774,96 -5,68 -0,20% Xenzhen A 1776,82 0,54 0,03% Preços (Às 0325 TMG) Dow 21413,44 469,93 2,24% Nasdaq 7487,31 126,73 1,72% S&P 500 2526,90 56,40 2,28% FTSE 100 5480,22 25,65 0,47% FTSE 250 14436,80 -110,40 -0,76% DAX 30 9570,82 26,07 0,27% CAC40 4220,96 13,72 0,33% STOXX 600 312,08 1,31 0,42% STOXX 50 2688,49 8,19 0,31% Preços de fecho
Já há um milhão de infetados com covid-19. Bolsas enfraquecem
As bolsas asiáticas deram o mote no vermelho, e os futuros nos Estados Unidos e Europa indicam que o ocidente se prepara para fazer o mesmo caminho. Os investidores retraem-se depois de ter sido atingido o patamar do um milhão de infetados com covid-19 a nível global, ao mesmo tempo que o desemprego nos Estados Unidos dá uma noção drástica do impacto económico da pandemia.
No oriente, o japonês Topix desceu 0,2%, o australiano ASX 200 caiu 1,5%, e os chineses Shangai Composite e Hang Seng cederam ambos 0,3%. Os futuros do S&P anteveem quebras de 1,2% e o europeu Stoxx 50 vaticina quebras de 0,3%.
Os mercados voltam ao vermelho, depois de na quinta-feira as bolsas que rodeiam o Atlântico terem respirado no verde. A assustar está o facto de já se registarem um milhão de infetados com o coronavírus em todo o mundo, uma preocupação que se acumula com os dados revelados ontem sobre o emprego nos Estados Unidos. Perto de 10 milhões de pessoas perderam os seus empregos neste país nas últimas duas semanas, ultrapassando o número de pedidos de subsídio que foram pedidos durante todo o período da última recessão, entre 2008 e 2009. Esta sexta-feira, é divulgado um novo relatório sobre este tema, o que pode aumentar o nervosismo.
"Não teremos uma verdadeira recuperação no mercado até considerarmos que atingimos o pico na quantidade de infeções e de mortes", afirma um analista da Franklin Templeton, em declarações à Bloomberg.
A notícia que ontem mais animou os mercados, o anúncio feito pelo presidente norte-americano de que Rússia e a Arábia Saudita deveriam chegar a acordo para reduzir a produção de petróleo, também acabou por perder fôlego no final da sessão. A dúvida instalada sobre o acordo fica plasmada nas cotações, com o barril em Londres e Nova Iorque a voltar às quebras, depois de ter chegado a disparar mais de 40%.