Notícia
Europa regressa aos ganhos apesar da covid-19. Juros italianos aliviam apesar de demissão de Conte
Acompanhe aqui o dia dos mercados.
Europa esquece o vírus por um instante e valoriza
Os índices europeus terminaram quase todos a negociar em alta, num dia marcado por apresentações de resultados que animaram as variações.
O Stoxx 600 - índice que agrupa as 600 maiores cotadas da região - valorizou 0,6% com o setor automóvel (+2%) e as farmacêuticas (+1,8%) a detacarem-se.
A melhor empresa do dia foi a Naturgy, empresa espanhola de serviços públicos de gás natural e energia elétrica, depois de um investidores ter comprado uma grande participação na companhia ibérica.
Os investidores continuam de olho no lado sanitário, numa altura em que os confinamentos ganham força em grande parte dos países europeus.
Ouro em queda e à espera da Fed
O preço do metal precioso dourado negoceia esta terça-feira sem grandes variações, sendo que segue nesta altura a depreciar 0,15% para 1.853,01 dólares por onça.
Os mercados aguardam os resultados da reunião da Reserva Federal dos Estados Unidos, que começa amanhã, para uma melhor noção quanto ao rumo da política monetária do banco central norte-americano.
Será o primeiro encontro dos governadores da Fed desde que o democrata Joe Biden chegou à Casa Branca. O recém-empossado presidente dos EUA pretende aprovar um pacote de estímulos económicos no valor de 1,9 biliões de dólares.
Crude em queda com potencial quebra da procura na China
O preço do petróleo segue a negociar em queda nos mercados internacionais, penalizado pela perspetiva de que se verifique uma quebra na procura global pela matéria-prima devido à deterioração da crise pandémica na China, a segunda maior economia mundial.
Em Londres, o Brent, usado como valor de referência para as importações nacionais, cede 0,02% para 55,87 dólares por barril, enquanto, em Nova Iorque, o West Texas Intermediate (WTI) perde 0,47% para 52,52 dólares.
O governo chinês recomendou aos cidadãos que não viajem para evitar uma maior propagação do novo coronavírus num momento em que a crise pandémica se agrava na China.
Ainda assim assisti-se a uma pequena desvalorização do crude, em especial dos barris de petróleo negociados em Londres, o que se deve também à perspetiva de redução das exportações russas e da produção iraquiana, dois fatores que farão reduzir o nível global de oferta e atenuar a redução dos preços.
Juros italianos aliviam apesar de demissão de Conte
Os juros seguem em alta na generalidade dos países da Zona Euro, sendo a principal exceção as "yields" referentes aos títulos soberanos de Itália, que aliviam apesar de esta terça-feira o primeiro-ministro transalpino, Giuseppe Conte, ter apresentado a demissão, o que veio confirmar o cenário de nova crise política na terceira maior economia do euro.
A taxa de juro relativa às obrigações soberanas de Itália com prazo a 10 anos recua 4,1 pontos base para 0,635%, um pequeno ciclo de descidas que se segue a uma série de sessões em que a "yield" neste prazo vinha registando subidas devido ao receio dos investidores quanto ao futuro do governo italiano e à governabilidade do país em plena pandemia.
Em sentido inverso, a taxa de juro relativa à dívida portuguesa a 10 anos sobe 0,1 pontos para 0,017%, acompanhada pelas "yields" corresponderes aos títulos soberanos de Espanha e da Alemanha que, na mesma maturidade, avançam respetivamente 0,2 e 1,7 pontos base para 0,071% e -0,535%. As três "yields" sobem após duas sessões seguidas a aliviarem.
Euro ganha valor contra o dólar
A moeda única europeia segue a apreciar 0,21% para 1,2165 dólares nos mercados cambiais numa altura em que aumentam as dúvidas quanto à dimensão do pacote de estímulos económicos que a administração liderada por Joe Biden irá colocar no terreno, assim como relativamente ao momento da respetiva implementação.
Numa tentativa de regresso à negociação bipartidária que esteve ausente da política americana durante o mandato de Donald Trump, Biden disse estar disponível para negociar com os republicanos a proposta em cima da mesa para medidas expansionistas no valor de 1,9 biliões de dólares.
Wall Street em máximos históricos à boleia de resultados empresariais. Investidores de olho na Fed
Os três principais índices de Wall Street abriram a sessão desta terça-feira a ganhar terreno, com os resultados das empresas a agradarem aos investidores, que atentam agora na reunião de dois dias da Reserva Federal.
O Dow Jones ganha 0,40% para os 31.082,58 pontos, enquanto que o S&P 500 valoriza 0,22% para os 3.863,60 pontos. Já o Nasdaq Composite avança 0,32% para os 13.676,27.
A General Electric valoriza 7% depois de a empresa ter apresentado uma subida homóloga nos lucros referentes ao último trimestre do ano passado e de ter revisto em alta as estimativas para este ano.
No mesmo sentido, também a Johnson & Johnson sobe 2% depois de ter apontado para um 2021 mais risonho do que o previsto inicialmente.
Hoje será a vez de gigantes como a Microsoft ou a Micro Devices apresentarem resultados, só depois do fecho de sessão.
O foco dos investidores está também na reunião de dois dias da Reserva Federal dos Estados Unidos. Não se esperam grandes novidades vindas de Jerome Powell, líder da instituição, mas é provável que reforce a importância das metas para a inflação.
Resultados das empresas fazem Europa ultrapassar vírus e Itália
As principais praças europeias mostram-se concordantes no verde. Apesar de a pandemia de covid-19 mostrar a sua força e impor medidas mais drásticas e lesivas para as economias, ao mesmo tempo que em Itália a tensão politica volta a preocupar, os resultados das empresas dão bons sinais e ajudam a confortar os investidores.
O banco suíço UBS está a disparar mais de 4% depois de ter cumprido ou mesmo excedido todas as suas metas para 2020, além de que anunciou que planeia a recompra de ações. Paralelamente, a empresa de engenharia e gás Linde soma acima de 2,5% depois de também anunciar um plano de recompra de ações e após ter aumentado o valor do respetivo dividendo.
O Stoxx 600, que reúne as 600 maores cotadas europeias, soma 0,31% para os 406,49 pontos, e é acompanhado no verde por Madrid, Frankfurt e Londres, que superam a fasquia de 0,5%, enquanto Amesterdão e Paris mostram ganhos mais ligeiros.
Apesar do otimismo, nem tudo são boas notícias: na Alemanha, Angela Merkel alertou que a pandemia está fora de controlo, enquanto a Organização Mundial de Saúde avisa que a vacina não vai atingir o ponto de travar a transmissão num futuro próximo. Em Itália, o primeiro ministro Giuseppe Conte prepara-se para a demissão, e forma-a evitar uma derrota.
Juros agravam pela Europa fora
Os juros da dívida a dez anos de Portugal sobem 0,1 pontos base para os 0,20%, não descendo para níveis negativos há sete dias consecutivos.
A Alemanha, que é a referência europeia no mercado de obrigações, apresenta precisamente a mesma tendência que Lisboa. As bunds agravam 0,3 pontos base para os -0,548%.
As obrigações sofrem numa altura em que o novo travão na economia, forrado pela covid-19, volta a precipitar a recessão nos países do Velho Continente, afetando a solidez financeira dos mesmos.
Ouro hesitante com olho na Fed e outro nos estímulos
Os preços do ouro oscilam entre o verde e o vermelho um momento em que os investidores pesam um dólar mais forte contra as expectativas de que a Reserva Federal mantenha uma política monetária acomodatícia. Paralelamente, o dólar tocou o nível máximo numa semana, e há sinais de que o pacote de estímulos previsto por Joe Biden deverá atrasar-se.
O metal amarelo segue então com uma valorização muito ligeira, de 0,01% para os 1.856,05 dólares por onça, contando a segunda sessão no verde.
Petróleo segue pressionado pela covid-19
O "ouro negro" está em queda numa altura em que as novas variantes de covid-19 impõem medidas mais restritivas e põem desta forma um travão na economia, afetando a procura pela matéria-prima.
Na China, o maior importador de petróleo, a população está a ser aconselhada a não viajar por ocasião do novo ano lunar.
O barril de Brent desce 0,43% para os 55,64 dólares, ao lado do nova-iorquino West Texas Intermediate, que recua 0,45% para os 52,52 dólares.
Dólar acolhe investidores
O euro está a resvalar 0,19% para os 1,2116 dólares, na segunda sessão consecutiva de perda contra a divisa norte-americana. Este movimento acontece numa altura de incerteza nos mercados, o que retira o apetite ao rico e favorece ativos refúgio como a nota verde. O dólar segue assim a ganhar conta a maioria das divisas que estão contidas no cabaz G-10.
Bolsas perdem força com estímulos mais tremidos
As bolsas asiáticas terminaram a sessão com uma tendência de queda que deverá prolongar-se nos Estados Unidos e Europa, de acordo com os futuros.
Os investidores estão a recear um eventual atraso da aplicação do pacote de estímulos nos Estados Unidos, depois de o líder do Senado, Chuck Schumer, ter afirmado que o pacote não deveria efetivar-se antes de meados de março, ao mesmo tempo que as autoridades de saúde se mostram preocupadas acerca de atrasos no plano de vacinação.
Em Nova Iorque os futuros do S&P500 caem 0,5% na Europa, os do Stoxx 50 descem 0,1%. O japonês Topix mostrou a quebra mais modesta, de 0,5%, mas o sul coreano Kospi e o Hang Seng de Hong Kong desceram 2%, sendo seguidos pelo Compósito de Xangai, que resvalou 1,4%.
Na China, a Tencent destacou-se pela negativa, tendo afundado depois de atingir o valor de mercado de 1 bilião de dólares pela primeira vez na segunda-feira. O Banco Popular da China retirou fundos do sistema financeiro inesperadamente, apontando o risco de bolhas nos media locais.