Notícia
Europa e Lisboa no vermelho. Petróleo e euro ganham terreno
Acompanhe aqui o dia dos mercados.
Bolsas europeias inclinaram-se para o vermelho em sessão volátil
As principais bolsas europeias negociaram alternando entre subidas e descidas ao longo desta quarta-feira. Foi uma sessão marcada pela volatilidade em que, já perto do encerramento da negociação bolsista, a generalidade das praças estabilizaram maioritariamente no sentido de ligeiras desvalorizações.
Foi o caso do índice de referência Stoxx600, que cedeu ténues 0,06% para 367,45 pontos, em especial pressionado pelas perdas dos setores automóvel e da banca, descidas contrabalançadas pelas valorizações conseguidas pelos setores imobiliário e do retalho.
O lisboeta PSI-20 acompanhou a tendência e registou mesmo uma das descidas mais acentuadas ao recuar 0,27% para 4.395,60 pontos naquele que foi o quarto dia consecutivo a perder valor.
Depois de os líderes da União Europeia terem chegado a acordo para uma resposta global à crise no valor de 1,8 biliões de euros, as atenções dos investidores voltam-se progressivamente para a apresentação de resultados.
Na Europa, o banco Barclays foi dos que mais penalizou ao cair acima de 6% no dia em que revelou antecipar uma longa recessão, o que se traduzirá no aumento do malparado.
Os investidores aguardam ainda com expectativa o anúncio que será feito, ainda esta tarde, pela Reserva Federal dos Estados Unidos, sendo apontada como previsível a manutenção dos juros diretores próximos de zero.Juros da Alemanha sobem, mas periferia desce
Os juros da Zona Euro assumem tendências díspares na sessão desta quarta-feira, com a taxa de referência da Alemanha a subir, e as doas países da chamada periferia, no sul da Europa, a assumirem quedas.
A taxa germânica a dez anos ganha 0,8 pontos base para os -0,502%. Já os juros com a mesma maturidade de Itália perdem 1,6 pontos base para os 0,989%.
Em Portugal e em Espanha os juros perdem 1,5 e 0,6 pontos base para o patamar dos 0,34%.
Euro e libra ganham fôlego face ao dólar
As duas maiores moedas da Europa estão hoje a valorizar frente ao rival dos Estados Unidos, com a moeda britânica a regressar aos valores pré-pandemia.
A libra está em máximos de cinco meses face à moeda norte-americana e hoje valoriza 0,39% para os 1,2979 dólares, tocando próximo dos valores antes da covid-19.
O euro hoje avança 0,5% para os 1,1774 dólares.
Queda dos stocks nos EUA dá ganhos ao petróleo
As cotações do "ouro negro" seguem a negociar em alta nos principais mercados internacionais.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em setembro avança 0,97% para 41,44 dólares por barril.
Já o contrato de setembro do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, soma 1,34% para 43,80 dólares.
A animar o sentimento dos investidores está a forte queda dos inventários norte-americanos de crude na semana passada. As reservas diminuíram em 10,6 milhões de barris, para 526 milhões, naquela que foi a maior redução desde dezembro.
No entanto, o novo recorde diário de casos de covid-19 a nível mundial suscita receios quanto ao impacto na economia, o que está a limitar os ganhos do petróleo.
Nos EUA, as mortes devido ao novo coronavírus aproximam-se das 150.000, o mais alto nível mundial, segundo os dados da Reuters.
Wall Street em alta com Fed e resultados a animar. Kodak dispara mais 140%
A bolsa nova-iorquina abriu em alta num dia em que os resultados apresentados pelas empresas surpreenderam pela positiva e, mais ao fim do dia, é esperado um anúncio de que a Fed vai continuar a estender a mão à economia.
O generalista S&P500 sobe 0,45% para os 3.233,39 pontos, o industrial Dow Jones soma 0,13% para os 26.413,25 pontos e o tecnológico Nasdaq ganha 0,73% para os 10.477,76 pontos.
A marcar o dia está a reunião da Fed, no final da qual é expectável que o banco central norte-americano mantenha uma postura de auxílio à economia e, além de prolongar os estímulos, decida que as taxas de juros vão permanecer em níveis historicamente baixos.
Paralelamente, o mundo empresarial está a dar gás à bolsa. A destacar-se está a Kodak, que dispara 145,79% para os 19,66 dólares, depois de o Governo ter concedido crédito para ajudar na produção de ingredientes que são usados em genéricos que, por sua vez, estão a ser usados no combate ao coronavírus. Já na última sessão chegou a escalar mais de 350% e terminou com uma valorização acima de 200%.
A Advanced Micro Devices está a disparar 12,90% para os 76,32 dólares, depois de terem sido reveladas boas perspetivas para o negócio. A Starbucks também avança a passos largos, mais precisamente 4,38% para os 77,91 dólares, depois de ter divulgado vendas acima do esperado.
Com uma nota mais negativa segue a Boeing, que cai 1,41% para os 136,52 dólares, depois de ter adiado o lançamento do seu novo avião e ter apresentado prejuízos trimestrais de 2,4 mil milhões de dólares.
Euro volta à ribalta mas sem máximo
A moeda única europeia, que vinha a somar há sete sessões consecutivas, acabou por resvalar ontem, mas já se recompôs. O euro segue a subir 0,34% para os 1,1756 dólares, uma subida que, ainda assim, não é suficiente para regressar ao máximo de setembro de 2018 que atingiu há duas sessões.
O euro tira partido da fraqueza do dólar, num dia em que se espera que a Fed mantenha as taxas de juro diretoras inalteradas em níveis historicamente baixos. A nota verde, que é considerada um ativo refúgio, perde perante a perspetiva de uma atitude expansionista do banco central que, não só não vai valorizar a divisa, como, por outro lado, puxa pelo otimismo em relação ao desenrolar da economia.
Ouro vacila com Fed a tomar a dianteira
Depois de oito sessões consecutivas no verde, um ciclo que elevou o ouro a máximos históricos, o metal amarelo acaba por vacilar.
O ouro está a cair 0,11% para os 1.956,29 dólares por onça. Apesar de os analistas do Goldman Sachs terem aumentado o preço alvo deste metal precioso de 2.000 dólares para os 2.300 dólares, o ouro não está a resistir à benevolência da Fed, que acalma os investidores. A Reserva Federal norte-americana deverá manter as taxas de juro em níveis historicamente baixos, de acordo com as expectativas dos analistas.
Juros da dívida voltam a descer
As obrigações soberanas europeias estão em alta, a anular as perdas sofridas na véspera. A "yield" dos títulos portugueses a 10 anos cede 1,2 pontos base para 0,347%, em linha com as obrigações espanholas com a mesma maturidade (-0,7 pontos base para 0,341%). Nas obrigações alemãs a 10 anos a taxa desce 0,9 pontos base para -0,519%, mantendo-se abaixo da taxa dos depósitos do BCE.
Chuva de resultados deixa bolsas europeias no vermelho
As bolsas europeias definiram uma tendência negativa após uma abertura entre altos e baixos, com os investidores a focarem-se nos resultados desfavoráveis que foram anunciados por diversas cotadas, num dia que está a ser muito intenso no que diz respeito ao reporte de resultados trimestrais.
O Stoxx600 desce 0,2% para 366,94 pontos e a maioria dos índices nacionais está também em terreno negativo. A exceção é o CAC-40 de Paris que soma 0,53%.
Em destaque pela negativa está o Santander, que desvaloriza 4,76% para 2,0025 euros na Bolsa de Madrid. O banco liderado por Ana Botín registou o primeiro prejuízo na sua história de 160 anos, no primeiro semestre do ano. Os resultados líquidos foram negativos em perto de 11 mil milhões de euros, depois dos banco ter constituído imparidades de 12,6 mil milhões de euros para fazer face a eventuais perdas provocadas pelo impacto da pandemia.
Entre as cotadas que estão a reagir aos resultados apresentados esta manhã o britânico Barclays desce 1,82% para 109,8 pence e o germânico Deutsche Bank soma 1,31% para 8,105 euros. A também alemã BASF afunda 4,24% para 49,87 euros e a farmacêutica francesa Sanofi "aguenta" o CAC com uma subida de 0,36% para 89,82 euros.
As notícias dos resultados das empresas norte-americanas também não foram animadoras, com o McDonald's a afundar em bolsa depois de dececionar os investidores com os números que apresentou.
Além das contas das empresas, os investidores mostram cautela antes das conclusões da reunião da Reserva Federal, que deverá manter uma política monetária ultra expansionista para ajudar a economia a recuperar da crise.
Petróleo em voo raso à espera da Fed
O petróleo está a subir de olhos postos na Fed, enquanto se espera uma atitude expansionista da parte deste banco central. Ainda assim, as perspetivas quanto ao aumento das reservas não deixam o ouro negro voar mais alto.
O barril de Brent, negociado em Londres e referência para a Europa, avança 0,44% para os 43,41 dólares, depois de ter caído, na mesma medida, na última sessão.
O embalo a nível económico que pode ser anunciado ainda hoje pela Fed, no final da respetiva reunião, impulsiona as cotações da matéria-prima, que esperam maior prosperidade económica decorrente das decisões do banco central. Contudo, de acordo com as estimativas da Bloomberg, as reservas nos Estados Unidos subiram em 450.000 barris na última semana, ou seja, o terceiro aumento nas últimas quatro semanas.
Bolsas oscilam sem rumo à espera de bússola da Fed
As ações, desde a Ásia aos Estados Unidos, mostram uma tendência indefinida. A marcar o ritmo da negociação está a Fed, cuja reunião termina esta quarta-feira.
No Japão, os títulos terminaram em baixa, depois de a agência de notação financeira Fitch ter reduzido as perspetivas quanto à dívida. Paralelamente, os resultados financeiros da Canon desapontaram. Em Hong Kong e na Coreia do Sul houve ganhos ligeiros, enquanto na China as subidas foram mais sólidas.
Em Nova Iorque os futuros oscilam, numa semana repleta de resultados de grandes empresas. A McDonald’s apresentou números abaixo do esperado e a confiança dos investidores nos Estados Unidos aponta para um abrandamento da recuperação.
Entretanto, a Fed decidiu estender por três meses a maioria dos programas de empréstimo que lançou na pandemia. Espera-se agora a decisão quanto às taxas de juro, e o mercado está à espera de uma atitude expansionista.
"Há estímulos suficientes e apoios ao mercado de uma perspetiva monetária, mas também orçamental, e isso mantém um bom floor a segurar o mercado", afirmam estrategistas do PNC Financial Services, em declarações à Bloomberg.