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Europa cai com aversão ao risco e advertência do BCE. Petróleo afunda mais de 3%
Acompanhe aqui o dia nos mercados.
Juros portugueses sobem enquanto yields das bunds aliviam
As yields da dívida portuguesa a 10 anos agravam-se em 0,8 pontos base esta quarta-feira, para 0,606%, com os países periféricos da Zona Euro a serem pressionados pelas advertências do BCE sobre a recuperação da economia.
Ainda assim, os juros da dívida espanhola na mesma maturidade estabiliza e segue em 0,605%. Já no caso de Itália a yield sobe um ponto base, atingindo os 1,115%.
Em sentido contrário seguem as "bunds", referência para o mercado da dívida na Europa, com a yield a descer 0,6 pontos base, para -0,112%, isto depois de terem tocado um máximo de dois anos no início do dia.
Europa cai com aversão ao risco e advertência do BCE
As bolsas europeias encerraram em baixa, penalizadas pela fuga ao risco, numa altura em que os receios crescentes em torno de um aumento da inflação continua a fazer cair as cotadas do setor tecnológico.
A contribuir para esta aversão ao risco, o que penaliza os mercados acionistas, está também a advertência do Banco Central Europeu acerca de uma "significativa exuberância" nos mercados.
O Stoxx 600 encerrou a perder 1,51% para 436,34 pontos, depois de ter chegado a estar a cair 2,4%.
O setor dos recursos básicos foi o que mais recuou, a afundar 4,1%, com os títulos das empresas mineiras a mergulharem, isto numa altura em que os futuros do minério de ferro reverteram os ganhos conseguidos no início da semana e em que a queda do cobre arrastou os restantes metais industriais.
Seguiu-se a energia entre os piores desempenhos, a cair 2,7%, numa sessão em que os preços do petróleo seguem no vermelho devido aos receios em torno da covid na Ásia e em torno de um aumento da inflação nos EUA – que intensifica a preocupação de uma potencial subida dos juros diretores por parte da Reserva Federal norte-americana.
Também o setor das viagens e lazer (-2,7%) esteve entre as piores performances.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cedeu 1,8%, o francês CAC-40 recuou 1,4%, o italiano FTSEMIB desvalorizou 1,6% e o espanhol IBEX 35 caiu 1,2%, ao passo que o britânico FTSE 100 resvalou também 1,2%. Em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 1,6%.
"Os benchmarks europeus prolongaram as suas perdas esta quarta-feira, à medida que as preocupações com a inflação e com as vagas de coronavírus na Ásia contrabalançam o otimismo do mercado em relação a uma recuperação", destaca Pierre Veyret, analista técnico da ActivTrades, na sua análise diária.
"As ações de setores como a energia e as viagens estão entre os com piores desempenhos, sendo que a maioria dos principais índices não conseguiu alcançar o seu principal nível de resistência esta semana, antes da divulgação das atas da última reunião da Fed, prevista para hoje. Este relatório é crucial para muitos investidores, que precisam de certezas sobre a vontade da Fed e de outros bancos centrais em continuar a sustentar o mercado no curto, médio prazo, pelo menos. Mais precisamente, os investidores continuam curiosos para saber como a Fed interpreta o efeito ‘transitório’ da alta dos preços, qual a sua leitura e que impacto terá nas perspetivas de curto prazo", acrescenta.
Segundo Veyret, "a consolidação continua na maioria dos índices da UE, com o Stoxx-50 a ser negociado dentro de um preocupante padrão que se caracteriza por uma volatilidade crescente dos preços e que geralmente indica uma reversão de tendência".
Petróleo afunda mais de 3% com covid na Ásia e receios da inflação
O "ouro negro" segue a perder terreno, penalizado pelo aumento de casos de covid na Ásia e pelos receios em torno da inflação.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em junho recua 3,83% para 62,98 dólares por barril, depois de ontem ter chegado a negociar na casa dos 66 dólares.
Já o contrato de julho do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, cede 3,39% para 66,38 dólares. Isto depois de ontem ter chegado a transacionar no patamar dos 70 dólares, o que não acontecia desde 15 de março.
Os renovados receios perante o aumento do número de casos de coronavírus na Ásia, com destaque para a Índia (terceiro maior importador mundial), pesaram na tendência da matéria-prima.
Além disso, voltaram a intensificar-se os receios de um aumento da inflação nos EUA, podendo levar a uma subida dos juros diretores por parte da Fed – e, consequentemente, limitar o crescimento económico, o que está igualmente a contribuir para pressionar os preços do crude.
Euro estabiliza depois de semana de ganhos
A cotação do euro tem estado instável durante esta quarta-feira enquanto os analistas falam numa reação aos fortes ganhos das últimas sessões.
A moeda única europeia perdeu 0,05% em valor, alcançando a marca dos 1,2216 dólares.
Depois de várias sessões consecutivas de ganhos, o euro parece finalmente estabilizar face a um dólar em ascensão à boleia das quebras registadas nas acções europeias e dos futuros norte-americanos.
Ouro alivia face a máximos de três meses
O ouro aliviou face ao valor máximo dos últimos três meses registado nesta terça-feira. Na raiz da flutuação estão as atas da reunião da reserva federal americana de abril.
Desde do fecho de terça-feira o metal precioso ganhou 0,77% e atingiu os 1.883,79 dólares por onça.
"Os preços do ouro estão a estabilizar à medida que os juros do tesouro norte-americano alcançam um mínimo de curto prazo", disse Edward Moya, analista sénior de mercados na Oanda Corp à Bloomberg.
O preço do ouro tinha disparado face aos últimos valores da inflação norte-americana, que registou no mês de abril a maior variação dos últimos 13 anos.
Wall Street derrapa com setor tecnológicos a abrir as hostes
Os três maiores índices dos EUA estão a negociar em queda na abertura de sessão desta quarta-feira, com o setor de tecnologia a protagonizar novamente um "sell-off", num dia em que as criptomoedas estão a afundar.
Por esta altura, o Dow Jones desvaloriza 1,23% para os 33.641,74 pontos e o S&P 500 recua 1,31% para os 4.073,80 pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite lidera as perdas com uma desvalorização de 1,46% para os 13.109,82 pontos, com as gigantes Microsoft, Facebook, Alphabet e Apple a desvalorizarem mais de 1%.
O sentimento vivido nesta altura pelo setor tecnológico foi precipitado pelo estado atual do mercado de criptomoedas, numa altura em que a bitcoin afunda cerca de 30% e a ether cai mais de 40%, depois de a China ter proibido o pagamento com recurso a estas moedas digitais no país.
A Tesla, fabricante de veículos elétricos que deu um impulso para a subida das criptomoedas e também esteve por trás desta atual queda, está a desvalorizar 4%. A MicroStrategy, a empresa listada em bolsa com mais bitcoins no seu portefólio, afunda 5%. A Coinbase, a "exchange" de criptomoedas que começou a cotar no S&P 500 este ano, derrapa 12% para mínimos históricos.
Este tipo de ações tem estado sob pressão no mês de maio, altura em que o receio sobre a elevada inflação se fez sentir. Em abril, o índice de preços subiu ao ritmo mais elevado dos últimos 13 anos nos EUA, cima de 4%. Hoje, na Zona Euro e no Reino Unido, os dados da inflação assinalaram uma subida homóloga, mas na casa dos 1,5%.
Hoje, a Reserva Federal dos EUA irá publicar as minutas sobre a última reunião de política monetária do banco, que poderá dar mais pistas sobre a forma como Jerome Powell, líder da instituição, poderá vir a lidar com esta subida de preços.
Ouro perto de máximos de três meses antes das minutas da Fed
O preço do ouro está praticamente estável na sessão europeia desta quarta-feira, o que significa que se mantém em máximos de três meses, num dia em que os investidores estão de olho nas minutas que serão divulgadas pelo banco central norte-americano ainda hoje.
Por esta altura, o metal precioso perde 0,05% para os 1.868,41 dólares por onça.
Os investidores esperam que as minutas possam divulgar alguma informação adicional sobre as perspetivas do banco central nos campos da inflação e da recuperação económica.
Petróleo perde força com "stocks" a subirem nos EUA
Os preços do petróleo estão a perder força na manhã desta quarta-feira, devido a uma subida do número de inventários desta matéria-prima nos armazéns dos EUA, numa altura em que os investidores tentam avaliar os desenvolvimentos do acordo nuclear com o Irão.
Para já, o Brent - negociado em Londres e que serve de referência para Portugal - perde 1,31% para os 67,81 dólares por barril e o norte-americano WTI (West Texas Intermediate) recua 1,28% para os 67,83 pontos.
O instituto de petróleo americano reportou um aumento de "stocks" de petróleo armazenado em cerca de 620 mil barris, na semana passada, apesar de ter registado uma queda nos inventários de gasóleo e de gasolina.
O regresso ao acordo nuclear entre os EUA e o Irão, que teve início em 2015, poderá representar a retirada gradual de sanções de Washington sobre Teerão.
Juros de Portugal em máximos de quase um ano nos 0,64%
Os juros da Zona Euro estão a subir na manhã desta quarta-feira, dia em que serão divulgados os dados sobre a inflação na região, com os mercados a anteciparem um aumento robusto dos preços em abril deste ano.
Em Portugal, a "yield" a dez anos está a subir 4,2 pontos base para os 0,639%, o que representa um máximo desde junho do ano passado, depois desta taxa ter chegado a negociar em patamares negativos neste intervalo.
Mas as subidas estendem-se para todos os países da região, com Espanha a ver a sua "yield" subir 4,4 pontos base para os 0,642%. Já na Alemanha, que serve de referência para o bloco central, os juros do "bund" estão a ganhar 2,4 pontos base para os -0,082%.
Bolsas europeias perdem gás com aumento de covid-19. Olhos postos na inflação
As bolsas europeias estão a registar quedas na sessão desta quarta-feira, com a subida de novos casos de covid-19 em alguns países a preocupar os investidores, que hoje estão de olhos postos nos números da inflação na Zona Euro.
O Stoxx 600 - índice que agrupa as 600 maiores cotadas da região - está a cair 1,09% para os 438,26 pontos, com todos os setores a negociarem no "vermelho".
As empresas do ramo da energia estão a perder força depois de um relatório ter mostrado uma subida de inventários de petróleo nos EUA.
Este ano, o Stoxx 600 valorizou quase 10% à boleia das expectativas de uma recuperação económica ágil, com o plano de vacinação contra a covid-19 e os pacotes de estímulos orçamentais e monetários a impulsionarem.
Apesar de este estar a ser uma das melhores temporadas de resultados de sempre para as empresas europeias, o aumento da procura alimentou questões sobre se a pressão dos preços poderá ou não ficar fora de controlo.
Hoje, o Reino Unido o instituto de estatística do país anunciou uma subida homóloga de 1,5% em abril, face aos 0,7% de março. Também a Zona Euro e o Canadá vão divulgar os números relativos ao índice de preços ainda hoje.
Euro em máximos de janeiro contra um dólar a enfranquecer
A moeda única da União Europeia (UE) está novamente no caminho dos recordes frente ao dólar norte-americano, tendo atingido nesta manhã máximos desde janeiro deste ano contra a divisa de Washington.
Por agora, o euro aprecia 0,2% para os 1,2245 dólares, com a caminhada ascendentes desta divisa a justificar-se com o enfraquecimento geral do dólar, nos últimos dias.
Michael Brown, analista de mercado da Caxton, refere que uma das outras causas para esta prestação do euro é o encurtamento do "spread" (diferença) entre os juros do Tesouro norte-americano e os juros do "Bund" alemão - a referência para a Europa - que está no nível mais apertado dos últimos dois meses.
"Naturalmente, isto vai aumentar a atratividade do euro comparando com o dólar", diz o analista, numa nota matinal.
Futuros em queda com receios com a inflação a fazerem-se sentir. Olhos postos nas minutas da Fed
Os futuros das ações europeias estão a negociar em queda na pré-abertura de sessão desta quarta-feira, apontando para um início com o "pé esquerdo", numa altura em que o medo da inflação volta a fazer recuar o ímpeto dos investidores.
Por esta altura, os futuros do pan-europeu Euro Stoxx 50 caem 1% e os do norte-americano S&P 500 deslizam 0,4%. Durante a madrugada em Lisboa, a sessão asiática fez-se igualmente de quedas, com o Japão (-0,9%) a liderar e os índices a serem contagiados pelas quedas em Wall Street. A Austrália registou o seu pior dia dos últimos três meses.
A bitcoin e outras criptomoedas alargaram as suas quedas depois de o Banco Popular da China ter anunciado que estes "tokens" digitais não podem ser usados como forma de pagamento no país, numa altura em que a China está na reta final de testes da sua própria moeda digital.
O mercado de ações ficou volátil depois de ter atingido um recorde no início do mês de maio, tendo estado pressionado pelas preocupações relativas à aceleração da inflação, graças à subida de preços das "commodities", bem como pelo ressurgimento em força da covid-19 em alguns países.
Os decisores da Reserva Federal dos EUA têm dito que as recentes pressões sobre os preços não passam de fatores temporários e têm dado a entender que pretendem manter a política acomodatícia por algum tempo.
Hoje é dia de o banco liderado por Jerome Powell apresentar as minutas relativas à última reunião de política monetária.