Notícia
Esperança em acordo no Brexit dá força à Europa. Juros de Portugal em mínimo histórico negativo
Acompanhe aqui os mercados ao minuto.
Euro sobe e libra perde fôlego enquanto negociações do Brexit duram
O euro subiu 0,01% para os 1,210 dólares, enquanto que a libra esterlina teve um novo dia atribulado, devido às negociações sobre o Brexit.
A moeda britânica caiu 0,23% para os 1,3350 dólares, apesar de ter conseguido valorizar a meio da sessão quando o Reino Unido disse que tinha chegado a acordo com a União Europeia sobre como administrar a fronteira com a Irlanda do Norte, que cria controlos aduaneiros no Mar da Irlanda.
Juros de Portugal fixam novos mínimos negativos
Bolsas europeias invertem e fecham no verde
Agravamento da pandemia dos EUA penaliza Wall Street
As bolsas norte-americanas iniciaram a sessão em queda, com os investidores assustados com o aumento de casos covid-19 em várias regiões dos Estados Unidos.
O Dow Jones desce 0,27% para 29.990,08 pontos e o S&P500 cede 0,30% para 3.680,82 pontos. O Nasdaq, que ontem tocou em máximos históricos, está a cair 0,23% para 12.490,89 pontos.
O Estado da Califórnia vai ter novas restrições para travar o aumento de casos de covid-19 naquele que é o estado mais populoso do país. Em Nova Iorque as autoridades locais alertaram que também podem ser introduzidas mais medidas restritivas, caso a pandemia continue a acelerar na região.
Nos Estados Unidos o número diário de casos de covid-19 aproxima-se dos 200 mil (média de sete dias) e os responsáveis de saúde do país alertam que o pior está ainda para vir.
Apesar do agravamento evidente da pandemia no país, democratas e republicanos continuam sem se entenderem para um novo pacote de estímulos nos Estados Unidos, o que contribui para agravar o pessimismo dos investidores.
Na frente empresarial, a Tesla destaca-se com uma queda de 3,11% para 621,78 dólares, depois da fabricante de automóveis elétricos ter anunciado um aumento de capital de 5 mil milhões de dólares. Na véspera os títulos tinham atingido um novo máximo histórico.
Incerteza no Brexit deixa bolsas europeias sem rumo
Depois de um arranque de sessão predominantemente em queda, as principais praças europeias seguem agora a negociar sem uma tendência definida, com os investidores na expectativa por novas informações quanto à negociação de um acordo de parceria entre a União Europeia e o Reino Unido.
O índice de referência europeu Stoxx600 soma ligeiros 0,08% para 393,15 pontos. Na Europa, os setores dos media e industrial registam as maiores subidas, enquanto as quedas dos setores das viagens e energia estão a impedir uma maior subida do índice que agrega as 600 maiores cotadas do velho continente.
Em sentido inverso, o índice lisboeta PSI-20 recua 0,34% para 4.687,54 pontos e lidera as perdas entre os principais congéneres europeus. Ao perder 5,35% para 2,442 euros, a Navigator é a que mais pressiona em Lisboa, estando a empresa de pasta e papel a negociar a partir de hoje sem direito a dividendo (a cotada vai distribuir um dividendo de 13,94 cêntimos por ação).
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, conversaram telefonicamente na última noite, contudo não foi ainda possível aproximar posições de modo a tornar viável um acordo sobre a relação futura. Von der Leyen e Johnson vão, em breve, reunir-se presencialmente numa eventual derradeira tentativa de fechar um acordo, isto quando faltam pouco mais de três semanas para o final do período de transição.
A incerteza relativa ao Brexit aumenta os receios quanto a uma disrupção das trocas comerciais entre os dois lados do Canal da Mancha, o que teria naturais repercussões negativas em termos económicos para os dois blocos.
Juros das dívidas prolongam quedas no euro
Os juros da dívida dos países do espaço da moeda única estão em queda nos mercados secundários pela segunda sessão consecutiva, mantendo-se assim a tendência de baixas taxas de juro verificada nos últimos meses, sobretudo desde que o Banco Central Europeu decidiu intervir mediante a compra de títulos soberanos para amortecer o impacto da crise pandémica.
A taxa de juro associada às obrigações soberanas de Portugal com maturidade a 10 anos cai 0,7 pontos base para 0,004%, estando assim novamente muito perto de zero.
Também as "yields" referentes aos títulos a 10 anos da Espanha e da Itália seguem a recuar 0,5 e 1,2 pontos base para 0,044% e 0,594%, respetivamente. No caso da "yield" espanhola com prazo a 10 anos, esta manhã igualou o mínimo de agosto de 2019 recentemente atingido.
Tendência idêntica para os juros correspondentes às obrigações alemãs com a mesma maturidade, que segue a cair 1,1 pontos base para -0,596%.
Euro em alta, libra penalizada pelo impasse no Brexit
O euro está a apreciar ténues 0,05% para 1,2115 dólares, a primeira valorização em três dias da moeda única europeia contra o dólar.
Por seu turno, o dólar ganha terreno pelo segundo dia seguido no índice da Bloomberg que mede o comportamento da divisa norte-americana face a um cabaz composto pelas principais moedas mundiais.
Já a libra deprecia pela segunda sessão seguida contra o euro, estando a ser pressionada pela incerteza no processo do Brexit numa altura em que o impasse persiste e em que se aproxima a passos largos o fim do período de transição. A 1 de janeiro próximo, se a União Europeia e o Reino Unido não tiverem fechado um acordo sobre a relação futura, as trocas comerciais entre os dois blocos passam a ser alvo de tarifas aduaneiras e controles alfandegários.
Pandemia e falta de estímulos levam ouro a máximo de duas semanas
O metal precioso dourado está a negociar em máximos de 23 de novembro ao registar uma valorização de 0,23% para 1.866,94 dólares por onça, na segunda sessão consecutiva em alta.
O aumento de novos casos de covid-19, em especial nos Estados Unidos, reitera a necessidade de adoção de mais medidas de estímulo orçamental, contudo, em Washington, democratas e republicanos mantêm divergência quanto ao pacote expansionista a adotar, tendo já adiado a data-limite para um acordo que, anteriormente, havia sido estabelecida para a próxima sexta-feira.
Ora, a deterioração da crise pandémica associada à ausência de medidas mais robustas com vista à retoma da maior economia mundial estão a pesar sobre o sentimento dos investidores, que reagem reforçando a respetiva aposta em ativos considerados de refúgio.
Navigator em ex-dividendo contraria máximo histórico da EDP Renováveis
A bolsa nacional abriu em queda, em linha com o desempenho das principais praças europeias,
O PSI-20 abriu a cair 0,32% para 4.688,5 pontos, com 10 cotadas em queda, cinco em alta e duas sem variação.
O índice português está a ser pressionado sobretudo pela Navigator, que passa a negociar a partir de hoje sem direito ao dividendo, pelo que as ações estão a cair 5,12% para 2,448 euros. A empresa de pasta e papel vai entregar um dividendo no valor de 0,1394 euros por ação, o que corresponde a um total de 99,1 milhões de euros.
A Galp Energia também pressiona a bolsa, com uma queda de 1,4% para 9,022 euros, continuando a ser penalizada pela correção das cotações do petróleo.
Em sentido contrário, a EDP Renováveis atingiu um novo máximo histórico nos 18,40 euros, beneficiando ainda com a nota de research publicada ontem pela Bernstein, onde o banco de investimento elevou a avaliação das ações de 20 para 22 euros. As ações sobem 0,88% para 18,28 euros minutos depois da abertura.
A EDP sobe 0,45% para 4,641 euros, depois de ter sido eleita a cotada favorita do banco de investimento Bernstein para investir na transição para uma energia mais limpa. O banco considera que o atual "mix" de resultados da empresa portuguesa já está no nível a que muitas utilities aspiram para o futuro.
Covid-19 afasta petróleo de máximo de março
As cotações do petróleo estão a descer pela segunda sessão consecutiva, com os investidores a focarem-se no avanço da pandemia em várias regiões do globo, o que poderá penalizar a procura.
O Brent em Londres está a descer 0,8% para 48,4 dólares e na bolsa de Nova Iorque o crude WTI desvaloriza 0,79% para 45,4 dólares.
A Califórnia agravou as restrições de circulação no Estado devido ao forte aumento do número de casos, sendo que a Coreia do Sul também adotou novas medidas.
O agravamento da pandemia está assim ofuscar os efeitos da última reunião da OPEP+, que tinham levado as cotações do Brent para perto de 50 dólares, um máximo desde março. Na semana passada o cartel decidiu aumentar a sua oferta no mercado em meio milhão de barris por dia a partir de janeiro em vez dos dois milhões inicialmente previstos.
Futuros bolsistas em queda com agravamento da pandemia
Os futuros acionistas negoceiam em queda esta terça-feira, acompanhando as perdas já hoje registadas nas principais bolsas asiáticas.
O agravamento da pandemia está a penalizar os mercados bolsistas e sobretudo a refletir-se na menor procura dos investidores por ativos considerados de maior risco.
A deterioração da situação pandémica eleva a necessidade de medidas orçamentais expansionistas, contudo nos Estados Unidos continua distante um acordo entre democratas e republicanos quanto a um novo pacote de estímulos. A próxima sexta-feira havia sido apontada como data-limite para um compromisso bipartidário, contudo as dificuldades negociais obrigaram ao adiamento do prazo para um acordo.
Assim, os futuros do europeu Stoxx50 recuam 0,1% e os do S&P 500 caem 0,3%, isto depois de o índice Hang Seng de Hong Kong ter perdido 0,7% e de o nipónico Topix ter cedido 0,1%. No Japão, as principais praças atenuaram as quedas já depois de o primeiro-ministro nipónico Yoshihide Suga ter anunciado um pacote de cerca de 380 mil milhões de dólares de estímulos orçamentais.
Também a justificar o pessimismo como sentimento predominante nesta terça-feira está o impasse persistente no processo do Brexit. O primeiro-ministro britânico Boris Johnson e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, conversaram na última noite, porém mantém-se o bloqueio a um acordo de parceria económica entre os dois blocos. Como consequência mais imediata, a libra segue em perda nos mercados cambiais.
Por fim, mas também a condicionar o comportamento dos investidores, está a confirmação de Washington relativa à aprovação de sanções contra 14 membros de topo de Partido Comunista Chinês, uma ação que causa apreensão nos mercados, que temem um novo agudizar na tensão comercial e política entre os Estados Unidos e a China.