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Sombra das eleições francesas ainda pesa na Europa
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta terça-feira.
Sombra das eleições francesas ainda pesa na Europa
Os principais índices registaram fortes perdas esta terça-feira, com o francês CAC-40 a liderar as descidas no Velho Continente. A incerteza política pós-eleições continua a afastar os investidores destes ativos de maior risco.
O índice de referência europeu desvalorizou 0,9% para 511,76 pontos, penalizado por setores com maior peso, como é o caso do petróleo e gás (-1,55%), retalho (-1,65%), automóvel (-1%), banca (-1,12%) e tecnologia (-1,58%).
Entre os principais movimentos de mercado, a Dassault Systemes caiu 5,15%, após ter cortado as perspetivas de vendas e lucros para 2024, justificando o atraso com a cautela de alguns consumidores em realizarem encomendas.
Também a BP desvalorizou 3,09%, depois de ter alertado que espera registar imparidades até dois mil milhões de dólares. A petrolífera revelou também que espera margens mais baixas no segmento de refinação.
Já a Indivior afundou mais de 35%, a maior descida diária desde abril de 2019, após ter reduzido as estimativas de receitas anuais.
Com o fim das eleições em França e no Reino Unido, as atenções viram-se agora para a época de resultados que se iniciam esta sexta-feira com as contas do JPMorgan nos EUA. Em declarações à Bloomberg, Marija Veitmane, analista da State Street Global Markets, mostrou não estar muito otimista.
"A maioria das empresas europeias está a assistir a uma queda da procura e a uma redução do poder de fixação de preços", explicou, acrescentando que espera "assistir a uma contração das margens e a um 'guidance' pouco animador".
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax perdeu 1,28%, o francês CAC-40 desvalorizou 1,56%, o italiano FTSEMIB recuou 0,53%, o britânico FTSE 100 cedeu 0,66% e o espanhol IBEX 35 caiu 1,12%. Em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 0,23%.
Juros agravam-se na Zona Euro. "Yield" da dívida francesa dá o maior pulo
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro agravaram-se esta terça-feira, com os investidores ainda a digerirem os resultados surpreendentes das eleições francesas, onde uma coligação de esquerda venceu, mas sem maioria absoluta - permanecendo um elevado nível de incerteza sobre a solução governativa.
Os juros das dívida francesa, com prazo a dez anos, avançaram 7,8 pontos base para 3,239%, enquanto a "yield" das Bunds alemã com o mesmo prazo, e de referência para a região, cresceu 4 pontos base para 2,576%.
A "yield" da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos subiu 5,3 pontos base para 3,169%, enquanto a da espanhola e da italiana, com o mesmo prazo, avançaram 5,5 e 5,4 pontos base para 3,353% e 3,940%, respetivamente.
Fora da Zona Euro, os juros das Gilts britânicas, com prazo a dez anos, agravarm-se 4,6 pontos base para 4,157%.
Ouro em queda após testemunho de Powell
O ouro está a desvalorizar, numa semana em que serão conhecidos os números da inflação de junho nos Estados Unidos - que deverão dar mais clareza ao caminho de cortes de juros da Reserva Federal. Os "traders" apontam para que a primeira descida aconteça em setembro.
O metal amarelo recua 0,24% para 2.359,9 dólares por onça. A impedir uma maior valorização do ouro está um agravamento das "yields" da dívida soberana norte-americana.
Apesar de os últimos dados da economia norte-americana evidenciarem um abrandamento do mercado laboral, o presidente da Fed, Jerome Powell, afirmou esta terça-feira, num testemunho no Congresso, que a inflação "continua acima" do objetivo de 2%.
No entanto, Powell reconheceu que a subida dos preços tem vindo a abrandar nos últimos meses e que "mais dados positivos reforçariam" os argumentos a favor de cortes das taxas diretoras.
Dólar em alta ligeira com investidores focados em palavras de Powell
O dólar está a valorizar ligeiramente face às principais divisas rivais, numa altura em que os investidores avaliam as palavras do presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, no Senado.
O responsável máximo do banco central dos Estados Unidos reiterou que a Fed não vai cortar juros até ter garantias de que a inflação está a direcionar-se para a meta de 2%.
O dólar soma 0,04% para 0,9243 euros, ao passo que o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da moeda norte-americana face a 10 divisas rivais - avança 0,04% para 104,04 pontos.
S&P 500 e Nasdaq Composite em alta. Powell no Senado centra atenções
Em dia de testemunho de Jerome Powell, presidente da Reserva Federal, na Comissão Bancária do Senado, os principais índices em Wall Street abriram a negociar em alta, com o S&P 500 e o Nasdaq Composite a aproximarem-se de novos máximos históricos.
O S&P 500 e o Nasdaq Composite tocaram esta segunda-feira em novos máximos históricos, ao alcançarem os 5.583,11 pontos e os 18.416,94 pontos, respetivamente.
Esta foi a 35.ª sessão em que o "benchmark" mundial alcançou uma cotação recorde este ano, à boleia de maior otimismo em torno das empresas de inteligência artificial e outras tecnológicas, sobrepondo-se à incerteza em torno dos planos da Fed com vista a um corte de juros.
A esta hora, o S&P 500 soma 0,23% para 5.585,86 pontos, enquanto o índice tecnológico Nasdaq Composite cresce 0,39% para 18.473,89 pontos. Já o índice industrial Dow Jones destoa e recua 0,15% para 39.285,07 pontos.
Os investidores vão hoje escrutinar o testemunho de Powell no Senado à procura de pistas sobre como o banco central avalia os últimos números da inflação e do emprego, com vista a um potencial corte de juros, que tem sido apontado para setembro.
"A capacidade de Powell para mudar o pensamento do mercado ficou provada nos últimos seis meses: quando o mercado passou de seis cortes de juros para um e, depois dos dados mais fracos das últimas duas semanas, voltou a dois", afirmou à Reuters Bob Savage, estratega do BNY Mellon.
Entre os principais movimentos de mercado a Tempus AI sobe 5,45% depois de várias casas de investimento, incluindo os bancos JPMorgan e Morgan Stanley, terem iniciado a cobertura das ações da empresa com recomendações positivas.
Também a "AI-darling" Nvidia beneficia de uma revisão em alta do preço-alvo pela KeyBanc e valoriza 2,63%.
Já pela negativa, os títulos da britânica BP perdem 4,61%, depois de a empresa ter alertado que espera registar imparidades até dois mil milhões de dólares. A petrolífera revelou também que espera margens mais baixas do segmento de refinação.
Depois das eleições francesas, inflação nos EUA e "earnings season" pressionam Europa
As principais praças europeias negoceiam mistas, depois de uma vitória surpreendente da coligação de esquerda, a Frente Popular, nas eleições francesas realizadas no domingo. Também a expectativa quanto aos dados da inflação norte-americana, conhecidos na quinta-feira, estão a fazer mexer os mercados europeus.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, perde 0,10% para 515,90 pontos, com o setor automóvel e o do petróleo e gás a liderarem as quedas, em torno de 1%. Pela positiva, o destaque vai para o imobiliário.
Já o CAC-40, o principal índice francês, cai 0,49%. Apesar de a extrema-direita ter saído derrotada destas eleições – uma possível vitória do partido de Marine Le Pen estava a pressionar os mercados franceses -, o clima de incerteza política continua a pairar sobre França.
A multinacional francesa Dassault Systemes SE afundou 5%, pressionada por uma revisão em baixa das metas de vendas e lucros para 2024.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cai 0,25%, o italiano FTSEMIB perde 0,4%, o espanhol IBEX 35 desce 0,46%. Já britânico FTSE 100 cresce 0,20% e o holandês o AEX avança 0,28%.
As praças europeias têm abrandado, pressionadas pelo risco político das eleições no Reino Unido e França. Agora, os mercados voltam-se para a época de apresentação de resultados das empresas, que começa sexta-feira.
"A maioria das empresas europeias regista uma queda na procura e uma redução no poder de fixação de preços. Esperamos assistir a uma contração das margens [de lucro] e uma 'guidance' futura fraca", disse à Bloomberg Marija Veitmane, estratega do State Street Global Markets, mostrando-se pouco otimista em relação aos resultados das empresas europeias.
Juros na Zona Euro agravam-se no rescaldo das eleições francesas
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão a agravar-se esta terça-feira, com os investidores ainda a digerir os resultados surpreendentes das eleições francesas, onde uma coligação de esquerda venceu, mas sem maioria absoluta - permanecendo incerteza sobre a solução governativa.
Os juros das dívida de França, com prazo a dez anos, avançam 2,2 pontos base para 3,183%, enquanto a "yield" das Bunds alemã com o mesmo prazo, e de referência para a região, cresce 1,4 pontos base para 2,549%.
A "yield" da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos sobe 2,3 pontos base para 3,139%, enquanto a da espanhola e da italiana, com o mesmo prazo, avançam para 3,320% e 3,897%, respetivamente.
Fora da Zona Euro, os juros das Gilts britânicas, com prazo a dez anos, avançam 1,1 pontos base para 4,123%.
Euro recua ligeiramente com incerteza política em França
O euro encontra-se a negociar com perdas ligeiras em relação ao dólar e inalterado face à libra, numa altura em que a incerteza política na França continua a dominar as atenções dos mercados europeus.
A moeda comum recua 0,05% para 1,0819 dólares. O índice da divisa norte-americana – que mede a força da "nota verde" em relação às suas principais concorrentes - avança 0,06% para 105,07 pontos, depois de ter tocado em mínimos de quase um mês na madrugada desta terça-feira.
O dólar tem sido pressionado por uma economia em desaceleração nos EUA e por um aumento das expectativas em torno de um alívio da política monetária por parte da Reserva Federal (Fed) norte-americana. Ainda hoje, Jerome Powell, presidente do banco central dos EUA, vai falar no Senado e os investidores vão estar atentos a possíveis pistas sobre o futuro da política monetária do país.
"Todos os olhos vão estar postos na forma como Powell comunica os riscos entre uma inflação persistente e uma deterioração desnecessária do mercado laboral", afirma Ray Attrill, estratega do National Australia Bank, que espera que o dólar regista perdas no longo prazo.
Ouro praticamente inalterado à espera de Powell
Depois de uma sessão de perdas, os preços do ouro negoceiam praticamente inalterados, numa altura em que os investidores aguardam pelo testemunho de Jerome Powell, presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana, no Senado, de forma a encontrarem pistas sobre o futuro da política monetária.
O ouro avança 0,01% para 2.359,36 dólares por onça. O "metal amarelo" beneficia, normalmente, de taxas diretoras mais baixas, uma vez que não rende juros.
Os mercados apontam, agora, para dois cortes nas taxas de juro nos EUA ainda este ano, com uma probabilidade de 70% que a primeira redução aconteça já em setembro, depois de dados económicos lançados na semana passada apontarem para um mercado laboral em arrefecimento.
Os "traders" vão ainda estar atentos à evolução do índice de preços no consumidor nos EUA em junho – que exclui os preços da energia e dos bens alimentares e vai ser revelado na quinta. Os analistas esperam que o índice cresça em 0,2%, tal como já tinha acontecido em maio, o que marcaria os menores ganhos consecutivos desde agosto do ano passado.
Furacão Beryl atinge Texas e pressiona preços do petróleo
Os preços do petróleo negoceiam com perdas modestas, depois do furacão Beryl ter atingido a costa do Texas nesta segunda-feira. Vários portos continuam encerrados, depois de terem fechado no domingo para se prepararem para a tempestade, e 85% da cidade de Houston encontra-se sem energia. Até agora, contabilizam-se três morte em solo norte-americano.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a desvalorizar 0,06% para 82,28 dólares por barril. Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, perde 0,01% para 85,74 dólares.
As cotações do "ouro negro" têm registado um saldo negativo esta semana, numa altura em que os receios de uma perturbação da oferta diminuíram com a expectativa de um acordo de cessar-fogo em Gaza, depois de nove meses de guerra entre Israel e o Hamas.
Mesmo assim, o petróleo continua a negociar com preços elevados, suportado pelas restrições na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) e por uma expectativa de cortes nas taxas de juro por parte da Reserva Federal (Fed) norte-americana.
Bolsas asiáticas encerram em alta. Incerteza política empurra Europa para o vermelho
A Ásia encerrou a sessão desta terça-feira a negociar em alta, enquanto a Europa aponta para uma abertura no vermelho, numa altura em que os investidores centram as suas atenções nos EUA e na ida de Jerome Powell, presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana, ao Senado.
Os ganhos no continente asiático foram liderados pelos índices japoneses, com o Nikkei 225 a crescer cerca de 2% e o Topix perto do 1%. O primeiro índice atingiu mesmo máximos históricos e de fecho durante a sessão desta terça-feira, e já conta com um saldo anual positivo de mais de 24%.
Já pela China, o Shangai Composite avançou 1,1% e o Hang Seng valorizou 0,4%. As bolsas asiáticas beneficiaram do avanço nas ações das tecnológicas, à boleia do crescimento deste setor nos EUA, que levou a máximos históricos e novos recordes de fecho para o S&P 500 e o Nasdaq Composite.
Em contraciclo, a negociação de futuros do Euro Stoxx 50 deslizou 0,2%, indicando uma abertura em terreno negativo. A indefinição política em França continua a preocupar os mercados – o principal índice parisiense encerrou a desvalorizar 0,63% na segunda-feira, depois de ter demonstrado grande volatilidade durante a sessão.